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P. da imediação jurídica
Subprincípio da inerência (sequela + prevalência)
P. da especialidade
Subprincípio da concretização
Subprincípio da determinação
Subprincípio da atualidade
Subprincípio da completude
P. da tipicidade
Consequências:
AV e PL – Acham que direitos reais atípicos geram a nulidade do negócio e não
a conversão
ML – Admite a conversão se cumprir os requisitos de forma e substância para a
conversão, o fim prosseguido pelas partes permitir retirar que era isto que
queriam, e desde que a boa-fé não imponha outra solução.
P. da publicidade
P. da territorialidade
P. da elasticidade
Registo
Princípios do Registo
Princípio da obrigatoriedade
!Importante! Se nulo produz efeito presuntivo até ser cancelado com base numa
decisão judicial transitada em julgado 13º + 17º n.1 CRPredial. Se inexistente os efeitos
presuntivos não se produzem 15º n.1 CRPredial.
Caso em que haja pessoas que tenham registadas duas descrições incompatíveis
sobre o mesmo bem:
Isabel Pereira Mendes: Aplicação direta do princípio da prioridade do
registo patente no 6º n.1 em conjugação com o artigo 34º do CRPredial,
prevaleceria a descrição mais antiga. E, portanto, só essa pessoa é que
beneficia da presunção do artigo 7º CRPredial.
Aquele que inscreveu um título verdadeiro e válido tem direito em
confiar na vigilância que o Estado há-de realizar para salvaguarda, de
forma a zelar pela sua garantia.
Nota: Carlos Ferreira de Almeida ressalva que esta importância concedida à confiança
no registo não é compatível com o conhecimento dos factos (má-fé), porque nesse caso
não temos de proteger a segurança. Jurídica de terceiro. Ou seja, nestes casos as
presunções não se anulam
Invocação da presunção
Maria Clara Sottomayor: Defende que só se pode invocar a existência das
presunções registais caso estes direitos existam no plano substantivo
Argumentos: Reconhecer a existência destas presunções nos casos
em que os registos não correspondam a um direito efetivamente
existente na realidade substantiva, não é atribuir ao registo efeito
constitutivo?
MC: A presunção opera independentemente de invalidades registais ou
substantivas.
Argumentos: Os terceiros não terão, conhecimento ou
cognoscibilidade, de se em algum momento da cadeia de
transações houve ou não um negócio nulo e. não lhe é exigível tal
indagação para que beneficiem da presunção do artigo 7º
Aquisição tabular
1. 5º n.1 CRP
Há um registo incompleto (registo desconforme à realidade substantiva)
O terceiro adquire o direito real num negócio jurídico inválido (nulo por
falta de legitimidade do disponente)
O terceiro tem de inscrever o facto aquisitivo do seu direito antes do seu
registo pelo titular do direito real na ordem substantiva ou antes de ação
de declaração de invalidade do negócio celebrado. Entre o duplo
disponente e o terceiro.
Haver dupla disposição, o terceiro tem de ter adquirido o terceiro da
mesma pessoa que o transmitiu ao titular do direito incompatível.
Os direitos têm de ser incompatíveis (relativa ou total)
3. 291º CC
JAV: Pressupõe a existência de um registo desconforme à realidade
substantiva por invalidade substantiva do negócio jurídico registado.
MC: A existência de um registo prévio não é um pressuposto desta
norma, aplica-se mesmo quando não havia um registo anterior e o
terceiro regista.
Ato de disposição do direito a que se reporta o facto registado.
Boa-fé
Negócio ser oneroso
O terceiro registar a sua aquisição antes do registo da ação de declaração
de nulidade ou anulação do negócio jurídico.
Este artigo estabelece um período de três anos nos quais os efeitos da
invalidade negocial prevalecem. Este prazo conta-se a partir da data de
celebração do primeiro negócio inválido.
4. 122º CRP
Desconformidade que gera não nulidade do registo, mas um registo
inexato.
O titular inscrito dispõe a favor de um terceiro de boa-fé.
Efeitos
OA: Leva à extinção da propriedade anterior
MC – Teoria dos direitos reais naturais: A propriedade anterior não se
extingue, fica numa situação de inoponibilidade em sentido próprio. No caso de
o terceiro adquirente devolver a coisa, renunciar ao seu direito, doar a coisa ou
transmiti-lo a terceiro de má-fé, o proprietário anterior retomaria a sua
oponibilidade normal.
