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Estrutura resposta ..................................................................................................................................................................

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Conceitos importantes............................................................................................................................................................ 2
Tempus delicti 3CP.................................................................................................................................................................. 2
Tipos de crime......................................................................................................................................................................... 2
Crime instantâneo .............................................................................................................................................................. 2
Crime permanente – conduta duradoura........................................................................................................................... 3
Crime continuado ............................................................................................................................................................... 3
Retroatividade favorável / desfavorável ................................................................................................................................ 3
Proibição de retroatividade da LP+Desfavorável 2/1 + 1/1CP + 29/1+3CRP .......................................................................... 3
Fundamentos ...................................................................................................................................................................... 3
Principio da retroatividade da LP+Favorável 2/2+4 + 29/4CRP + 18/2-2ªP ........................................................................... 4
Fundamento: ...................................................................................................................................................................... 4
Pressupostos de aplicação 2/4 ........................................................................................................................................... 4
Determinação da LP+Favorável ao caso concreto .............................................................................................................. 4
LTemporárias 2/3 .................................................................................................................................................................... 4
2 leis no momento da prática do facto ................................................................................................................................... 5
LN + favorável (-gravosa) .................................................................................................................................................... 5
LN + desfavorável (+gravosa) .............................................................................................................................................. 5
Conversão de qualificação jurídico-legislativa de Contraordenação → Crime....................................................................... 6
Conversão de qualificação jurídico-legislativa de Crime → Contraordenação....................................................................... 6
Alteração do tipo legal ............................................................................................................................................................ 6
Pressupostos ....................................................................................................................................................................... 6
ATC Teoria da continuidade normativo-tipica entre a LA e a LN relativamente ao facto .................................................. 6
Supressão de elementos constitutivos da LA ..................................................................................................................... 6
Adição de elementos constitutivos da LA ........................................................................................................................... 6
Crime de perigo abstrato e Crime de perigo concreto ........................................................................................................... 7
Crime publico e semipúblico................................................................................................................................................... 7
Medidas de segurança ............................................................................................................................................................ 7
Declaração de inconstitucionalidade de LP ............................................................................................................................ 8
Caso julgado (quem já estiver a cumprir pena) 24/4-2ªP + 18/2-2ªP + 13/1-2ªP + 2/4-2ºP.................................................. 9
Estrutura resposta
1º determinar o momento da pratica do facto (tempus delicti) – critério unilateral da conduta – momento em que o agente atua

2º determinar a lei que vigora no momento da prática do facto 1/1 + 2/1 + 29/1+3CRP em principio, aplicamos essa lei Fundamento:
PSegurança Juridica (resulta do PEstado de dt democrático previsto no 2CRP) // PCulpa 1 + 2 + 27 CRP

3º Apenas assim não será se existir LP+Favorável, caso em que se aplica essa por força do 2/2+4 *ver fundamentos*

4º verificar se há uma LP ou 2 Leis no momento da pratica do facto (LA+LN) // verificar se existe uma verdadeira sucessão de LP strictu sensu
(2/4) ou uma sucessão de LP em sentido amplo (2/2)

Aplicação da lei penal no tempo

Conceitos importantes
Característica comum: todos são relativos (têm de ter um ponto de referência) Ponto de referência: é o Tempus delicti

Retroatividade – aplicação de uma lei posterior a um facto anterior

Ultratividade – fenómeno da Ultratividade da LP - a LP pode produzir os seus efeitos e regular um caso para alem do momento em que ela
cessou a sua própria vigência (a lei do momento da prática do facto aplica-se ainda que, quando cheguemos a julgamento, ela já não esteja
em vigor)

Lei posterior – entra em vigor depois do Tempus delicti - novo juizo de necessidade punitiva do legislador + atual

Lei intermédia – LP cujo inicio de vigência é posterior ao Tempus delicti e cujo termo de vigência ocorre antes do julgamento. Não está, por
isso, em vigor em nenhum dos 2 momentos referenciais (Tempus delicti e momento do trânsito em julgado da sentença). Solução unânime:
retroatividade da LIntermedia + favorável, que se vai aplicar a uma conduta praticada antes da sua entrada em vigor (é retroativa) e depois
de ter cessado a sua vigência (é ultra-ativa)

Tempus delicti 3CP


Tempus delicti = momento em que se considera cometido o crime

3 Momento da pratica do facto: o momento da conduta (critério unilateral da ação) por isso, 1/1 + 2/1 + 29/1

X Momento da consumação do crime/verificação do resultado – é irrelevante pq interessa a conduta e não o resultado

Em principio, aplica-se a lei do momento da prática do facto Fundamentos:

-- 1CP + 18/2CP + 27CRP PCulpa: constituindo a culpa limite e fundamento da pena, só posso ser alvo de um juizo de culpa pelo meu
comportamento no momento da conduta pois é nesse momento que tenho controlo da situação (no momento do resultado já não) e que se
forma a consciência de ilicitude, que acedo e me confronto com a lei, decido se a violo ou não.

