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Lembram-se das leis temporárias e das leis excepcionais?
Princípios.
A lei penal é feita justamente para viger dentro dos limites em que o
Estado exerce sua soberania. Assim, se cada Estado possui sua própria
soberania, deverá haver a delimitação espacial de seu âmbito de eficácia, para
que um Estado não invada a soberania do outro.
O direito penal internacional é o conjunto de princípios e normas que
disciplinam os conflitos de lei no espaço. Embora seja denominado direito
internacional, em verdade, trata-se de direito público interno, disciplinado no
próprio Código Penal, dos artigos 5° ao 9°.
Já o direito internacional penal é o ramo do direito que visa a cominar
penas aos Estados infratores da lei penal. Podemos dizer que, nesse conceito,
ingressariam os crimes de guerra, contra a paz, contra a humanidade, de
discriminação racial etc.
O direito penal internacional existe na legislação interna de cada um dos
Estados. Existe, justamente, para regular os conflitos de leis penais no espaço,
ou seja, para as hipóteses em que um crime lesionar bens jurídicos de dois ou
mais países.
Existem cinco princípios, previstos no Código, para tentar solucionar os
conflitos penais no espaço. São eles:
1.. Princípio da territorialidade.
2.. Princípio da nacionalidade.
3.. Princípio da defesa.
4.. Princípio da Justiça Penal Universal.
5.. Princípio da representação.
Estudemos cada um deles.
a.. Princípio da territorialidade.
Segundo esse princípio, a lei penal somente tem aplicação no
território do Estado que a criou.
Também é conhecido como princípio territorial exclusivo ou absoluto,
uma vez que exclui a aplicação da lei penal de um país fora de seu território.
Tem por fundamento os aspectos processual, repressivo e
internacional.
Processualmente, seria muito difícil processar-se um cidadão em país
diverso daquele em que o delito foi praticado.
Pelo aspecto repressivo, a aplicação da sanção penal em outro local
que não o da prática da infração excluiria a função intimidativa da pena.
Sob o aspecto internacional, o monopólio do direito de punir, que
pertence ao Estado, em seus limites territoriais, exclui a interferência de outro,
tutelando-se, assim, o princípio da soberania.
Geralmente, as legislações penais adotam a territorialidade como
princípio fundamental. No entanto, temperam o seu rigor permitindo a aplicação
de outros princípios.
b.. Princípio da nacionalidade.
Segundo tal princípio, a lei penal do Estado é aplicável a seus
cidadãos, não importando onde eles se encontrem. O que importa é a
nacionalidade do sujeito.
Tal princípio também é denominado de princípio da personalidade,
porque o Estado entende pessoal a norma punitiva e a aplica ao nacional.
Seu fundamento é que o cidadão, mesmo que se encontre no
estrangeiro, deve sempre obediência às leis de seu país.
O princípio da nacionalidade, ainda, divide-se em:
Tal princípio leva em conta a nacionalidade do bem jurídico lesado pelo
crime, sem se importar com o local de sua prática ou com a nacionalidade do
agente.
Esse princípio, ultimamente, tem sido prestigiado, uma vez que os
Estados sentem necessidade de proteger seus interesses que, muitas vezes,
acabam sendo lesados pelos estrangeiros.
d. Princípio da justiça penal universal (princípio universal, da
universalidade da justiça cosmopolita, da jurisdição mundial, da
repressão universal e da universalidade do direito de punir)
Determina o poder de cada Estado punir qualquer crime, pouco
importando a nacionalidade do delinquente e da vítima, ou onde foi ele
praticado. Para que ao sujeito seja imposta uma pena, basta encontrar-se
dentro do território de um país.
e.. Princípio da representação
Em razão desse princípio, a lei penal de determinado Estado também é
aplicada aos delitos cometidos em aeronaves e embarcações privadas, quando
realizados no estrangeiro e aí não venham a ser julgados.
Princípios adotados pelo CP.
Quais os princípios adotados pelo Código Penal?
Como regra, adotou-se o princípio da territorialidade, sendo os demais
exceções.
O artigo 5° do CP traz, justamente, a regra, ou seja, o princípio da
territorialidade. O artigo 7°, inciso I, e parágrafo 3° do CP, adotou o princípio da
proteção (real). Já o art.7°, inciso II, alínea "a", o princípio da justiça universal.
Por sua vez, o inciso II, "b", desse mesmo artigo 7°, adotou o princípio
da nacionalidade ativa, e a alínea "c", o da representação.