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Conteúdo

Esquema de resolução ............................................................................................................................................................ 2


Âmbitos de aplicação .............................................................................................................................................................. 2
Situações em que não se aplica o Regulamento .................................................................................................................... 3
Artigos 4-7............................................................................................................................................................................... 3
Artigo 8 ................................................................................................................................................................................... 4
Artigo 26 ................................................................................................................................................................................. 4
Normas CPC aplicáveis ............................................................................................................................................................ 4
59 ........................................................................................................................................................................................ 4
62 + 94 ................................................................................................................................................................................ 4
Pactos de jurisdição – competência convencional ................................................................................................................. 4
Tipos de pactos de jurisdição.............................................................................................................................................. 5
Requisitos do pacto de jurisdição ....................................................................................................................................... 5
Competência internacional

Competência: medida da função jurisdicional atribuída a um Tribunal

Competência internacional: é a medida abstrata da jurisdição dos Tribunais de um determinado pais para julgar ações que apresentem
elementos de estranheidade = elementos de conexão/ligação com diferentes ordens jurídicas

Fenómeno da integração europeia: 59CPC estipula que devemos atender aos instrumentos normativos internacionais, nomeadamente,
regulamentos. Se nenhum instrumento nacional for aplicável, a questão fica resolvida pelo CPC, em partícula pelos 62+63CPC59CPC racio:
um dos pilares da EU é a cooperação judiciária, nas suas 2 vertentes: criação da rede judiciária europeia em matéria civil/comercial e da
produção de regulamentos respeitantes à competência internacional

Elementos de estranheidade/de conexão

Os elementos de conexão derivam:

Dos sujeitos: se as partes residem em países diferentes

Dos próprios factos/da causa de pedir/ do objeto do processo: se os factos ocorreram num determinado pais

1ªRegra: sempre que os elementos da relação jurídico-processual tenham ligação apenas c/PT (o autor/réu reside em PT ou os factos
ocorreram em PT), não há lugar a competência internacional pq os Tribunais PT são competentes

2ªRegra: se os elementos da relação jurídico-processual tiverem ligação com + de 1 ordem jurídica, aplica-se competência internacional

Fontes de regras de CI

Fonte primária: autonomia privada (os PJ, se válidos, prevalecem sobre qqr diploma legal)

Fontes normativas: os Regulamentos Europeus prevalecem sobre as normas internas pq têm aplicação direta 288TUE + 8/4CRP

Regulamento 1215/2012

Esquema de resolução
1. Estamos perante uma relação juridica plurilocalizada, isto é, o litigio esta em contacto com mais de uma ordem juridica

2. No CPC a CI esta regulada no 59 (enuncia as fontes de CI), 62-64. No entanto, a CI encontra-se igualmente regulada no regulamento
europeu 1215/2012, que prevalece em nome do principio do primado do DUE (8CRP)

3. Âmbito de aplicação

4. Estamos perante alguma situação em que não se aplica o Regulamento? ATENCAO COMPETENCIA EXCLUSIVA (24) E PACTOS DE JURISDICAO

5. Se o regulamento não disser qual é o país competente, tem de se ver se os TPT são internacionalmente competentes pelo 62 (se for 62-a,
analisar 70ss), 63 (critério inoperante pq é igual ao 24R) e 94 (pactos de jurisdição)

Âmbitos de aplicação
Só se podem aplicar as disposições relativas a competência internacional do regulamento se os 3 âmbitos se verificarem:

Âmbito de aplicação objetivo/material 1

1/1-1ªParte delimitação positiva: é aplicável se o objeto do processo versar sobre matéria civil ou comercial // 1/1-2ªParte delimitação
negativa

1/2 exceções

REGRA GERAL 4/1

REGRAS ESPECIAIS (prevalecem sobre RG) 5 + 7

Âmbito de aplicação temporal 66 68

É aplicável a ações judiciais instauradas a partir de 10/01/2015


Âmbito de aplicação espacial/subjetivo 6

O litigio tem de apresentar elementos de estranheidade juridicamente relevantes p/que haja um verdadeiro problema de CI e se aplique o R

4/1 + 6/1 É aplicável qnd o réu tiver o seu domicilio/sede no território de um EM, independentemente da nacionalidade

