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09/01/2023

Princípios

No caso do arresto o Principio do contraditório é restringido à partida


porque a parte atingida não ser ouvida previamente.

Art.2º
Art.3º - muita relevância ao principio do contraditório na prática

Art. 5º
Nº2, alínea a) – factos que não se conheciam ate serem ouvidas testemunhas,
apresentados documentos, etc. à partida os factos essenciais já estão na
peça , mas às vezes pode surgir informação relevante a que o juiz vai atender.

Art. 7º - remeter para o art. 417º.

Art. 260º - Princípio da estabilidade da instância


Art. 547º - Princípio da adequação formal
Art. 605º - Princípio da plenitude da assistência do juiz

11/01
Julgados de Paz – Lei nº78/2001
 Art. 2º - há um princípio da oralidade mais do que propriamente o
recurso a peças escritas.
 Têm competência exclusiva para ações declarativas.
 Permite ações mais baratas e mais céleres.
 Art. 8º - ações que não excedam os 15000€
 Art. 9º - matéria em que são competentes para decidir e apreciar.
 Aplica-se o regime do apoio judiciário, ou seja, para além das taxas
serem mais moderadas não deixa de existir a possibilidade de recurso a
este regime.
 Art. 62º - recursos

16/01/2023
Exame de 31/05/2021
Questão I
1. Tratando-se a compra a venda de um contrato bilateral, tem Carlos
Gomes a obrigação de pagar as seis prestações acordadas e nos
prazos previstos, assim como, tem a Autora a obrigação de entregar
uma máquina com as características sobre as quais foi celebrado o
contrato com a Ré. Deste modo, tendo em conta o disposto no art.
428º, nº1 do CC, a Ré está no seu direito legal de se recusar a pagar
as prestações enquanto a Autora não lhe entregar a máquina com as
características acordadas aquando da celebração do contrato. Tendo
em conta estes argumentos, apresentaria uma dedução da oposição
espontânea (art. 334º cpc).
2. É possível através da reconvenção, fundamentando a mesma e
ainda declarando o valor no qual se pretende que a empresa seja
indemnizada (art. 583º), uma vez que se encontram preenchidos os
requisitos cumulativos do art. 266º cpc.
3. Havendo prova clara que a Ré pagou 2 prestações é claramente
falso o que o Autor indica na petição inicial logo pode ser
responsabilizado pela litigância de má-fé (arts. 542º e 543º CPC).

Questão II

1. Não porque foi deduzido um pedido reconvencional (art. 266º, nº6 + 279º
CPC).
2. a) Tendo em conta o artigo 299º, nº3, este valor só se computa daqui
para a frente.
b) Incompetência do tribunal em relação ao valor porque ultrapassa a
alçada dos 50000,00€, logo, esta ação terá que ser redistribuída para o
juiz competente (juízo central cível) – arts. 299º, nº3 CPC e 117º, nº1,
alínea a) da LOSJ.

Questão III

1. Ineptidão da petição inicial (não há objetividade do pedido) – art 186º,


nº1 e nº2, alínea a) do CPC. Gera a nulidade de todo o processo (art.
191º CPC).
2. Pedidos incompatíveis entre si, o que gera a nulidade de todo o
processo (186, nº1 CPC).

Questão IV

1. Pode haver dispensa de audiência previa nos casos previstos no art.


593º, nº1.
2. É necessário requerer a audiência prévia para se reclamar (art. 593º, nº3
CPC).
3. Viola-se o princípio do contraditório (art. 3º, nº3 CPC), sendo nestes
casos a audiência previa obrigatória (art. 591º, nº1, alínea b) ).

Correção:

I. 1. Contestação - Defesa por exceção perentória (576º, nº1 e nº3


CPC) (trata-se de um pedido que modifica o efeito jurídico dos factos
articulados pelo autor). O vicio da vontade (entrega de uma máquina
diferente da combinada) também constitui uma exceção perentória.