-- 2CRP PSegurança jurídica: (resulta do PEstado de dt democrático previsto no 2CRP) pretende-se prevenir possíveis arbitrariedades
legislativas ou judiciais no exercício do ius puniendi: aplicar uma lei que não a do tempus delicti e fazer a ilicitude depender do momento do
resultado frustraria as expectativas dos cidadãos sobre o que é ou não proibido

Apenas assim não será se existir LP+Favorável, caso em que se aplica essa por força do 2/2+4

Tipos de crime
QUID quando se consuma o crime?

Crime instantâneo
*a representação gráfica é um ponto*

Crime instantâneo: a consumação do crime dá-se num determinado momento - O crime e o comportamento são instantâneos

EX homicídio – o homicídio consuma-se quando a vitima morre - Momento da prática do facto: momento em que disparo

Crime instantâneo faseado: o comportamento é faseado mas a consumação dá-se num determinado momento

EX envenenamento – o momento da prática do facto é o momento em que o agente adota o comportamento letal (momento que que dá a
dose final, suficiente para ser letal com as outras 4 que foram dadas racio: é na dose letal que pratica o ato de homicídio)
Crime permanente – conduta duradoura
*a representação gráfica é uma linha* *definição matemática de linha: é uma sucessão ininterrupta de pontos*

Conduta duradoura: conduta que se prolonga no tempo de tal modo que uma parte da conduta ocorre no domínio da lei antiga e outra parte
no domínio da lei nova

Crime permanente: a consumação do crime está ininterruptamente a verificar-se (a ação arrasta-se no tempo)

EX Condução sob o efeito de álcool

EX Sequestro por vários dias – em todos os momentos em que a vitima ficou privada da sua liberdade, houve sequestro – em cada segundo
que mantenho o sequestro, estou a decidir sequestrar

EX Crime de porte de arma – a consumação é suscetível de se prolongar no tempo

Momento da prática do facto: todo o período de tempo em que a consumação perdurou (há uma conduta duradoura)

Solução: aplica-se a LA salvo se após a entrada em vigor da LN o comportamento do agente preencher todos os pressupostos da LN (imagem
gráfica do juiz a bater no ombro). Se a LN entrar posteriormente ao tempus delicti, não se pode aplicar a LN (retroatividade desfavorável)
aplica-se a LA

Crime continuado 30/2

*é uma ficção jurídica e um crime excecional*

Crime continuado: é uma pluralidade de crimes instantâneos em que a lei vai ficcionar que há apenas um, unificando-os e tratando-os todos
como se fossem um só

EX há 3 furtos – a lei unifica esta pluralidade de crimes e trata-os como se fossem 1 só crime (é uma vantagem para o arguido, porque se a
lei tratasse os vários crimes como sendo vários crimes, ele receberia 3 penas, assim só recebe 1 pena)

30/2 circunstâncias em que a lei faz esta unificação: os crimes têm de ser praticados no quadro de uma mesma solicitação externa (não
partiu da iniciativa do agente mas houve uma situação externa que puxava o agente para a prática do crime) que diminua consideravelmente
a culpa do agente -- tem de ser uma solicitação externa em que o juiz consiga fazer o raciocínio de que, qualquer pessoa fiel ao direito,
naquela circunstância concreta, não teria resistência moral para resistir à solicitação externa (vertente empática) – É RARO ACONTECER

EX uma mãe que tem muitas dificuldades para alimentar os seus filhos e que, ao ir para o trabalho, passa por uma fabrica de leite que coloca
todos os dias à beira da estrada paletes de leite e tira um pacote – é um crime continuado: há uma pluralidade de crimes instantâneos mas
seria compreensível unificar todos os crimes num só

