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Defensas Cilíndricas
As defensas cilíndricas constituem um meio muito eficaz e económico, de fácil montagem e manutenção,
Defensas
para a protecção de navios e de cais de acostagem. Este tipo de defensas foi, historicamente, o primeiro a
ser instalado, no início da década de 30. É um tipo de defensas que não exige fixação directa ao cais, Projecto de Defensas
ficando apenas suspensas por um sistema de correntes e/ou de barras (Figura 17). Esta característica
permite a sua utilização em cais que ofereçam dificuldades de instalação, nomeadamente por falta de Cais de Acostagem
espaço.
Principais Características dos
Navios
Cais de Acostagem e
Dimensão dos Navios
Velocidade de Acostagem
Tipos de Acostagem
Coeficiente de Segurança
Factores de Correcção
Tipos de Defensas
Estas defensas podem ser produzidas por dois processos: por extrusão, até diâmetros exteriores da
ordem dos 500 mm, ou por sobreposição de camadas de folhas de borracha obtidas geralmente por
calandragem. Neste caso as defensas podem ser construídas com diâmetros exteriores máximos da
ordem de 2800 mm.
Podem ser também produzidas com vários tipos de borracha e borrachas com várias durezas (portanto,
vários graus de rigidez), fazendo assim variar a sua capacidade de absorção de energia e a força de
reacção.
Nalgumas variantes na face da defensa pode existir uma placa de aço, que permite uma melhor
distribuição das forças de acostagem. Pode ainda conter, na face de impacto, uma outra placa em
polietileno de elevada densidade (UHMWPE), a qual proporciona um reduzido atrito no contacto com
o casco do navio.
Este tipo de defensas oferece uma elevada resistência ao corte, especialmente na sua direcção
longitudinal. Podem ser utilizadas em vários tipos de cais e com vários tipos de navios, sendo
particularmente recomendadas para navios que permitam uma boa capacidade de deformação do casco
e navios de pequena a média dimensão (cargueiros, barcos de pesca, batelões e rebocadores, por
exemplo). Este tipo de defensas oferece uma grande durabilidade e custos de manutenção muito baixos.
São obtidas por um processo de moldagem e estão disponíveis com três níveis de rigidez. As suas
dimensões estarão limitadas pelas dimensões dos moldes e dos equipamentos de vulcanização.
Exemplos de dimensões mínimas e máximas, definidos pelas suas dimensões H, W e L, são as seguintes:
Defensas cónicas
Mais correctamente, estas defensas deveriam ser chamadas de troncocónicas. Este tipo de defensas
surge também na quarta geração do desenvolvimento de defensas (Figura 19). Embora com um
desempenho inferior às defensas de Elementos ou Modulares, apresentam um excelente
desempenho, com uma excelente capacidade de absorção de energia por unidade de força de
reacção e uma excelente capacidade de absorção de energia por unidade de peso. Também é
um tipo de defensas que necessitam ser fixadas na parede do cais. A sua configuração geométrica,
devidamente aperfeiçoada, permite-lhe uma elevada resposta às acções de compressão, quaisquer que
são os ângulos de solicitação. Constitui, por estas razões, uma excelente solução para vários tipos de cais
de acostagem de vários tipos de navios, nos quais se incluem cargueiros, graneleiros, transporte de
contentores, petroleiros e transporte de gases. Complementa a sua instalação, um painel frontal de aço,
revestido na face de impacto com um material de baixo coeficiente de atrito (geralmente UHMWPE, já
atrás referido) (Figura 20). A instalação deste tipo de painéis frontais é comum a outros tipos de
defensas.
Numa variante da sua instalação, num sistema designado por Defensas de Movimentação
Paralela (Parallel Motion Fenders), são utilizadas duas defensas cónicas adjacentes, mas em
posição simétrica (Figura 21).
Um braço de torção ligado ao cais e ao painel frontal permite, por parte das defensas, a absorção do
dobro da energia com a mesma força de reacção. Este tipo de instalação permite ainda que o painel se
mova sempre paralelo ao cais, qualquer que seja a energia transmitida e o seu ângulo de actuação.
São obtidas por um processo de moldagem e estão disponíveis com três níveis de rigidez. As suas
dimensões estarão limitadas pelas dimensões dos moldes e dos equipamentos de vulcanização.
Dimensões mínimas e máximas típicas, caracterizadas pelas quotas H, D e d:
São igualmente obtidas por um processo de moldagem e produzidas com três níveis de rigidez.