Apoio Judiciário

Acesso ao Direito – Lei nº34/2004, de 29 de julho

 Art. 6º, nº2 – importante


 Art. 8º-B – toda a sua insuficiência tem que ser justificada com prova
documental.
 Art. 10º - todos os motivos pelos quais se pode cancelar o apoio jurídico
concedido
Consulta jurídica
 Art. 14º- âmbito
 Art. 16º - modalidades
 Art. 23º - audiência previa em casos de total ou parcial indeferimento.
 Art. 24º, nº1 – autonomia do processo
 Art. 25º, nº1 – prazo de 30 dias continuo.
o Nº2 – deferimento tácito
 Art. 33º

23/01/2023

Nota: ler bem toda a lei do acesso ao direito

Legitimidade das partes – arts. 30º a 38º do cpc (importante)

Patrocínio judiciário – art. 40º cpc

Consequência da falta de constituição obrigatória de advogado – art. 41º


(absolvição da instancia)

Art. 44º, nº1 – uma procuração vale tanto para o processo principal como para
os respetivos incidentes

25/01/2023

Competência dos tribunais

Art. 59º - primeiro há que ver se a competência é dos tribunais portugueses

Sendo, aplica-se o art. 60º ( matéria, valor , hierarquia, território).


30/01/2023

Contagem de prazos

 Citação assinada com A.R. hoje – pelo art. 279º, alínea b) do CC o


prazo começa a contar-se amanha (31/01)
o Supondo que o prazo acaba a um sábado – passa para a 2º feira
seguinte
o Não obstante ainda se pode praticar o ato nos 3 dias uteis
seguintes sob pagamento de multa (art. 139º cpc).
 Dilações – art. 245º cpc
 O ato pode ser praticado fora do prazo por facto impeditivo – art. 139º,
nº4 (ver art. 140º).

Casos-Práticos

1. Art. 569º (30 dias) + dilação de 5 dias (art. 245º, nº1, alínea b)).

Prazo continuo – art. 138º.

Começa-se a contar o prazo no dia 24/12/2022 (pelo 279º, nº2 do CC).


Estamos em altura de férias judiciais pelo que o prazo so se começa a contar
no dia 4 de janeiro. Decorridos os 35 dias temos a data de 07/02. Somando os
3 dias uteis seguintes em que o ato pode ser praticado pagando uma multa
(art. 139º, nº5) , o prazo termina no dia 10/02/2022.

2. Art. 569º (30 dias) + dilação de 20 dias ( 5 pelo art. 245º,nº1,


alínea b) e 15 pelo art. 245º, nº2).

Prazo contínuo – art. 138º

Começa-se a contar no dia 05/01/2023 (art. 279º, nº2 CC). O prazo termina no
dia 24/02. Com os 3 dias uteis de multa , pode ser praticado o ato ate ao dia
até ao dia 01/03/2023.
3. Art. 569º (30 dias)

Prazo continuo (art. 138º) e começa-se a contar no próprio dia que é publicada
a citação (art. 241º + 242º). O prazo termina dia 19/12/2022, acrescentando os
3 dias uteis de multa o prazo termina dia 22/12/2022. (VER FERIAS
JUDICIAIS)

4. Art. 255º - o prazo começa a contar-se no dia 12/01/2023.

Art. 149 º- o prazo é de 10 dias. Logo, será ate dia 21/01/2023.

5. Art. 248º + 149º - o prazo termina a 27/01

6. 20 dias – 245º (+30 dias) . O prazo é de 20/01 a 13/03

7. 728º - 20 dias

Dilação de 5 dias (245º)

223º, nº3 – pessoa coletiva considera-se citada

O prazo começa a 08/04 e termina a 11/05.

8.
13/02/2023

Casos Práticos Incidentes (doc. 40)

1.DOC. PARTICULAR- TIAGO VENDEU A FERNANDO E A DIONÍSIO UM


RELÓGIO PELO PREÇO DE € 25.000,00. COMPRADORES PAGARAM €
5.000,00 NA DATA DA AQUISIÇÃO E OBRIGARAM-SE SOLIDARIAMENTE A
PAGAR € 20.000,00 ATÉ FIM DE MAIO DE 2020, O QUE NÃO CUMPRIRAM.
TIAGO PROPÕE ACÇÃO CONTRA FERNANDO PEDINDO O PAGAMENTO
DOS € 20.000,00. ESTÁ A CORRER PRAZO PARA FERNANDO
CONTESTAR. O QUE DEVERIA SER FEITO?