Momento da prática do facto: momento em que é praticado o crime mais grave 79

Retroatividade favorável / desfavorável


* proibição de retroatividade desfavorável // permissão de retroatividade favorável*

(permissão) Retroatividade favorável: visa EXCLUIR ou DESQUALIFICAR/DESAGRAVAR RP – Lei despenalizadora (2/2)/desagravadora (2/4)

(proibição) Retroatividade desfavorável: visa FUNDAMENTAR ou QUALIFICAR/AGRAVAR RP – Lei penalizadora/agravadora

Proibição de retroatividade da LP+Desfavorável 2/1 + 1/1CP + 29/1+3CRP


2/1 traduz o corolário da lei prévia: a LP+Desfavorável (fundamentadora ou qualificadora/agravadora de RP) não pode aplicar-se a factos
praticados antes da sua entrada em vigor

Solução: aplica-se a lei do tempus delicti (1/1 + 2/1 + 3 + 29/1)

Fundamentos
Político-jurídico: 2CRP PSegurança jurídica: necessidade de garantia da pessoa humana face à possível arbitrariedade legislativa ou judicial
no exercício do ius puniendi

Politico-criminal + jurídico-constitucional: PCulpa + PPrevençãoGeral: se a finalidade da pena é prevenir o crime por via da intimidação da
pena, naturalmente que a lei que define o crime e estabelece a respetiva sanção tem de, alem de ser clara e precisa, ser prévia ao facto
Principio da retroatividade da LP+Favorável 2/2+4 + 29/4CRP + 18/2-2ªP
*o 2/2 e 2/4 visam assegurar a possibilidade de se aplicar retroativamente a LP + favorável*

Fundamento: PNecessidade o juizo de necessidade punitiva foi alterado, tendo comunicado o legislador que deixou de ser necessário
punir/punir tanto por isso, aplica-se a lei posterior retroativamente + favorável pq as penas desnecessárias não são admissíveis ao abrigo do
18/2CRP + PIgualdade

2/2 2/4

Situação de despenalização/descriminalização: entrada em vigor de Situação de continuidade normativa: relativamente à qualificação do


uma lei que despenaliza o facto, que sai do elenco dos factos puníveis facto como crime mas altera a RP, que subsiste

Comunicação: deixou de ser necessário punir (é o juízo + atual) Comunicação: deixou de ser necessário punir tanto (é o juízo + atual)

Sucessão de LP em sentido amplo = Lei despenalizadora = o crime Sucessão de LP strictu sensu = aplicação retroativa da LP+Favorável
deixou de existir = necessária eficácia retroativa da despenalização = A RP (consequência juridica) do facto praticado na vigência da LA
extingue-se retroativamente toda a RP PERMANECE
A RP (consequência juridica) do facto praticado na vigência da LA Casos: casos em que, não havendo alteração do tipo legal, e
EXTINGUE-SE mantendo este a qualificação de infração penal, é alterada a RP
Casos: casos de despenalização // casos de Crime → Contraordenação
Exemplos: a LN pode eliminar uma condição positiva de
procedibilidade (EX a exigência de queixa), alargar prazos da
procedibilidade (EX prescrição do procedimento) – todas estas
circunstâncias (condições e prazos), sendo pressupostos de
procedibilidade, acabam por ser condicionantes da própria RP na
medida em que só através do processo penal é que a RP se concretiza
(intima relação entre DP e DPC)

Pressupostos de aplicação 2/4


√ Uma sucessão de LP strictu sensu

√ Aplicabilidade, ao facto concreto, quer da lei vigente no tempus delicti (LA) quer da lei sucessiva (LP)

√ Que, quando entra em vigor a LP, a situação jurídico-penal concreta criada na vigência da LA não se tenha esgotado plenamente/ tenha
mantido relevância juridico-penal face à LP

√ Que a LN altere os termos da RP, agravando-a ou atenuando-a (não pode extingui-la, senão, 2/2)

Determinação da LP+Favorável ao caso concreto


X Ponderação abstrata √ Ponderação concreta – 71 a decisão passa pelo processo de determinação da medida (concreta) da pena

X ATC Ponderação diferenciada √ D+ Ponderação unitária – é a lei na globalidade das suas disposições que deve ser aplicada

LTemporárias 2/3
*colocam problemas de compatibilização com o P da retroatividade da LP+Favorável*

JFD são leis excecionais // ATC são leis especiais

Leis temporárias: são leis de execução, de emergência e + gravosas que a lei de normalidade racio: havendo uma situação de catástrofe,
pretende-se reforçar a tutela penal aumentando a pena