6/1 diz ainda que algumas disposições se aplicam independentemente do domicilio do réu:

- 18/1 quando o objeto do processo é uma relação de consumo

- 21/2

- 24 quando versa sobre competências exclusivas (qnd só os Tribunais dos EM têm competência para julgar a ação) Efeito da CE: não
impede outro Tribunal de julgar a questão mas impede a eficácia de um Tribunal que tenha assumido uma CE de outro Estado

- 25 quando existe um pacto de jurisdição entre as partes

Critérios especiais do 7 a 26 que se acrescentam ao critério geral do domicilio do reu – o reu apenas pode ser demandado em Tribunais de
um Estado em que não tem domicilio no caso de se revelar um desses critérios

Situações em que não se aplica o Regulamento


√ Quando estamos perante matérias de consumo, de contratos de trabalho (18/1 + 21/2)

√ Quando estamos perante matérias de CExclusiva (24R) – caso se a intente a ação num T não exclusivamente competente, 27 o T deve
considerar-se oficiosamente incompetente

√ Quando há celebração de um pacto de jurisdição (25)

√ Quando estamos na situação do 6/2

Artigos 4-7
*o critério alternativo/especial do 7 entra em concorrência/concorre paralelamente com o critério geral do 4 p/determinar o TCompetente*

O Regulamento afere a competência consoante o domicilio do réu seja num dos EM ou fora dos EM:

Domicilio intraeuropeu regras:

- 4/1 principio actor sequitur fórum rei / critério geral do domicilio do réu – o réu domiciliado num dos EM deve ser demandado,
independentemente da sua nacionalidade, nos Tribunais do Estado do seu domicilio, mesmo que o autor tenha domicilio num Estado 3º
(aplica-se a regra independentemente da nacionalidade do réu e autor) – concretiza o principio da aproximação e o principio do agressor
(aquele contra quem é interposta ação é beneficiado na medida em que pode litigar no seu Estado)

- 5/1 as pessoas domiciliadas num território de um EM podem ser demandadas perante os Tribunais de um outro Estado se tal resultar de
uma competência especial ou de um pacto de jurisdição // 5/2 contra esses demandados não podem ser aplicadas qqrs outras regras,
nomeadamente, aquelas que nos dts nacionais dos EM, estabelecem competências exorbitantes

Domicilio extraeuropeu regras:

- 6/1 a competência é regulada, em principio, pela lei interna do Estado do foro, sem prejuízo das situações em que não seja exigido que o
requerido tenha domicilio num dos EM, isto é, regras relativas à competência em matéria de contratos de consumo (18/1), contratos
individuais de trabalho (21/2, à competência exclusiva (24) e à competência convencional (25)

- 6/2 contra um demandado c/domicilio num Estado 3º, podem ser invocadas qqrs regras de competência vigentes na ordem interna do
Estado do foro, mesmo que elas sejam consideradas exorbitantes e não possam ser invocadas contra demandados com domicilio num dos
EM

Artigo 7

7 qnd o objeto do processo estiver previsto numa das suas alíneas, o autor pode escolher propor a ação perante os Tribunais de + de 1 pais:

7/1 se o objeto do processo é um contrato (designadamente incumprimento de uma obrigação contratual) – Principio da proximidade

7/2 se o objeto do processo versa sobre matéria extracontratual – Principio da proximidade

QUID 7/2 “local onde é praticado o facto danoso”

LIMA PINHEIRO entende que o artigo abrange tanto o local onde o dano se produz como o local onde ocorre o evento causal, podendo o
autor escolher a jurisdição que quiser
ELSA DIAS defende que se deve localizar o centro de gravidade do conflito entre os bens e os interesses em jogo, devendo-se apreciar tds as
jurisdições em causa e determinar o TCompetente

CASO 21/76 – Handelskwekerig bier BV VS Mines de potasse d´alsace SA diz-nos que:

- há 2 lugares onde se pode socorrer para demandar a contraparte – lugar onde surgiu o dano // lugar onde se sofreu o dano

- Só o dano primário (dano diretamente relacionado com o facto) é relevante (o dano secundário ou indireto não conta)

