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Casos Práticos Processo Civil I (Resolvidos)

Ano 2021/2022

1. Tipos de ação

Caso Prático I
Numa escritura pública de compra e venda de uma fração destinada a habitação, pelo
preço de 170 000 euros, paga no ato da escritura, sucede que, volvidos mais de 30 dias
após a referida compra e venda, A não entregou a B a referida fração. Em face disso, B
pretende intentar uma ação visando a sua entrega.
Questão: Identifique o tipo de ação a ser intentada.

Resposta:
O tipo de ação a ser intentada por B será uma ação declarativa (artigo 10º, nº1 do CPC)
de condenação (artigo 10º, nº2 e nº3, alínea b) do CPC), uma vez que A ainda não
entregou a fração a B. O artigo 879º do CC prevê os efeitos da compra e venda sendo
que na sua alínea b), um dos efeitos passa pela obrigação de entregar a coisa. Assim
sendo e uma vez que A não entregou a fração a B, A vai condenar B a entregar-lhe a
referida fração.

Caso Prático II
Suponha que A e B haviam celebrado uma promessa de compra e venda e que A
pretende intentar uma ação com vista a obter a anulação desse contrato, alegando
que foi coagido à sua celebração.
Questão: Identifique o tipo de ação a ser intentada.
Resposta:
O tipo de ação a ser intentada por A será uma ação declarativa (artigo 10º, nº1 do
CPC), constitutiva (artigo 10º, nº2 e nº3, alínea c) do CPC) de extinção, uma vez que A
pretende, através do tribunal, obter um efeito jurídico novo que vai alterar a esfera
jurídica de B, neste caso através da extinção, ou seja, a anulação daquele contrato
promessa de compra e venda.

2. Pressupostos Processuais relativamente ao Tribunal

Caso Prático III


A, residente em Guimarães, foi vítima de um acidente de viação a 07/02/2020 na
cidade de Braga, consubstanciado num atropelamento, no qual foi interveniente o
veículo automóvel “ZX”, propriedade de B, residente em Beja e por este conduzido.
Não tendo logrado alcançar acordo com a Companhia de Seguros “BC, SA” com sede
em Lisboa, para a qual o B havia transferido a responsabilidade civil pelos danos
causados contra terceiros pelo veículo, A decidiu intentar uma ação no Juízo Local Cível
de Guimarães, peticionando a condenação da Ré (BC, SA) no pagamento da
importância do valor de 10.500 euros a título de indemnização pelos danos
patrimoniais e não patrimoniais sofridos em virtude do atropelamento de que foi
vítima.

Questão:
1. Diga se o juízo onde a ação foi intentada é de acordo com os vários critérios de
aferição da competência interna que estudou, o competente para dela
conhecer e julgar.

2. Se o não for indique qual a consequência.

Resposta dada por Vasco Cordeiro


Pelo descrito no enunciado estamos perante um pedido de indeminização pela
responsabilidade civil extracontratual pelo risco.
No que diz respeito à competência em relação da matéria, dispõem os artigos 40º da
LOSJ e 64º de CPC que são competentes os tribunais judiciais em todas as matérias que
não forem atribuídas a outras ordens jurisdicionais, não se tratando de matéria do foro
administrativo, cairá esta matéria no foro dos Tribunais Judiciais. Dentro da
competência Jurisdicional, não sendo matéria penal, será então tratada como matéria
cível, sendo então competente um juízo cível ou genérico. Conforme a distribuição
territorial da respetiva comarca.
Neste sentido, diz-nos o nº2 do art. 71º do CPC que neste caso, em razão do território,
é competente o correspondente tribunal onde o facto ocorreu. Estamos assim perante
o foro obrigacional.
Sabendo nós que o facto ocorreu na cidade de Braga, então pelo referido art. 71º nº2
do CPC, o tribunal competente será um dos juízos do Tribunal Judicial da Comarca de
Braga.
Já em razão do valor, conjugando o disposto no art. 117º nº1 a) da LOSJ com o art.
130º nº2 da LOSJ concluímos que esta será uma matéria da competência de um juízo
local cível ou de um juízo genérico (conforme organização territorial da comarca), pois
o juízo central cível apenas conhece das causas com valor superior a 50 000€. Neste
caso o autor peticiona uma indeminização no valor de 10 500€ que pelo disposto no
nº1 do art. 297º do CPC, será este o valor causa.
No que à hierarquia diz respeito, não cabendo esta matéria no disposto nos art. 68º
do CPC e 73º da LOSJ no respeitante à matéria de competências dos tribunais da
Relação, bem como no disposto no art 69º do CPC e 55º da LOSJ no respeitante à
matéria de competência do Supremo Tribunal de Justiça. Então pelo disposto no art.
67º do CPC e 80º da LOSJ, será esta matéria da competência de um tribunal de
primeira instância.
Pelo acima exposto chegamos à conclusão que o tribunal competente para conhecer
do mérito da causa em apreço, será o Juízo Local Cível de Braga, do Tribunal Judicial da
Comarca de Braga.
Tendo o autor peticionado a causa no Juízo local Cível de Guimarães, esta ação sofre
de uma incompetência relativa, uma vez que este Juízo é territorialmente
incompetente para conhecer do mérito da causa. Tal como nos dispõe o art. 102º do
CPC.
Esta incompetência pode ser arguida pelo réu (art. 103º do CPC) ou de conhecimento
oficioso do tribunal (art. 104º nº1 do CPC). Constitui assim uma exceção dilatória que
leva a que o processo seja remetido para o tribunal competente conjugando o disposto
nos art. 105º nº 3; 576º nº2 e 577º a) todos do CPC.

