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UNIVERSIDADE LUEJI A´NKONDE – ULAN

FACULDADE DE DIREITO - DUNDO

TEMA: REFORMA DO DIREITO PENAL EM ANGOLA: UMA


APRECIAÇÃO CRÍTICA AO NOVO CÓDIGO PENAL

Monografia do trabalho de fim do curso, apresentado à Faculdade de Direito da


Universidade Lueji A’nkonde como requisito para obtenção do grau académico de
licenciado em Direito.

Autor:
• Victor Mussangana Faria Diei Muanangue

Orientador: David Lucoquessa Ihandjica Icuma, Lic.

Dundo, 2023
Estrutura do trabalho

 INTRODUÇÃO;

 Capitulo I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: NOÇÃO E


EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO E CODIFICAÇÃO
PENAL ;

 Capitulo II:- A REFORMA DO DIREITO PENAL


ANGOLANO;

 Capitulo III: ANÁLISE CRÍTICA À REFORMA DO DIREITO


PENAL EM ANGOLA NO ÂMBITO DO NCP;

 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES.
INTRODUÇÃO
 A presente monografia, pretende ser uma abordagem sobre a reforma
do Direito Penal angolano no âmbito do novo Código Penal.
 Com a entrada em vigor do novo Código Penal, urge a necessidade
de fazer uma análise profunda sobre as nuances que o mesmo traz,
bem como as suas implicações no ordenamento jurídico-Penal
angolano tendo em consideração que qualquer reforma neste sentido,
pela natureza humana, não está ilibada de possíveis elementos não tão
asseverativos.
Problema científico

Que soluções podem ser adoptadas para resolução dos problemas


de legística existentes no Novo Código Penal angolano, no âmbito
da Reforma do direito penal?
Campo de acção:A Reforma do Direito Penal em Angola

Objecto de estudo: Direito Penal

Objectivo geral: Apontar soluções eficazes para os problemas de legística existentes no


Novo Código Penal.
Objectivos específicos
1.Analisar o Panorama da Reforma Juridico Penal angolana, na senda da Reforma da Justiça e
do Direito;
2. Descrever as principais inovações e dilemas trazidos pelo novo Código Penal face ao
Código Penal de 1886;
3. Criticar e qualificar as Inovações trazidas pelo novo Código Penal, do ponto de vista dos
seus méritos e deméritos;
4. Identificar os problemas de legística existentes na redação do NCPA
HIPÓTESE CIENTÍFICA

Se se apontarem críticas à RDPA, para solucionar os


problemas de legística existentes no NCP, contribuir-se-á
para a compreensão plena das vicissitudes e inovações
trazidas pela referida reforma no Direito Penal angolano,
bem como para o aprimoramento da ordem jurídico-penal
angolana em reformas pósteras.
1 – Métodos teóricos
 Histórico e lógico;
 Análise e Síntese.

METODOLOGIAS DE 2 – Método Comparativo


INVESTIGAÇÃO

3- Método Bibliográfico e Análise


Documental
CAPITULO I:FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: NOÇÃO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA
DO DIREITO E CODIFICAÇÃO PENAL

Direito Evolução
Penal Histórica
Fase da vingança privada
Fase da Vingança divina
Fases do Direito
Noção Penal Fase da vingança Pública
Perído Humanitário
Período Criminológico
História da
Função Codificação em
geral

Codificação como
Princípios tendência do
Direito Penal
CAPÍTULO II: A REFORMA DO DIREITO PENAL ANGOLANO

ciclos da Reforma do Direito e da


Justiça

1. O primeiro período, que se reportou ao tempo da 1.ª


República entre 1975 e 1991.

Reforma do Direito e da 2. O segundo período, que se iniciou com as reformas


Justiça em Angola constitucionais de 1991 e 1992.

3. terceiro período, alterações à Lei Fundamental


aprovadas em Fevereiro de 2010( Aprovação da CRA)

A Reforma do Direito Penal angolano Necessidade de uma reforma

O novo código penal angolano:


473 artigos

O Novo Código
Penal
Parte Geral Parte especial
A Matriz e estrutura do Novo Código Penal: Finalidade das penas e o princípio da
dignidade da pessoa humana .

CP 1886 NCPA

 FUNÇÃO  Função de Prevenção Geral Positiva e especial


RETRIBUTIVA
ARTIGO 40.º (Finalidades das penas e das medidas de
Art. 27º do CP 1886: segurança)

“A Responsabilidade 1. A aplicação de penas e de medidas de segurança visa a


Criminal. Fins das Penas”: “A protecção de bens jurídicos essenciais à subsistência
responsabilidade criminal da comunidade e a reintegração do agente na
consiste na obrigacão de sociedade.
reparar o dano causado na 2. A execução da pena de prisão deve orientar-se no
ordem moral da sociedade sentido da reintegração do recluso na sociedade,
cumprindo a pena estabelecida preparando-o para conduzir a sua vida de modo
na lei e aplicada por tribunal socialmente responsável, sem cometer crimes.
competente.
3. . A execução da pena de prisão serve também a defesa
da sociedade, prevenindo o cometimento de crimes
Capitulo III: ANÁLISE CRÍTICA À REFORMA DO DIREITO
PENAL EM ANGOLA NO ÂMBITO DO NCP
A análise crítica que nos propômos fazer está alicersada essencialmente em questões de
Legística.

