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1º. Temos de estar perante o objeto do DIPrivado e estamos se estivermos perante uma situação
plurilocalizada (absolutamente internacional) ou seja, temos de estar perante relações privadas
internacional, um caso que tem contacto com várias ordens jurídicas.
2º Segundo passo é saber se serão os tribunais de Portugal competentes para o caso e, no âmbito desta
cadeira supomos sempre que o tribunal do foro vai ser o de Portugal.
3º: Ora, mas o principio da não-transitividade não nos resolve todos os problemas, só resolve situações
puramente internas e as relativamente internacionais (aquelas que só têm contacto com um
ordenamento, só que essa ordem jurídica não é a do foto). No caos tem contacto com ordenamentos
jurídicos pelo que temos de ir buscar uma regra de DIPrivado, que na sua maioria são regras do método
clássico, as regras de conflito.
Estas são normas de seugndo grau, isto é, normas sobre normas/normas formais que não dão
resolução ao caso (escolhem sim a lei que vai dar essa solução, sendo então regras formais e não
materiais). Estas têm três elementos:
1. Conceito quadro: serve para determinar o âmbito de aplicação daquela norma (é um
conceito jurídico).
2. Elemento de conexão: é a circunstancia que o legislador escolheu como a mais relevante
para determinar a lei aplicável.
3. Consequência jurídica: é a aplicação da lei indicada pelo elemento de conexão à matéria que
foi delimitada pelo conceito quadro.
Diferença entre um conceito-quadro e uma hipótese da norma material: enquanto que as normas
materiais têm hipóteses, situações de vida (por exemplo, “quem matar outra pessoa” ou “aquele que
fizer x”), os conceitos quadros são conceitos jurídicos e, por isso, pode originar problemas de
qualificação (por exemplo, enquanto que separação de bens e pessoas pode significa ruma coisa para a
Leiy, pode ter outro significado para a Leix).
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Notas:
- Nem tudo vai ser regulado pela lei escolhida pela regra de conflito, pois esta deixa de fora tudo o que
não tem influência na decisão a dar e isso são normas processuais. A regra de conflitos só chama o
direito substancial (e não o processual), sendo que em matéria processual aplica-se a lex fori, porque tal
não tem influencia no mérito de causa.
- Lei da nacionalidade: lex patriae.
- Lei pessoal (31º CC): é pessoa (atende às características do sujeito da relação jurídica e não à
localização física), é jurídico (não é percetível pelos sentidos para saber qual é a nacionalidade para o
saber precisamos de aplicar normas)e é movel (porque pode ser alterada).
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Conflitos de nacionalidade
Se a lei e conflitos mandar aplicar a nacionalidade e a pessoa tiver duas, temos que escolher
uma dessas nacionalidades e, para tal, vamos recorrer às normas especiais da lei da Nacionalidade
Portuguesa (artigos 27º e 28º desta lei).
- artigo 27º CC: se uma pessoa tiver varias nacionalidades e uma delas for Portuguesa, a pessoa é
considerada portuguesa, pois há prevalência da nacionalidade da lei do foro (sendo que nestes casos
consideramos sempre que a lei do foro é a portuguesa).
-artigo 28º CC: na primeira parte deste artigo diz que se a pessoa tiver mais do que uma nacionalidade e
nenhuma delas for portuguesa, mas residir, numa das suas nacionalidades, aplica-se-lhe a da sua
residência, pois, em principio, o sujeito terá uma ligação mais forte com esta.
Na segunda parte, este artigos diz que o sujeito, não residindo em nenhum dos países da sua
nacionalidade, o julgador terá de ver qual é o Estado com que tem maior proximidade. Estamos então
perante a consagração judicial do principio da proximidade, emque o legislador passa a
responsabilidade para o julgador, sendo que assim, o caso é apreciado em concreto, para aquela pessoa,
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devendo atender, por exemplo, à língua falada, ao local do seu património, onde celebra os contratos.
No entanto, comporta insegurança jurídica, pois não temos um critério pré-determinado, não há
propriamente uma previsibilidade.
➔ Exceção ao artigo 28º LN: à partia o DIPrivado de cada pais é que decide como resolve o
conflito de nacionalidades, mas há um limite, pois se estiver em causa o exercício de um direito
conferido pela cidadania europeia ( liberdades fundamentais, dirieto de eleger e ser eleito nas
eleições local e do Parlamento Europeu no pais de residência e a proteção diplomática em
países estrangeiros de outros Estados Membros), e se a pessoa tiver a nacionalidade de um
Estado Membro, para efeitos desse direito, tem que ser considerado cidadão europeu. Esta é
uma correção do sistema da Lei da Nacionalidade com estes dois requisitos referidos. Isto é o
que resulta do Acordao Micheletti.
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Nota:
- reenvio prejudicial: mecanismo jurisdicional em que o Tribunal Nacional que estava a decidir veio
invocar uma duvida quanto à interpretação do Direito da União Europeia, suspendendo o processo e
questionando essa duvida ao TJUE.
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- Único (está aqui em causa a regra de conflitos tradicional Savigniana, isto é, indica a lei aplicável
através de um elemento de conexão) ou múltiplo, conforme haja um ou mais elementos de conexão em
determinada regra de conflitos. → A conexão múltipla pode ser:
1. Alternativa: chama varias leis e aplica uma só, o juiz aplicará a lei que satisfizer melhor o
objetivo do legislador, numa ideia de facilitar o reconhecimento das relações jurídicas (protegendo a
legitima expatativa das partes -principio a favor negotti) -ex: artigo 63º e 36º.