Resposta da Professora
Na ordem interna, em razão da hierarquia, o tribunal competente seria o tribunal de
primeira instância (artigo 64º e artigo 40º da LOSJ) determinam que são da
competência dos tribunais judiciais, na ordem interna, em razão da matéria, as causas
que não são atribuídas a outra ordem jurisdicional. Assim sendo, a competência dos
tribunais judiciais em razão da matéria é residual. Pelo que seriam competentes os
tribunais judiciais pela circunstância de a questão não se situar em outra jurisdição,
designadamente tribunais administrativos e fiscais (art. 64º e 40º nº1 da LOSJ). Resulta
ainda no disposto no artigo 41º da LOSJ que os tribunais de comarca são tribunais de
competência genérica. (Abrangem qualquer causa não atribuída por lei a outro
tribunal (art. 80º Nº1 da LOSJ) e de competência especializada nos termos do artigo
80ºnº2 da LOSJ. Ora, não pertencendo a questão à competência legalmente fixada
para os tribunais de competência territorial alargada (artigos 111º a 116º da LOSJ),
seria de concluir pela competência do tribunal de comarca (art. 80º nº1 da losj).
Dentro da comarca será competente o juízo local cível ou juízo de competência
genérica ou o juízo central cível em função do valor e do concreto desdobramento da
comarca competente.
Quanto a competência em razão do valor, a distinção que importa é entre as
competências próprias do juízo central cível e do juízo local cível ou juízo de
competência genérica. Juízo central cível (art. 117º nº1 da LOSJ). A sua competência é
delimitada ao valor da causa pois apenas lhe cabe preparar e julgar as ações
declarativas de processo comum de valor superior a 50 000 euros. O juízo local cível e
o juízo de competência genérica (artigo 130º da LOSJ) tem competência residual. Por
fim e quanto à competência territorial, os fatores de atribuição são a constantes dos
artigos 70º e SS do CPC, sendo que no caso concreto seria de aplicar o artigo 71º nº2
uma vez que está em causa uma ação baseada em responsabilidade civil fundada no
risco. Sendo assim, é competente o tribunal onde ocorreu o facto, ou seja em Braga.
De tudo quanto se deixa dito, concluímos que seria competente o tribunal judicial da
comarca de Braga, mais concretamente o juízo local cível de Braga, dado que a ação
tem um valor inferior a 50 000 euros.

3. Prazos para a Contestação

Caso Prático IV
A intenta ação contra B, no juízo local cível de Bragança, B reside em Chaves e o aviso
de receção foi assinado pelo pai no dia 22/11/2021.
Questão:

1. Indique o termo do prazo para B contestar.

Resposta:
Estamos perante uma decisão de citação de pessoa singular (artigo 225º nº1 CPC),
esta citação pode ser pessoal ou edital. No caso referenciado é pessoal, adotando a
forma de citação de escrita na alínea b) do nº2 do artigo 225º do CPC (entrega ao
citando de carta de registada com aviso de receção). O artigo 228 nº2 do CPC
dispõe que a carta pode ser entregue ao citando ou ao outra pessoa diferente. No
caso em epígrafe, foi o pai do citando a assinar o Aviso de Receção. A citação
considera-se efetuada após a assinatura do Aviso de Receção, (artigo 230º nº1).
Como o aviso de receção não foi assinado pela pessoa do próprio citando,
atendendo ao disposto na alínea a) do nº1 do artigo 245º CPC, acresce um prazo
dilatório de 5 dias ao prazo perentório de 30 dias, previsto no artigo 569º nº1,
perfazendo assim um prazo de 35 dias. No entanto, atendendo ao disposto na
alínea b) do nº1 do artigo 245º do CPC, conjugado com o nº4 do mesmo artigo,
deve acrescer ainda os 5 dias previstos na alínea b) do nº1 do art. 245º do CPC, pelo
motivo de a residência do citando ser em comarca diferente daquela em que esta a
decorrer a ação. Ficamos então assim com o prazo global de 40 dias.
Diz-nos o enunciado que o aviso de receção foi assinado a 22 de novembro de 2021.
Não sendo contabilizado este dia, começa-se a contar a partir do dia 23 de
novembro de 2021 (art. 279º alínea b) do CC). A contagem deve ser contínua (inclui
sábados domingos e feriados), suspendendo-se no período de férias judicias (artigo
138º nº1 CPC). Posto isto, e como já atrás referimos, vamos iniciar a contagem a 23
de novembro de 2021 e contar continuamente até 22 de dezembro de 2021, altura
em que o prazo suspende ate 3 de janeiro de 2022 devido a férias judiciais (art.
138º nº1 CPC, conjugado com art 28º da LOSJ). Retomamos então a contagem a 4
de janeiro de 2022. Terminado o prazo a 14 de janeiro de 2022, data até a qual o
citando tem o direito à contestação sem o pagamento de multa. No entanto, e
mediante o pagamento de multa, o citando poderia ainda apresentar a sua
contestação nos dias 17, 18, e 19 de janeiro de 2022 (artigo 139º nº 5 CPC).

