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2º Frequência
Quais são as modalidades de revogação?
Revogação expressa e tácita;
Revogação simples e substitutiva;
Revogação total ou parcial;
Revogação global e individualizada.
1. Revogação expressa e tácita.
Revogação expressa – verifica-se quando a lei posterior declara que a revoga a
lei anterior.
Ex.: A lei Y contem um artigo onde se afirma que são revogados os artigos 20º a
25º da lei X.
Revogação tácita – verifica-se quando existe uma incompatibilidade entre a lei
posterior (revogatória) e a lei anterior (revogada), também denominada de
revogação por incompatibilidade.
Ex.: A lei Y dispõe que a nova taxa de IVA de um certo bem é de 13% e a lei
anterior, a lei X dispunha que a taxa de IVA desse mesmo bem era de 6%.
2. Revogação simples e substitutiva.
Revogação simples – verifica-se quando a LN se limita a declara a cessação da
vigência d alei anterior.
Ex.: a lei Y diz que a lei X se encontra revogada.
Revogação substitutiva – verifica-se quando a LN, além de fazer cessar a
vigência da lei anterior, também a substitui por um novo regime.
Ex.: a lei Y diz que fica revogada a lei X e estabelece um novo regime de
tributação de IVA.
3. Revogação total ou parcial.
Revogação total ou abrogação – verifica-se quando a lei anterior cessa
integralmente a sua eficácia.
Ex.: a lei Y revoga a lei X.
Revogação parcial ou derrogação – verifica-se quando so uma parte da lei
anterior perde a sua eficácia.
Ex.: a lei Y revoga o Art.20º da lei X.
4. Revogação global e individualizada.
Revogação global – verifica-se quando uma nova lei regula completamente
todo um ramo do direito (Art.7º, nº2 CC). A expressão “regular toda a matéria”
significa regular globalmente (não regular todas as matérias uma por uma, mas
antes fixar uma disciplina genérica).
Revogação individualizada – verifica-se quando uma LN revoga especificamente
uma parte da matéria.
Ex.: uma nova lei regula as formas de cessação do contrato de arrendamento.
Na revogação uma lei posterior faz cessar a vigência de uma lei anterior.
Na aplicação da lei no tempo, o problema a tratar é diverso. A existência de uma lei
que sucede a outra, ou que revoga a outra, pode suscitar questões mais completas ao
nível da determinação do âmbito de aplicação da lei antecedente e da lei consequente.
Aplica-se sempre a lei antiga de acordo com o que é dito no Art.12º, nº2, 1º
parte CC.
Art.13º - aplicação das leis no tempo. Leis interpretativas:
1. A lei interpretativa integra-se na lei interpretada, ficando salvos, porem,
os efeitos já produzidos pelo cumprimento da obrigação por sentença
passada em julgado, por transação, ainda que não homologada, ou por
actos de análogo natureza.
2. A desistência e a confissão não homologadas pelo tribunal podem ser
revogadas pelo desistente ou confitente a quem a lei interpretativa for
favorável.
A lei interpretativa realiza a interpretação autentica: o legislador interpreta uma lei
(LA) através duma nova lei (LN), sendo que é necessário satisfazer os seguintes
requisitos:
1. Tempo: a lei interpretativa (LN) deve ser posterior à lei interpretada (LA);
2. Finalidade: a lei interpretativa deve interpretar a LA, cuja solução, que oferece,
se apresenta controvertida ou incerta;
3. Fonte: a lei interpretativa não deve ser hierarquicamente inferior à lei
interpretada.
Retroatividade:
O seu sentido identifica-se com o da lei interpretada pois explicita o seu sentido e
afasta todos os outros sentidos possíveis, porém não pode atingir certos efeitos como:
1. Cumprimento duma obrigação: se A pagou a B 100 porque supunha dever esta
quantia nos termos da lei vigente então não pode repetir a diferença, caso,
posteriormente, uma lei interpretativa fixe o valor da divide em 50.
2. Por sentença passada em julgado: se a situação litigiosa está definitivamente
decidida, seria absurdo que pudesse ser reexaminada por efeito duma nova lei
(interpretativa). A aplicação dessa lei seria inconstitucional.
3. Por transação: se um litigio foi evitado ou terminou mediante reciprocas
concessões, a transação não pode ser afastada por uma lei que venha
interpretar diferentemente a lei que serviu de base à decisão das partes.
Lei confirmativa:
A lei confirmativa aligeira formalidade exigidas pela LA que se tornaram
demasiado pesadas, dispensa algum pressuposto que segundo a LA, condiciona a
eficácia de certos negócios...A lei confirmativa, por regra, não é retroativa.
Porém, devido à estabilidade e à segurança das relações jurídicas, o legislador
pode ter boas razoes para confirmar expressamente os atos anteriores e recorrer á
ideia de retroatividade no caso da LN ser mais favorável aos interesses do particular
sem prejuízo de terceiros.