2. Cumulativas: o legislador chama varias leis e o julgador aplicará todas. Passa-se o oposto do
sistema de conexão alternativa, pois a conexão múltipla cumulativa, dificulta a constituição de relações
jurídicas, pois, por uma questão de segurança jurídica, a produção de um efeito jurídico está
dependente da concordância entre duas ou mais leis e isto porque o legislador quer evitar situações
claudicantes (aquelas que são reconhecidas num país e não são reconhecidas noutro). Contudo, o autor
frances Batiffol critica este sistema ao dizer que promete mais do que dão, pois, na prática, não se
aplicam as duas leis que são chamadas, mas sim apenas a mais restritiva. – ex: 60º/1/4, 33º/4.
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principal não for concretizável. Ora, nos casos em que o elemento de conexão não é concretizável,
vamos ter de ver o artigo 348º/3 CC que nos dá a solução para estes casos. Assim, devido ao principio da
proibição do non liquet, em que o juiz não pode denegar jusitiça, o legislador diz que, nestes casos, se
deve aplicar a lei do foro. No entanto, esta não é uma boa solução pois corremos o risco de aplicar uma
lei que não tem ligação com o caso e é por essa razão que o legislador utiliza conexões múltiplas
subsidiarias. ex: 52º/2, 41º, 42º
4. Distributiva: chama duas ou mais leis, mas vai aplicar cada uma dessas leis a apenas uma
parte da relação jurídica. Deste modo consegue-se aplicar a lei mais próxima relativamente a cada
aspeto da relação jurídica, com o objetivo de apurar a regra de conflitos, sendo que, ao dividir-se a
relação jurídica facilita-se o seu surgimento, pois os impedimento de certa lei vão aplicar-se apenas a
uma parte da relação. -ex: 49º.
Também podemos estar perante uma cumulação de conexões. Esta é a situação na qual o legislador
utiliza um elemento de conexão, ou seja, só indica uma lei, mas esta é comum a duas partes da relação
jurídica (ex: 52º/1).
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sucessão de normas materiais, pelo que se devem resolver da mesma forma. E, assim, não se trata de
um problema de DIPrivado, mas sim de um problema a resolver pelo ordenamento jurídico competente,
de modo a saber se se admite uma aplicação retroativa.
4. Ferrer Correia: temos de perceber qual o propósito do legislador, se ele queria
aplicar a lei nova ou a lei velha. E para isto, Ferrer Correia deu-nos um critério que diz que:
- se a regra de conflitos estiver a determinar a lei para a validade de uma relação já
constituída, deve aplicar-se a lei anterior
-se a regra de conflitos estiver a determinar a lei para os efeitos atuais de uma relação
jurídica duradoura, deve aplicar-se a lei nova
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Notas:
-Em França há inúmeras regras de conflito unilaterais por dois motivos:
1. Motivos de soberania estadual: o estado manda somente aplicar a sua lei, não tem poderes
para escolher quando se aplica leis estrangeiras.
2. O sistema unilateral é o único capaz de promover a harmonia jurídica internacional,
estabilidade e continuidade das relações jurídicas e o reconhecimento dos direitos adquiridos no
estrangeiro.
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Mas, neste contexto, temos de nos perguntar: se este sistema unilateral é tao bom porque é que temos
regras de conflito bilaterais. Por três razoes:
. Há dois mecanismos que corrigem o sistema bilateral. Por um lado, o reenvio (procura
resolver a desarmonia jurídica internacional – artigo 16º e 19ºCC)
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2. Por vezes, o sistema unilateral gera problemas insolúveis, como o vácuo jurídico, o caso em
que nenhuma das leis tem vontade de aplicação. Ora, Quadri diz que este problema é muito improvável,
não oferecendo solução. Por outro, o seu seguidor De Nova reconhece que o problema poderá vir a
colocar-se e diz que, nesse caso, devemos escolher a lei que melhor salvaguardar as expetativas das
artes. No entanto, assim mata o seu próprio método, pois a sua proposta é retornar ao sistema bilateral.
3. E, num sistema unilateral também podemos estar perante o cúmulo jurídico que se verifica
quando varias leis estrangeiras se querem aplicar. E, neste âmbito, diz Quadri que temos de ter um
critério para escolher uma das leis. Ora, tal como foi dito anteriormente, estamos a retomar ao sistema
bilateral.
→ Logo, o sistema unilateral não serve como método.
De notar que esta identificação de certa norma como norma de aplicação necessária e imediata é feita
pelos tribunais e a doutrina.
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Notas :
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-Lisboa chama à NANI de normas de aplicação imediata, à exceção de Lima Pinheiro que lhes chama
normas de aplicação necessária. Também há quem chame de normas internacionalmente normativas.
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Também há normas materiais especialmente autodelimitadas em sentido estrito, que determinam a sua
aplicação a menos casos do que aqueles a que a lei a que pertencem se aplicaria. ex: a regra de conflitos
manda aplicar a lei portuguesa, mas uma norma destas, exigirá ainda outro requisito, aplicar-se-á a
casos mais limitados.