Críticas de JAV: Não se harmoniza com os princípios da inerência, da tipicidade
e da oponibilidade absoluta. Tratando-se de um direito real de gozo, não é
apenas a oponibilidade que fica suspensa, é todo o aproveitamento, uso,
disposição e fruição da coisa. Se a propriedade. É um direito exclusivo, como
defende MC, como é que se podem articular duas propriedades diferentes
singulares.
Relações de vizinhança – prédio vizinho
AV + PL: Defendem uma interpretação restritiva do conceito, acabando
por reconduzir ao prédio contiguo.
Argumentos: A noção ser conforme aquela apresentada nos artigos 1347º,
1348º, 1350º, 1360º, entre outros. O princípio da segurança jurídica, uma
vez que existe um perigo de um alargamento extremo
JAV + MC: Qualquer prédio que possa ser atingido pelas emissões nos
termos do 1346º, ainda que seja considerável a distância espacial que os
separa.
Argumentos: Está aqui em causa uma grave afetação do direito de
propriedade, assim o que interessa é restringir as emissões que o possam
realmente atingir causando-lhe dano.
JAV + Rui Pinto Duarte: Tem sempre de haver dano, ou seja, não pode
apenas haver um uso anormal do prédio de que emanam. Mas mesmo
que decorram de um uso normal do prédio são ilícitas as emissões que
causem um prejuízo substancial ao prédio vizinho. Uma vez, que a ratio
legis é salvaguardar o gozo da coisa pelos titulares de direitos.
Atenção: A violação das restrições decorrentes deste artigo tanto podem dar azo a tutela
real como a tutela obrigacional (cumuláveis entre si).
Usucapião
OA + JAV – Dizem que os direitos nus também são usucapiveis, ou seja, por exemplo a
nua propriedade é a situação em que alguém exerce uma posse nos termos de uma
propriedade onerada por um usufruto ou por uma superfície. A expressão propriedade
nua não é a usada para a posse de uma propriedade com servidão, aí usa-se o termo
fundeiro.
Acessão do 1256º - Tem de haver um vínculo jurídico entre o novo e o antigo
possuidor?
AV + PL: Sim, tem haver uma relação jurídica formalmente válida.
Manuel Rodrigues: Sim, tem de haver um vínculo materialmente e
formalmente válido.
MC + JAV: Não, este instituto visa facilitar a aquisição por usucapião.
JAV + MC: Consideram que devido à evolução histórica do instituto o art. 1256º n.2,
deve ser interpretado no sentido de se referir às posses dos antigos proprietários, e não
apenas no seu precedente. Contudo, não pode unir a posse com a daquele contra quem a
usucapião funciona.
AV+ PL: As duas posses devem ser consecutivas e homogéneas, ou seja, devem se
desenrolar sem a intromissão de terceiro. Uma vez que este tempo se reporta a uma
única posse, se esta for interrompida deixa de ser a mesma posse.
JAV + OA: Não concordam, afirmando que o art. 1256º n.2 permite a acessão de posses
distintas entre si.
A renúncia não vem prevista quanto a todos os direitos reais. Assim, não vem prevista
para a propriedade singular nem para a superfície:
ML + AV: Não permite a renúncia destes direitos reais
JAV: Admite-a para o proprietário e para o superficiário, uma vez que esta
faz parte do poder de disposição que é conteúdo do direito de propriedade
1305º.
A renúncia só é eficaz com o consentimento do terceiro titular de outro
direito real sobre a coisa, se da extinção do primeiro decorrer a
extinção do último.
Nota: A renúncia à propriedade não extingue os direitos menores constituídos sobre ela.
Não uso
JAV + MC: O não uso é tanto o poder de atuação material sobre a coisa,
como o poder de disposição.
OA: Há não uso quando não há atuação material sobre a coisa
Natureza da posse
JAV + Carvalho Fernandes: Posse é um direito real de gozo legalmente tutelado,
usando para defender esta posição o argumento sistemático da sua inserção no
código, bem como a interpretação literal do 46º n.1
OA + ML: A posse é um direito, contudo não é um direito real. Não tendo por
isso a eficácia própria dos direitos reais. A posse não teria a inerência e a
sequela, uma vez que a ação de restituição da posse 1281º n.2 não procede
contra terceiro de boa-fé.
