Tipo de ação :
As ações podem ser declarativas ou executivas (art. 10.º, n.º 1, do CPC);
As ações declarativas podem ser de simples apreciação, de condenação ou constitutivas (art. 10., n.º 2, do
CPC);
- No caso em concreto, deve ser intentada uma ação declarativa de simples apreciação positiva, já que os
autores pretendem que o tribunal declare e reconheça que os mesmos são proprietários do prédio rústico
que foi objeto desse contrato e, consequentemente, declare a nulidade do negócio jurídico que foi
celebrado entre Francisco e Guilherme, atento o facto de estar em causa um contrato de compra e venda
de coisa alheia (art. 892." do CC).
Legitimidade ativa e passiva:
- Têm legitimidade ativa, em litisconsórcio necessário natural (art. 33.º, n. 2 e 3, do CPC), Berta, Carla e
Daniel, já que estes herdeiros aceitaram a herança, a qual se mantém em situação iliquida e indivisa (sendo
que a herança ilíquida e indivisa não tem personalidade judiciária); Eduardo não é parte legitima, na
medida em que repudiou a herança;
-Tem legitimidade passiva, em litisconsórcio necessário natural (art. 33., n. 2 e 3, do CPC), Francisco e
Guilherme, já que ambos foram outorgantes do contrato de compra e venda cuja declaração de nulidade
se pretende obter pela via judicial;
- Têm igualmente legitimidade passiva, em litisconsórcio necessário legal (art. 34, n. 1 e 3, do CPC),
Guilherme e Helena, na medida em que está em causa uma ação da qual poderá resultar a perda de um
bem que só por ambos podia ser alienado (art. 1682-A do CC).
Prazos:
219nº1 > (246) > 225nº1 > 225nº6> (223nº3) > dia em que se considera o reu citado
 Notificação – 219nº2 > 247nº1> 248º > 132nº1 > 279b) CC > 138nº1 > dia em que se considera o reu
notificado
139nº1> 139nº2> 569nº1 > 245º > 142º> 279ºb) CC > 138nº1 > 28º LOSJ > 139nº5 > (569nº2)
 Irregularidade de citação – 191nº3
 Não constar prazo na carta de citação – 227º > 191nº1> 200nº1
Ilegitimidade processual plural e 268nº3:
À luz do dever de gestão processual (art. 6.), o juiz tem o dever de providenciar oficiosamente pelo
suprimento da falta de pressupostos processuais suscetíveis de sanação;
- Nos termos dos arts. 576. e 577.0, al. e), do CPC, a ilegitimidade de alguma das partes constitui uma
exceção dilatória;
À luz do art. 278.9, n. 1, al. d), do CPC, o juiz deve abster-se de conhecer do pedido e absolver o réu da
instância quando considere que alguma das partes é ilegítima;
- Contudo, a ilegitimidade processual plural, por preterição de litisconsórcio necessário legal (art. 34. do
CPC), é sanável, razão pela qual o juiz devia ter convidado os autores a suprirem esse vicio, mediante a
dedução de um incidente de intervenção principal provocada, nos termos dos arts. 262.", al. b), e 316. do
CPC;
- Deste modo, o juiz não podia ter decidido absolver os réus da instância, sem antes ter diligenciado no
sentido de suprir o vicio da exceção dilatória, por preterição de litisconsórcio necessário legal, através do
proferimento de um despacho, convidando os autores a suprir esse vicio [arts. 6, e 590, n. 2, al. a), do CPC)
- Verifica-se, por isso, uma nulidade processual, por omissão de um ato que o juiz devia ter realizado e que
teve influência no desfecho da causa, à luz do art. 195.", n." 1, do CPC;
Mesmo não tendo convidado o autor a suprir o vício, o juiz poderia, no caso em concreto, aplicar o regime
previsto no art. 278., n. 3, do CPC (princípio da quebra do dogma do conhecimento prévio dos
pressupostos processuais), já que, no caso em concreto, estava apenas em causa a tutela do interesse de
Helena - a qual, se tivesse tido intervenção na ação, integraria uma única parte processual juntamente com
o seu marido, Guilherme - impondo-se, por isso, o proferimento de uma decisão de absolvição do pedido,
por estarem preenchidos os pressupostos previstos no art. 278.", n. 3, do CPC.
 Eventual desconsideração da falta de pressupostos processuais: é possível que o não suprimento da
falta de pressupostos processuais (sanáveis) acabe por conduzir a um resultado que não a absolvição
da instancia. Através do art. 278ºnº3 (principio da substancia em detrimento da forma), pode ser
possível permitir uma decisão sobre o mérito da causa, condenando ou absolvendo o réu do pedido.
Para isso é necessário que o pressuposto processual violado tenha em vista proteger uma das partes,
sendo essa necessariamente a parte beneficiada pela decisão do mérito.