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Notas:
- Em caso pratico:
1º: ver se o contrato foi celebrado antes ou depois de 1994, se antes aplica-se os artigos 41º e
42 CC, se depois, aplica-se o artigo 3º do Regulamento de Roma I, pois houve uma europeização do
DIPrivado.
2º: senão for aplicável o regulamento e em relação à “outra lei” depende da tese que
seguirmos (problema doutrinal) → explicar a solução de acordo com todas as teses
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Ora, há vários métodos de qualificação. O nosso está consagrado no artigo 15º CC, pois, por
força do pleno consenso da doutrina portuguesa, o legislador cristalizou o nosso método. Assim, o juiz
não pode escolher o método que quer para a qualificação (ao contrario de outros países).
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Neste âmbito é de referir que o nosso sistema não é qualificação lege fori, nem lex causae, é
uma mistura de ambos, pois nós fazemos uma interpretação própria do DIP do foro e própria da nossa
regra de conflitos (lege fori), contudo, para saber que tipo de normas é que temos de chamar
atendemos à lex causa.
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Notas:
-Quando mandamos aplicar uma lei estrangeira, temos de ir ver o que manda fazer o DIPrivado dessa lei
e mencioná-lo no caso prático – normalmente está no enunciado.
- O que é o fórum shopping: é a possibilidade de escolher o tribunal competente para chegar a um
determinado resultado. O efeito negativo consequente é uma espécie de corrida aos tribunais. Está mais
explicado na pg 27 JF
-referir sempre no caso pratico, apos a introdução inicial do problema de qualificação, do principio da
não-transitividade, os conceito-qaudros de cada uma das regras de conflito, etc, temos de referir quais
são as normas materiais potencialmente aplicáveis e qualifica-la e ainda referir que temos de o fazer
segundo o artigo 15º CC (só vamos buscar normas que pelo seu conteúdo e função sejam relativas
àquele conceito-quadro.
- Conexão dependente: em vez de um direito ter, ele próprio, um elemento de conexão, está a associar-
se a outra regra de conflito.
ex: artigo 40º : para sabermos qual é a lei aplicável à prescrição temos de saber qual é a lei aplicável ao
direito que eventualmente prescreveu/caducou. -> está a dizer que não tenho de ver autonomamente
qual é a lei aplicável à prescrição, antes vejo qual a lei aplicável ao negocio e esta aplica-se à prescrição.
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Notas finais:
- O método de qualificação influencia diretamente a solução que se dá ao caso;
-Esta teoria tradicional de qualificação tem desvantagens
- O nosso sistema também tem problemas – ver aulas teóricas.
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Notas:
- ver na sebenta de JF o conteúdo e função das diversas normas, se fornecessario.
- Os regulamentos têm carater geral e são obrigatórios em todos os elementos e gozam de
aplicabilidade direta
- regulamento 650/2012 (Regulamento Europeu das Sucessões): só se aplica a pessoas que morreram
depois de 17 de agosto de 2015 – antes dessa data aplica-se o artigo 62ºCC.
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Conflito de qualificações
→ O nosso sistema chamou ______ leis diferentes (___ e ___) para matérias diferentes, só que
as normas chamadas são incompatíveis (isto porque os direitos civis não são matérias
estanques)
Conflitos positivos de qualificações: No conflito positivo de qualificações aplicamos leis diferentes a
matérias diferentes (até aqui é o nosso sistema ainda não começou o conflito) e as normas que
chamamos dessas duas leis diferentes são incompatíveis.
A resolução a este problema não está no CC, pois este, apesar de estabelecer método de
qualificação português no artigo 15º, não diz como resolver os problemas dos conflitos de qualificações
que é um problema é gerado exatamente por este método. Contudo, sendo este um problema
metódico, fica ao critério do julgador.
Ora, a Escola de Coimbra defende que devemos escolher entre regras de conflitos, pois já que o
problema foi criado pelo DIP, então o problema também deve ser resolvido dentro do DIP, sem
comparar soluções. Contudo, a doutrina de Coimbra também nos diz que tal nem sempre é possível,
mas quando o for que devemos privilegiar uma regra de conflitos face à outra. Falamos a este propósito
nas chamadas hierarquizações das qualificações. E neste âmbito, o Dr Ferrer Correia dá-nos três critérios
que resolvem a grande parte dos casos:
-havendo um conflito entre a qualificação-substancia e qualificação-formal, prevalece
a substância, pois esta é normalmente escolhida por um critério de proximidade, enquanto que a
conexão forma é normalmente orientada por um princípio de favor negotii.
- num conflito entre a qualificação real (lei aplicável aos direitos reais) e a qualificação
pessoal (família, sucessões, estados de pessoas, etc), prevalece a real, pois a ligação das pessoas ao seu
pais de origem é mais frágil do que a ligação das coisas ao pais onde se situam. E, para além disso, de
nada valia fazer prevalecer a qualificação pessoal quando a coisa está situada num país que rejeita essa
solução.
-num conflito entre qualificação matrimonial e a qualificação sucessória, prevalece a
matrimonial, em principio, porque já foi produzindo efeitos ao longo da vida, expetativas, enquanto que
a qualificação sucessória só produz efeitos a partir da morte (salvo uma exceção).
Senão for possível resolver o caso através destes três critérios, temos de hierarquizar as próprias
normas materiais, isto é, vamos escolher entre normas materiais (porque não foi possível escolher
entre regras de conflitos). E, neste caso, recorremos aos critérios gerais de aplicação das leis, em
que a norma especial prevalece sobre a geral.
