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INSTITUTO INDUSTRIAL E COMERCIAL DA BEIRA

Especialidade: Construção civil

Turma: A/CV4CCN

Modulo: Explicar os elementos básicos de empreendedorismo

Tema: Ética e Deontologia Empresarial de Moçambique

Formando: Formadora:

Manuel Cipriano Chutar Hermenegilda Carlota

Beira, Junho de 2023


CÓDIGO COMERCIAL DE MOÇAMBIQUE

LIVRO PRIMEIRO ACTIVIDADE EMPRESARIAL TÍTULO PRIMEIRO


DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 1 (Objecto da lei comercial)

A lei comercial regula a actividade das empresas comerciais e dos empresários


comerciais, bem como os actos considerados comerciais.

Artigo 2 (Actividades da empresa)

Considerar-se-ão actividades da empresa as que envolverem a produção, transformação e


circulação de bens, prestação de serviços, exploração de espectáculos, agenciamento ou
leilão, transporte, agricultura, pesca, artesanato, exploração florestal, mineração, entre
outras, quando destinadas ao mercado.

Artigo 3 (Actos de comércio)

São considerados actos de comércio:

a) Os actos praticados no exercício de uma empresa comercial;

b) Os actos que se acharem especialmente regulados neste Código;

c) Os contratos e obrigações do empresário comercial que não forem de natureza


exclusivamente civil, se o contrário do próprio acto não resultar.

Artigo 4 (Princípios da lei comercial)

São acolhidos como princípios gerais do sistema jurídico regulador da actividade


empresarial, de entre outros princípios gerais do direito que possam ser deduzidos das
suas normas, os seguintes: autonomia da vontade, força obrigatória dos contratos, boa fé,
equidade, presunção de solidariedade das obrigações mercantis, onerosidade das
obrigações mercantis, primazia da verdade real dos factos e proibição da concorrência
desleal e do abuso do poder económico.
Artigo 5 (Lei aplicável)

1. Os actos de comércio serão regulados:

a) Quanto à substância e efeitos das obrigações, pela lei do lugar onde forem celebrados,
salvo convenção em contrário;

b) Quanto ao modo do seu cumprimento, pela lei do lugar onde este se realizar;

c) Quanto à forma externa, pela lei do lugar onde forem celebrados, salvo nos casos em
que a lei expressamente ordenar o contrário.

2. O disposto na alínea a) do número anterior não será aplicável quando da sua execução
resultar ofensa ao direito público moçambicano ou aos princípios de ordem pública.

Artigo 6 (Direito subsidiário)

Se as questões sobre direitos e obrigações emergentes da actividade empresarial não


puderem ser resolvidas nem pelo texto da lei comercial e nem pelo seu espírito, nem pelos
casos análogos nela prevenidos, serão decididas pela lei civil. (Lei reguladora das
relações comerciais com estrangeiros)

Todas as disposições deste Código serão aplicáveis às relações comerciais com


estrangeiros, excepto nos casos em que a lei expressamente determinar o contrário, ou se
existir tratado ou convenção especial que, de outra forma, as determinar e regular.

TÍTULO SEGUNDO

CAPACIDADE EMPRESARIAL, EMPRESARIOS E SUAS OBRIGAÇÕES


Capítulo I Capacidade empresarial

Artigo 8 (Capacidade para o exercício da actividade empresarial)

Estão habilitadas para o exercício da actividade empresarial como empresários as pessoas


singulares e jurídicas civilmente capazes, exceptuando-se as que se acharem proibidas em
leis especiais e no presente Código.

Artigo 9 (Autorização para exercer a actividade empresarial)

1. Poderá ainda exercer actividade empresarial o menor de idade, que seja maior de
dezoito anos, desde que devidamente autorizado.
2. A autorização para o exercício da actividade empresarial poderá ser concedida pelo
pai, pela mãe, desde que detenham a guarda do menor; pelo tutor; e pelo juiz, na falta dos
pais ou do tutor, ou quando entender conveniente e oportuno aos interesses do menor.

3. A autorização para o exercício da actividade empresarial deverá ser outorgada por


escrito, mediante instrumento público ou particular, podendo o instrumento de
autorização limitar os poderes ou impor condições para seu exercício, indicar o ramo da
actividade a ser explorado pelo menor, fixar prazo de validade para a autorização e,
mesmo quando concedida por prazo determinado, poderá ser revogada, a qualquer tempo,
pelo outorgante, salvaguardados os direitos adquiridos de terceiros.

4. Não havendo fixação de prazo de validade nem limitação de poderes, presume-se que
a autorização tenha sido concedida por prazo indeterminado, ficando o menor habilitado
para a prática de todos os actos próprios da actividade empresarial.

5. Para produzir efeitos em relação a terceiros, o instrumento de autorização e a sua


revogação deverão ser registados na Conservatória do Registo Comercial.

(Exercício da actividade empresarial pelo cônjuge)

1. Qualquer dos cônjuges, independentemente de autorização do outro, poderá exercer


actividade empresarial.

2. O cônjuge somente poderá avalizar títulos de crédito ou prestar outra garantia com a
anuência expressa do outro cônjuge, sob pena da nulidade do acto praticado, excepto
tratando-se de bens de domínio particular.

3. O cônjuge que se sentir prejudicado com a prática de acto que possa comprometer o
património do casal poderá manifestar a sua oposição nos termos da lei.

Capítulo II Empresários comerciais

Artigo 11 (Quem pode ser empresário comercial)

São empresários comerciais:

1. As pessoas singulares ou colectivas que, tendo capacidade para o exercício da


actividade empresarial, fazem dela sua profissão.

2. As sociedades comerciais.
Artigo 12 (Impedimentos)

Estão impedidos do exercício da actividade empresarial:

a) As pessoas colectivas que não tenham por objecto interesses materiais;

b) Os impedidos por lei especial.

Artigo 13 (Condição do Estado e do Município)

1. O Estado e o Município, quando exercerem uma empresa comercial, não adquirem a


qualidade de empresário comercial ficando, porém, no que ao exercício daquela diz
respeito sujeitos às disposições deste Código.

2. O disposto no número anterior aplica-se às pessoas colectivas que não tenham por
objecto interesses materiais.

Artigo 14 (Responsabilidade social do empresário comercial)

O empresário, na proporção crescente da sua capacidade contributiva, deve assumir a sua


responsabilidade social, especialmente perante a comunidade onde desenvolve actividade
económica, obrigando-se a preservar o meio ambiente, atender a justa expectativa da
comunidade, quanto à sua participação na expansão do mercado de trabalho e na sua
capacidade de geração de receita tributária, respondendo, solidariamente, com os sócios
ou accionistas controladores e com seus administradores pelo cumprimento integral das
suas obrigações sociais, na hipótese de acção ou omissão culposa ou dolosa.

Capítulo III Obrigações do empresário comercial

Secção I Obrigações especiais dos empresários comerciais

Artigo 15 (Obrigações especiais dos empresários comerciais)

Constituem obrigações especiais dos empresários comerciais:

a) Adoptar uma firma;

b) Escriturar em ordem uniforme as operações ligadas ao exercício da sua empresa;

c) Fazer inscrever na Conservatória do Registo Comercial os actos sujeitos a registo;

d) Prestar contas.

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