Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O que se pretende diante do regime jurídico especial dos actos de comércio, é distinguir
aspectos fundamentais dos actos de comércio que os diferenciam dos actos civis.
A título de exemplo, temos alguns casos da simplicidade da forma nos actos de comercío:
A lei das sociedades comerciais prevê em tese, uma interessante situação em que pode
ocorrer uma excepção à admissibilidade de todo o género de prova no mútuo mercantil
entre comerciantes. Trata-se do contrato de suprimento previsto e regulado no artigo 269.º
da lei das sociedades comerciais. O n.º 4 desse artigo exige a forma escrita para que o
contrato de suprimento seja válido. Assim no caso em que uma Sociedade comercial, e
por conseguinte comerciante em nome colectivo, sócio de uma outra Sociedade
comercial, trambém ela comerciante em nome colectivo, empreste dinheiro ou outra coisa
fungível a essa mesma sociedade, estaremos sem dúvida diante de um mútuo mercantil
entre dois comerciantes.
• O artigo 398.º do Código comercial prevê que o penhor mercantil é válido com a
entrega simbolica da coisa empenhada efectuada por uma das modalidades aí
descritas. Este regime é substancialmente diferente do regime do penhor civil, que
é muito mais exigente. O artigo 669.º do Código Civil ecige a entrega da coisa
empenhada ou de documento que confira e exclusiva disponibilidade da coisa ao
credor ou a terceiro.
Nas obrigações comerciais, diferentemente das obrigações civis (art. 513.º do código
civil), que são regidas pela regra da conjução, impera a regra da solidaderiedade dos
devedores. Exemplo: A, B, C, D celebram com E um contrato de empréstimo (art. 394.º
do código comercial), para trespasse de um armazém comercial. E pode, em caso de
incuprimento exigir a qualquer um dos devedores a totalidade do valor em divida. Nisto
não consiste a regra da solidariedade dos devedores nas obrigações comerciais. Este
regime tem por fim o reforço do crédito que constitui um dos princípios inspiradores do
direito comercial.
Este regime sofre uma excepção prevista no parágrafo único do artigo 100.º do Código
Comercial que estabelece que a regra da solidariedade não se aplica aos co-obrigados em
relação aos quais as obrigrações assumidas não sejam comerciais, ou seja no caso dos
actos de comércio unilaterias.
Esta regra não se aplica aos co-obrigados se esses não forem comerciantes e o acto em
relação a eles não for mercantil, nos termos do artigo 100.º n.º 1 do Código Comercial.
Por força do artigo 2.º 2.ª parte do Código Comercial o acto de A, B e C não é havido
como comercial, porém, por se relacionarem com D que é comerciante, o artigo 99.º do
Código Comercial manda aolicar a lei comercial.
Solidariedade do Fiador
A fiança é um contrato unilateral regulado no artigo 627.º do Código Civil quando se trata
de um contrato civil, o fiador, ao abrigo do artigo 638.º pode recusar o cumprimento da
prestação provando existirem bens do devedor. No entanto quando o contrato é comercial,
o fiador dessa obrigação mercanti, de acordo co o artigo 101.º do Código Comercial, ainda
que não seja comerciante, não poderá invocar o artigo 638.º do Código Civil sendo desde
logo solidário com respectivo devedor.
O artigo 101.º, que é de rsto o único normativo que o Código Comercial dedica a este
acto de comércio objectivo que é a fiança mercantil, derroga desta forma o princípio
genérico do artigo 638.º do Código Civil, e exclui na fiança mercantil o chamado
benefício da execução.
Nos actos de comércio vigora o princípio da onerosidade. Uma das normas do Código
Comercial que mais claramente reflete o princípio da onerosidade é o texto do artigo 102.º
que estabelece a regra do decurso e contagem de juros em todos os débitos comerciais,
máximo de carácter pecuniário.
Os juros legais são aqueles que decorrem da norma legal, e os juros convencionais são
aqueles que são estipulados pelas partes.
Os juros moratórios, tal como se infere do seu significado literal, constituem uma
indemnização pelo prejuízo que o devedor causou ao credor pela mora no cumprimento
da obrigação, nos termos previstos no artigo 806.º do Código Civil.
O COMERCIANTE
Capítulo I
Para falarmos dos comerciantes devemos recorrer ao artigo 13.º do Código Comercial.
O legislador não se preocupou com a definição legal de comerciante em vez disso preferiu
indicar quais são as categorias legais dos comerciantes. São comerciantes de acordo com
os números 1, 2 e 3 do referido artigo:
1.º As pessoas com capacidade para a prática de actos de comércio que façam do comércio
profissão, e por esse facto adquirem o estatuto jurídico de comerciante.
3.º Outros sujeitos dotados de personalidade jurídica quando exercem uma actividade
mercantil.
Argumento de Natureza Histórica
O n.º 1 do artigo 13.º do código comercial portugês de que resultou o n.º 1 do artigo 13.º
do código comercial angolano é oriundo do artigo 18.º do código italiano de 1882. O
artigo 18.º do Código italiano evidencia que nele só se têm em vista os comerciantes em
nome individual.
• As pessoas a que se refere o n.º 1 não podem ser pessoas colectivas sem fim
lucrativo porque por força do princípio da especialidade previsto no artigo 160 do
Código Civil, essas pessoas não podem dedicar-se ao exercício habitual do
comércio. Dessa forma, ainda que tais entidades pratiquem actos de comércio,
serão sempre actos de comércio ocasionais e secundários e por isso insusceptíveis
de configurar uma actividade profissional de comerciante.
As Empresas Públicas
Segundo Prof. Vasco Lobo Xavier, defende que as empresas públicas, quando explorem
alguma das actividades comerciais em sentido jurídico comercial, previstas no artigo
230.º do código comercial, devem ser consideradas comercias.
Segundo porque o legislador no artigo 59.º da lei das Empresas Públicas expressamente
isentou as Empresas Públicas da aplicação das regras sobre a dissolução das sociedades
e da relativas ao instituto da falência e da insolvência.
Os Agrupamentos de Empresas
Os agrupamentos de empresas são pessoas colectivas cujo regime consta da lei 19/03, de
12 de Agosto nos termos dos artigos 27.º a 44.º.
Os agrupamentos podem ter um fim principal e um fim ou fins acessórios. Mas não podem
ter como fim principal a realização epartilha de lucros. Os agrupamentos de empresas não
são necessariamente comerciantes.
1. Personalidade Jurídica
2. Capacidade Comercial
Desta forma, para além dos menos, também os inabilitados (art. 152.º e seguinte do código
civil), os interditos por anomalia psiquica, surdez-mudez ou cegueira (art. 138.º e
seguintes do código civil) e as pessoas incapazes acidentalmente (art. 257.º do código
civil) não podem ser comerciantes.
Interdições
Incompatibilidade