Você está na página 1de 26

PÉROLAS JURÍDICAS

O autêntico tarado
Confira trecho extraído de uma inicial de ação de separação de corpos que tramita
perante uma vara de família do interior mineiro: “VI – Que no dia 29 de março de 2006,
o Requerido (Parte 2, o acusado/réu) chegou em seu lar, completamente embriagado,
expulsou para fora de casa os filhos e tentou manter relações sexuais a força com a
Requerente (Parte 1, pessoa que faz um requerimento solicitando alguma coisa a
alguém, geralmente a uma autoridade judicial.). Tendo esta se negado, ele se dirigiu a
sua sogra e disse para ela deixar a porta do quarto aberta porque ele iria “comer alguém
de qualquer jeito”. Obs.: Faltou o uso do sic nesse trecho.

Inserido em 25/4/2006 (Bastidores forenses)


___________________________________________________________________
Móveis e imóveis
“Bens móveis são aqueles que são fabricados nas marcenarias. Já os bens imóveis são
aqueles que não se movimentam, como um edifício, e também, por exemplo, um
veículo que por estar sucateado não tem como ser removido”.
(De um universitário, ao fazer a diferenciação entre bens móveis e bens imóveis, numa
prova de Direito Civil).
Inserido em 5/12/2005 (Gentilmente enviado por Kiko)
________________________________________
Zeloso Oficial
Informação de oficial de Justiça, não tendo encontrado o réu: “O mutuário (Aquele que
recebe por empréstimo através de contrato mútuo) foi para São Paulo melhorar de vida.
Quando voltar, vai liquidar com o Banco”
Inserido em 5/12/2005 (Gentilmente enviado por Kiko)
________________________________________
Lua de mel
De uma certidão de oficial de Justiça:
“Deixei de fazer a citação tendo em vista que o réu está em lua-de-mel e me respondeu
por telefone que nos próximos dias não está nem aí…”
Inserido em 5/12/2005 (Gentilmente enviado por Kiko)
________________________________________
Álibi
Depoimento numa Delegacia:
“O pedestre não tinha ideia para onde ir, então eu o atropelei”
Inserido em 5/12/2005 (Gentilmente enviado por Kiko)
________________________________________
Predicado
A parte autora diz que no contrato de compra e venda estão presentes o sujeito e o
objeto, mas não aponta onde estará o predicado”.
(De uma contestação em ação revisional)
Inserido em 5/12/2005 (Gentilmente enviado por Kiko)

_________________________________________
Definição de edital
“Edital é uma forma de fazer uma pessoa saber o que ela não sabe, só que muitas vezes,
porque não lê o jornal, ela não vai mesmo ficar sabendo”.
(Resposta em uma prova de Processo Civil, em Faculdade de Direito da Grande Porto
Alegre)
Inserido em 5/12/2005 (Gentilmente enviado por Kiko)
________________________________________
Falecido
“Fulano de tal, falecido em 08 de maio de 2003, conforme certidão de óbito em anexo,
doravante (daqui para frente) denominado reclamante, por seu advogado signatário
(quem assina ou escreve um texto), vem perante Vossa Excelência ajuizar ação
trabalhista…”
> (De uma petição inicial na Vara do Trabalho em Varginha-MG).
Inserido em 5/12/2005 (Gentilmente enviado por Kiko)
________________________________________
Sentença inusitada de um juiz, poeta e realista
Esta aconteceu em Minas Gerais (Carmo da Cachoeira). O Juiz Ronaldo Tovani, 31
anos, substituto da Comarca de Varginha, ex-promotor de justiça, concedeu liberdade
provisória a um sujeito preso em flagrante por ter furtado duas galinhas e ter perguntado
ao delegado “desde quando furto é crime neste Brasil de bandidos?”
O magistrado lavrou então sua sentença em versos.

No dia cinco de outubro


Do ano ainda fluente
Em Carmo da Cachoeira
Terra de boa gente
Ocorreu um fato inédito
Que me deixou descontente.

O jovem Alceu da Costa


Conhecido por “Rolinha”
Aproveitando a madrugada
Resolveu sair da linha
Subtraindo de outrem
Duas saborosas galinhas.