- Há uma alteração da situação fáctica (situação social), que não traduz necessariamente uma alteração da valoração politico-criminal associada
à conduta que justifique a aplicação retroativa da LP+Favorável

- O facto praticado durante a LT só será punido pela LT

- Ultratividade da LT: se o agente praticou o facto na vigência da LT, continua a ser punido por esta, ainda que no momento do julgamento,
já não esteja em vigor

- Duplo requisito -- requisito temporal - tem de ter uma duração limitada, pré-determinando a própria data de cessação de vigência

-- requisito material – tem de haver uma situação de excecionalidade que justifique a vigência da LT
2 leis no momento da prática do facto
LN: leis que sucedem durante a permanência do crime

LN + favorável (-gravosa)
Nos crimes permanentes, smp que houver sucessão de LP durante a permanência do crime…

LN + favorável: Critério: aplica-se sempre a LNova pq 18/2 (PNecessidade)

LN + desfavorável (+gravosa)
Nos crimes permanentes, smp que houver sucessão de LP durante a permanência do crime…

LN + desfavorável:

Solução 1: aplica-se a LA, salvaguardando-se a proibição da retroatividade da LP+Desfavorável

Solução 2: aplica-se a LN no pressuposto de que o momento decisivo é o da consumação da conduta e esta só se verifica com a prática do
ultimo ato (que é praticado na vigência da LN)

MFP Solução 3: os fundamentos da retroatividade não se verificam neste caso pq a LN não é uma LPosterior para que possamos aplicar o
2/4, alem disso, é a LN que traduz o juizo + atual da necessidade punitiva. Não é violado o PSJ e PC pq a LN ainda entrou em vigor no tempus
delicti, logo, o agente teve oportunidade de ver o novo regime e orientar a sua conduta

D+ JMV ATC Solução 4: aplica-se a LN se todos os seus pressupostos forem preenchidos pela conduta do agente após a sua entrada em vigor
(se não estiverem preenchidos todos os requisitos, aplica-se a LA) – só assim não haverá retroatividade pq estamos a utilizar factos
posteriores à entrada em vigor da LN

EX √ APLICAÇÃO DA LN + DESFAVORÁVEL

dia 1 --- inicio do momento da prática do facto --- LA que prevê 3 anos (L+favorável)

dia 5 --- LN que agrava para 5 anos (L+desfavorável)

dia 10 --- libertação da vitima momento da prática do facto – do dia 1 ao 10

Solução: cabe no 2/1 pq não há LP mas sim 2 leis no momento da prática do facto, por isso, aplica-se a L+desfavorável

Racio 1: a aplicação da LP+Desfavorável não viola o PLegalidade pq não há nenhum tipo de retroatividade desfavorável pq a LN é a lei do
momento da prática do facto e, depois de entrar em vigor, o arguido preencheu os seus pressupostos de aplicação – Imagem gráfica – é
como se o legislador no dia 5 tivesse batido no ombro do arguido e lhe tivesse dito que a partir de dia 5 a pena passa a ser mais gravosa, e o
arguido, mesmo assim, decide continuar o sequestro (ao manter, por sua decisão, a manutenção da ilicitude de privação da liberdade da
vitima, preenche automaticamente os pressupostos da LN porque mantem a consumação do crime)

Racio 2: se aplicarmos a LA, o PLegalidade tbm não é violado mas naturalmente que vamos aplicar a LN pq traduz o juizo + atual do legislador
sobre a necessidade punitiva

EX X APLICAÇÃO DA LN + DESFAVORÁVEL

dia 5 --- LN novo crime de sequestro qualificado - quem privar alguem da sua liberdade durante + de 8 dias

Solução: não se pode aplicar a LN pq implicaria retroatividade (desfavorável) – para preencher os 8 dias, teria de ir buscar factos ao passado
(3 dias) e ir ao passado buscar factos (dias) é retroatividade in pejus (sendo sequestro qualificado, aumentaria a pena). Aplica-se a LA (a
Ultratividade da LP é permitida)
Conversão de qualificação jurídico-legislativa de Contraordenação → Crime
Solução: 29/1+3CRP + 1/1CP + 2/1CP proibição de aplicação da LP+Desfavorável - é uma lei penalizadora (fundamentadora de RP), por
isso, só se pode aplicar a condutas praticadas depois da sua entrada em vigor