Apreciação crítica das principais inovações e dilemas da parte geral do NCP:

1. A Contumaz consagração das Contravenções no NCP:( art.7º da Lei 38/20, submit., art. 142º
do NCP);
Artigo 164.º (Reserva absoluta de competência legislativa)
À Assembleia Nacional compete legislar com reserva absoluta sobre as seguintes matérias:
e) Definição dos crimes, penas e medidas de segurança, bem como das bases do processo
criminal;

Artigo 165.º da CRA (Reserva relativa de competência legislativa)


1. À Assembleia Nacional compete legislar com reserva relativa, salvo
autorização concedida ao Executivo, sobre as seguintes matérias:
t) Regime geral da punição das infracções disciplinares e dos actos ilícitos
de mera ordenação social, bem como do respectivo processo.
2. A responsabilidade criminal das empresas e restantes pessoas coletivas :

 Ausência do Critério da  Critério da especialidade no CPP(ARTIGO


Especialidade no NPC(ARTIGO 9.º ) 11.º )

3. A problemática da comparticipação no NPC:

 Comparticipação no  Comparticipação no
NCPA(Art. 26º (Ilicitude CPCV- Art. 28.º
na comparticipação) (Ilicitude na
comparticipação)

4.O novo regime concurso de crimes

Critérios do concurso de crimes

Especialidade( art. Consunção( art. 28 Subsidiariedade( art.


28 nº 2) nº3) 162)
5. A alteração no regime da Forma de Crime (art. 20.º do NCP); e a modificação
no regime de participação nos crimes, ficando apenas a autoria e a
cumplicidade e extinção da figura do encobrimento (art. 24.º; art. 25.º; art. 26.º
do NCP);

6. Separação e distinção entre causas de justificação da ilicitude e Causas de


exclusão da Culpa no Capítulo III e o Capítulo IV do NCP;

7. A nova estruturação das consequências jurídicas do facto criminoso(ART. 39.º)


e a alteração da Duração da Pena de Prisão (art.44º do NCP);

8. A Consagração da Proibição da pena de morte e Medidas se Segurança


privativas de liberdade com caráter perpétuo (art.º 41º do NCP).

9. A possibilidade do desconto da pena, por anterior prisão preventiva e a não


contemplação do desconto em outros meios de coação. (art.º 81 NCP);
Análise dos principais aspectos da parte especial do NCP

1. Estruturação dos bens jurídicos na parte especial

VIDA

LIBERDADE

PATRIMÓNIO

2. A Nova acepção dos crimes sexuais

Crimes Sexuais

Crimes contra Liberdade Crimes Contra autodeterminação


Sexual( maiores de 18 anos) sexual( Menores de 18 anos)
3. A incorporação dos crimes informáticos no NCPA( Título VIII do NCP).

Crimes
Informáticos

Lato Senso Stricto Senso

4. Crimes contra o Mercado e Economia

VS

O princípio da necessidade, da proporcionalidade e da


adequação do art. 57º da CRA.
Resenha dos méritos e deméritos do NCP

Méritos
 A Matriz sobre a qual o NCP assenta, nomeadamente na finalidade das penas (fim de
prevenção geral e prevenção especial) e o seu embasamento no Princípio da Dignidade
da pessoa humana,

 Factor Inovação
 Fim da excessiva dispersão legislativa em matéria penal que havia no país.

Deméritos
 A excessiva dependência face o direito penal português

 A hipertrofia penal e os elementos que seguem na contramão da matriz sobre a qual


assenta o NCP.
Conclusão
Ao longo da nossa abordagem, apreciamos o Reforma do Direito Penal em Angola na
senda do NCP. Esmiuçamos sua matriz geral, analisamos e criticamos neste processo
aspectos atinentes a parte geral e especial do NPC.

O desenvolvimento do Direito está intrisicamente ligado ao sentido crítico de seus


cultores. Então, teleologicamente, a nossa explanação visou informar aos legisperitos , aos
cultores de Direito e a sociedade em geral, o conteúdo das inovações trazidas pelo NCP,
enaltecer os muitos méritos, analisar os deméritos, na perspectiva de evitar a letargia e
inércia da nossa ordem jurídico Penal. Portanto, como dizia Mallmith, «não existe nada tão
perfeito que não possa ser melhorado...» e é através desse tipo de abordagens que
poderemos continuar a galgar no itinerário do evolução da nossa ordem juridico-Penal.
Recomendações

 Que se retire as contravenções da categoria de ilícitos criminais e consequentemente do texto do


Código Penal, e seja consagrada de forma separada como em ilícitos de mera ordenação social, nos
termos da al. t) do n.º 1 do artigo 165.º da CRA;
 Que se Ultilize no artigo 9º do NCP, um critério de especialidade tal como se faz em Portugal.
 Quanto ao regime da comparticipação, sugerirmos acolher a visão do legislador Cabo-Verdiano,
condicionando a comunicação das qualidades ou características, pelo conhecimento do
comparticipante dessas qualidades ou características ;
 Que se consagre de forma expressa, isto é, no texto legal, o princípio da subsidiariedade no âmbito
do concurso aparente de normas;
 Que se consagre o desconto da pena, também no caso de outras medidas coativas privativas de
liberdade, nomeadamente a prisão domiciliar e detenção
 Que tipos legais como a retenção de moedas ou pagamento em numerário sejam submetidos a
regulamentação de outras aéreas do Direito em obediência ao princípio da fragmentariedade do
Direito Penal;
 Começar a investigar outros direitos e outras famílias jurídicas e abandonar a exessiva
dependência ao Direito Penal português;
 Alertar o legislador sobre as deletérias consequências da falácia do Maximalismo Penal (hipertrofia
Penal). o sinónimo de Reforma penal tem sido: criar novos tipos legais e agravar os já existentes”.
Muito
Obrigado!

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