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SUMÁRIO
LEI TEMPORÁRIA / EXCEPCIONAL ...................................................................................................................... 2
TEMPO DO CRIME ............................................................................................................................................. 3
CASOS CONCRETOS DA PARTE ESPECIAL DO CP........................................................................................ 4
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 6
GABARITOS .................................................................................................................................................... 6

MUDE SUA VIDA!


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LEI TEMPORÁRIA / EXCEPCIONAL


A lei excepciona ou temporária, embora decorrido o período
de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram,
aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.

Segundo o Código Penal, se um crime for praticado durante a vigência de determinada lei
será julgado pelo texto dessa, mesmo que decorrido o prazo de sua validade.

São chamadas:

➢ Leis Temporárias: vigência fixada pelo Legislador (Autorrevogável)

Ex.: Lei nº 12.663/2012 – Lei Geral da Copa: Criou condutas criminosas para
proteger a propriedade material e imaterial da FIFA, com Reproduzir, imitar ou
falsificar ou modificar indevidamente quaisquer símbolos oficiais de titularidade da
FIFA.

➢ Leis Excepcional: vigente somente em situação de emergência

Ex.: Guerra declarada em que a publicação de leis penais perdurem durante o


período de guerra.

ATENÇÃO ALUNO

Essas Leis exercem a ULTRA-ATIVIDADE, ou seja, aplicam-se ao fato cometido sob


a sua vigência, mesmo depois de revogadas pelo decurso do tempo ou pela superação
do carácter excepcional.

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TEMPO DO CRIME
Considera-se praticado o crime no momento da ação ou
omissão, ainda que outro seja o momento

Consoante artigo 4º do código penal, "Considera-se praticado o crime no momento da ação


ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado". Nos sistemas penais é possível adotar
a teoria da atividade na qual o que importa é o momento da conduta (omissiva ou comissiva)
delituosa, pouco importando em que momento se deu o resultado. Há também a teoria do
resultado na qual retira-se a importância do momento da conduta e o que importará é o
momento em que se deu o resultado, ou seja, a consumação. Por fim, existe ainda a teoria mista
ou da ubiquidade que adota as duas teorias anteriores ao mesmo tempo. Conforme leitura do
artigo 4º supracitado, fica evidente que o Código Penal pátrio adotou a teoria da atividade, neste
sentido, importa o momento da conduta comissiva ou omissiva para a prática de fato definido
como crime. Assim, Rogério Greco em seu Curso de Direito Penal 2010, "Pela teoria da atividade,
tempo do crime será o da ação ou da omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. Para
essa teoria, o que importa é o momento da conduta, comissiva ou omissiva, mesmo que o resultado
dela se distancie no tempo".

A importância do Tempo do Crime ainda se verifica quando da incidência da extratividade


da lei penal. A extratividade da lei penal é composta de ultratividade e retoratividade, a
primeira se dá quando a lei penal mesmo já revogada continua a regular fatos ocorridos ao
tempo de sua vigência, já a segunda ocorre quando retroage para atingir fatos ocorridos antes
da sua vigência. Maior importância é com relação a ultratividade, uma vez que uma lei poderá
estar em vigor durante o cometimento de um fato definido como crime, entretanto lei nova
poderá dar um tratamento ainda mais rigoroso para os que praticarem tais condutas, neste
sentido, deverá ser a lei anterior mais benéfica ultrativa continuando a regular os fatos
ocorridos ao tempo da sua vigência, prevalecendo a irretroatividade da novatio legis in pejus.
Neste mesmo sentido Cleber Masson em seu Código Penal Comentado 2013, "Pode ocorrer
ainda a ultratividade da lei mais benéfica, que se verifica quando o crime foi praticado durante a
vigência de uma lei, posteriormente revogada por outra prejudicial ao agente. Subsistem, no caso,
os efeitos da lei anterior, mais favorável".
Este princípio traz o momento da ação ou da omissão do crime, ou seja, independente do
resultado,

: Caso um menor “A”, cometa disparos de arma de fogo contra “B”, vindo a feri-lo,
entretanto, devido às lesões causadas pelos disparos, três meses depois do fato, “B” vem a
falecer. Nessa época, mesmo “A” tendo completado sua maioridade penal - 18 anos - ainda assim
não poderá ser

FIQUE LIGADO!
Não existe o princípio do “resultado” no código penal. O princípio utilizado pelo nosso
código penal é o da atividade previsto no art. 4º. As provas de concursos costumam perguntar
sobre esse quesito. Assim vai a dica: Caiu princípio do resultado a questão está errada!
Sendo assim, o Artigo 4º do Código Penal é conhecido como a Teoria da Atividade, ou
seja, o crime reputa-se praticado no momento da conduta (momento da execução).