Conversão de qualificação jurídico-legislativa de Crime → Contraordenação


ATC √ autonomia da contraordenação √ natureza distinta da infração penal X espécies do mesmo género X RP da contraordenação

ARG a contraordenação é uma sanção de natureza administrativa, distinta da sanção penal (crime) e, apesar de não haver um critério material
de distinção, as contraordenações e respetivas sanções são positivadas pelo legislador como de natureza essencialmente distinta das sanções
penais, por isso, não há uma verdadeira sucessão de leis penais strictu sensu para se aplicar o 2/2

Solução: 2/2 a LN (contraordenação) é uma lei despenalizadora, logo, há eficácia retroativa da despenalização porque formalmente deixou
de haver um crime, sendo a LI descriminalizadora. A única forma do arguido não ser libertado era a LN ter consagrado um regime transitório
que ressalvasse aquela punição dos factos anteriores dos factos anteriores

JFD MFP X autonomia da contraordenação X natureza distinta da infração penal √ espécies do mesmo género √ RP da contraordenação

ARG há uma continuidade normativa no que diz respeito à relevância sancionatória do comportamento pq a sanção penal e a sanção
contraordenacional são espécies do mesmo género de infração de dt publico sancionatório

Solução: 2/4 a transformação do crime em contraordenação não revela uma intenção legislativa de despenalização do comportamento (que
continua a ser punível), por isso, há uma verdadeira sucessão de LP strictu sensu pq o legislador entendeu que continua a existir um juizo de
necessidade sancionatória, só que agora, a titulo contraordenacional

Alteração do tipo legal


Alteração do tipo legal: alteração legislativa da factualidade típica (dos elementos constitutivos do tilo legal de crime) por supressão, adição
ou alteração

Pressupostos
√ que tanto a LA como a LN sejam LP (a RP tem de se manter) √ que não se tenha extinguido toda a RP do facto na LN

ATC Teoria da continuidade normativo-tipica entre a LA e a LN relativamente ao facto


*Continuidade normativo-tipica = verdadeira sucessão de LP strictu sensu = permanência da punibilidade do facto = 2/4*

Continuidade normativo-tipica entre a LA e LN: temos de olhar para a estrutura e constituição do tipo legal e ver se há uma continuidade
normativo-tipica (se são idênticas tipicamente)

Supressão de elementos constitutivos da LA


Supressão de elementos = alargamento da punibilidade (RP) + Geral + Hipóteses de incumprir pq há menos elementos para preencher

A LN face à LA é uma LEI GERAL --- porque tem uma menor compreensão (menor exigência normativa)

--- porque tem uma maior extensão (+ punibilidade pq maior o circulo de factos puníveis subsumíveis à LN)

Solução: (entendimento unânime na doutrina) há uma continuidade normativo-tipica, logo, há uma verdadeira sucessão de LP strictu sensu,
por isso, aplica-se o Principio da retroatividade da LP+Favorável

Adição de elementos constitutivos da LA


Adição de elementos = redução da punibilidade (RP) + Especial – Hipóteses de incumprir pq há mais elementos para preencher

A LN face à LA é uma LEI ESPECIAL --- porque tem uma maior compreensão (maior exigência normativa)

--- porque tem uma menor extensão (- punibilidade pq menor o circulo de factos puníveis subsumíveis à LN)

Solução: (divergência doutrinária)

Tese 1: √ continuidade normativo-tipica √ 2/4 ARG há uma relação de continuidade em que a LN assume-se como uma lei especial face à LA
(lei especial dentro de lei geral), por isso, o facto praticado na vigência da LA continua a ser punível na LN

Tese 2: X continuidade normativo-tipica √ 2/2 ARG não há uma relação de continuidade, por isso, não há uma verdadeira sucessão de LP
strictu sensu. Defendem que o facto praticado na vigência da LA fica despenalizado com a entrada em vigor da LN
Crime de perigo abstrato e Crime de perigo concreto
*quando a LP adiciona ou suprime o elemento típico perigo concreto*

L1 – crime de perigo abstrato – “quem produzir bens alimentares impróprios p/consumo” é crime

Facto – produção desses bens, que causaram perigo para a vida humana

L2 – crime de perigo concreto – “…e causar perigo para a vida humana” é crime – adição de um elemento típico (o perigo concreto)