Produzidas também em variadas dimensões; as suas dimensões, mínima e máxima, caracterizadas pela
sua altura H e pelo diâmetro da flange D, são as seguintes:
A sua instalação pode efectuar-se entre painéis de aço, tendo o painel que recebe o impacto uma
protecção em UHMWPE ou, alternativamente, podem ser fixados directamente ao cais pelas suas
extremidades opostas ao painel frontal de impacto. A base do elemento que liga ao painel frontal fica,
geralmente, nele embutido. Estão disponíveis sistemas de defensas de Elementos designados de
Especiais, os quais diferem, basicamente, no tipo da placa frontal de impacto. Como a superfície da
base dos Elementos é relativamente pequena, este tipo de sistema de defensas é particularmente útil
em tipos de cais com áreas muito pequenas para fixação de defensas.
Os Elementos ou Módulos podem ser instalados nas posições vertical ou horizontal. Em muitos casos
é efectuada uma instalação mista, com Elementos montados alternadamente nas posições vertical e
horizontal.
Numa variante da sua instalação, no já referido sistema designado por Defensas de Movimentação
Paralela (PMF – Parallel Motion Fenders), podem também ser utilizadas defensas deste tipo
(Figura 25).
São utilizadas em variados tipos de cais de acostagem, destinados a navios de grande porte, tais como
cargueiros, graneleiros e transporte de contentores. Estas unidades modulares são obtidas por
moldagem e estão também disponíveis com três níveis de rigidez. As suas dimensões, mínima e máxima,
são as seguintes:
Defensas Pneumáticas
As defensas Pneumáticas foram introduzidas no mercado em 1959 pela empresa Yokohama. A
defensa é fixada ao cais por correntes e, face à sua baixa densidade (possui um grande volume
preenchido por ar), funcionam muitas vezes em contacto directo com a água, onde flutuam (Figura
26).
Constituem uma excelente alternativa às defensas fixadas nos cais, principalmente nas seguintes
situações:
Cais de acostagem com grandes variações do nível das águas (grande amplitude das marés), pois
que, como são fluentes, estão sempre em plenas condições de actuação;
Acostagem navio-navio, face à sua fácil instalação e movimentação;
Adequadas para navios que não suportem elevadas pressões no casco;
Podem ser esvaziadas e transportadas facilmente para outro local.
Figura 27 – Pormenores das superfícies de defensas pneumáticas com a superfície nervurada e com uma
rede de corda.
O conjunto de correntes com pneus, as nervuras e a rede de corda servem para proteger a defensa e
prolongarem a sua durabilidade.
O processo de fabrico deste tipo de defensas é relativamente complicado. Como tal, muitos dos
processos de fabrico constituem um segredo dos seus fabricantes. Alguns fabricantes utilizam ainda o
processo designado por clássico, o qual consiste num conjunto de operações de carácter
essencialmente manual. Algumas das técnicas de fabrico actuais contemplam fases do método
clássico e fases mais modernas, nomeadamente nas técnicas de enformar e de aplicar o reforço
em cord de poliamida, mediante a utilização de alguns equipamentos auxiliares.
As camadas de tecido cord são aplicadas, em duas direcções simétricas, que fazem um ângulo de 54º
como eixo da defensa (ângulo neutro); também, o número de telas de cord tem de ser sempre em
número par (Figura 28).
Se o ângulo dos cords for inferior a 54º, a defensa terá tendência a deformar-se, para que o ângulo dos
cords aumente; em consequência, o diâmetro da defensa aumenta, diminuindo em simultâneo o seu
comprimento. Inversamente, se o ângulo dos cords for superior a 54º, a defensa terá tendência a
deformar-se, para que o ângulo dos cords diminua; em consequência, o diâmetro da defensa diminui,
aumentando em simultâneo o seu comprimento. Portanto, é necessário aplicar um número par de telas e
estas devem ser aplicadas em ângulos de 54º, em direcções simétricas, garantindo-se assim a
estabilidade dimensional de defensa sob pressão.
Desta forma fica assegurado um total equilíbrio de tensões, nas duas direcções e que a defensa, sob
pressão, não apresenta variações de diâmetro nem de comprimento. Este comportamento é exactamente
igual ao que se observa em mangueiras quando reforçadas com telas de cord (ver aqui).
Com a defensa mantida sempre sob pressão, é aplicada a borracha do revestimento exterior, de
qualidade adequada e igualmente calandrada, numa espessura especificada. Após esta última operação,
a defensa é esvaziada e são preparadas as zonas para montagem das flanges de enchimento e suspensão.
A fixação destas ao corpo da defensa faz-se com o auxílio de um anel em aço, sendo o conjunto fixado
pela duas partes da flange, quando devidamente apertadas por um conjunto de parafusos (normalmente
6). A flange possui uma válvula para enchimento da defensa (ver os correspondentes detalhes na Figura
28).