Apanhando um saco plástico


Que ali mesmo encontrou
O agente muito esperto
Escondeu o que furtou
Deixando o local do crime
Da maneira como entrou.

O senhor Gabriel Osório


Homem de muito tato
Notando que havia sido
A vítima do grave ato
Procurou a autoridade
Para relatar-lhe o fato.

Ante a notícia do crime


A polícia diligente
Tomou as dores de Osório
E formou seu contingente
Um cabo e dois soldados
E quem sabe até um tenente.

Assim é que o aparato


Da Polícia Militar
Atendendo a ordem expressa
Do Delegado titular
Não pensou em outra coisa
Senão em capturar.

E depois de algum trabalho


O larápio foi encontrado
Num bar foi capturado
Não esboçou reação
Sendo conduzido então
À frente do Delegado.

Perguntado pelo furto


Que havia cometido
Respondeu Alceu da Costa
Bastante extrovertido
Desde quando furto é crime
Neste Brasil de bandidos?

Ante tão forte argumento


Calou-se o delegado
Mas por dever do seu cargo
O flagrante foi lavrado
Recolhendo à cadeia
Aquele pobre coitado.

E hoje passado um mês


De ocorrida a prisão
Chega-me às mãos o inquérito
Que me parte o coração
Solto ou deixo preso
Esse mísero ladrão?

Soltá-lo é decisão
Que a nossa lei refuta
Pois todos sabem que a lei
É prá pobre, preto e puta…
Porisso peço a Deus
Que norteie minha conduta.

É muito justa a lição


Do pai destas Alterosas.
Não deve ficar na prisão
Quem furtou duas penosas,
Se lá também não estão presos
Pessoas bem mais charmosas.

Afinal não é tão grave


Aquilo que Alceu fez
Pois nunca foi do governo
Nem sequestrou o Martinez
E muito menos do gás
Participou alguma vez.

Desta forma é que concedo


A esse homem da simplória
Com base no CPP
Liberdade provisória
Para que volte para casa
E passe a viver na glória.

Se virar homem honesto


E sair dessa sua trilha
Permaneça em Cachoeira
Ao lado de sua família
Devendo, se ao contrário,
Mudar-se para Brasília!!!
Inserido em 21/11/2005 (Gentilmente enviado por Fábio José Mateus Guimarães)
________________________________________

Ver o exemplo de Ivete Nascimento da Silva (p.35).

 Fato curioso: Advogado escreve receita de pamonha na petição para


provar que Juiz não lê os autos:

“Senhores julgadores, espero que entendam o que faço nestas pequenas


linhas, e que não seja punido por tal ato de rebeldia, mas há tempos os
advogados vem sendo desrespeitados pelos magistrados, que sequer se dão ao
trabalho de analisar os pleitos que apresentamos. Nossas petições nunca são
lidas com a atenção necessária.
A maior prova disso, será demonstrada agora, pois se somos tradados como
pamonhas, nada mais justo do que trazer aos autos a receita desta tão famosa
iguaria.
Rale as espigas ou corte-as rente ao sabugo e passe no liquidificador,
juntamente com a água, acrescente o coco, o açúcar e mexa bem, coloque a
massa na palha de milho e amarre bem, em uma panela grande ferva bem a
água, e vá colocando as pamonhas uma a uma após a fervura completa da
água, Importante a água deve estar realmente fervendo para receber as
pamonhas, caso contrário elas vão se desfazer. Cozinhe por mais ou menos 40
minutos, retirando as pamonhas com o auxílio de uma escumadeira.”
 Pérola retirada do livro Manual de Português Jurídico, de Eduardo
Sabbag:

“Visto e analisado
Todo o processado
Os relatórios são dispensados
Conforme a Lei dos Juizados.

Abrão Prestes dos Santos é agricultor


Gilmar Henzel tem o mesmo labor
São vizinhos na Linha Cordilheira
Bem próximo à fronteira.

O segundo é o reclamado
Dono do cão apontado
Causador das intrigas
Entre famílias amigas.

Sobreveio o despacho inicial


Na forma da Lei Especial
Citando-se o requerido
Intimando-se o ofendido.

Chega o momento esperado


Pelo juiz designado
Para julgar a questão
Posta em discussão. (...)

Apresentadas as razões derradeiras


Tudo sem brincadeiras
Prolato esta sentença
Para geral sabença.

