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Responsabilidade civil contratual

Estamos perante uma situação de responsabilidade civil contratual, uma vez que existe uma relação previa entre as partes e
estamos em matéria de obrigações contratuais. Esta matéria está regulada nos art. 41º e 42 CC, na Croma e no RRI. Para
sabermos qual devemos aplicar é necessário preencher os âmbitos de aplicação. Quanto ao âmbito temporal, contratos
celebrados após 17 de dezembro de 2009 serão regulados pela RRI (28º RRI); contratos celebrados entre 1 de dezembro de
1994 e 17 de dezembro de 2009 serão regulados pela CRoma (17º CRoma) e antes de 1 de setembro de 1994 serão regulados
pelos art. 41 e 42º CC (#...). Quanto ao âmbito material, no caso do RRI – 1º RRI – aplica-se a obrigações contratuais que
envolvam um conflito de leis, excluindo as matérias do art. 1nº2 e 3; no caso da Croma – art. 1º Croma – aplica-se a obrigações
contratuais que envolvam um conflito de leis, excluindo as matérias do art. 1º nº2 e 3 (#...). Quanto ao âmbito espacial, no caso
do RRI é de aplicação automática – 2º RRI - o RRI tem carater universal, ou seja, a lei designada pela norma de conflito do RRI
será aplicada ainda que seja a lei de um estado não contratante; no caso da Croma, é de aplicação automática – 2º CRoma - o
CRoma tem carater universal, ou seja, a lei designada pela norma de conflito do RRI será aplicada ainda que seja a lei de um
estado não contratante (#...).

Estão subjacentes vários princípios fundamentais, nomeadamente o princípio da autonomia da vontade, o princípio da
proximidade, o princípio da proteção da parte mais fraca, o princípio do reconhecimento de efeitos às normas de aplicação
imediata de um Estado que não sendo o Estado da lei do contrato (lex contractus), ou sendo esteja fora do seu âmbito de
aplicação e, por fim, o princípio do reconhecimento de interesses nacionais através da ROPI.

É necessário identificar o âmbito da lex contratus, pelo que no caso da RRI – art. 12º RRI – (apurar qual a alínea aplicável ao
caso e justificar); no caso da CRoma – art. 10º CRoma - (apurar qual a alínea aplicável ao caso e justificar) (#...).

Uma vez apurada a lei, é necessário verificar se não há nenhuma norma especial que se aplique e que resolva a questão. Se
existir, resolvemos pela norma especial, caso contrário resolvemos pela norma geral. (no caso de contrato de trabalho – art. 6º
CRoma ou 8º RRI; no caso de contrato de consumo - art. 5º CRoma ou 6º RRI [Neste caso, estamos perante um contrato de
consumo, sendo que existe uma norma especial para os contratos de consumo, nomeadamente o Artigo 6.º do Regulamento
Roma I. O Artigo 6.º do Regulamento Roma I pretende proteger a aparte mais fraca, o consumidor, pois é a parte com menos
experiência negocial no comércio internacional e com menor organização comparada com o comerciante, que se encontra
numa posição de vulnerabilidade em relação à contraparte, o que motivou esta pretensão. O Artigo 6.º, n.º 1, do Regulamento
Roma I indica que a lei aplicável aos contratos de consumo é a lei da residência habitual do consumidor. No entanto, a aplicação
deste artigo tem alguns requisitos (cumulativos): 1 - Contrato celebrado por uma pessoa singular (foi o caso); 2 - Que celebra
um contrato para uma finalidade estranha à sua atividade comercial ou profissional (é o caso – para fins pessoais, de lazer); 3 -
Tem de celebrar com outra pessoa que atua no exercício das suas atividades profissionais e comerciais (foi o caso, dado que a
agência de viagens Mundivoyage atua no quadro das suas atividades profissionais ou comerciais); 4 - O comerciante tem de
exercer as suas atividades comerciais no país da residência habitual do consumidor ou dirigir essa atividade para esse país da
residência habitual do consumidor (foi o caso, pois tem um estabelecimento em Portugal onde foi celebrado o contrato); 5 - O
contrato tem de estar abrangido pelo âmbito dessas atividades (foi o caso); 6 - O contrato não pode estar excluído nos termos
do Artigo 6.º, n.º 4, do Regulamento Roma I (não está)]; no caso de contrato de transporte de passageiros - art. 5ºnº2 RRI; no
caso de contrato de seguro - art. 7º RRI). Esta norma especial pretende proteger a parte mais fraca, que neste caso é (#...)

Ainda dentro da norma especial, é necessário verificar se há ou não escolha de lei. Se houver escolha de lei têm de verificar-se
os requisitos. No caso da RRI – art. 3º RRI – 1. As partes só podem escolher a lei de um Estado, 2. A escolha pode incidir sobre a
totalidade ou a parte do contrato, 3. A escolha pode ser anterior ou posterior à celebração do contrato, 4. A escolha não pode
prejudicar disposições imperativas da lei do Estado com o qual o contrato tenha todas as suas ligações no momento da
celebração, 5. A escolha pode ser expressa ou tácita – se se verificarem todos há escolha de lei. No caso da CRoma – art. 3º
CRoma – 1. As partes só podem escolher a lei de um Estado (argumento literal retirado do Art 1.º, n.º 1, 2.º e 3.º do RR I), 2. A
escolha pode incidir sobre a totalidade ou a parte do contrato (Art 3.º, n.º 1, in fine, do RR I), 3. A escolha pode ser anterior ou
posterior à celebração do contrato(Art 3.º, n.º 2, do RR I), 4. A escolha não pode prejudicar as disposições imperativas da lei do
Estado com o qual o contrato tenha todas as suas ligações no momento da celebração(Art 3nº 4 e 5, do RR I), 5. A escolha pode
ser expressa ou tácita(Art 3.º, n.º 1, 1.ª parte, do RR I) – se se verificarem todos há escolha de lei.

(Havendo norma especial e escolha de lei, tem de se conjugar) vs (se não houver ou escolha for inválida - conexão subsidiária
– art. 4º RRI ou 4º CRoma)) - conclusão do caso

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