Resposta: Estamos numa situação de litisconsórcio. A ação não tem de ser


obrigatoriamente interposta contra os 2. Logo, neste caso, estamos perante
uma intervenção provocada (art. 316º, nº1).

2.SUPONHA QUE É PROCURADO POR JOÃO QUE LHE DIZ QUE TEVE
CONHECIMENTO DE UMA AÇÃO INSTAURADA POR ANDRÉ CONTRA
DANIEL. ANDRÉ INVOCA SER LEGÍTIMO PROPRIETÁRIO DE UM PRÉDIO
QUE LHE ADVEIO POR SUCESSÃO POR MORTE DE SEU PAI. DANIEL
CONTESTA E DEDUZ RECONVENÇÃO ALEGANDO FACTOS QUE
CONDUZEM A UM PEDIDO DE DECLARAÇÃO DE SER ELE O
PROPRITÁRIO – USUCAPIÃO JOÃO HAVIA ADQUIRIDO O REFERIDO
PRÉDIO HÁ 5 ANOS POR ESCRITURA PÚBLICA CELEBRADA COM O PAI
DO ANDRÉ. O QUE FARIA? ELABORE REQUERIMENTO

Resposta: Oposição Espontânea (art. 333º, nº1).


3.CORRE TERMOS NO TRIBUNAL UMA AÇÃO EM QUE LUIS PEDE A
CONDENAÇÃO DE PEDRO NO PAGAMENTO D € 20.000,00. CITADO PARA
A AÇÃO PEDRO PROCURA-O E REFERE QUE ADMITE A DÍVIDA, MAS
NÃO PAGOU PORQUE FOI INTERPELADO POR HUGO QUE LHE
COMUNICA QUE TINHA ADQUIRIDO O CRÉDITO A JOÃO. O QUE DEVE
FAZER?

Resposta: Oposição provocada (art. 338º).

Ex. de Requerimento:

Proc. nº

Juízo Local Cível V.N. Gaia

Exmo. º Sr. Juiz de Direito do Tribunal


Judicial da Comarca do Porto

Luis …………………. , Réu, nos autos supra indicados, citado que foi para
contestar a presente ação, vem apresentar Contestação e deduzir incidente de
oposição provocada, o que faz com base nos seguintes factos e fundamentos:

I – Do Incidente da Oposição Provocada

1º - O aqui Réu tomou conhecimento, porque para tanto foi interpelado por
Hugo, que o crédito ora reclamado havia sido adquirido por aquele.

2º - O aqui Réu reconhece a dívida e está disposto a cumprir, mas nesta causa
não está concreto a quem deve cumprir a dívida.
3º- Pelo que, ao abrigo do art. 338º do CPC, vem deduzir oposição provocada
contra Hugo, devendo para o efeito o mesmo ser citado para os autos.

II – Da impugnação

(…)

Conclusão

4. NA AUDIÊNCIA PRÉVIA O ADVOGADO DO RÉU PEDIU A PALAVRA


REQUERENDO QUE FOSSE ADMITIDA A INTERVENÇÃO DE UM
TERCEIRO CONTRA QUEM O RÉU PODERÁ VIR A TER DIREITO DE
REGRESSO NO CASO DE PERDA DA AÇÃO. O JUÍZ DA-LHE A
PALAVRA, COMO ADVOGADO DO AUTOR. O QUE RESPONDE?

Resposta: Pedido de intervenção acessória ex contemporâneo – o momento


para o apresentar era até à contestação (art. 322º, nº1 + 321º, nº1). Ou seja, no
caso concreto, já terminou o prazo.

5. GF CELEBROU CPCV COM CATARINA-PREÇO DO IMÓVEL €


450.000,00 – SINAL € 50.000,00. CPCV COM EFICÁCIA REAL.
CATARINA TEM CONHECIMENTO DE QUE A SOCIEDADE GF É
EXECUTADA NUM PROCESSO, TENDO SIDO PENHORADO O
REFERIDO IMÓVEL. O QUE ACONSELHAVA CATARINA A FAZER?