E se ambas as normas forem gerais ou ambas as normas forem especiais devemos ir pelo
critério do tempo e, com efeito, a norma posterior (mais recente) derroga a norma anterior,
partindo do pressuposto que estão ambas a vigorar.
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Conflitos negativos de qualificações: estamos a aplicar leis diferentes a matérias diferentes e pode
acontecer que não consigamos encontrar nas leis competentes normas da matéria pela qual foram
chamadas. No fundo não há regras para resolver o problema. O juiz pelo princípio da proibição do non
liquet, não pode não dar uma solução ao caso. *** está na pg 54/55 IS melhor explicado:
1º passo: Neste caso vamos, em primeiro lugar, proceder há hierarquização das regras de
conflito, ou seja, temos de ver qual era a regra de conflitos a prevalecer se estivéssemos perante um
conflito positivo. Ora, a lei _____ prevalece sobre ___ . Ou seja, vamos sacrificar o artigo _____, porque
prevalece a lei ______. Assim prevalece o artigo ____.
2º passo: ver pg final pg 54, inicio 55 IS
3º passo: Assim temos fazer uma qualificação subsidiária do artigo ___ que é uma forma de
adaptação. O juiz tem autorização para modificar o sistema de modo a conseguir aplicar a solução da lei
_____. Vejamos: não estamos a conseguir aplicar a norma da lei _____ porque ela foi chamada para
regular _______ e só tem uma solução _____.
Então, o juiz pode ficcionar, para este caso, que a norma ______ aplicável é uma norma de
_____ e aí já pode aplicar a norma.
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Notas:
- Em frança continua a aplicar-se o sistema lege fori (teoria traidicional da qualificação) de Ago porque
nunca gera conflitos de qualificações (problema exclusivo do nosso método). Contudo, a doutrina
portuguesa responde a esta argumento, afirmando que o problema do conflito de qualificações
raramente se verifica e quando se verifica tem solução; já os quatro problemas da dupla qualificação
acontecem sempre e não têm solução.
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Reenvio-coordenação (vou só expor a teoria por nós adotada ou como nós fazemos o reenvio,
depois ver nas teóricas TM)
O nosso sistema de reenvio é um reenvio de coordenação, sendo uma posição pragmática
sobre este, pois utilizamo-lo como técnica para atingir a harmonia jurídica internacional (vai verificar
caso a caso se aceita o reenvio e só o aceita quando ele promove essa harmonia).
A regra geral está no artigo16º CC em que temos positivado um sistema de desfavor de reenvio
e, segundo este, em principio, não se aceita o reenvio, a menos que isso promova a harmonia jurídica
internacional, ou seja, salvo se outra coisa estiver nos artigos seguintes. Assim, para sabermos se
podemos aceitar ou não o reenvio temos de ir ao artigo 18ºCC, norma de retorno (direto ou indireto) ou
ao artigo 17º, norma de transmissão de competência (simples ou em cadeia). → IS exames ver a posição
de Ferrer Correia e batista pg2
→Para sabermos se há ou não harmonia jurídica internacional temos que começar por ver a última lei
pois o nosso sistema só decide depois de saber o que é as leis dos outros países consideram
competente.
Artigo 18ºCC: exige a aceitação do reenvio quando a lei indicada pela regra de conflitos devolver para
o direito interno (MATERIAL) português a competência (o que nos interessa é que os tribunais
competentes estejam a aplicar a lei material portuguesa) e, senão aceitarmos o reenvio vamos então à
regra geral do artigo 16ºCC.
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Assim, o legislador só aceita o reenvio se houver harmonia jurídica qualificada, isto é, se as duas
leis mais relevantes para a pessoa quiserem este reenvio ****dizer sempre se estas estão de acordo por
escrito no exame*** ; caso contrário,mesmo que se tenha de prejudicar a harmonia jurídica
internacional, falha o reenvio, sendo que o legislador insiste em aplicar a lei da nacionalidade.
→Como é que isto se opera? Quando aceitamos o reenvio do artigo 18ºCC e estamos em estatuto
pessoal temos de ver o artigo 18º/2 CC, que tem os requisitos adicionais alternativos para a aceitação do
reenvio (bastando que um deles esteja preenchido). Assim, se estamos em matéria de estatuto pessoal,
a lei portuguesa só é aplicável (só fazemos o reenvio) se:
1. O interessado residir em território português;
2. Ou se a lei do país da residência considerar competente o direito interno português.
No entanto, nos casos de estatuto pessoal, o reenvio só pode ser aceite se houver harmonia
jurídica internacional qualificada, senão houver insiste-se na aplicação da lei da nacionalidade.
Ora, no artigo 17º/2 CC, há duas causas de cessação do reenvio alternativas:
1. O interessado residir habitualmente em Portugal;
2. Ou cessa ainda o reenvio se o país da residência estiver a aplicar a lei da
nacionalidade.
→ Se nenhuma destas causas se preencher aceitamos o reenvio; por outro lado, se uma destas causas
se preencher cessamos o reenvio e voltamos para a regra geral do artigo 16º CC
O artigo 47º CC, tal como o artigo 17º/3 têm um afloramento direto de Zitelmann, o principio da maior
proximidade.