Expressa o artigo trezentos e trinta e três


Em casos deste jaez
Que incumbe ao autor
Evidenciar o seu clamor.

Os testemunhos colhidos
Neste Juízo ouvidos
Vieram em socorro
Do mencionado cachorro.

O primeiro é o reclamante
Vem a Juízo confiante
Propor ação de cobrança
Em face da vizinhança.

Diz o requetente
Que encontra-se descontente
Por ver mortos dois suínos
Por afiados dentes caninos. (...)

Os porquinhos coitados
Morreram estraçalhados
Sem que ninguém apontou
Qual ‘bichano’ lhes matou.

Compete a quem alega


Em caso de refrega
Provar o que sustenta
Na liça que ostenta. (...)

Sem medos em minha mente


Julgo improcedente
O pedido formulado pelo autor
Lamentando a sua dor. (...)

São Miguel do Oeste


Não fica no Norte, Sul ou Leste
Não fica na Argentina
Fica em Santa Catarina.

Rubens Sérgio é o meu nome


Salfer o sobrenome
Sou Juiz de Direito
Judicando escorreito.”

 Pérola coletada no site do Tribunal de Justiça do RS:

“Vistos e examinados estes autos.


ADROALDO e SUELI DESSOY,
LEORI e JURACI DESSOY,
agricultores, por seus procuradores,

Formularam sua pretensão.


Alegam que pela lei civil estão amparados
Para reconhecimento do usucapião.
Dizem que sua versão se esteia na verdade,
Assim, comprovarão em audiência,
Por prova oral e outras evidências,
Que deve ser declarada sua propriedade.

Em Almirante Tamandaré do Sul,


município que integra nossa Comarca,
Os casais forjaram sua marca
mantendo sua residência.

É preciso registrar, terra de gente boa,


Que homenageia Joaquim Marques Lisboa,
Combatente, nos idos tempos do Império,
O Patrono da Marinha brasileira,
Escorraçou para longe os inimigos
de legiões estrangeiras.

É lá dessa cidade que vem este pedido,


Como forma de adquirir a propriedade.
já bem conhecido desde os tempos da antiguidade
Destinado a quem é possuidor
e não mero intruso ou locador,
Tanto que ¿usucapio¿, no latim,
Significa ¿adquirir pelo uso¿, e provado tal fim,
Quem detém a posse do bem passa a ser dono.

No caso, os autores logram demonstrar


O preenchimento dos requisitos legais:
Por vinte anos, ou mais, por si e por seus pais,
Ocuparam, sem violência, os imóveis em questão,
Ao longo do tempo, sem interrupção.

A posse é regular, mansa, pacífica e sem contestação,


São duas frações de terra, de caráter particular,
bipartidas pela rodovia
uma na área urbana, outra na área rural,

A par disso, como manda a legislação,


trouxeram mapa e confrontação
Os interessados foram citados
e se quedaram calados
assim, também, o Município, o Estado, a União

As testemunhas chamadas
depuseram compromissadas
confirmando a pretensão.

O Ministério Público externou sua aquiescência,


opinando pela procedência da ação.
A acolhida do pedido se afigura solução,

Isto posto, dou pela total procedência da ação.


E, para o integral cumprimento desta decisão,
Mando que, no cartório, onde o registro repousa,
Os autores passem a ser donos
cada um da sua fração.

Eu, Marlene Marlei de Souza,


Juíza de Direito, determino que se registre a sentença
Agradecendo a presença de todos e
Encerrando a audiência com esta decisão.

(Versos: Adair Philipsen, Juiz de Direito Aposentado. Colaboração: Daysi Rockenbach,


Escrivã do 2º Cartório da Comarca de Carazinho e Mariângela Matarazzo Fanfa
Colognese, estagiária)”

 Sentença penal em versos:

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL NO CEARÁ
PROCESSO: xxxxx
CLASSE 07000 – AÇÃO CRIMINAL
AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
RÉU: Fulano de Tal da Silva

PENAL E PROCESSUAL PENAL. CRIME DE ESTELIONATO


CONTRA O SISTEMA FINANCE1RO HABITACIONAL.
ART. 171, § 3° DO CP. PENA EM ABSTRATO.
PRESCRIÇÃO EM DOZE ANOS. CRIME TENTADO.
INÍCIO DA PRESCRIÇÃO A PARTIR DO ÚLTIMO ATO DE EXECUÇÃO.
RECONHECIMENTO. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE.