Resposta: Oposição mediante embargos de terceiro (art. 342º, nº1).

6. ANTÓNIO, NA QUALIDADE DE COMPROPRIETÁRIO DE UM PRÉDIO,


PROPÕE AÇÃO CONTRA JOAQUIM A PEDIR QUE ESTE LHO
ENTREGUE LIVRE DE PESSOAS E BENS. TEM LEGITIMIDADE?
ALGUEM MAIS PODE OU DEVE INTERVIR NA ACÇÃO?

Resposta: Litisconsórcio necessário (art. 316º, nº1), logo, a intervenção seria a


titulo principal.
CASOS PRÁTICOS – INCIDENTES -2 (39)

1. ANTÓNIO PROPÕE ACÇÃO PEDINDO A CONDENAÇÃO DA


RÉ X LDA AO PAGAMENTO DE UMA INDEMNIZAÇÃO POR
RESPONSABILIDADE PRÉ-CONTRATUAL NA VENDA DE
UM LOTE DE TERRENO PELO FACTO DE O MESMO NÃO
TER AS CARACTERÍSTICAS QUE ESTE ANUNCIARA NAS
NEGOCIAÇÕES
Na pendência da causa António vende esse mesmo lote
a Joaquim. Este pode ou tem de intervir?

Resposta: Não aparenta ter interesse em intervir, logo, não tem que o fazer.
Não tendo interesse em agir também não terá legitimidade para o fazer.

2. Manuel propõe ação contra a sua própria mãe tendo


como causa de pedir uma doação de títulos de crédito
que lhe havia sido feita pelos avós e cujos proventos a
Ré terá gerido a seu favor, sendo pedido a sua
condenação a restituir-lhe € 300.000,00. Na pendência
da causa o Autor faleceu, sendo solteiro e sem
descendentes e não deixou testamento. O que acontece
neste processo?

Resposta: Incidente de habilitação (art. 351º) – ver art. 269º.


3. FOI FEITA UMA TRANSAÇÃO, HOMOLOGADA POR
SENTENÇA, TENDO FICADO CONSIGNADO QUE O RÉU SE
OBRIGAVA A PAGAR DETERMINADO VALOR EM
PRESTAÇÕES, SENDO QUE A FALTA DE PAGAMENTO DE
QUALQUER DAS PRESTAÇÕES NA DATA DO SEU
VENCIMENTO, DETERMINARIA A IMEDIATA RESOLUÇÃO
DO CONTRATO DE CONCESSÃO DE EXPLORAÇÃO
COMERCIAL DE UM ESTABELECIMENTO E A SUA
IMEDIATA ENTREGA AO AUTOR

Face ao incumprimento, foi instaurada execução de


sentença para entrega de coisa certa contra o
concessionário.
SUPONHA QUE O EXECUTADO DEDUZIU INCIDENTE DE
OPOSIÇÃO PROVOCADA DE UM TERCEIRO INVOCANDO
QUE O ESTABELECIMENTO JÁ NÃO PERTENCE AO
EXEQUENTE MAS A ESSE TERCEIRO QUE O HAVIA
ADQUIRIDO POR TRESPASSE.

Resposta: Oposição provocada (art. 338º).

4. INSTAURADA UMA PROVIDÊNCIA CAUTELAR PEDINDO A


DEMOLIÇÃO DE UM PRÉDIO QUE SE ENCONTRA EM
RUÍNA.
António requer a sua Intervenção Principal Espontânea
para se associar aos Requeridos, invocando ser
promitente-comprador do prédio por força de contrato-
promessa de compra e venda do mesmo. Pode?
Resposta: não pode intervir como parte principal porque não tem relação com
as partes , mas pode através da assistência ( art. 326º) intervir na causa como
assistente visto o seu interesse na decisão da causa.

5. Proposta uma ação para anulação de um contrato de


cessão de quotas entre António e Manuel.
A ex-mulher de António, que sustenta que a quota
integra o património conjugal ainda não partilhado,
pode intervir?

Resposta: A ex-mulher poderia intervir deduzindo o incidente da intervenção


espontânea (por ser do interesse dela intervir na causa) – art. 311º.

