Você está na página 1de 10

APONTAMENTOS

Direito Das Obrigações I

Angélica Lima – n.º 39598

1.º CICLO DE ESTUDOS EM DIREITO

Direito das Obrigações I

2.º ANO - 2.º SEMESTRE


Direito das Obrigações I

Contrato Promessa

 Identificar o tipo de contrato – explicar de forma sumaria o art.º 410º

 Identificar se se trata de uma Promessa bilateral ou unilateral. (art.º 410º

ou 411º)

 Regra geral – eficácia obrigacional inter partes – relatividade art.º 406º

 Verificar se foi atribuído a eficácia real art.º 413º

 Explicar o Principio da equiparação e as suas 2 excepções [Princípio da

equiparação são aplicáveis aos CT Promessa as disposições do art.º 410º/1. As excepções são:

quanto à substancia - não se aplicam ao CT Promessa “que, por sua razão de ser, não se devam

considerar extensivas ao contrato-promessa” – art.º 410º/1 e não se aplicam ao CT Promessa

“relativas à forma” art.º 410º/1]

 Verificar qual a forma exigida para o contrato promessa

 Não se aplicam o art.º 410º/2 e 3 se:

 Bem móvel – princípio da consensualidade (art.º 219ª)

 Bem móvel sujeito a registo (art.º 219ª e art.º 205º/2)

 Aplicam-se regras de forma art.º 410º/2 (exigindo um documento)

 Bem imóvel art.º 875º (escritura publica ou documento particular

autenticado);

 Se se aplicar o art.º 410º/2 – o CT Promessa tem de constar de

documento (doc. Art.º 362º), este documento tem de ser assinado:

Angélica Lima – nº 39598


2
Direito das Obrigações I

 Bilateral: pelas 2 partes que se vinculam; Unilateral – pela parte que

se vincula

 Verificar se se aplicar o art.º 410º/3 (transmissão de 1 dto real, sobre

edifício a construir ou já construído), se sim:

 Forma: documento exigido no art.º 410ª/2 com reconhecimento das

assinaturas

 Formalidade ad substantium: existência de uma licença de utilização

ou de construção. Que de forma a proteger o interesse publico não se pode

prescindir de tal formalidade.

 Nota: no caso de falta de forma ou de ad substantium, o CT Promessa padece

de invalidade mista. Prof. Menezes Leitão: o promitente adquirente pode

invocar o tempo todo, sendo restringida excepto por um abuso de direito.

 O contrato é valido (não apresenta vícios)? – Cumpre-se o CT, se não o CT

Promessa não é cumprido.

Incumprimento do CT Promessa Obrigacional

Podemos ter 3 mecanismos a funcionar:

 Se for antecipação de cumprimento

Para que seja considerada como antecipação de cumprimento, numa C/V

uma quantia é necessário que:

 Que as partes estipulem expressamente;

Angélica Lima – nº 39598


3
Direito das Obrigações I

 Seja ilidida (art.º 350º/2) a presunção do art.º 441º

Neste caso se existir incumprimento há Execução Específica art.º 830º/1

(não havendo convenção em contrario).

 Se for presumido ou estipulado sinal

 Art.º 442º/1 – presunção de que o sinal é imputado no preço

 Art.º 442º/2 – 1ª P – “quem constitui o sinal” – se não cumprir: o

promitente-comprador tem direito ao sinal

 Art.º 442º/2 – 1ª P – “incumprimento devido a este ultimo” –

incumprimento do promitente-vendedor.

Houve tradição da coisa?

 Não: O promitente-comprador exige o sinal em dobro. Em alternativa,

execução especifica art.º 442º/3 – 1ª P, se e só se for ilidida a

presunção do art.º 830º/2.

 Sim: O promitente-comprador tem 2 opções (art.º 442º/2 in fine):

Exigir o valor da coisa + restituição do sinal

Valor do direito da coisa a transmitir. Neste caso o promitente-

vendedor pode oferecer-se para cumprir, excepto se já existir

incumprimento absoluto (art.º 808º) (art.º 442º/3 in fine) +

restituição do sinal

Em alternativa: Execução Especifica - art.º 442º/3 – 1ª P, se e só se for ilidida a

presunção do art.º 830º/2.

Angélica Lima – nº 39598


4
Direito das Obrigações I

 Execução Especifica

Art.º 830º - tem de existir um sentença judicial é uma sentença constitutiva,

isto é a sentença faz cumprir o CT.

Não haverá execução Especifica se as partes estipularem em contrário. Presume-

se que há convecção se houver sinal ou ficada uma pena para incumprimento art.º

830º/2. No entanto essa presunção pode ser ilidida art.º 350º/2 ( se for ilidida há

execução e não se activa o mecanismo do sinal).