Aplicação das leis no espaço (ou seja, no ordenamento jurídico):
Direito internacional privado (a solução)
Art.14º e 65º CC
Principio – regra da territorialidade
Situação privada plurilocalizada – diferentes potenciais leis aplicáveis
Conexão mais estreita: lei pessoal, foro real, ordem pública...
Reenvio/retorno.
Na organização atual da sociedade internacional encontramos uma pluralidade de
estados soberanos. A cada um destes estados corresponde um sistema jurídico, ou
seja, existe uma pluralidade de sistemas jurídicos estaduais (a esta pluralidade de
sistemas corresponde uma diversidade de regulação jurídica das mesmas situações de
vida).
Ex.: um sistema nacional proíba a conduta que outro permite; um sistema atribui
um direito que outro nega...
As situações da vida juridicamente relevantes podem inserir-se inteiramente numa
só sociedade estadual, sem qualquer contacto significativo com outras comunidades.
Ex.: 2 portugueses, residentes habitualmente em Portugal, celebram um contrato
para ser executivo em Portugal, que não tem outra conexão relevante com estados
estrangeiros ou mercados internacionais é puramente interna.
Esta situação está diretamente submetida ao direito material interno, não
suscitando qualquer problema de determinação do direito aplicável.
Em casos como estes, o órgão de aplicação do Direito tem de resolver uma questão
transnacional, tem antes de mais, de determinar o ordenamento a que há-de pedir a
solução do problema (1º).
Ex: se o Art. 68º, nº1 CC dispusesse que “a personalidade cessa com a vida” seria
incompatível com o Art. 66º que dispõe que “ a personalidade adquire-se nmomento
do nascimento completo e com vida”.
A interpretação abrogante valorativa na doutrina – Oliveira Ascensão considera
inadmissível, em Portugal, a interpretação abrogante valorativa. Se o legislador pôs
simultaneamente em vigor duas regras, a valoração do intérprete não se pode
substituir à do legislador, preferindo uma ou considerando as duas liquidadas.
O acompanhado pode exercer de forma livre o exercício dos seus direitos pessoais e
a celebração de negócios da sua vida corrente, exceto se existir uma disposição legal
ou decisão judicial em sentido contrário.
São considerados direitos pessoais, designadamente, os direitos de casar ou de
constituir situações de união, de procriar, de perfilhar ou de adotar, de cuidar e de
educar os filhos ou adotados, de escolher profissão, de se descolar no país ou no
estrangeiro, de fixar domicílio e residência e de estabelecer relações com quem
entender e de testar – (Art.147º CC)
Artigo 148º CC – conferir artigo
O internamento do maior acompanhado fica dependente de autorização judicial.
Em caso de urgência, pode o internamento ser imediatamente solicitado pelo
acompanhante, ficando sujeito à ratificação do juiz.
Artigo 149º CC – conferir artigo
O acompanhamento cessa, ou é alterado, mediante decisão judicial que reconheça
a cessação ou a alteração das causas que o fundamentaram, podendo os efeitos da
decisão retroagir à data em que se verificou a cessação ou modificação em causa.
Artigo 151º CC – conferir artigo
O acompanhamento é gratuito, sem prejuízo da alocação de possíveis despesas,
consoante a condição do acompanhado e do acompanhante. O acompanhante tem de
prestar contas ao acompanhado e ao tribunal, quando cesse a sua função, ou na sua
pendência, se assim for judicialmente determinado.
Artigo 152º CC – conferir artigo
A remoção e a exoneração do acompanhante seguem o regime da remoção ou
exoneração do tutor. Assim, pode ser removido o acompanhante que incumprir os
deveres próprios do cargo ou que revele inaptidão para o seu exercício.
Artigo 153º CC – conferir artigo
A publicidade a dar ao início, ao decurso e à decisão final do processo de
acompanhamento é restringida ao estritamente necessário para defender os
interesses do acompanhado e de terceiros, sendo decidida pelo tribunal, considerando
as circunstâncias do caso concreto.
A publicidade pode variar, consoante estejamos no início, no decurso ou perante
decisão final do processo.
Artigo 154º CC – conferir artigo
Os atos praticados que não estejam em consonância com as medidas de
acompanhamento são anuláveis, quando posteriores ao registo do acompanhamento,
ou depois de anunciado o início do processo desde que haja decisão final nesse sentido
e os atos sejam prejudiciais ao acompanhado.
Artigo 155º CC – conferir artigo
O tribunal deve rever as medidas de acompanhamento acordo com a periodicidade
que constar da sentença e, no mínimo, de cinco em cinco anos.
Artigo 156º CC – conferir artigo
Prevenindo uma possível e futura necessidade de acompanhamento, o maior pode
celebrar um mandato que tem como fim a gestão dos seus interesses. Este mandato
pode ser celebrado com ou sem poderes de representação e segue o regime geral e
especifica os direitos envolvidos e o âmbito da eventual representação, bem como
quaisquer outros elementos ou condições de exercício. O mandato é livremente
revogável pelo mandante.