TPC

Grupo I

1. Temos um litisconsórcio voluntário – art. 32º, nº1

Assim sendo, tem legitimidade para instaurar a causa somente contra Bento.
Neste caso, não pode desistir do pedido contra Carlos porque nunca mais
poderia voltar a instaurar ação pelo mesmo motivo. Deste modo,
alternativamente, deve desistir da instância ao inverso do pedido, algo que não
dependeria, nesta fase, da aceitação do réu (art. 286º à contrario sensu).

2. Revogação e renúncia do mandato – art. 47º


Como a ação tem um valor superior à alçada de 1ª instância é obrigatória a
constituição de advogado (art. 58º, nº1):

Consequencias – art. 269º + 275º e 276º

3. O desconhecimento equivale a confissão – art. 574º, nº3

4. Incidente de Litisconsórcio – intervenção provocada (arts. 316º e ss.)

Momento – até ao fim dos articulados (at. 318º, nº1, alínea b)).

5. O António continua a ter legitimidade enquanto o Daniel não tiver essa


legitimidade (art. 263º, nº1).

Grupo II

1. Pode ser posta em causa através de um recurso (art. 627º e ss.), tem
possibilidade de o fazer o Autor nos termos do art. 631º, sendo que tem
um prazo de 30 dias para o fazer (art. 634º).
2. Título executivo (art. 703º) – forma de processo sumária (art. 550º, nº2,
alínea a) ).

Grupo III

Reclamação contra relatório pericial – art. 485º

15/02/2023

Questão II – Exame 71E

Minuta de Arresto:
Tribunal Judicial da Comarca do Porto Exmo/a. Srº/ª Juiz/a

Juizo Local Civel do Porto

“B”, NIF XXX-XXX-XXX, residente no Porto, casado, empreiteiro,

Vem propor PROCEDIMENTO CAUTELAR ESPECIFICADO DE ARRESTO


contra

“C”, solteiro, mecânico,

O que faz com base e fundamento nos seguintes termos:

I- DOS FACTOS:

1º- O autor é proprietário do veículo Clio, desde 2000, tendo-o herdado do seu
pai.

2º- No dia de 21/12/2022, no seguimento de um anúncio no “Stand Virtual”


publicado por B com a intenção de vender o seu veículo automóvel (Renault
Clio 1.5dCi de 2015), foi contactado por C via chamada telefónica.

3º- Nessa chamada, acordaram mutuamente que B venderia o carro a C pelo


preço de €8.500,00, preço esse que seria pago aquando da entrega do carro
por parte de B no estabelecimento de C, que sita no Porto.

4º - Acontece que, após o ato de entrega, C efetuou testes no veículo a fim de


verificar o estado do mesmo.

5º- Testes esses, a que o B, estando de boa-fé, anuiu.

6º - Apurado o estado do veículo, C indicou que parecia existir “um problema


com o motor”.
7º - Consequentemente, C propôs que o veículo ficasse nas suas instalações
enquanto este realizasse mais testes ao motor, uma vez que para tal seria
necessário desmontar parcialmente o mesmo.

8º - B anuiu, tendo acabado por deixar o carro, a chave, o DUA e bem assim, a
Declaração de registo de propriedade assinado por ele e com a assinatura
reconhecida.

9º - Acontece que, corridos dois meses, sem qualquer desenvolvimento, B


consultou o “Stand Virtual” e para sua grande surpresa encontrou um anúncio
colocado por C em que constava o seu Clio pelo preço de €11.500,00, na zona
do Porto.

10º - Deveras preocupado, deslocou-se imediatamente ao estabelecimento,


outrora de C, onde tinha deixado a viatura e, para seu espanto, deparou-se
com o mesmo encerrado e sem sinais de se encontrar em operação.

11º - Soube ainda, por intermedio do senhorio do estabelecimento, que C lhe


tinha entregado o estabelecimento, alegando que o negócio “estava mau”.

12º - Já aflito, B pediu e obteve uma certidão de registo online, pela qual
constou, que com os documentos deixados na posse de C, que este conseguiu
inscrever a propriedade do automóvel a seu favor.