Isto é, o nosso legislador escolhe uma única lei para regular uma universalidade de bens, no entanto,
pode ocorrer o problema de, ao aplicarmos uma única lei para regular uma universalidade de bens,
estarmos a correr o risco de as nossas decisões sobre esta matéria não serem reconhecidas no pais em
que as coisas estão.
→ Assim, quando estamos a escolher uma lei para uma universalidade de bens (ex: para regular a
capacidade para dispor de bens), às vezes devemos abdicar da lei que tínhamos escolhido para a
universalidade, e submeter para a capacidade de certos bens imoveis a lei da situação da coisa.
→ O objetivo é então garantir que a nossa decisão produza efeitos no país da situação do imóvel.
Temos 2 acessões:
1. Acessão material (restrita): só abdicamos da lei que tínhamos escolhido, quando a lei da
situação da coisa tenha um regime material especialíssimo para aquele bem. ** exemplo desta acessão
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no final da pg 63 e inicio da pg 64 IS ** → Estas nomas especiais são tao importantes para o país da
situação da coisa que são normas de aplicação necessária e imediata.
2. Acessão ampla-conflitual: abdicamos da lei que tínhamos escolhido pela lei da situação da
coisa, se a sua regra de conflitos estivermos a remeter para si própria, isto é, se esta se considerar
competente. *****pg 64 IS exempo*** → Esta ultima acessão não vigora em Portugal, estava no
projeto do CC, mas não foi adotada. Escolhemos a lei da nacionalidade sempre, porque diz Ferrer
Correia que mesmo que abdicássemos, isso não era condição nem necessária nem suficiente para o
reconhecimento de sentenças estrangeiras, isto é, senão aplicássemos essa norma especial haveria uma
grande probabilidade de a nossa decisão não ser lá reconhecida.
ANTIGO CC: Ora, no anteprojeto do DIP do CC havia uma norma na qual se dizia que devia vigorar o
princípio da maior proximidade da aceção ampla quando isso se revele necessário e suficiente ao
reconhecimento das nossas decisões. Assim, em casos em que fosse necessário e fosse suficiente
vigorava o princípio. Essa norma saiu do Código o que significa que em Portugal não vigora o princípio
da maior proximidade na sua aceção ampla. Não obstante haver casos em que é necessário e suficiente,
não há nenhuma norma que nos diga isto. Por isso, não vigora o princípio da maior proximidade na sua
aceção ampla
Ora, o princípio da proximidade vigora em Portugal, talvez na acessão mais restrita, não decisivamente
na versão conflitual, mas nesta versão, com 2 afloramentos:
1- Afloramento indireto – por força do reenvio, o artigo 17º/3 reativamos o reenvio cessado
pelo 17º/2 se estiverem verificados 3 requisitos:
1.1. se estivermos numa das matérias neste artigo elencadas;
1.2. se a lei nacional indicada pela norma de conflitos esteja a devolver para a lei da
situação dos bens;
1.3. e que a lei da situação dos bens se considere competente
→ Neste caso passamos de novo a aplicar o reenvio, sendo a L__ a lei comptente.
→ Porque é que este é um afloramento indireto? Na realidade é a lei da nacionalidade que está a ceder
face à lei da situação da coisa. Ora, a lei da nacionalidade era a lei mais importante para nós. Assim, se é
a própria lei da nacionalidade que se inclina perante a lei da situação da coisa, então devemos reativar o
reenvio e passar a aplicar a lei da situação da coisa.
2- afloramento direito- Há uma única regra de conflitos que consagra o principio da maior
proximidade na sua aceção ampla, o artigo 47º, cujo conceito-qaudro é a capacidade de constituir
direitos reais. Ora, se esta regra não existisse aplicaríamos a lei da nacionalidade presente no artigo
25º, portanto, o artigo 47º CC é uma regra especial em relação ao artigo 25ºCC (que tem então
capacidade geral). Neste caso temos de ver em que condições é que este artigo manda abdicar da lei
que tínhamos escolhido para aplicar, em favor da lei da situação da coisa (desde que esta se considere
competente, de contrario aplicamos a lei pessoal). → Leitura do artigo: à partida é aplicável a lei pessoal
que tínhamos escolhido, mas vamos abdicar dela em nome da lei da situação da coisa se esta se
considerar competente.
➔ Três questões sobre esta matéria que são sempre colocadas nas provas orais:
1. Por que é que isto é um afloramento indireto do princípio da maior proximidade?
Porque não foi a nossa regra de conflitos que mandou aplicar a lei da situação da coisa, foi a L2
(a lei da nacionalidade).
2. Qual é a aceção do princípio da maior proximidade que aqui em causa? Porque é
que abdicamos de aplicar a lei da nacionalidade? Foi porque a lei da situação da coisa tinha um
regime material especial para certos bens (aceção restrita), ou foi porque a lei da situação da
coisa se considerou competente? Se considerava competente, então, é na sua aceção
ampla/conflitual.
3. Por que é que o nosso legislador consagrou o art. 17º/3 CCiv., embora não vigore
em Portugal nas outras matérias todas? No sistema que consideramos o mais importante,
aplica-se a lei da situação da coisa - vigora o princípio da maior proximidade. Então, não temos
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autoridade para o negar, quando é a lei nacional (a lei mais importante) que o tem. Se for a
própria lei mais importante a tê-lo, a inclinar-se face à lei da situação da coisa, temos que
aplicá-lo (por motivo de reconhecimento de decisões).