O processo de fabrico termina com a vulcanização do conjunto, devidamente embalado, com bandas de
algodão ou de preferência, de poliamida 6.6 (Polyamide curing tapes). A vulcanização é efectuada
em autoclaves de dimensões adequadas às defensa a produzir. As autoclaves são aquecidas com vapor
directo. Alguns fabricantes utilizam câmaras de vulcanização de parede dupla, também aquecidas a
vapor.
Este tipo de defensas está projectado para operar com pressões de 0,5 e de 0,8 kg/cm2 (50 e 80 kPa).
Para defensas com a mesma dimensão, a operação a 0,8 kg/cm2 de pressão proporciona um melhor
rácio energia absorvida/força de reacção.
Na página dedicada aos Compostos de Borracha para Defensas são indicadas as especificações
para o forro interior e para o revestimento exterior da defensa.
As dimensões deste tipo de defensas variam entre ø300xL500 mm até ø4500xL10500 mm.
Defensas Hidropneumáticas
Este tipo de defensas destina-se exclusivamente à acostagem de submarinos (Figura 29).
É uma defensa do tipo pneumático, mas que opera na posição vertical. Para lhe conferir estabilidade
nessa posição, a defensa é parcialmente cheia com água e possui ainda um peso na sua extremidade
inferior (Figura 30).
Como este tipo de defensa se destina a uma aplicação muito específica, a gama de dimensões usualmente
produzida é também muito mais reduzida:
O desempenho deste tipo de defensa varia com a pressão, com a relação (volume) de água para ar (a
relação 65 de água:35 de ar é muito utilizada, mas pode ser de 55 de água:45 de ar, para a defensas de
maior dimensão); varia ainda com o tipo de gás utilizado (ar ou azoto).
Recomendo a consulta do catálogo da empresa Fenderteam, AG, em língua portuguesa, página 53,
para apreciação dos tipos, dimensões e características técnicas deste tipo de defensas.
Relativamente às defensas pneumáticas, este tipo de defensa apresenta uma vantagem incontornável:
mesmo danificada (rasgos e perfurações), continua a desempenhar a sua função sem
alterações sensíveis. As defensas pneumáticas, quando danificadas com qualquer tipo de rasgo ou
perfuração, perdem a sua total capacidade de absorver impactos e necessitam ser reparadas (ou
substituídas) com a maior brevidade.
Este tipo de defensas é produzido em várias dimensões, cores e com quatro níveis de rigidez, o que lhes
confere uma ampla gama de opções, com diferentes capacidades de absorção de energia e forças de
reacção, com uma grande versatilidade de aplicações:
Alguns fabricantes produzem um tipo de baixa rigidez; embora com capacidade de absorção de energia
mais reduzida, proporcionam forças de reacção muito baixas.
São particularmente adequadas para acostagens navio a navio e navios com cascos que não aguentem
elevadas pressões. São igualmente adequadas para estruturas de acostagem mais sensíveis às forças de
impacto. Dimensões, mínima e máxima, produzidas:
Por outro lado, pode girar livremente, em qualquer direcção (Figura 33). É um tipo de defensa
particularmente útil na entrada de oclusas (estruturas guia), protecção de cantos e de outras estruturas
fixas. Baixos custos de instalação e de manutenção.
O seu núcleo é constituído por espuma de polietileno (PE) ou de etileno-acetato de vinilo (EVA)
laminado. Pode ser fornecida com diferentes níveis de rigidez. O seu revestimento exterior é de
poliuretano reforçado com poliamida ou poliaramida. A defensa possui interiormente um núcleo de aço,
e o contacto deste com a estaca é efectuado através de rolamentos de baixa fricção, em UHMWPE, para
evitar problemas de corrosão. As suas dimensões características são o seu diâmetro exterior e o diâmetro
da estaca, onde são instaladas; a sua altura pode ser estabelecida pelo Cliente:
Recomendo a consulta do catálogo da empresa Fenderteam, AG, em língua portuguesa, páginas 58,
para apreciação dos tipos, dimensões e características técnicas destas defensas.
Este tipo de defensas possui, naturalmente, uma reduzida capacidade de absorção de energia; não estão
aptas a receber a quantidade de energia posta em jogo em condições de acostagem.
As defensas giratórias podem ser fabricadas com materiais compósitos elastoméricos ou com espuma de
PE ou EVA. No fabrico de defensas de pneus, são construções típicas de pneus, de dimensão adequada.
Umas e outras podem consistir de pilhas de duas ou mais unidades.
Face à grande variedade na dimensão e configuração destas embarcações, são muitas vezes produzidas à
medida. No entanto, existem diversos tipos de defensas, mais geralmente obtidas por extrusão, que
podem ser instaladas em qualquer parte da embarcação. Pertencem a este tipo de defensas as que estão
esquematicamente mostradas no Quadro 3.
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