II- DA AMEAÇA DO DIREITO E DO JUSTO RECEIO

13º - No dia 21/12/2022, o Requerente deslocou-se ao estabelecimento do


Requerido, com a intenção de celebrar um contrato de compra e venda tendo
como objeto um veículo automóvel.

14º - O Requerido não cumpriu com as suas obrigações contratuais e


extracontratuais, encontra-se na posse do veículo tendo-o já registado a seu
favor.

15º - Acrescenta-se a isto, o facto de o Requerido já ter colocado um anúncio


com o intuito de vender o veículo.
16º - O Requerido cortou todos os meios de comunicação com o Requerente,
deduzindo-se, de tal atuação, que o mesmo não tem quaisquer intenções de
pagar o preço acordado entre ambos, nem de lhe restituir a propriedade do
veículo.

III – DO DIREITO

17º - “Os procedimentos cautelares "representam uma antecipação ou garantia


de eficácia relativamente ao resultado do processo principal e assentam numa
análise sumária (summaria cognitio) da situação de facto que permita afirmar a
provável existência do direito ameaçado (fumus boni iuri) e o receio justificado
de que o mesmo seja seriamente afectado ou inutilizado se não for decretada
uma determinada medida cautelar (periculum in mora). São, afinal, uma
antecâmara do processo principal, possibilitando a emissão de uma decisão
interina ou provisória destinada a atenuar os efeitos erosivos decorrentes da
demora na resolução definitiva ou a tomar frutuosa a decisão que, porventura,
seja favorável ao recorrente"- Abrantes Geraldes “in” Temas da Reforma do
Processo Civil, volume III, 3ª edição, página 35.

18º - Com base no artigo 391º do CPC, o credor que tenha justificado receio de
perder garantia patrimonial do seu crédito pode requerer o arresto de bens do
devedor.

19º - Nos termos do disposto no artigo 391º, nº1, o arresto é decretado sem
audiência da parte contrária, desde que preenchidos os requisitos legais.

IV – DOS BENS A ARRESTAR

- Renault Clio 1.5dCi de 2015

V- DA PROVA

- Documentos comprovativos da propriedade do veículo a favor do


Requerente, em conformidade com o disposto no art. 423º do CPC.
- Registo de propriedade a favor do Requerido, em conformidade com o
disposto no art. 423º do CPC.

- Com base no disposto no art. 466º do CPC, que seja o Requerente


admitido a prestar declarações de parte sobre a matéria alegada, da qual tem
conhecimento direito.

Testemunhas a arrolar:

1º - Senhorio, residente em (…).

2º - Mulher do Requerente, residente em (…).

3º- Melhor amigo do Requerente, residente em (…).

Valor: €8.500,00 (oito mil e quinhentos euros)

E.D.,

Os Mandatários

-//-

13/03

Juízo Local Cível de Sintra

Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste

Proc. nº 767/22. 4T8SNT Exmo. Senhor Juiz de Direito


Construções Carlos, (Morada, etc.) melhor
identificado nos autos referidos, vem
apresentar Contestação, o que faz
invocando os seguintes factos e argumentos:

Da INCOMPETÊNCIA EM RAZÃO DO TERRITÓRIO:

1. A Ré é uma empresa de construções com sede no Estoril, conselho de Cascais.


2. Em fevereiro de 2020, foi contactada pelos A., solicitando-lhe a elaboração de um
orçamento para construção de uma piscina exterior, com as medidas de 6m de
comprimento e 3m de largura tendo a Ré prontamente realizado e entregue os mesmos
aos A.
3. Destina-se, assim, a presente ação a exigir, primariamente, o cumprimento pelo Réu
das obrigações contratuais, nomeadamente a eliminar os, alegados, defeitos da obra e
também que proceda à anulação da fatura nº. 25/2020 datada de 21/09/2020.
4. Sucede, porém que, como resulta evidente da douta p.i., o Réu tem domicílio em Estoril,
Concelho de Cascais, que integra a área territorial de competência da Comarca Tribunal
Judicial Da Comarca De Lisboa Oeste, nos termos do Mapa III anexo ao Dec. Lei 49/2014
de 27 de Março
5. Ora, nos termos do artigo 71º, nº1, “a indemnização pelo não cumprimento ou pelo
cumprimento defeituoso e a resolução do contrato por falta de cumprimento é proposta no
tribunal do domicílio do réu, podendo o credor optar pelo tribunal do lugar em que a
obrigação deveria ser cumprida, quando o réu seja pessoa coletiva ou quando, situando-se
o domicílio do credor na área metropolitana de Lisboa ou do Porto, o réu tenha domicílio na
mesma área metropolitana.”
6. Pelo que podemos concluir que este Tribunal é incompetente territorialmente para julgar
esta causa.
7. Nos termos dos artigos 102º e 103º do CPC, “a infração das regras de
competência fundadas…na divisão judicial do território …determina a incompetência
relativa do Tribunal”, o que deve ser arguido pelo réu no prazo fixado para a
contestação.
8. Devendo, ouvido o A., em 10 dias, nos termos do nº 1 do artigo 103º do CPC,
ser declarada a incompetência do Juízo Local Cível da Sintra e ordenada a
remessa dos autos ao Juízo Local Cível de Cascais, por ser este o competente, nos
termos das disposições supra mencionadas.

Por IMPUGNAÇÃO
9. Ao contrário do que os A. Alegam na PI, é falso que a R. não tenha respeitado o acordado
entre as partes, alias, aconteceu exatamente o oposto.
10. Acontece que, os A. aceitaram os valores constantes do orçamento supra mencionado
(Doc. 1) e adjudicaram a obra, em junho desse mesmo ano.
11. Durante este hiato temporal, surgiu a primeira vaga da Pandemia (Covid-19), o que
encareceu o preço do material necessário para a realização da devida construção, bem
como, despesas adicionais com medidas de prevenção para segurança dos trabalhadores,
tendo-se estimado um aumento de €7.500,00.
12. Após notificar os A. deste aumento, verificou que estes não estavam dispostos a pagar
mais do que o valor apresentado no orçamento inicial, e por isso acordaram reduzir as
dimensões da piscina de 6m de comprimento para 4m, mantendo-se a largura igual (Doc.2)
13. Para além disso, as partes acordaram num prazo de 4 meses para a realização da obra,
bem como um preço de €30.000,00, dividido por 3 tranches no valor de €10.000,00, a ser
pagas no início, meio e fim da realização da obra (Doc. 2).
14. As obras iniciaram-se em julho de 2020 e decorreram nos 2 meses seguintes, avançando
ao ritmo expectável.
15. Tendo os donos da obra já pago 2 das 3 tranches acordadas (Doc. 3 – faturas).
16. Os donos da obra, sempre tiveram acesso à obra e mantiveram-se sempre a par do
desenrolar da mesma.
17. Acontece que, em finais de setembro, encontrando-se já a obra na sua fase final, faltando
apenas na piscina a colocação de ralo de fundo, máquinas e bomba, inexplicavelmente a
R. deixou de ter acesso à obra.
18. Pois os A. mudaram a fechadura do local e nunca atenderam as chamadas da Ré apesar
das diversas tentativas de contacto por parte da mesma.
19. Consequentemente, a R. interpelou os A. por carta registada, no início do mês de outubro
(datada de 02/10/2020 – Doc. 4) , comunicando-lhes que tinha perdido o acesso à obra.
20. Mais informou, que conforme discriminado na fatura 25/2020 datada de 21/09/2020, que já
tinha despendido €5.000,00 em componentes para a finalização da piscina.
21. Conjugando todos estes factos, apenas atuando de má-fé, se pode conceber que a R.
faltou com alguma das suas obrigações, visto que o seu “incumprimento” se deve, única e
exclusivamente, à conduta dos A. ao lhe vedarem o acesso à obra.