2. Suponha agora que C, também residente em Chaves, foi também notificado


assinando o aviso de receção, o seu pai, a 29 de novembro de 2021. Diga se
manteria a mesma resposta.

Resposta:
A resposta não seria a mesma, porque havendo mais do que um Réu deve ser
aproveitado, por todos os Réus, o prazo mais alargado (artigo 569º nº2 CPC). Neste
caso, o prazo terminaria sem multa a 21 de janeiro de 2022 e com multa a 24, 25 ou
26 de janeiro de 2022 (artigo 139º nº5).
3. Suponha agora, que C foi citado editalmente. Diga se manteria a mesma
resposta.

Resposta:
Neste caso, ao prazo perentório de 30 dias, descrito no artigo 569º nº1 CPC,
acrescentaríamos o prazo dilatório de 30 dias descrito no nº3 do artigo 245º CPC,
perfazendo assim, um prazo de 60 dias. Assim, o prazo sem multa terminaria a 10
fevereiro de 2022. E com multa a 11, 14 ou 15 de fevereiro (artigo 139º nº5).

4. Suponha agora, que o prazo global era superior a seis meses. Como faria a
contagem do prazo?

Resposta:
Neste caso, atendendo ao nº1 do artigo 138º do CPC, a contagem seria igual,
apenas não se suspenderia em período de férias judiciais.

4. Tipos de Ação/Forma, Competência Internacional/Interna dos


Tribunais

Caso Prático V
A, espanhol, residente em Luanda, intentou contra B, italiano, residente no Porto, uma
ação com vista à execução específica do contrato promessa que celebrou com B, em 1
de abril de 2020, por dpa, referente a uma fração autónoma destinada a habitação,
cita em Matosinhos pelo preço de 220 000 euros. Nesse contrato ficou acordado que o
contrato definitivo seria celebrado no dia de 1 de abril de 2021. Acontece que B não
compareceu a escritura e deixou ainda de responder a quaisquer tentativas de
contacto por parte de A. Assim sendo, A por querer não ser mais possível a resolução
extra judicial do litigio, intentou a referida ação. B, em sede de contestação, alegou o
seguinte: - o contrato promessa de compra e venda padece de um erro de escrita dado
que a data acordada para a celebração do contrato definitivo é 1 de abril de 2022.
Assim sendo, falta a A interesse em agir. Alega ainda que é parte ilegítima pois C, sua
mulher, com quem esta casado no regime supletivo de bens, não foi demandada na
ação.
1. Identifique o tipo de ação proposta e a forma de processo.

Resposta:
O tipo de ação que A intenta contra B será uma ação declarativa constitutiva
propriamente dita (artigo 10º nº3 c) CPC), na forma única (548º) de processo
comum (artigo 546º nº1), porque o número 2 do mesmo preceito só é aplicado em
caso especial. Ver artigo 830º do Código Civil.

2. Indique qual o tribunal competente para conhecer e julgar esta ação.

Reposta:
Estamos perante um conflito plurilocalizado, tornando-se necessário averiguar se
os tribunais portugueses são ou não são competentes. O Direito Comunitário é
constante do regulamento, e sabemos que por causa do primado do direito
europeu deve ser aplicado o direito comunitário, na impossibilidade deste, o
interno. Ver artigo nº1 do regulamento relativamente ao âmbito material por ser
matéria cível. Âmbito temporal ou subjetivo cumprido (artigo 6º nº1) mas neste
caso aferimos por outro artigo, o 24º do regulamento atribuindo competência
exclusiva aos tribunais portugueses, porque estamos a falar de um estado membro
onde o imóvel se encontra. Vamos agora para a competência interna (artigo 67º)
aferido em razão da matéria, valor, hierarquia e território. Quanto a matéria será o
tribunal judicial o competente por estar no âmbito do artigo 64º e 40º da losj. Não
compete aos tribunais de competência alargada mas sim aos tribunais de comarca.
A ação tem o valor de 220 000 euros logo será feito no juízo central civil de
competência especializada. Na competência territorial iriamos aplicar a norma (70º
nº1 e 43º losj) tribunal onde se situa o imóvel, Logo é o juízo central cível da Póvoa
de Varzim, do Tribunal da Comarca do Porto, o competente para conhecer e julgar
a ação.

3. Diga se manteria a resposta dada a questão anterior se no aludido contrato


promessa constasse a cláusula seguinte: “para qualquer litígio emergente o
presente contrato promessa serão competentes os tribunais de Itália”.

Resposta:
A resposta seria a mesma porque o pacto de jurisdição estaria a afastar uma
competência exclusiva estabelecida no artigo 24º do regulamento, logo, não
produziria efeito jurídico segundo o artigo 25º nº4 do regulamento.
4. Prenuncie-se quanto aos fundamentos invocados por B na sua contestação
analisando designadamente a sua eventual procedência.

