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AULA 1 – APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO:

É preciso saber duas coisas sobre Lei Penal no tempo. É um tema que
sempre que altera se destaca no exame.
Primeiro é preciso saber quando é considerado o tempo do crime, para se
verificar se no tempo do crime o agente era imputável ou inimputável, se a lei em
vigor na época era mais benéfica ou maléfica que a lei que entrou em vigor depois.
Quanto ao tempo do crime, o Código Penal brasileiro adota a teoria da
atividade “Considera-se o crime praticado no momento da ação ou omissão mesmo
que outro seja o momento do resultado”. Sobre esse tema a pergunta mais
recorrente é “Fulano tinha 17 anos, 11 meses, 25 dias, quando deu o tiro e a vítima
só veio a falecer 1 mês depois” Nesse caso o Fulano era inimputável a época do
crime e assim deve responder como inimputável, pois não importa o momento do
resultado, mas sim o momento da conduta.
Se a lei que estava em vigor no momento do crime mudar, pode acontecer
duas coisas: Se essa Lei posterior for mais severa, essa não retroagi, não se aplica
a fatos passados.
Exemplo: “Em 2014 fulano matou uma mulher por razões de gênero, nesse
sentido respondia por homicídio, todavia em 2015 se criou a qualificadora do
feminicídio, nesse caso, aquele fulano não poderá ser processo por feminicídio já
que essa qualificadora é mais severa. Destaca-se que se houvesse hipótese de
abolitio crimines, que significa descriminalização da conduta, por ser mais benéfico
ao acusado deve ser aplicado, deve retroagir nos termos do art.2 do CP, aplicando-
se inclusive a fatos já transitados e julgados, a coisa julgada cai diante da
retroatividade mais benéfica”. O requerimento de aplicação de lei benéfica que
retroagi em favor de um sujeito, deve ser feita mediante simples petição ao JUIZ DA
EXECUÇÂO, nos termos da súmula 611 do STF (cobradas 2x na OAB).
Portanto quanto ao tempo do crime, o ordenamento jurídico brasileiro adotou
a teoria da atividade, segundo a qual considera-se praticado o delito no momento da
ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado (art. 4º, CP). Quanto
à aplicação da lei penal no tempo devem ser seguidos os seguintes princípios: (i)
Principio da irretroatividade da lex gravior: a lei que, em comparação com outra, for
mais severa (novatio legis in pejus) só tem aplicação durante o seu tempo de
vigência. Significa que, se a lei anterior a ela for mais benéfica, a posterior mais
severa não retroage, ou seja, não se aplica a fatos praticados antes e sua vigência
sob a égide da outra (art. 5º, XXXIX, CF). (ii) Principio da retroatividade da lex
mitior): a lei que, em comparação com outra, for mais benéfica (novatio legis in
melius) retroage, ou seja, aplica-se a fatos cometidos antes da sua vigência,
inclusive já decididos por sentença transitada em julgado (art. 5º, XXXIX, CF e art.
2º, parágrafo único, CP) Abolitio criminis é uma espécie de lei mais benéfica que
descriminaliza a conduta. Sobrevindo abolitio criminis após o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória, cessa a execução da pena e extinguem-se todos os
efeitos penais da condenação, tais como a formação de condição para reincidência
e a constituição de maus antecedentes. Os efeitos civis, no entanto (ex vi obrigação
de indenizar) não são atingidos. A competência para a aplicação da lei mais
benéfica após o trânsito em julgado é do juízo da execução, por via se simples
petição, conforme o texto da sumula 611 do STF.

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