Da EXCEÇÃO PERENTÓRIA
22. A presente ação tem no seu âmago, a eliminação dos defeitos da obra, nomeadamente o
aumento do comprimento da piscina, não fosse essa a única preocupação dos A. durante
todo o decorrer da obra, ignorando elementos que, de facto, ficaram por aplicar,
nomeadamente, a colocação de ralo de fundo, máquinas e bomba.
23. Atendendo ao pedido dos A., e ficcionando por mera hipótese académica, que o tamanho
da piscina é um defeito, tal direito já não pode ser arguido pelos A.
24. Pelo disposto no artigo 1220º do C.C, “O dono da obra deve, sob pena de caducidade dos
direitos conferidos nos artigos seguintes, denunciar ao empreiteiro os defeitos da obra
dentro dos trinta dias seguintes ao seu descobrimento”, não só não denunciaram qualquer
defeito na obra, como não existiu nenhuma interpelação para realizar a obra com as
medidas originalmente acordadas, este direito não só está caducado, pelo pressuposto de
que existiu de alguma forma ou feitio, denuncia à R., como de facto, nunca existiu.
25. Visto que não existiu qualquer interpelação nesse sentido, e sendo este o ponto fulcral da
ação intentada pelos A., é claro que estamos perante uma exceção perentória, nos
termos dos dispostos no artigo 576º nºs. 1 e 3 do CPC, devendo a R. ser absolvido do
pedido.
26. Além de tudo o supra exposto, é de salientar que a R. agiu sempre de boa-fé, de forma
transparente e diligente para com os A., honrando sempre o compromisso celebrado entre
eles.

RECONVENÇÃO
27. A conduta dos A. em não permitir que a R. termine a obra constitui desistência da obra pelo
artigo 1229º do C.C.
28. Pelo mesmo artigo, a R. tem direito a ser indemnizada “…dos seus gastos e trabalho e do
proveito que poderia tirar da obra.”
29. A R. teve despesas no montante de €5.000,00, como consta da fatura nº. 25/2010 de
21/09/2020.
30. Pelo que requerer que a A. seja condenada a pagar a fatura nº. 25/2010 de 21/09/2020, no
montante de €10.000,00.

DE DIREITO
31. O contrato celebrado entre as partes é encontra-se tipificado no C.C. no artigo 1207º,
denominado de “contrato de empreitada”.
32. O empreiteiro deve cumprir com as suas obrigações constantes do artigo 1208º do C.C.
33. A verificação de obra é um encargo do dono da obra, como prevê o artigo 1218º do C.C,
que no nº4 estipula que a falha da verificação ou da comunicação importa a aceitação da
obra.
34. O artigo 1219º do C.C, dita que o empreiteiro não responde pelos defeitos da obra se o
dono a aceitou.
35. O dono da obra, pelo artigo 1220º do C.C, deve denunciar os defeitos que encontrar na
obra 30 dias depois de tomar conhecimento dos mesmos.
36. O artigo 1224º estipula que, “Os direitos de eliminação dos defeitos, redução do preço,
resolução do contrato e indemnização caducam, se não forem exercidos dentro de um ano
a contar da recusa da aceitação da obra ou da aceitação com reserva…”
37. Reforçando que não existiu nenhuma comunicação nesse sentido, antes pelo contrário, e
atenta à forma como os A. agiram deve este pedido improceder

Termos em que deve


a) a) Ser declarada a incompetência deste Tribunal,
em razão de território e ordenada a remessados
autos ao Juízo Local Cível de Cascais.
b) Ser declarada procedência da exceção perentória de
caducidade, que importa a absolvição do pedido
c) Ser julgado improcedente o pedido formulado pelos A.
e o R. absolvido
d) Seja admitida e procedente a Reconvenção,
requerendo-se a condenação dos A. no montante de
€10.000,00 referentes à fatura em divida

E SEJA ASSIM FEITA A HABITUAL JUSTIÇA!


Prova:
a) Documental
 Doc.1 - Orçamento
 Doc.2 – Acordo de redução das dimensões
 Doc.3 – Recibos de pagamento
 Doc.4 – Carta registada
 Doc.5 – Fatura nº. 25/2010 de 21/09/2020.
b) Testemunhal
 Autores
c) Declarativa
 Gerente da Ré

Valor da ação: €30.000,00 (€20.000,00+€10.000,00) 583º nº2

Junta DUC, comprovativo de pagamento

Assinatura
Domicílio
Cédula

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