Resposta: (Ainda a rever)

1ª Contestação do réu: Interesse em agir; recorrer a juízo para satisfazer a sua


pretensão. Falar no prof. Manuel de andrade. Referenciar as duas ideologias dele,
ou seja, o facto de ser defensor deste interesse ser pressuposto processual.
Consequência exceção dilatória inominada, logo absolvição do reu da instância.
2ª Contestação: litisconsórcio porque envolve mais do que um sujeito
(litisconsórcio passivo conjugal legal, artigo 34º nº3) por ser uma ação de direitos
patrimoniais e deve ser intentado contra ambos os cônjuges.
A verificar se isto será passível de sanação?
Resposta: Litisconsórcio plural e é sanável segundo o artigo 261º do CPC.
O réu veio arguir uma contestação defesa por exceção dilatória (artigos 577º e) e
278º d)). Trata-se de uma violação de pressuposto passível de sanação?
Suponha que B contestou mas não constituiu mandatário.
Resposta: artigo 40º do CPC, a constituição é pressuposto processual quando é
obrigatória. Mas como foi o réu a não constituir não é pressuposto processual,
porque só é pressuposto processual se for o autor 577º h)
O ato processual fica sem efeito e o juiz notifica o reu a constituir mandatário na
consequência de ficar sem efeito a defesa, art.41º

5. Ações/forma, Competência Interna, legitimidade Passiva, Prazos

Caso Prático VI

A e B casados, sobre o regime supletivo de bens residentes em Aveiro, deram de


arrendamento a B, solteiro e maior, uma fração autónoma destinada a habitação,
correspondente ao primeiro andar, do prédio urbano, em regime de propriedade
horizontal, cito em cascais. O contrato que celebraram em setembro de 2017 e nos
termos do qual a renda mensal acordada foi fixada em 1300 euros. Sucede que C,
deixou de proceder ao pagamento das rendas desde agosto de 2021 e até hoje. A e
B intentaram uma ação de despejo contra C em 12 de novembro do corrente ano
pela qual peticionam a resolução do contrato de arrendamento com fundamento
na falta de pagamento de rendas, entrega imediata do arrendado, livre e devoluto
de pessoas e bens, o pagamento da rendas vencidas e não pagas e uma
indemnização no valor de 5000 euros referente a danos causados pelo réu.
1. Indique a natureza da ação intentada por A e B, a forma de processo e o valor a
atribuir a ação.

2. Indique o tribunal competente, de acordo com os vários critérios de aferição da


competência interna que estudou, para julgar a ação.

3. Partindo do enunciado suponha agora que C é casado com D pelo regime da


separação de bens, ambos residem no arrendado (morada de família) e a
indemnização peticionada pelos autores é de 12000 euros. Diga se alteraria
alguma das respostas que deu as questões anteriores. Se sim, diga em que
termos.

4. Pronuncie se quanto a legitimidade passiva para a ação. Suponha agora que


ação foi intentada contra C e D e quer ambos foram citados por carta registada
com A.R, avisos que D assinou no dia 6 de dezembro de 2021. Indique o termo
do prazo para D apresentar a sua contestação. Presuma agora que D contestou
a ação e alegou que não celebrou qualquer contrato de arrendamento com os
autores e por sua vez C invocou o pagamento das rendas peticionado pelos
autores. Classifique a defesa apresentada por cada um dos réus e enuncie a
consequência daí decorrente.

5. Atendendo a configuração da relação material controvertida indique os meios


de prova a que as partes poderiam lançar mão e o momento ou momentos da
sua indicação

Respostas:
1. Intenta uma ação declarativa de natureza condenatória (artigo 10º nº3, alínea
b)) na medida em que é exigido o pagamento das rendas vencidas, a
indemnização e a entrega do imóvel. Podemos perceber também através do
enunciado que se trata de uma ação declarativa com natureza constitutiva
extintiva (artigo 10º nº3 alínea c)), porque os autores pedem a resolução do
contrato de arrendamento. Esta ação segue na forma única (artigo 548º) de
processo comum (artigo 546º) porque não corresponde a forma de processo
especial. O valor da ação será 44 300 euros após feitas as contas com base no
artigo 298º.

2. Artigo 60 nº2 do CPC; artigo 64º e 40º da LOSJ, logo é uma competência
residual. Artigo 65º. Artigo 66º e 41º LOSJ. Artigo 42º LOSJ e 69º CPC 70º a 84º
CPC. Está em causa ação de despejo, e aplicamos o artigo 70º critério especial –
foro real. O prédio esta em Cascais logo quem julga será o juízo local cível de
Cascais (mapa III da ROFTJ).

3. Mexe o valor da ação para 51 000, vai haver uma alteração na competência do
tribunal em razão do valor. (artigos 117º) que iria ser julgado não no juízo local
cível mas sim no juízo central cível de Cascais.

4. Artigo 34º nº3 e nº1 embora a outorga ser feita só por C, D também vive no
arrendamento logo é uma casa de morada de família. Assim as ações devem
ser propostas a ambos os cônjuges (litisconsórcio necessário legal passivo). C
seria parte ilegítima no processo o que constitui uma exceção dilatória. No
entanto esta ilegitimidade poderá ser sanada com base no artigo 261º com
remissão para o art. 316º e 320º.