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Notas:
- Retorno indireto: ex: L1 -> L2; T2 -> L3; T3 -> L1 → Ou seja, a L2 manda aplicar indiretamente a lei
portuguesa (no caso).
-Retorno direito: a lei estrangeira que consideramos competente remete o problema para a lei
portuguesa
- Porque é que não faz sentido nenhum dizer que este princípio (da maior proximidade) se aplica aos
direitos reais? Porque nós já aplicamos aos direitos reais a lei da situação da coisa. Então, este princípio
aplica-se a outras matérias que não aos direitos reais: regime de bens; sucessões; relações entre os
cônjuges; etc.
- Regulamento de Roma II: substitui o artigo 45ºCC para os factos ocorridos depois de 11 de janeiro de
2009. Ex: pg 71 IS, caso pratico 17
- Cláusula de exceção fechada: o artigo determina logo, à partida, a lei aplicável (ex: artigo 45º/3 que
exceciona o artigo 45º/1) ≠ cláusula de exceção formais: vale por razões de proximidade.
- Que princípios vigoram no nosso sistema de reenvio?
1. Harmonia jurídica internacional (princípio base)
2. Harmonia jurídica qualificada (funciona normalmente como um limite ao reenvio)
3. Princípio da maior proximidade (na sua aceção ampla, reativação do reenvio)
4. Princípio do favor negotii (veremos à frente)
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Devolução simples: é um sistema favorável ao reenvio. Quando se remete para uma lei não é
necessariamente para aplicar as normas materiais dessa lei, é para aplicar a lei que a regra de conflitos
dessa lei estiver a indicar (por outro lado, o sistema clássico de reenvio manda aplicar a lei que a regra
de conflitos da lei designada indicar).
Regulamentos da UE
Quando recorremos a Regulamento da União Europeia não é aplicável o sistema Português de
reenvio.
Estes dizem que não há reenvio, só há referencia material, com a única exceção do
Regulamento das Sucessões, que tem um sistema semelhante ao nosso.
Os Regulamentos da UE têm vindo a eliminar o conflito de sistemas, pois vai desaparecendo o
problema de reenvio (a mesma lei que se aplica em França vai ser a mesma que se vai aplicar em Itália),
os regulamento uniformizam a lei aplicável.
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Notas:
- lex rei sitae: lei onde a propriedade está situada
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Se ele reenviar para Portugal: No entanto, a lei portuguesa tem um sistema de reenvio
coordenação que decide que lei é que vai aplicar depois de ver as leis que os ouros sistemas vão aplicar
(ciclo vicioso). Ora, independentemente do que façamos a harmonia jurídica internacional vai estar
salvaguardada (é indiferente para o Tribunal Inglês qual a lei que vamos aplicar, pois se decidirmos
aplicar a L1, o Tribunal Inglês aplica a L1 e se aplicamos a L2, ele aplica a L2).
- Batista Machado: afirma que, já que, a harmonia jurídica internacional está salvaguardada
podemos fazer funcionar o principio da boa administração da justiça, isto é, o juiz deve aplicar a
lei que melhor conhece. Estamos então a aceitar o reenvio. Contudo, não esquecer, que se
aceitarmos o reenvio de um estatuto pessoal temos de ir ver os requisitos do artigo 18º/2 CC.
Esta tese tem como vantagens o facto de o juiz aplicar a lei que conhece melhor e costuma ser
a tese seguida pelos tribunais inferiores.
Nos caso de haver uma deslocação da relação jurídica (mudança do elemento de conexão)
Este é um problema dos elementos móveis, o prolema do conflito móvel ou da sucessão de
estatutos (ex: a regra de conflitos antes, à data da celebração do casamento indicava a lei francesa, e
agora indicou a lei luxemburguesa. Qual é a conexão relevante, a lei nova ou a lei comum? Como se
resolve o conflito móvel?)
Ora, segundo Ferrer Correia temos 2 notas a ter em conta:
1. Para algumas regras de conflitos, este problema não se coloca, uma vez que o
legislador cristalizou/imobilizou o elemento de conexão (ex: 53º).
2. O problema só se coloca nas situações em que ele não imobilizou (ex: 52º). Nestes
casos, Ferrer Correia diz, que à partida, se o legislador não imobilizou o elemento de conexão, é porque
a regra de conflitos indica a lei nova/mais recente. Salvo se estivermos a falar da validade de relações
jurídicas constituídas no passado, sendo que aqui vale a lei antiga. – mais atras também tem esta
materia, procurar “crist”
É muito raro o exame em que não se coloca o conflito móvel - ele não aparece claramente,
aparece dissimulado (antes residiam num lado, e agora noutro, e isto acontece frequentemente por isso
temos de saber qual a lei que está a ser mobilizada pela regra de conflitos)
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Notas:
Caso pratico inicio: Tudo começa em saber se estamos ao abrigo desta disciplina - se é uma situação
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IMPRIMIR: Regulamento 593/2008; Regulamento 1259/2010 (sobre o divorcio quando for depois de 21
de junho de 2012)
Conexão dependente: é uma regra de conflitos que não tem elemento de conexão, e fica a depender de
outra regra de conflitos (ex: artigo 55º remete para o 52º)
Artigo 1790ºCC: a doutrina toda concorda que esta é uma norma sobre divórcio (no entanto, no exame
dá-se a cotação toda se dissermos regime de bens, temos é de acertar nos fundamentos)
«Quase todos os sistemas africanos têm referência material exceto Angola, Moçambique, Cabo Verde e
companhias limitadas - porque lá vigorava o nosso CCiv. com o nosso sistema de reenvio
Questões processuais
Em questões processuais aplicam-se sempre as normas processuais do foro (as regras de
conflito são só para as normas substanciais) porque não são relevantes para o mérito da decisão (ex:
saber quantas testemunhas há, qual o prazo da petição inicial, saber o que pode estar na contestação,
etc).