Âmbito da posse
OA + MC + ML + JAV: Defendem que pode haver posse nos termos de direitos
reais, bem como nos termos de outros direitos subjetivos (p.e de crédito ou
pessoais de gozo), desde que estes direitos lhe facultem poderes para uma
atuação material sobre a coisa e aquele as tenha no seu controlo.
Classificação da posse
Titulada (modo legítimo de adquirir, não tem de ser válido, se tiver vícios
materiais, mas não formais) vs não titulada
Nota: Posse titulada presume-se de boa-fé e a posse não titula presume-se de má-
fé
Modo legítimo de adquirir - não tem de ser válido, se tiver vícios materiais, mas
não formais continua titulada.
Orlando de Carvalho – Considera que apenas se integram nos modos
legítimos de adquirir tanto os contratuais como os não contratuais
Boa-fé (quem sem culpa ignora que está a lesar o direito de outrem) vs má-fé
(tanto por saber da lesão (má-fé psicológica) como por dever saber (má-fé ética))
AV + PL: Boa-fé psicológica
MC + JAV: Boa-fé psicológica e boa-fé ética
Pacifica (adquirida sem violência) vs violenta (coação física ou moral no
momento da aquisição da posse)
AV + PL + Jurisprudência: Violência respeita tanto à pessoa como à
coisa
MC + JAV: Violência só pode ter como destinatário a pessoa
Nota: A posse violenta é sempre considerada de má-fé, dá origem a restituição
provisória 1279º, a usucapião só começa a contar quando acaba a situação de
violência.
Pública (conhecida ou cognoscível pelos interessados) vs oculta
Bonifácio Ramos: Tem de existir cognoscibilidade
Doutrina minoritária: Tem de existir cognoscibilidade, mas esta é
averiguada e conjugada em função do uso normal da coisa concreta.
Mediata vs imediata
Formal (posse de quem não tenha o direito real da coisa) vs causal (exercida
pelo titular do direito)
Efetiva vs não efetiva (não tem o controlo material da coisa, mas o direito de
posse)
Civil (dá lugar a todas as prerrogativas da posse) ou interdital (só dá proteção da
coisa comodatário locatário depositário, ...)
Constituto possessório
Manuel Rodrigues: Há aqui a confluência de dois atos jurídico, um principal
(transmissão do direito real) e um acessório (mediante o qual o até agora possuidor
passa a ser detentor)
1267º n.2:
Existe uma parte da doutrina na qual se enquadra o professor Pedro Albuquerque que
defendem que a 1267º positiva um agravamento da publicidade, exigindo não só a
cognoscibilidade, mas um conhecimento efetivo.
Ação de restituição da posse 1278º - O esbulhador pode constituir uma posse a favor de
terceiro nos termos de outro direito, mantendo, no entanto, a sua posse. O esbulhado
pode opor a sua posse ao terceiro?
PL + AV: Não, porque se trata de um detentor e não de um possuidor.
JAV: Sim, porque o detentor representa o possuidor e tem a coisa no seu poder,
o possuidor esbulhado está desta forma a exercer o seu direito contra o
esbulhador.
A acessão 1317º
JAV: Defende que este é um regime subsidiário, só se aplica quando não haja outro
regime que regule especificamente a situação.
Servidão – 1543º no seu sentido literal retiraríamos que não pode existir servidão entre
dois prédios em que uma pessoa seja titular de dois direitos reais.
JAV: Propõe interpretação restritiva do preceito. Isso seria verdade para a
situação em que o titular tem duas propriedades plenas. Não havia razões que
impedissem a validade da constituição da servidão, num caso em que num dos
prédios este seja titular de um direito menor.
Servidão – o conteúdo típico deste direito é o aproveitamento de uma utilidade. Este
conteúdo vem descrito por um conceito jurídico indeterminado, sendo por isso para
JAV + PL + AV um tipo aberto. Este tem várias hipóteses de concretização, tantas
quantas as utilidades que um imóvel possa fazer beneficiar outro.