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Para Silva, (2005), Pelo Princípio da publicidade ou da visibilidade: percebe-se que, em relação
a imóveis, os direitos reais só são adquiridos após a transcrição no competente Cartório de
Registro de Imóveis. No tocante a móveis, somente a efetiva tradição do bem. Já que podem
ser arguidos contra qualquer um – vide principia acima – todos devem ter conhecimento da
existência do direito real, e a publicidade vem para tal fim. Este princípio tem, na sua base,
uma motivação de confiança e segurança do comércio, ou seja, se o direito real é um direito
oponível a todos, então deve ser, tanto quanto possível, reconhecível por qualquer um; o A
publicidade pode ser espontânea (o controlo material da coisa, de acordo com a lei, em alguns
casos faz presumir a titularidade do direito real – é o caso da posse ou organizada,quando
surge através do registo, sendo que só se aplica a certas categorias de coisas – é o caso do
registo predial, do registo automóvel e do registo de aeronaves)m.
(p.12).
Devido à eficácia dos Direitos Reais perante terceiros, torna-se necessário dar publicidade aos
mesmos.
A Posse é forma de publicidade do controlo material das coisas, que é exercido em termos de
um direito real.
• Registo Espontâneo
Efeitos do Registo
Fé Pública
Devido à segurança do comércio jurídico imobiliário (art. 1º), o registo deve estar em
conformidade com a situação jurídica substantiva do imóvel, permitindo o registo dar a
invalidade do registo.
Resulta que o registo é normalmente meramente enunciativo (não dá nem tira direitos) e
estabelece apenas uma presunção de titularidade – que pode entrar em conflito com a
da posse, já que, no caso contrário, será a presunção a favor do possuidor que terá
prevalência.
Registo Consolidativo
Registo consolida a posição do adquirente do imóvel, pois a lei determina que os factos
sujeitos a registo só produzem efeitos contra terceiros depois da data do respetivo registo –
• Com o registo, o adquirente vê plenamente consolidada a sua posição, uma vez que
passa a poder opor eficazmente o seu direito perante terceiros, o que antes lhe estava
• Conceção ampla – AV, Henrique Mesquita, Carvalho Fernandes – todos aqueles que
tenham adquirido e conservado direitos sobre os imóveis, que seriam lesados se o ato
5º pois é um terceiro
• O art. 5º/4 especifica quem é terceiro, pelo que poderá opor livremente o seu direito a
quem tenha direitos não incompatíveis com o seu (como o locatário de imóvel) ou
que não regista; B é esbulhado por C e pode invocar a sua propriedade perante C – a
penhora).
poderá sempre opor a sua aquisição a quem não tenha igualmente registado a
▪ Daí que este artigo seja discutido como tendo 2 efeitos: consolidativo +
atributivo
= Aquisição Tabular
• Há registo com eficácia aquisitiva de direitos (direito atribuído pelo registo) – torna-se
Art. 5º/1 – resulta de que os factos sujeitos a registo só produzem efeitos contra terceiros
Devido ao art. 5º/4, aplica-se à dupla alienação ou oneração de um bem, levando a que
a disposição posterior que tenha sido previamente registada prevaleça sobre a anterior,
portanto, é o registo que permite que a propriedade seja adquirida pelo adquirente
Doutrina maioritária exige, para a aquisição tabular, que a segunda disposição seja realizada a
título oneroso e de boa fé – sem isto, o direito do primeiro adquirente não pode ser posto em
causa
Requisitos JAV:
5º. Terceiro regista a sua aquisição antes do registo do facto aquisitivo do titular do Direito
Real
Art. 17º/2 – no caso de existir boa fé do terceiro e a sua aquisição tiver ocorrido a título
oneroso, o seu direito como sub-adquirente não é posto em causa pela declaração de nulidade
do registo.
291º CC, utiliza-se o art. 17º/2 devido a esse pedido de invalidar o registo.
Art. 122º - devido à necessidade de proteção daquele que confiou na exatidão de um registo,
tendo efetuado com base no mesmo uma aquisição de boa fé e a título oneroso.
processo, não vê o seu direito afetado pela posterior retificação da prévia inscrição.