Por outro lado, no âmbito das presunções não vale a lex fori, pois tratamos as presunções de
culpa como direito material, e assim só aplicamos as da lei competente indicada pela regra de conflito.
Isto porque as presunções têm influencia no mérito da causa.
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Vera Lemos
simples. Para aceitar o reenvio da transmissão de competências em cadeia (para que fizesse sentido),
era preciso estende-lo teleologicamente e exigir 2 requisitos:
1. Que a L4 (visto que a transmissão em cadeia tem de ter, pelo menos, 4 leis) se considere
competente (resulta diretamente da letra do artigo).
2. Que a referencia da L2 para a L3 seja uma referência global, ou seja, uma devolução simples
ou uma dupla devolução (não pode ser uma referencia material, isto é, hostil ao reenvio)
→Não se verificando os requisitos do artigo 17º/1 não se aceita o reenvio. E, nesses casos vai-se para o
princípio geral do art. 16º CCiv. onde se diz que, em falta de preceito em contrário (arts. 17º e 18º
CCiv.), fazemos uma referência material. No fundo, se o reenvio não promovia a harmonia jurídica
internacional, então aplicamos a lei que quereríamos aplicar
De notar que, em alguns casos que tenhamos aceite o reenvio, por vezes, o legislador trava esse reenvio (causas de
cessação do reenvio: 17/2). Isto, porque, se estivermos perante um caso de estatuto pessoal, o reenvio só pode ser
aceite se houver HJIQ (é o acordo entre as 2 leis mais qualificadas/importantes quanto à lei a aplicar - a lei da
nacionalidade e a lei da residência) e, senão houver, o legislador assegura que a lei que se vai aplicar é a lei que a
pessoa melhor conhece, a lei da nacionalidade.
→ Assim, o fundamento do nosso sistema de reenvio é a harmonia jurídica internacional e se este não se verificar,
nós paramos o reenvio.
No entanto, Ferrer Correia, diz que a HJIQ é um fundamento autónomo de reenvio (posição da
jurisprudência). Lima Pinheiro discorda, afirmando que, de facto, devia ser assim, mas não há fundamento legal. (pg
65 JF)
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Notas:
Situação em que as coisas estão em mais do que um país e se manda aplicar a lei da situação da coisa.
Nestes casos temos de criar uma transmissão de competências para cada imóvel, ou seja, dividir o
esquema em vários; subdividindo o caso em vários casos (e não uma transmissão de competências em
cadeia ilimitada ex: L20). → Imaginemos o caso em que uma senhora tinha bens em Inglaterra, Bélgica,
Hungria e Dinamarca, fazemos um esquema L1-L2-L3 para os bens de Inglaterra e um esquema igual
para os bens na Bélgica, etc. (Às vezes no exame, com a fúria toda de lá estar porque disseram que era muito difícil,
bloqueamos e acabamos por fazer um esquema do estilo árvore de natal (não é nem retorno, nem transmissão de competências,
é árvore de natal e não há artigo para árvores de natal))
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Princípio a favor negotii
O nosso sistema de reenvio tem vários princípios (harmonia jurídica internacional; harmonia
jurídica qualificada; princípio da maior proximidade), sendo um deles o princípio do favor negotii.
Quando a solução a que chegarmos através do sistema de reenvio for a da invalidade do negócio
jurídico, temos o favor negotii que funciona como limite ao reenvio.
Ou seja, ele existe de modo a protegerem-se as expetativas das partes na validade de um negocio
jurídico à luz de certa lei. Portanto, em nome desta expetativa, o nosso legislador está disposto a cessar
o reenvio, e isto está consagrado no art. 19º/1 CCiv.
Assim, vamos ao art. 19º/1 CCiv ver os requisitos de funcionamento (cessa o disposto no art.
17º e 18º CCiv. - o reenvio -, voltando a valer o princípio geral do art. 16º CCiv.):
1. Se por força do reenvio resultou a invalidade ou ineficácia de um negocio jurídico.
2. E tem desse tratar de um negocio que seria valido pela regra do artigo 16º.
➔ Se estiverem preenchidos estes requisitos cessamos o reenvio. Isto significa que o legislador,
em nome do favor negotii, abdicou do principio da HJI.
Ora, esta resolução simplista é a proposta da Escola de Lisboa. No entanto, segundo a Escola de Coimbra
e Ferrer Correia, tem de haver, efetivamente expetativas das partes, senão não deve funcionar este
artigo. Assim, exige dois requisitos adicionais:
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1. Isto só vale para negócios já celebrados, isto é é para reconhece-los, pois se o negocio for
ainda a celebrar, não há expetativas.