Falar no 219º no 225º nº1 e nº2, artigo 230º, ver os prazos dilatórios e
perentórios 139º nº2. O perentório é de 30 dias a contestar da contestação
(artigo 569º). No entanto foi D que assinou logo ao invés de 30 dias terá mais 5
dias por causa de C. (569º nº2). Assim o prazo de C acaba quando acabar o
prazo de D. contagem de 7 a 21 = 15 dias porque de 22 a 3 são férias. Começa
novamente dia 4 de janeiro até dia 18 que faz mais 15 dias. Portanto já temos
30 dias. + Os 5 dias de D = 35 dias. 18 + 5 = 23 Mas 23 calha domingo, logo tem
mais um dia, 24 segunda-feira. Com a multa eram mais 3 dias uteis = dia 27
(artigo 139º nº5). D está a impugnar a veracidade dos factos peticionados pelos
autores. Contestação de defesa por impugnação. (artigo 571º nº 2, 1ªparte)
(defesa direta) há uma exceção perentória extintiva com consequência na
absolvição total do pedido porque D diz que pagou as rendas todas (576º nº3).

5. Resposta de Vasco
Do lado dos autores, estes poderiam laçar mão nomeadamente de prova
documental. Que deveriam juntar aos articulados onde alegam os factos essenciais
que constituem a causa de pedir, conjugando a alínea d) do Nº1 do Art. 552 CPC,
com o disposto no Nº1 do art. 423º CPC. Podem ainda alterar o requerimento
probatório na réplica caso haja lugar a esta, podendo-o fazer no prazo de 30 dias a
contar da notificação da contestação art. 585 CPC. Caso não haja lugar á replica,
pode ainda o autor alterar o requerimento probatório no prazo de 10 dias a contar
da notificação da contestação (art. 552 nº6 CPC) ou na audiência prévia, caso haja
lugar esta (art. 598 Nº1 do CP), Sem prejuízo de os poderem apresentar (os
elementos de prova), até 20 dias antes da audiência final, sob pagamento de uma
multa ou se comprove que não os puderam oferecer com o articulado da petição
inicial (art.423 Nº2 do CPC).
Do lado dos Réus, estes também poderiam lançar mão de prova documental,
nomeadamente comprovando o pagamento das rendas peticionadas pelos
autores. Podendo-o fazer em sede de contestação, ao abrigo do disposto no art.
572º do CPC, conjugado com o nº1 do art. 423º do CPC. Caso o autor replique pode
ainda o réu alterar o requerimento probatório inicialmente apresentado no prazo
de 10 dias a contar da notificação da réplica (art. 572º d)). Os Réus tal como os
autores tem também a faculdade de alterar o requerimento probatório em sede de
audiência prévia, caso haja lugar á esta, aludindo ao Nº1 do art. 598º do CPC, bem
como apresentá-lo até 20 dias antes da data da audiência final mediante o
pagamento de uma multa ou se comprove que os não pôde oferecer antes art.
423º Nº2 do CPC.

6. Verdadeiras e Falsas/comentário

a) A coligação traduz praticamente uma cumulação de várias ações conexas.


b) Nos pedidos subsidiários existe uma hierarquia das pretensões do autor
c) Audiência prévia é por princípio obrigatória.

Resposta:

a) Verdadeiro; visto que os autores se juntam, não para fazerem valer a


mesma pretensão ou para formularem um pedido único, mas para fazerem
valer, cada um deles, uma pretensão distinta e diferenciada, ou no caso de
ser um único autor a demandar vários Réus, fazer valer numa única
demanda os seus direitos relativos a cada um dos Réus.

b) Verdadeiro. Conforme nos dispõe o Nº1 do art. 554º do CPC “Diz-se


subsidiário o pedido que é apresentado ao tribunal para ser tomado em
consideração somente no caso de não proceder um pedido anterior”; ou
seja o segundo pedido apenas é apreciado em caso de improcedência do
pedido formulado em primeiro lugar.

c) Verdadeiro. A audiência prévia apenas não se realiza nos termos previstos


no art. 592º do CPC e é dispensada nos termos do art. 593º do CPC. Ou seja,
realiza-se sempre exceto nestas duas situações.
Comente a seguinte asserção: “é o pedido tal como foi formulado que vinculará o
tribunal quanto aos efeitos que pode decretar a final”.

Resposta de Vasco:
Sobre este tema apraz-me, antes de mais falar em alguns dos princípios estruturantes
do nosso direito processual civil. Nomeadamente o princípio do Dispositivo, do
Contraditório e da igualdade das partes.
Esta afirmação tal como está formulada leva-nos desde logo à primeira parte do nº1
do artigo 3º do CPC, isto porque o referido artigo vincula o tribunal ao princípio do
dispositivo, ficando o tribunal como que à espera que a relação material controvertida
lhe seja dada a conhecer para depois se poder pronunciar sobre ela. Isto é, não pode o
tribunal dar decisão a um conflito de interesses sem que alguém lho tenha pedido
antes. Dá se assim liberdade à parte interessada de impulsionar ou não o processo,
com vista à resolução do conflito. Cabe assim ao autor o ónus de definir a sua
pretensão e de requerer ao tribunal o meio jurisdicional adequado a satisfazê-la.
Formulará o autor essa sua pretensão na petição inicial, dizendo ao tribunal com
precisão tudo aquilo que pretende (art. 552º Nº1, alínea e) do CPC).
É, portanto, este pedido formulado pelo autor que vinculará o tribunal quantos aos
efeitos que podem advir da decisão final. Dito desta forma, dispõe o art. 609º nº1 do
CPC que a sentença não pode condenar em quantidade superior ou em objeto diverso
do que se pedir. Ou seja, a sentença deve limitar-se aos limites pedidos na petição
inicial, não podendo decretar ou efeito, mesmo que legalmente previsto.
É de suma importância referir que a violação do disposto no nº1 do art. 609º do CPC,
causa a nulidade da sentença, pelo disposto na alínea e) do nº1 do art. 615º do CPC.
Sendo a sentença nula por excesso de pronúncia.
Para terminar gostaria de fazer um pequeno exercício de memória:
Ao autor cabe formular e definir a sua pretensão. Este é um direito que lhe assiste,
mas ao mesmo tempo, é um ónus que sobre si impende e cuja insatisfação, total ou
parcial, contra si se reverte.
No dia 10 de dezembro de 2021 A argentino residente em Lisboa celebrou com B
brasileiro residente em Marrocos um contrato de compra e venda de uma
propriedade rustica sita em Évora. O contrato foi concluído por escrito particular
naquela cidade. A pretendia ai desenvolver um empreendimento turístico e
acreditando nas afirmações de B que lhe afiançou que a propriedade já possuía as
licenças urbanísticas e as autorizações administrativas necessárias a execução de
processo. Todavia, assim não era pois grande parte do terreno encontrava-se em
área de reserva ecológica e consequentemente de construção proibida, pelo que A
decidiu intentar uma ação contra B peticionando a anulação do negócio.

