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º4
tribunal judicial da comarca de viana do castelo, juízo central cível de viana do castelo
3.2. Pronuncie-se sobre a alegação de Guilherme que se considera “parte
ilegítima na ação”.
De acordo com Acórdão Tribunal da Relação de Guimarães, de 7 de
dezembro de 2016, Processo n.º 74/15.0T8CHV-A.G1, Relator Maria
Purificação Carvalho, disponível em www.dgsi.pt, A herança indivisa diz
respeito ao património deixado pelo autor da sucessão, aceite pelos
respetivos herdeiros, que ainda não foi partilhado. Deste modo, a herança
ilíquida e indivisa já aceite pelos sucessíveis não tem personalidade
judiciária, pelo que terão de ser os herdeiros a assumir a posição passiva
no âmbito da ação judicial. Nestes termos, Guilherme tem legitimidade,
podendo a ação ser intentada contra si.
art. 12º CPC + ART. 2081º CPC — Litisconsórcio necessário -
por todos os herdeiros e contra a todos os herdeiros
4. Gaspar Henrique, conhecido joalheiro de Viana do Castelo, casado com
Marta Sofia desde 1998, no regime de comunhão geral de bens, tomou-
se de amores por Andressa uma jovem de29 anos, com que já vive em
Lisboa. Tendo conhecimento desse facto Marta Sofia pretende
divorciar-se, coisa que por ser extremamente religioso Gaspar Henrique
não quer. Marta Sofia que se sente profundamente humilhada com tal
situação pretende divorciar-se de Gaspar Henrique.
4.1. Diga justificadamente que tipo de ação deve instaurar Marta Sofia e
qual o tribunal competente para o fazer.
Em causa deve ser intentada uma ação declarativa constitutiva extintiva, nos
termos do art. 10.º, n. º2 e 3.º, al. c) do CPC, nomeadamente uma ação de
divórcio sem o consentimento de um dos cônjuges, de acordo com o art. 1781.º,
al. d) do CC. Nos termos do art. 72.º do CPC o tribunal competente é o Juízo de
família e menores de Viana do Castelo.
processo especial
4.2. Imagine agora que Gaspar Henrique pretende vender a quinta situada
em Melgaço de que é proprietário desde 2001, para comprar um BMW série
8 e uma casa no algarve à sua amada Andressa. Marta Sofia, revoltada com
a situação e após ter sido informada de tais factos, pretende instaurar um
procedimento cautelar de arresto sobre a referida quinta, para evitar que
Gaspar Henrique se desfaça de um bem que também considera ser seu e
com isso delapide o seu património e o do seu filho João de 14 anos.
Indique justificadamente qual o tribunal competente para Marta Sofia
instaurar o procedimento cautelar em causa.
Uma vez que a ação principal foi intentada num juízo de competência
especializada, o procedimento cautelar não pode correr por apenso nesse
tribunal, pois esse tribunal não é competente para avaliar o mérito da
providência, pelo que o tribunal competente para intentar o procedimento
cautelar é o Juízo Central Cível de Viana do Castelo.
5. Imagine agora que Marta Sofia tendo visto ser-lhe negado o arresto dos
bens pretende separar-se judicialmente de pessoas e bens de Gaspar
Henrique, com vista a salvaguardar a sua parte do património. Que
forma deverá seguir a ação que Marta Sofia pretende instaurar?
Justifique a sua resposta.
Pedido de separação de pessoas e bens deve ser pedido em
reconvenção da ação principal de divórcio, nos termos do art. 1795.º,
n. º1 do CC.
art. 984º CC - ação especial de separação de pessoas e bens
6. Eustáquio de 38 anos, solteiro, anão, desesperado por não conseguir
arranjar emprego aceita proposta de um circo para em todas as matinés
em que houver espetáculo se lançar comomunição de um canhão como
bala humana a troco de 20,00€ por cada lançamento. A sua mãe Carla,
indignada com o grave atentado que essa conduta constitui à
integridade física do seu filho, pretende agir judicialmente para
proteger a integridade física de Eustáquio. Indique o que deve Carla
fazer e qual a forma que revestirá o processo.
Carla deverá intentar, nos termos do arts. 878.º e 546.º, n. º2 do CPC, um
processo especial de tutela de personalidade contra o autor do ato ofensivo.
art. 31º - a mãe tem legitimidade porque está em causa uma situação que afeta a qualidade de vida do
autor do ato ofensivo
7. O condomínio de um prédio situado na baixa do Porto, pretende
instaurar uma ação contra Hermenegildo, proprietário de uma das
frações do prédio (2.º esquerdo) pelo fato deste não pagar o condomínio
há 3 anos, após repetidas interpelações para o fazer.
7.1. O condomínio pode intentar a ação? Que tipo de ação?
Em princípio poderia, se existisse uma deliberação dos condóminos que
conste em ata. Com efeito, poderá intentar uma ação executiva para
pagamento de uma quantia certa, munido das atas de condomínio, que
corresponde ao título executivo (arts. 10.º, n.º 5 e 6 e 703.º, n. º1, al. d)
do CPC).