2. E só se as partes contavam que a L___ fosse competente, porque se elas confiassem na
aplicação da L____, não faria sentido validar o negocio. → Mas como é que sabemos que as partes
confiavam na aplicação da L__ ? Ora, temos de saber se as partes foram ver a regra de conflitos do foro
(nos nossos casos, a portuguesa) e só podemos presumir que elas foram ver a regra de conflitos do foro
se, no momento da celebração do negocio, havia algum contacto com a ordem jurídica portuguesa
(podem ter ido ver o reenvio, ou perguntar ao advogado qual era a lei aplicável, etc).
De notar que o princípio do favor negotii está como fundamento autónomo em duas regras de conflitos:
no artigo 36º/2 e no artigo 65º/1 parte final/in fine.
artigo 19.º, n.º 2: não é uma regra de conflitos, mas sim um preceito esclarecedor dos casos em que não
é admitido reenvio, em particular respeitante ao modo como a autonomia conflitual se articula com a
resolução de conflitos de sistemas de DIP por via do reenvio.
Nota.: Por isso que normalmente se diz que a conexão ‘’escolha das partes’’ é uma conexão inimiga do
reenvio, que não é favorável ao reenvio, porque é uma conexão pela sua razão de ser é uma conexão
que não comporta reenvio.
Teoria do reconhecimento dos direitos adquiridos (outro instituto do principio a favor negotii)
Este é um expediente que nos vai permitir reconhecer negócios jurídicos que não são válidos
para a lei competente (e que já foram constituídos no estrangeiro), mas que, o artigo 31º/2, nos mande
reconhecer porque são validas para uma outra lei particularmente relevante, a lei da residência.
Esta teoria está baseada no principio jurídico a favor negotii, uma vez que visa proteger as
expetativas que as partes depositaram no negocio jurídico e que não é valido para a lei competente.
Vigora no DIP português para as matérias de estatuto pessoal (31º/2).
E temos ainda três requisitos doutrinais (porque estes podem não chegar, uma vez que o artigo
31º/2 é um mecanismo, de certo modo, violento para o nosso sistema conflitual):
1º: Não pode existir uma sentença judicial estrangeira sobre este problema, porque
senão não se trata do problema do conflito de leis do DIP, mas sim do problema de reconhecimento de
sentenças estrangeiras.
2º: temos de estar perante uma situação consolidada, isto é, já tem de ter passado um
certo lapso de tempo desde a celebração do negocio.
3º: e a questão tem de ter sido suscitada a titulo principal e não a titulo incidental
(como exceção noutro processo). → Preenchidos todos os requisitos podemos reconhecer a validade
do negocio.
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Notas:
-nunca esquecer de referir o artigo 15º CC: apenas se considera competente a norma que se enquadra
no conceito-quadro da regra de conflitos. NUNCA ESQUECER
- ORAIS: Porque é que o art. 31º/2 CCiv. denega o juízo conflitual do foro? É a escolha da lei aplicável, e
queríamos aplicar a lei da nacionalidade. E que lei é que acabamos por aplicar? A lei brasileira - como o
negócio é valido para a lei brasileira, nós reconhecemos em nome do favor negotii. E como tal,
denegamos a nossa escolha conflitual - acabámos por aplicar a lei da residência e não a lei da
nacionalidade. – pg 75 sebenta JF
-Pode não sair um caso de reenvio no exame: se a lei que a nossa regra de conflitos manda aplicar (a lei
que nós consideramos competente) se considera competente
-Caso em que o negocio jurídico é inválido à luz da nossa lei, mas válido à luz de lei estrangeira, ou seja,
casos de reconhecimento de direito adquiridos; introdução: “Quando se determina a invalidade do
negocio jurídico, temos que nos relembrar que o nosso DIP não se preocupa só com os princípios da
harmonia jurídica internacional, etc, mas também com o principio a favor negotti, de modo a tutelar as
expetativas das partes. *Explicar o artigo 19º e 31º/2*”
- Há alguns sistema de DIP que não se enquadram nos sistemas clássicos de reenvio (há sistemas mistos,
por exemplo, o Peru só aceita o reenvio na modalidade de retorno – como se fosse uma devolução
simples), o que significa que se estivermos perante uma transferência de competências, não aceita o
reenvio (faria uma referencia material).
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Ora, A refere que o argumento utilizado por C vai contra os princípios fundamentais de proteção do
matrimonio da ordem jurídica portuguesa. Neste âmbito, é de referir que a ordem publica internacional
é diferente da ordem pública do artigo 280º/2 do CC, pois esta ultima trata-se da ordem pública interna.
A ordem pública interna é o conjunto das normas imperativas de certa lei.. Assim apercebemo-
nos que a ordem pública internacional é um conceito muito mais estrito do que o da ordem publica
interna, isto é, nós não fazemos funcionar o artigo 22º só porque ele viola normas imperativas
portuguesas, este mecanismo só funciona quando estejam em causa princípios cuja violação se tenha
por absolutamente intolerável.
De notar que, a maioria dos princípios constitucionais, são princípios tutelados pela ordem
pública internacional e, portanto, temos, no fundo, dois círculos concêntricos e que só são da ordem
pública internacional o conjunto de princípios e de normas que o Estado português não permite em caso
algum a sua violação. Então apercebemo-nos com o que foi dito supra que só fazemos funcionar a
ordem pública internacional se, não só a lei estrangeira é diferente da nossa, como da sua aplicação
resulta uma violação dos princípios mais fundamentais da ordem jurídica portuguesa.
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