1. Determine qual o tribunal competente para conhecer e julgar a ação.

Estamos perante um conflito plurilocalizado uma vez que o litígio tem conexão com
mais do que uma ordem jurídica. Assim sendo haverá que aferir qual a jurisdição
internacionalmente competente para a apreciação da relação jurídica litigiosa. No
direito interno português, a competência internacional dos tribunais portugueses está
regulada nos artigos 59º, 62º, 63º e 94º. No entanto a competência internacional
encontra-se também em regulamentos europeus, que prevalecem sobre as normas de
direito interno, por força do princípio do primado do direito, estabelecido no artigo 8º
da Constituição da República Portuguesa. Referimo-nos assim ao Regulamento EU nº
1215/2012 de 12 de dezembro. Para saber se este regulamento é aplicável, torna-se
necessário analisar os seus âmbitos objetivo, subjetivo e temporal. Comecemos pelo
artigo 1º do regulamento no âmbito objetivo: Diz o seu número 1 que o presente
regulamento aplica-se em matéria civil e comercial independentemente da natureza
da jurisdição. Confirma-se assim pelo enunciado que se trata de matéria civil
cumprindo-se então o âmbito objetivo. De seguida é necessário analisar o artigo 4º do
regulamento no que se refere ao âmbito subjetivo. Este requisito não é cumprido uma
vez que o número 1 do preceito estabelece que as pessoas domiciliadas num estado
membro devem ser demandadas, independentemente da sua nacionalidade nos
tribunais desse estado membro. No caso concreto o Réu não tem domicílio num
Estado Membro, pelo que reiterando, não está cumprido o âmbito subjetivo. Já o
artigo 6º refere que se o requerido não tiver domicílio num Estado Membro, a
competência dos tribunais de cada Estado membro é regida sem prejuízo dos artigos
referidos pela lei desse estado membro. Assim o artigo 24º não é aplicável. Torna-se
necessário assim passar para a competência interna. O primeiro ponto passa por
referir o artigo 59º que estabelece a competência internacional dos tribunais
portugueses. O artigo 62º, na sua alínea b) diz que os tribunais portugueses são
internacionalmente competentes quando tenha sido praticado em território português
o facto que serve de causa de pedir na ação, ou algum dos factos que a integram. Isto
porque o contrato foi assinado em território português e António pede a sua anulação.
O artigo 60º nº2 do CPC e o artigo 37º da LOSJ determinam que na ordem interna a
jurisdição reparte-se pelos diferentes tribunais segundo a matéria, o valor da causa, a
hierarquia e o território. O artigo 64º e o artigo 40º da LOSJ estabelece que são da
competência dos tribunais judiciais as causas que não sejam atribuídas a outra ordem
jurisdicional. Quanto ao valor o enunciado não refere o valor da causa, mas se a ação
tivesse valor ate 50 000 euros a ação teria de ser intentada numa instância local. Já se
a ação tivesse valor superior a 50 000 euros a ação teria de ser intentada numa
instância central (artigo 66º e 41º da LOSJ). Em razão da hierarquia as ações devem ser
intentadas em primeira em instância salvo ações intentadas contra juízes de direito da
relação ou do STJ. (artigo 67º e 42º da LOSJ). Em razão do território o artigo 80º refere
no seu número 3, 2ª parte que o réu não se encontrando em território português é
demandado no do domicílio do autor. Assim A, vivendo em Lisboa será no tribunal
Judicial da Comarca de Lisboa o lugar onde teve intentar a ação. Mais uma vez, como
se desconhece o valor de a ação, se a ação tivesse valor até 50 000 euros a ação teria
de ser intentada no Juízo local cível de Lisboa, e se a ação tivesse valor superior a 50
000 euros a ação teria que ser intentada no juízo central cível de Lisboa.

Atendendo a relação material controvertida, tal como está no enunciado,


indique os meios de prova a que as partes poderiam lançar mão e o momento
ou momentos da sua apresentação, aferição ou alteração.