Incumprimento do CT Promessa Real

O regime de sinal funcional da mesma forma que no CT Promessa Obrigacional

Pacto Preferência (PP)

 Identificar o tipo de preferência do caso prático:

 Legal – resulta da lei e tem sempre eficácia real


 Convencional – as partes celebram o PP de livre vontade.

 Verificar se existe preferibilidade:

Art.º 414º e 423º - admite-se o PP de C/V e outros contratos com ela


compatível. Tipicamente os contratos onerosos.

 Forma: art.º 410º/2 ex vi 415º + 219º


 Forma de PP relativo a 1 imóvel: como o CT definitivo exige forma
escrita (875º), verifica-se a previsão do art.º 410º/2, logo a forma é
um documento assinado pelo obrigado à preferência. Nota ao PP
nunca se aplica o art.º 410º/3.
 Forma de PP relativo a 1 móvel: o CT goza de liberdade de forma
(art.º 219º + 205º/2), logo não se aplica o art.º 410º/2, logo o PP tem
liberdade de forma.

Angélica Lima – nº 39598


5
Direito das Obrigações I

 Análise da actuação do obrigado à preferência

Nunca decide celebrar CT definitivo – aqui o obrigado à preferência nada


tem que comunicar.
Decide celebrar CT definitivo com 3º - aqui tem de efectuar uma
comunicação – art.º 416º (apenas aquando tiver uma proposta firme e
definitiva do 3º, não basta uma mera intenção de contratar)
Forma: art.º 415º e as suas remissões. Assim em caso de imóvel tem de ser
feito em documento assinado.
Conteúdo: deve conter todas as cláusulas estipuladas entre o obrigado à
preferência e o 3º: preço, formas de pagamento, momento de pagamento
etc. Quanto ao nome do 3º a doutrina divide-se: o nome de 3º não é uma
cláusula do CT; tem de haver quando existe um interesse juridicamente
atendente ou segundo o Prof. Menezes cordeiro tem de estar sempre
presente (devido ao principio de boa-fé)

 Análise da actuação do preferente

Art.º 416º/1- tem 8 dias para responder. Este prazo pode ser aumentado. Pode
também ser diminuído se as partes acordarem na diminuição.

 Incumprimento do PP com eficácia obrigacional

Consequências jurídicas – indeminização do obrigado à preferência perante o


preferente (art.º 798º ss).

 Incumprimento do PP com eficácia real

Consequências jurídicas – indeminização do obrigado à preferência perante o


preferente (art.º 798º ss) + Acção de Preferência art.º 1410º ex vi 421º/2

 Simulação

Angélica Lima – nº 39598


6
Direito das Obrigações I

Se o preço apresentado for superior ao real: art.º 240º/2 e 241º/1 – o


preferente invoca que o negócio simulado é nulo e o dissimulado é valido. O
preferente prefere o preço real (inferior).

Se o preço apresentado for inferior ao real: divergência doutrinária. O


preferente não tem interesse em invocar a simulação. Prof. Antunes Varela, a
preferência pode ser declarada sobre o preço declarado (inferior ao real), nos
termos do art.º 243º/1 o simulador não pode arguir contra 3º de BF, ora o
preferente é um 3º de BF, logo o simulador não pode arguir que o preço real
foi inferior.
Gestão de Negócios
 A assume a gestão do negócio de B. A é o gestor e B é o dominus.
 Verificam-se os requisitos do 464.º. São eles:
 direção do negócio
 alienidade
 exercício
 por conta do dono
 no interesse do dono
 falta de autorização
 Se sim, há direção direta do negócio. Havendo GN, o primeiro passo a
analisar é se foram respeitados os deveres do gestor.
 Foi desrespeitado o 465.º/b). A não avisou B que ia iniciar a GN. Qual a
consequência da violação desta alínea? Existe responsabilidade
obrigacional (466.º/1) de A perante B, mas mantém-se uma relação de
gestão de negócios. (Em sentido diferente Pires de Lima/ Antunes Varela
defendem que a violação desta alínea provoca a ilegitimidade da gestão e
a consequente perda dos direitos previstos no 468.º).
 Há um conflito entre a vontade e o interesse do dominus. O que fazer
nesta situação?
 GT: gestor deve abster-se de agir;
 Vaz Serra: prevalência do interesse;