Julgamento

(o facto preencheu as 2 leis pq preencheu o novo elemento típico de perigo concreto - causou perigo para a vida humana)

ATC JMV √ quebra normativa entre PA e PC X continuidade normativa entre os 2 tipos √ o PC tem uma natureza diferente entre as 2 leis

L1 não pode ser aplicada pq a L2 é despenalizadora - 2/2 - produzir os bens alimentares impróprios p/consumo deixou de ser crime. A L2
comunica que deixou de ser necessário punir quem produzir esses bens

L2 não pode ser aplicada pq estaríamos a aplicar um novo elemento típico que não existia no tempus delicti, logo, estaríamos a violar a proibição
da aplicação retroativa da LP+Desfavorável (é retroatividade desfavorável pq visa fundamentar RP onde não existia)

Solução: não pode ser punido por nenhuma (há despenalização, não há pena aplicável)

MFP X quebra normativa entre PA e PC √ continuidade normativa entre os 2 tipos X o PC não tem uma natureza diferente entre as 2 leis

Solução: 2/1 + 2/4 aplicamos a lei do tempus delicti, salvo se a LP for + favorável (como há continuidade, há uma sucessão de LP strictu sensu)

ARG o perigo concreto desde sempre que esteve contido no perigo abstrato (há continuidade pq o perigo concreto é só a espécie dentro do
perigo abstrato)

CRITICA JMV o perigo abstrato não está contido no perigo concreto (têm natureza diferente) pq o perigo abstrato não se refere a bens jurídicos
concretos mas sim é uma mera potencialidade de haver um problema com esses bens. Alem disso, a L2 é + favorável pq exige um elemento
típico adicional, logo, exige um maior esforço de alegação pq se tem de produzir mais prova (é mais difícil para a condenação e + favorável
para o arguido do ponto de vista probatório). Alem disso, o crime de perigo abstrato tem sempre uma pena mais baixa (a L1 é + favorável pela
pena e a L2 é + favorável pela previsão)

Crime publico e semipúblico


*sendo a queixa e a acusação particular pressupostos processuais positivos do procedimento criminal, acabam por condicionar a RP*

ALGUMA DOUTRINA defendem a natureza exclusivamente processual da queixa e da acusação particular – só se pode aplicar a LN

ATC são figuras tanto penais como processuais

Conversão de Crime publico – Crime semipúblico --- LP+Favorável

Conversão de Crime semipúblico – Crime publico --- LP-Favorável

Conversão de Crime particular – Crime semipúblico --- LP-Favorável

Medidas de segurança
29/1CRP + 1/2CP não só os pressupostos da declaração judicial de perigosidade criminal e da consequente aplicabilidade da medida de
segurança têm de ser posteriores ao inicio da vigência da lei que descreve tais factos como infração criminal como também 29/4 + 2/1 as
medidas de segurança aplicáveis ao delinquente não podem ser + gravosas do que as previstas no momento do preenchimento da LP

- Apesar do 2/2CP + 2/4CP + 29/4CRP não mencionarem expressamente as medidas de segurança, elas estão abrangidas a fortiori, aplicando-
se a LP+Favorável
Declaração de inconstitucionalidade de LP
RG os casos julgados em principio são todos ressalvados EXCEÇÃO quando a norma repristinada (LO) for desfavorável para o arguido (é
porque a LInconstitucional é + favorável)

Efeitos da declaração de inconstitucionalidade: eficácia retroativa (destrói a norma desde sempre) // é repristinada a norma anterior (L0) //
os casos julgados ficam ressalvados

Caso de a lei do momento da pratica do facto ser inconstitucional

L0

L1 (LN)

Facto

Declaração de inconstitucionalidade da L1

Se √ já transitou em julgado: 282/3CRP

--- Se LInconstitucional era + favorável: 282/3-1ªP fica ressalvado o caso julgado (não se repristina a L0) ARG não vamos reabrir um caso
que já viu a sua sentença transitada em julgado para aplicar uma LN que é + desfavorável (ideia de que o Estado tem de se autovincular ao
dt que cria)

--- Se LInconstitucional era - favorável: 282/3-2ªP o caso julgado não fica ressalvado (a pessoa é libertada, a LInconstitucional é destruída
com eficácia retroativa e é repristinada a L0

Se X ainda não transitou em julgado: 282/1CRP

--- Se LInconstitucional era + favorável (descriminaliza/diminui a pena):