Artigo 2192º CC – conferir artigo
A disposição feita pelo maior acompanhado a favor do seu acompanhante ou
administrador legal de bens é nula. Já assim não será quando a disposição beneficie o
acampanhante ou o administrador legal de bens e sejam estes descendentes,
ascendentes, colaterais até ao terceiro grau, cônjuge do testador ou unido de facto do
acompanhado maior, sendo esta válida.
Artigo 66º CC
(Começo da personalidade)
1. A personalidade adquire-se no momento do nascimento completo e com vida.
2. Os direitos que a lei reconhece aos nascituros dependem do seu nascimento.
É o ato que afasta uma agressão atual ou iminente ilícita, contra pessoa, ou
património do agente ou de terceiro, quando não for possível recorrer à autoridade
pública e o prejuízo causado não exceder manifestamente o que puder resultar da
agressão.
Artigo 337º CC
(Legítima defesa)
1. Considera-se justificado o acto destinado a afastar qualquer agressão actual e
contrária à lei contra a pessoa ou património do agente ou de terceiro, desde
que não seja possível fazê-lo pelos meios normais e o prejuízo causado pelo
acto não seja manifestamente superior ao que pode resultar da agressão.
2. O acto considera-se igualmente justificado, ainda que haja excesso de legítima
defesa, se o excesso for devido a perturbação ou medo não culposo do agente.
Quais são os requisitos?
Carater subsidiário – impossibilidade de recurso aos meios sancionatórios da
força pública;
Existência de uma agressão a alguém – ilícita, atual ou iminente, pessoal ou
patrimonial, do próprio ou de terceiro;
A atuação em legitima defesa em regra ofende um direito de personalidade ou
patrimonial mas também se pode suceder que ofenda direitos de crédito;
Proporcionalidade e racionalidade entre a agressão e a reação – adequação (o
meio deve ser apto para produzir o fim), necessidade, proibição de excesso ou
indispensável (o meio usado, de entre todos os disponíveis, deve ser o menos
lesivo); proporcionalidade em sentido estrito ou equilíbrio (deve haver
equilíbrio entre as vantagens alcançadas e as desvantagens de certa atuação) –
ver o Art.337º CC.
Artigo 338º CC
(Erro acerca dos pressupostos da acção directa ou da legítima defesa)
Se o titular do direito agir na suposição errónea de se verificarem os pressupostos
que justificam a acção directa ou a legítima defesa, é obrigado a indemnizar o prejuízo
causado, salvo se o erro for desculpável.
Estado de necessidade: Art.339º CC e 34º e 35º Código Penal.
Artigo 339º
(Estado de necessidade)
1. É lícita a acção daquele que destruir ou danificar coisa alheia com o fim de
remover o perigo actual de um dano manifestamente superior, quer do agente,
quer de terceiro.
2. O autor da destruição ou do dano é, todavia, obrigado a indemnizar o lesado
pelo prejuízo sofrido, se o perigo for provocado por sua culpa exclusiva; em
qualquer outro caso, o tribunal pode fixar uma indemnização equitativa e
condenar nela não só o agente, como aqueles que tiraram proveito do acto ou
contribuíram para o estado de necessidade.
Estado de necessidade: é a situação em que alguém se encontra, que justifica a
licitude da ação de destruir ou danificar uma coisa alheia para remover o perigo atual
ou iminente de um dano manifestamente superior, quer do agente quer de terceiro.
Quais são os requisitos?
Caráter subsidiário aos meios sancionatórios da força pública
Reação contra uma situação de perigo (não reação a uma agressão):
a. própria ou alheia;
b. atual ou iminente;
c. pessoal ou patrimonial
A reação reflete-se sempre numa coisa, danificando-a ou destruindo (e não
contra uma pessoa)
Proporcionalidade entre a coisa danificada e o bem que é salvo de perigo (Art.
339º, nº1 CC e 34º al. b) e c) Código Penal)
Exemplos:
Destruição de material inflamável para impedir a extensão do incêndio.
Partir o vidro de um automóvel para transportar ao hospital um ferido em
estado grave.
O estado de necessidade torna lícita a atuação que normalmente seria crime –
embora haja obrigação de indemnização, porque o lesado não deve arcar com o
prejuízo
Quem deve indemnizar? Art.339º, nº2 CC
2.O autor da destruição ou do dano é, todavia, obrigado a indemnizar o lesado
pelo prejuízo sofrido, se o perigo for provocado por sua culpa exclusiva; em
qualquer outro caso, o tribunal pode fixar uma indemnização equitativa e condenar
nela não só o agente, como aqueles que tiraram proveito do acto ou contribuíram
para o estado de necessidade.
Estado de necessidade putativo: pode suceder que o sujeito incorra em erro sobre os
pressupostos do estado de necessidade, isto é, quando se convença erroneamente de
que certa situação de perigo existe.