Angélica Lima – nº 39598


7
Direito das Obrigações I

 ML: defende a existência de um sistema móvel que permite uma solução


caso a caso, mas com predominância da vontade.
 MC: predominância da vontade do dono sempre que seja conhecida. A
partir daí o gestor dispõe de discricionariedade. Mas a vontade do gestor
só pode ser contrariada quando seja contrária à lei, à ordem pública ou
aos bons costumes.
 A age contra a vontade real e conhecida de B. Logo, desrespeita o 465.º/a).
De acordo com o 466.º/2, presume-se a culpa de A. Como deve ser avaliada
a culpa de A?
 AV: deve averiguar-se a culpa em concreto e não o critério do bom pai de
família porque não se deve exigir um grau de diligência superior àquele
que o gestor é capaz.
 MC: Aplica-se o 487.º/2 (aplicável à responsabilidade obrigacional).
Critério do bom pai de família.
 Assim, em concreto A tem de indemnizar B pelos danos que este tiver
tido. B não tem de entregar a A o valor total, mas apenas aquilo com que
enriqueceu com 468.º/2. Acrescente-se que B não aprovou a gestão
pelo que não se aplica o 469.º.
 2.º Situação: C vem exigir a A a quantia indevidamente entregue a D, que
o não representava e que, aliás, está ausente em parte incerta (relações
entre o gestor e terceiros.)
 A entregou indevidamente a quantia a D. D responde perante A segundo
as regras do enriquecimento sem causa. Mas A não se exonerou da
obrigação. Será que o vinculado a esta obrigação é A (gestor) ou B (o
dominus)?
 No caso concreto, diz-se que A contratou em nome de B. Assim, o
471.º/1ª parte remete para o 268.º. O negócio jurídico, no caso concreto,
não foi ratificado. Assim:

Angélica Lima – nº 39598


8
Direito das Obrigações I

 Não produz efeitos em relação ao gestor porque não foi celebrado em


seu nome. Não produz efeitos em relação ao dominus porque o gestor
não tinha poderes de representação. Assim, D não pode exigir o dinheiro
nem de A nem de B. Pode, no entanto, intentar uma ação por
enriquecimento sem causa contra B
 3.º Situação: A exige a B o valor da quantia já despendida com o E.
 Se se considerasse que A realizou uma única gestão de negócios, a
suposta “aprovação” do contrato entre A e E não é relevante porque a
aprovação tem de ser em bloco. Assim, não havendo aprovação, a
contratação de E vai contra o interesse e a vontade presumida do
dominus, pelo que a gestão será irregular e se aplica o 468.º/2.
 Se se considerasse que neste caso havia várias gestões de negócios,
sendo uma delas referentes à contratação de E, então haveria aprovação
dessa gestão. Se assim fosse, B aprovou a gestão de negócios, quanto à
parte de contratar E. Assim, aplica-se o 469.º, que tem duas
consequências:
 Renúncia a indemnização pelo gestor
 Reconhecimento do direito do gestor a ser reembolsado pelas
despesas que efetuou.
 Assim, segundo o 468.º/1, ex vi 469.º, B tem de pagar a A o valor,
acrescido dos juros legais (4%) a contar da data da contratação.
 4.º Situação: E vem exigir a B o pagamento das lições em atraso, mas este
diz-lhe que o assunto é com A. Esta questão tem que ver com as relações
externas entre dominus e o E.
 Neste caso, A contratou em seu nome. Aplica-se o 471.º/2.ª parte. O
contrato é válido, mas apenas produz efeitos entre o gestor e o terceiro.
Assim, E apenas poderia exigir o dinheiro a A.

Angélica Lima – nº 39598


9
Direito das Obrigações I

 Nos termos do 1181.º/1 o gestor fica obrigado a transferir para o dono


os direitos adquiridos no âmbito da gestão. Mas enquanto não os
transferir (o que segundo o caso prático ainda não aconteceu) o dominus
não responde perante os terceiros.

Enriquecimento Ilícito

 Classificar o caso como uma potencial situação de enriquecimento sem


causa, indicando quem é o enriquecido e empobrecido;
 Verificar o preenchimento dos pressupostos gerais cumulativos do
enriquecimento sem causa que decorrem do disposto no artigo 473º/1:
 Um enriquecimento;
 Um empobrecimento;
 Um correlativo empobrecimento, isto é, uma relação causal entre um
enriquecimento e um empobrecimento
 Sem causa justificativa: não pode existir nenhuma norma (princípio
ou regra) que legitime a manutenção do enriquecimento na esfera do
enriquecido.
 Havendo enriquecimento sem causa, é necessário atender à sua natureza
subsidiária. A doutrina, na medida em que a subsidiariedade é contrária aos
princípios do Direito Civil e lhe é estranha, recorre a uma interpretação
restritiva do disposto no artigo 474º.

Responsabilidade extracontratual por factos ilícitos


 Identificar se há acção voluntária.

 Identificar se a acção é ilícita.

Angélica Lima – nº 39598


10

Você também pode gostar