A fase de instrução encontra-se regulada nos artigos 410º e ss.

Relativamente ao seu objeto, dispõe o artigo 410º que a instrução tem por objeto os temas da
prova enunciados ou quando não tenha de haver lugar a esta enunciação, os factos
necessitados de prova. Por sua vez, à luz do artigo 552º nº2 o autor deve no final da petição
inicial apresentar o seu rol de testemunhas e requerer outros meios de prova. Pode faze-lo
ainda na réplica se houver lugar a ela. O caso em análise e tendo em conta a relação material
controvertida, o autor poderia designadamente apresentar ou requerer os seguintes meios de
prova:

 Prova documental mediante a junção de documentos tais como o contrato de


compra e venda e outros documentos relacionados com os termos da relação
jurídica estabelecida com o Réu (artigo 423 e ss);

 Prova por depoimento de parte, na medida em que o autor podia requerer ao


tribunal o depoimento da parte contrária, indicando desde logo os factos
sobre os quais tal depoimento devia incidir, sendo que este meio de prova visa
obter a confissão pela parte contrária de um facto que lhe seja desfavorável
(artigo 452º), ou seja, que o réu confessasse que era do seu conhecimento que
a propriedade não dispunha de licenças urbanísticas nem autorizações
administrativas.
 Prova por declarações de parte a qual pode ser requerida até ao início das
alegações orais em primeira instância e deve recair sobre factos em que a
parte tenha intervindo pessoalmente ou de que tenha conhecimento direto
(artigo 466º).

 Prova pericial à área da propriedade para saber se aquela zona tinha poderia
ser urbanizável, ou se seria proibida de construção (artigo 568º e ss).

 Prova testemunhal, no máximo de dez testemunhas quanto aos fundamentos


da ação (artigos 495º e ss).

O réu, por sua vez, pode apresentar os seus meios de prova em sede de contestação à luz do
artigo 572º alínea d) e tendo havido reconvenção, caso o autor replique tem o réu ainda 10
dias a contar da notificação da réplica para alterar o requerimento probatório inicialmente
apresentado.

AÇÃO DE DESPEJO:

1000 EUROS DE RENDA * 30 MESES = 30 000€

RENDAS NÃO PAGAS = 4 MESES = 4000€

VALOR DE INDEMNIZAÇÃO 40 000

VALOR DA AÇÃO = 70 000€

CONCLUSÃO: o valor da ação será de 70 000€, porque o valor da indemnização é superior ao


das rendas não pagas. 40 000 + 30 000 Fixos.

A falta de constituição de mandatário por parte do autor ou do réu, quando


obrigatório nos casos do artigo 40ºdo cpc, constitui uma exceção dilatória.
Resposta: falso. Artigo 41º e 577º, alínea h) no caso do autor. Não faria sentido algum que
esta obrigatoriedade fosse por parte do réu.

Nas ações de valor não superior a metade da alçada da relação findos os articulados,
são deixados a disposição do juiz uma serie de opções quanto a tramitação
subsequente da ação.

Resposta: Verdadeiro. Artigo 597º

Há meios de prova cuja força probatória se impõe ao juiz não dispondo assim este de qualquer
margem de valoração quanto a factualidade nele exposta.

Resposta: Verdadeiro. Depoimento de parte que resulte confissão. Havendo outros meios de
prova que ele pode apreciar livremente (466º).

A intentou uma ação declarativa constitutiva extintiva contra B peticionando a


anulação de um contrato promessa de compra e venda celebrado por este. Escolha a
opção correta:

a) A pode ser ouvido como testemunha se a parte contraria o arrolar como tal
b) A pode prestar depoimento de parte mas somente a parte contraria o requerer ou
o juiz ordenar oficiosamente
c) B pode prestar declarações de parte mas somente se a parte contraria o requerer.
d) B pode ser ouvido como testemunha se a parte contraria o arrolar ou o juiz assim
o determinar.

Resposta: B) artigo 452º nº1 e 2.


A autora tem sede em lisboa, a ré tem sede na Finlândia. Pela ação pretende aquele
exigir desta o cumprimento de obrigações emergentes de um contrato de compra e
venda de material cirúrgico, que deveria ser entregue na sede da autora

a) A CITP devera ser aferida pelo nosso direito interno uma vez que a autora tem
sede em Portugal
b) A CITP deverá ser aferida pelas normas do regulamento 1215/2012 decorrendo
que os TP são internacionalmente incompetentes.
c) A CITP deverá ser aferida pelas normas do regulamento decorrendo que os
tribunais portugueses são internacionalmente competentes.
d) Os tribunais portugueses são absolutamente incompetentes para dirimir o litígio
pois a ré tem sede num outro estado membro

Resposta: C) artigo 7º nº1 do regulamento.

Suponha que numa ação de condenação o juiz constatou que os factos alegados pelo
autor na PI o foram de forma insuficiente pelo que proferiu despacho saneador com
valor de sentença pelo qual absolveu o réu do pedido.

a) O juiz podia ter decidido tal como fez pela absolvição do reu do pedido com
fundamento na insuficiência da matéria de fato alegada
b) O juiz não podia ter decidido como decidiu ao invés deveria ter decidido pela
absolvição do réu da instância com fundamento na ineptidão da petição inicial.
c) O juiz não poderia ter decidido como decidiu mas deveria ter proferido um despacho
pré saneador providenciando pelo aperfeiçoamento da Pi
d) O juiz não poderia ter decidido como decidiu deveria ter decidido ao invés julgar a
ação totalmente improcedente.
Alínea c) artigo 590º alínea b) remissão para artigo 560º.