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CASOS CONCRETOS DA PARTE ESPECIAL DO CP

Art. 121 ...


Aumento de pena

§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se


o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte
ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima,
não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para
evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é
aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra
pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.

FIQUE LIGADO!
A imputabilidade do agente deve ser aferida no momento em que o crime é
praticado.

1. (CESPE) De acordo com o Código Penal, considera-se praticado o crime no momento em


que ocorreu seu resultado.
Gabarito: Errado
Comentário: A teoria utilizada no art. 4º do Código Penal é a teria da
atividade, que diz: “ considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão
ainda que outro seja o momento do resultado”.

2. (ALFACON) Anísio, com 17 anos de idade, no dia anterior ao que ele completaria 18
anos, no horário de 23:58 h, atirou na cabeça de Huck. Este, em decorrência do disparo,
faleceu no dia seguinte. De acordo com o Código Penal, é possível afirmar que Anísio
responderá por crime com resultado morte, na modalidade consumado.
Gabarito: Errado
Comentário: De acordo com o entendimento do STF, Anísio era inimputável
quando realizou a ação e, ainda que o resultado tenha ocorrido em momento
posterior, em que o agente já era maior de idade, o momento do crime é o da ação
ou da omissão – Teoria da atividade. Neste caso, Anísio, por ser menor de idade, não
poderá responder por CRIME, mas por ato infracional.

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ATENÇÃO, ALUNO!
Devemos, contudo, ficar atento aos crimes permanentes e continuados, no caso
do sequestro, por

Nesta situação em questão, “A” não será mais inimputável, pois no momento de sua prisão
já havia completado 18 anos, não considerando neste caso, o momento em que se iniciou a ação,
mas sim, quando cessou.

3. (CESPE) Considere que Manoel, penalmente imputável, tenha sequestrado uma


criança com o intuito de receber certa quantia como resgate. Um mês depois,
estando a vítima ainda em cativeiro, nova lei entrou em vigor, prevendo pena mais
severa para o delito. Nessa situação, a lei mais gravosa não incidirá sobre a conduta
de Manoel.
Gabarito: Errado
Comentário: O crime de extorsão mediante sequestro é classificado como
crime permanente e sua consumação se protai (estende) no tempo, de acordo com
a vontade do agente. Dessa forma, conforme Súmula 711 STF: a lei penal mais grave
aplica-se ao crime continuado ou permanente, se sua vigência é anterior à cessação
da continuidade ou permanência.

4. (CESPE) No delito continuado, a lei penal posterior, ainda que mais gravosa, aplica-
se aos fatos anteriores à vigência da nova norma, desde que a cessação da atividade
delituosa tenha ocorrido em momento posterior à entrada em vigor da nova lei.
Gabarito: Correta
Comentário: Aqui está a aplicação da Súmula 711 STF - A Lei penal mais
grave aplica-se ao Crime Continuado ou Crime Permanente, se a sua vigência é
anterior à cessação da continuidade ou da permanência. Questão de interpretação
da lei, não usamos a mais leve ou a mais grave, tampouco a intermediária, sempre
a última, ou seja, do momento da cessação da conduta do agente.

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EXERCÍCIOS
1) Maria saiu em busca de diversão na cidade do Rio de Janeiro e por não conhecer bem a cidade,
entrou em um bairro perigoso. Nesse momento, um traficante atirou nela pensando que ela
fosse policial. Maria foi levada ao hospital e veio a falecer dois dias após o fato. Assim, considera-
se praticado o crime no momento em que a vítima foi atingida e não no momento em que
faleceu.
Certo ( ) Errado ( )
2) Se um indivíduo praticar uma série de crimes da mesma espécie, em continuidade delitiva e sob
a vigência de duas leis distintas, aplicar-se-á, em processo contra ele, a lei vigente ao tempo em
que cessaram os delitos, ainda que seja mais gravosa.
Certo ( ) Errado ( )
3) A regra do código penal é a aplicação da lei do tempo do crime, podendo ocorrer em exceção a
retroatividade de lei mais benéfica, a ultratividade de lei mais benéfica, mas nunca a
retroatividade de lei mais gravosa.
Certo ( ) Errado ( )
4) Considera-se praticado o crime sempre no momento em que ocorre o resultado delituoso
desejado pelo agente.
Certo ( ) Errado ( )
5) Em relação à aplicação da lei penal no tempo e no espaço, no Código Penal adotaram-se,
respectivamente, as teorias da atividade e da ubiquidade.
Certo ( ) Errado ( )

GABARITOS
1. CERTO
2. CERTO
3. CERTO
4. ERRADO
5. CERTO

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