RUI PEREIRA se a LInconstitucional descriminaliza, utiliza a solução do 17CP (o agente atuou com erro sobre a ilicitude pq a LInconstitucional
não era inconstitucional no tempus delicti, não tendo este consciência sobre a ilicitude) e aplica a L0 ARG não se podem aplicar normas
inconstitucionais pq o 204 e 282/1 não o permitem. É como se a LIconstitucional nunca tivesse existido e a L0 é repristinada, sendo aplicável.
CRITICA JMV o rui pereira invoca normas procedimentais (204 e 282/1)

RUI PEREIRA se a LInconstitucional apenas diminui a pena, o agente já não atuou com erro sobre a ilicitude pq à luz da L0 já era crime (o que
a LInconstitucional fez foi diminuir a pena). O facto de o agente ter atuado confiante de que a pena era mais baixa apenas pode valer como
atenuante

MFP JMV deve-se aplicar a LInconstitucional + favorável ARG o agente decidiu agir porque vigorava a LInconstitucional + Favorável e depois
é surpreendido com uma LN – favorável. O Estado tem de se autovincular ao direito que cria (respeitar o principio do Estado de dt
democrático 2CRP) está em causa a confiança da generalidade dos cidadãos, por isso, aplica analogicamente os 29/4 e 282/3-2ªPacontrario

JORGE MIRANDA não se aplica a LN pq é inconstitucional mas tbm não se aplica a L0 pq tem um efeito pratico igual à retroatividade
desfavorável. Não se aplica nenhuma lei e absolve-se o arguido

--- Se LInconstitucional era - favorável:


Caso julgado (quem já estiver a cumprir pena) 24/4-2ªP + 18/2-2ªP + 13/1-2ªP + 2/4-2ºP
*está em causa a re-determinação da pena concreta por força da entrada em vigor de uma LP+Favorável, cuja aplicação não é bloqueada
pela exceção do caso julgado, como expresso no 2/2+2/4*

Ratio: PSegurança juridica: segurança juridico-penal individual face ao ius puniendi do Estado + 29/5CRP a proibição de duplo julgamento no
sentido de proibição de dupla punição pela prática do mesmo crime + 18/2-2ªP PNecessidade penal = 29/4-2ªPCRP+2/4-2ªP aplicação
retroativa da LP+Favorável

ATC + VITAL MOREIRA + GOMES CANOTILHO acham que o 2/4-2ªP é inconstitucional (é inconstitucional aplicar a LP+Favorável) ARG viola
o PIgualdade (13/1-2ªP), PNecessidade (18/2-2ªP) e o próprio principio da aplicação retroativa da LP+Favorável (29/4-2ªP)

EX L1 moldura legal até 5 anos // Condenação a 3 anos // L2 que diminui o limite legal da moldura para 2 anos

Situação 1 – Pena cumprida

O arguido já cumpriu 2 anos (a L2 reduz para um novo limite legal que corresponde àquilo que já foi cumprido)

Solução 1: 2/4-2ªP cessa a execução da pena e o agente é libertado depois de proferido despacho do TPenas ARG PNecessidade - se o que
cumpriu corresponde à nova moldura legal, a pena cessa pq um dia a mais seria desnecessário

Solução 2: 371-aCPP permite a reabertura da audiência no T da condenação – a audiência é aberta não para discutir a RP mas sim para o juiz
reformular a operação de determinação concreta da pena, calculando a nova medida da pena aplicável tendo em conta a nova moldura
penal (apenas reaprecia os factos já provados à luz da LN)***

Situação 2 – Pena por cumprir

O arguido só cumpriu 1 ano (a pena cumprida em sede de L1 ainda não corresponde ao novo limite legal previsto na LP)

Solução 1: cumpre +1 ano, atinge os 2 e é libertado Problema: se defendermos esta solução, estaríamos a exigir o cumprimento de penas
máximas a arguidos que não merecem penas máximas – o arguido iria cumprir pena máxima à luz da LP quando o T não pretendeu a
condenação à pena máxima (condenou a 3 numa moldura de 5)

MFP Solução 2: 2/4-1ªP porque a LN é + favorável

ATC Solução 3: Uma vez que o tempo já cumprido de pena ainda não corresponde ao limite máximo da pena prevista na LP+Favorável, não
se aplica o 2/4-2ªP, devendo o condenado requerer a reabertura da audiência 371-aCPP*** (crime

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