EX jornal danoso – a informação danosa surgiu numa redação em Espanha (lugar onde surgiu o dano) mas compro o jornal em PT (lugar onde
se sofreram os danos)

EX acidente de automóvel em Espanha e novo dano no Hospital (apenas o T onde ocorreu o dano primário é relevante)

CASO 68/93 TJUE – FIONA SHEVILL

Artigo 8
8 Regra da extensão da competência: nos casos em que é demandado + do que 1 réu, os Tribunais de qqrs dos países são competentes, nos
termos do 4 para conhecer da ação relativamente a todos os réus

Artigo 26
26 é competente o Tribunal do EM em que a ação seja proposta desde que o réu compareça (X aparecer √ praticar atos processuais como
apresentar a sua contestação), salvo se tiver comparecido com o único propósito de arguir em competência

EX a ação é proposta no Tribunal de um pais que não é internacionalmente competente, todavia, o réu comparece no Tribunal e contesta a
ação: o Tribunal considera-se internacionalmente competente – considera-se um pacto tácito de jurisdição

Competência interna

Normas CPC aplicáveis


59
59 diz que p/que TPT seja internacionalmente competente p/apreciar o litigio, é necessário que entre o litigio e a ordem juridica pt haja um
elemento de conexão considerado pela lei como relevante p/justificar o julgamento desse litigio:

62 + 94
Critérios = elementos de conexão

62a critério da coincidência – sempre que, por aplicação dos critérios previstos nos 70-82 + 80/3, os Tribunais competentes forem os TPT,
os TPT são internacionalmente competentes (remete para as regras da competência interna)

62b critério da causalidade – se um facto que integra a causa de pedir ocorreu em território PT, os TPT são internacionalmente competentes

62c critério da necessidade – critério residual que surge como um principio ius cognes para evitar casos de denegação da justiça: quando
não há a possibilidade de uma parte realizar o seu dt em lado nenhum

94 critério da vontade das partes

63

63 respeita à competência exclusiva mas é praticamente igual ao 24R, por isso, como o 24R se aplica em qqr circunstância (mesmo quando
o réu não tem domicilio num EM, como nos diz o 6), o 63 tem uma aplicação residual/inexistente pq, na prática, não tem utilidade

Pactos de jurisdição – competência convencional

Pacto de jurisdição: contrato celebrado entre as partes cujo objeto é a atribuição/exclusão de CI aos T de um país para o conhecimento dos
possíveis litígios que possam advir da relação jurídica
Tem um efeito atributivo e derrogatório – confere CExclusiva ao T designado e tem como efeito que nenhum outro Tribunal permaneça
competente para apreciar a ação

25R + 94CPC regras cuja função é decidir sobre a validade do pacto, determinado se os pactos são eficazes ou não

25/1 requisitos formais // 25/4 requisitos materiais

Tipos de pactos de jurisdição


Pactos de Jurisdição: regula a CI – atribuem competência aos T de um país

Pactos de competência: regula a CInterna – atribuem competência a um determinado T de um país

*pode ser um pacto simultaneamente de jurisdição e de competência*

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PJ expresso: pactos que expressamente regulam a CI

PJ tácito: 26/1 a comparência (no sentido de prática de atos processuais como contestar) de uma das partes no T de um pais que não é
internacionalmente competente que não tenha como único objetivo a arguição da competência, determina a competência desse T pois
vale como pacto tácito

- não arguindo a incompetência do T qnd o poderia ter feito, este consente na atribuição de CI ao T e o T torna-se competente p/conhecer
do litigio

PJ contemporâneo: quando celebrado na pendência do conflito

PJ integrado: quando já estão integrados no contrato – é uma cláusula de atribuição/privação de CI

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PJ atributivo: quando atribui CExclusiva aos T de um determinado pais – é simultaneamente atributivo de CE aos T de um país e privativo
relativamente aos T de outros países

PJ privativo: quando priva os T de um determinado pais de conhecer o litigio

Requisitos do pacto de jurisdição


Requisitos formais - 25/2-a exigência de forma escrita

Requisitos materiais – 25/4 – os PJ n produzem efeitos se forem contrários ao 15, 19 ou 23 e se tiverem como objetivo afastar a CE do 24

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