Registo Enunciativo
Registo não atribui eficácia consolidativa ao direito, podendo ser oposto a terceiros
independentemente do registo.
• Usucapião – uma vez verificada suplanta todos os registos (usucapio contra tabulas)
registo
• Bens indeterminados – não faria sentido dar eficácia consolidativa antes do bem estar
determinado
Registo Constitutivo
Regra do sistema é a de que o registo não tem eficácia constitutiva ou extintiva de direitos,
➢ Único caso de registo constitutivo: Hipoteca – art. 4º/2 (na sequência do art. 687º CC)
As características dos Direitos Reais são analisadas numa ótica do direito subjetivo.
autonomiza a Sequela.
I. Caráter Absoluto
Consiste no facto de os direitos reais não se estruturarem com base em qualquer relação
Consequência é a 1) existência dum dever genérico de respeito desse direito por parte dos
outros sujeitos, aos quais o 2) titular do direito pode sempre opor eficazmente o seu direito.
Registo Predial
1) Atribuem ao titular um domínio reservado de atuação, que todos os outros sujeitos têm
de respeitar.
Direitos reais de gozo – propriedade pode constituir-se por ocupação (art. 1318º); ação de
Consiste no facto de os direitos reais estabelecerem com a coisa uma ligação especialmente
intensa, não podendo ser dela separados, designadamente para passarem a ter outra coisa
como objeto.
Estão de tal forma ligados à coisa que é o seu objeto que a ela inerem e não podem ser
desligados – coisa tem de ser existente, certa e determinada para poder ser objeto do direito
real.
➢ Não podem ser separados da coisa nem passarem a ter outra coisa como objeto – é
tem usufruto do prédio X e quer que esse usufruto passe antes a incidir sobre o
prédio Y – não o pode fazer; tem de extinguir o usufruto sobre X para constituir
um novo sobre Y
➢ Também não permite alargar o direito a uma realidade sobre a qual não incidia.
Implica que as vicissitudes da coisa se reflitam no direito real que incide sobre as mesmas –
• Sub-rogação legal especial real – caso de quando desaparece a coisa que é objeto de
direitos reais e há transmissão desses direitos para outra coisa (como uma
o ML, JAV: não está em causa a inerência, pois passa é a haver outro direito real.
sobre uma nova realidade. Extinção do direito real, com a extinção do objeto,
III. Sequela
Constitui uma manifestação dinâmica da inerência7 – titular pode ir buscar a coisa,
independentemente de qual o seu atual possuidor, mesmo que ela venha a ser objeto de uma
➢ Permite ao titular do direito atuar sobre a coisa para realizar o seu direito
Direitos reais de garantia: possibilidade de executar o direito e ser-se satisfeito com a venda
IV. Prevalência
Significa que o direito real que primeiro se constituir prevalece sobre todos os direitos reais de
constituição ou registo posterior, bem como sobre todos os direitos de crédito que se venham
a constituir.
• Maior força dos direitos reais sobre os direitos de crédito – confrontando direitos de
crédito com direitos reais, prevalece o real mesmo que os de crédito tenham sido
constituídos primeiro.
Direitos reais que não se compatibilizem sobre a mesma coisa são hierarquizados por uma
ordem de precedência, que pode ser conferida pela prioridade na constituição ou pela
prioridade no registo.
MC segue Pinto Coelho e OA e nega que a prevalência seja, em absoluto, uma característica
dos
direitos reais.
igualdade entre credores – o que não se verifica nos direitos reais, pois aquele que
Direitos reais de gozo: implica que apenas o direito resultante da primeira alienação se
constitua, não chegando o segundo direito a constituir-se. O segundo é inválido pois não há
legitimidade.
• Se o valor não chegar para satisfazer totalmente o direito que tem preferência, então
satisfaz até onde pode e o que não for satisfeito é crédito obrigacional.
por impossibilidade – essa extinção resulta de ter sido constituído um direito real
incompatível,
Há algumas exceções: privilégios creditórios (art. 745º e ss.); privilégio imobiliário especial (art.
751º)
Prevalência pode ser extensiva a direitos não reais: art. 733º, art. 736º, 747º/1/a.