O momento preclusivo para alteração do requerimento probatório é, nas ações


contestadas, a audiência prévia quando a esta haja lugar.
Verdadeiro. Artigo 598º

Por princípio os atos de produção de prova tem lugar na audiência final, todavia
pode suceder que tais atos decorram anteriormente e até fora da audiência final.
Verdadeiro. Artigo 419º

A e B, discutem reiteradamente acerca do uso de uma parcela de tereno utlizada


como caminho, e que separa os prédios rústicos contíguos de que são proprietários.
A, considera que pode passar nessa parcela de terreno porque esta faz parte
integrante do seu prédio, e B, que considera que a mesma parcela integra ao invés o
seu prédio e por conseguinte tem impedido A de usar tal caminho tendo para o
efeito colocado pedras e entulho na entrada. Por essa razão A decidiu intentar uma
ação contra B peticionando que o tribunal declare que B não é o proprietário da
parcela do terreno correspondente ao caminho que separa os prédios de A e B, na
medida em que o mesmo não integra o prédio de B.

1. Identifique o tipo de ação a intentar por A.

Resposta:

No Processo Civil existem dois tipos de ações: As ações declarativas e as ações executivas à
luz do artigo 10º nº1. Diz o número 2 do preceito que as ações declarativas podem ser de
simples apreciação, de condenação ou constitutivas. No caso em concreto a ação é
declarativa, mais propriamente uma ação declarativa de simples apreciação (artigo 3º, a))
em que o autor pretende que seja declarado pelo tribunal que aquele direito não existe ou
que tal facto não ocorreu e não pretende que o tribunal vá além dela. Tratando-se assim
de uma ação de simples apreciação negativa.

2. A petição inicial não foi recebida pela secretaria com fundamento na falta de
constituição de mandatário por A. Comente esta recusa.

Resposta:
No caso em concreto a secretaria não pode recusar a petição inicial uma vez que não foi
violado o pressuposto processual (patrocínio judicial), e o artigo 558º não tem esse
fundamento como requisito de rejeição. Ora, A pode assim reclamar para o juiz à luz do
artigo 559º nº1 a tal rejeição.

Suponha que B contestou alegando que pelo caminho sempre haviam passados os seus avos,
tios, pais e ele próprio o que sucede há mais de 30, 40 e 50 anos. Pelo que tal caminho faz
parte integrante do seu prédio devendo assim improceder a ação que A intentou contra si.

Identifique a defesa apresentada por B.

Resposta:

Através da contestação é dada ao réu a oportunidade de se defender da pretensão formulada


pelo autor na petição inicial. Em suma é a resposta do réu a petição inicial do autor. Segundo o
artigo 572º são elementos da contestação os elencados nas alíneas do preceito. B contesta
assim à luz do artigo 572º nº1 primeira parte, numa defesa por impugnação (defesa frontal).

B na sua contestação arrolou 12 testemunhas sendo que uma delas é A e a outra é a mulher
de A. Requereu o seu depoimento de parte e juntou 3 documentos:

Identifique os meios de prova em questão e pronuncie-se sobre os mesmos.

Resposta:

Prova testemunhal: não deve ter mais de 10 testemunhas. Logo as restantes tem se por não
escritas. Há um impedimento relativamente a A e mulher de A, segundo o artigo 496º. As
partes na causa não podem ser testemunha da causa. 497º (recusa)

Prova por confissão: artigo 452º. B não pode requerer o seu depoimento de parte. Pode sim
pedir as suas declarações de parte.

Prova documental: levantamento topográfico do terreno, fotografias, etc.

Suponha que mais tarde B, constatou que deveria ter solicitado ao tribunal que
inspecionasse o caminho em causa.

Indique o meio de prova em questão e indique o momento até ao qual B o poderia requer.
Audiência prévia (artigo 598º nº1).

Resposta:
Artigo 490º fornecer ao tribunal os meios para realizar essas diligências. Depois é lavrado o
auto com aquilo que o tribunal averiguou. (prova direta. Entre a observação e o facto em si
não se coloca ninguém em intermeio).

Atendendo ao enunciado e ao conteúdo da contestação indique o conteúdo do despacho a


identificar o objeto do litígio e a enunciar os temas da prova.

Objeto do litígio 596º: Através do pedido ou pedidos que são feitos no processo (direito de
propriedade titularidade ou não do caminho)

Temas da prova: factos que estão controvertidos. B faz uma defesa por impugnação de facto.
Dizendo que já os avós, pais, tios e ele próprio passavam no caminho há mais de 50 anos.
Assim os temas da prova é saber se realmente

Comente a seguinte asserção: “ a luz do direito português, a revelia mesmo a absoluta, não
implica a condenação do réu no pedido”.

Tópicos:

Falar da revelia relativa e absoluta. Revelia operante e revelia inoperante delimitar as duas.
Consequências de ambas na tramitação do processo. Encurtamento do processo na operante.
Não implica a procedência do pedido. Exceção perentória e consequência disso.

Ver artigo 598º Nº2!

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