Vistos, etc.

1. RELATÓRIO

Trata o presente caso

De uma ação criminal

Movida neste Juízo

Buscando sanção penal

Para um ocorrido fato

Tido como estelionato


Pelo MP Federal.

Fulano de tal da Silva

É o nome do acusado,

Profissão: eletricista,

Nesta domiciliado,

É viúvo, brasileiro,

E desse modo ligeiro,

Ei-lo aí qualificado.

Denúncia foi recebida

As folhas um, oito, três

Noventa e sete era o ano

Outubro era o mês

Vinte e três era o dia

Que a ação começaria.

Com o despacho que se fez.

Veio, porém, a Juízo,

O réu, antes de citado,

Na folha dois, zero, três

Formulou arrazoado

Dizendo que prescrevera

O crime – se ocorrera

Do qual era. acusado.

Disse que entre a conduta.


Como criminosa tida

E o dia em que a denúncia

Aqui fora recebida

Treze anos se passavam

E só doze lhe bastavam

Pra encerrar a partida.

Ouvido o douto parquet

Este fez oposição

Dizendo que o fato crime

Não teve consumação

Há tanto tempo passado

Sendo desarrazoado

Se falar em prescrição[1].

O MM. Juiz

Acatou o argumento

Que o MP Federal

Usou como fundamento

E colocou no papel

Que ao pedido do réu

Negava deferimento[2].

Feito isto foi marcada

Logo uma audiência

Para interrogar o réu[3]

Sendo-lhe dada ciência


Que iria ser processado

Depois seria julgado

Com Justiça e com Prudência.

Mas com aquele decisum

Não houve conformação

Recurso em sentido estrito

Do réu foi a reação[4]

Para ver modificada

A decisão prolatada

Negando-lhe a prescrição.

Vieram os autos conclusos

Pra que eu decida afinal

Se inverto a decisão

E dou ao feito um final

Ou mantenho o seu curso

Instruo logo o recurso

E mando pro Tribunal.

É o relatório. Decido.

2. FUNDAMENTAÇÃO

Ao apreciar o caso

Que ora é apresentado

Importa examinar

Com cautela e com cuidado


o termo inicial

Do prazo prescricional

Pela defesa alegado.

Nesse sentido, vejamos

o fato considerado

Como artificioso,

Ardiloso, simulado

Que o réu criou em sua mente

Buscando dolosamente

o beneficio almejado.

É fato que causa espanto

o que passo a descrever

Pois do que consta dos autos

o que ele intentou fazer

Foi obter quitação

De mútuos de habitação

Com seguro a receber.

Como modus operandi

Para o seu desiderato

A sua esposa, Maria[5]

Figurou em dois contratos

Usando financiamento

Comprou casa, apartamento


Porém omitindo um fato.

o fato omitido in casu

Era a saúde de Maria

Que, portadora de câncer,

Brevemente morreria

E através da sua morte

Na verdade seu consorte

Se beneficiaria.

É que Maria morrendo

Os seguros pagariam

Todo o saldo dos empréstimos

E as contas se quitariam

A casa, o apartamento

Após feito o pagamento

Pro marido ficariam[6].

Mas do que vejo dos autos

Esse plano não vingou

Porque a seguradora

Bem cedo desconfiou

Foi pondo dificuldade

E o fato é que, em verdade,

Os seguros não pagou.

As folhas cinqüenta e cinco


O BEC é que noticia

Sete anos que passaram

E ainda não havia

Sido providenciada

A cobertura esperada

Do que o seguro previa[7].

Também em favor da tese

Que não houve a conclusão

Da conduta criminosa

De que trata esta ação

Um feito judicial

Na Justiça Estadual

Está em tramitação.

Vejo às folhas 200

Um oficio a informar[8]

Que em uma Vara Cível

Aqui mesmo do lugar

o espólio de Maria

Litiga até hoje em dia

Com Allianz Ultramar.

Bem se sabe, pra que haja

Estelionato consumado

Impõe-se que o agente

Alcance o fim planejado


Pois como o tipo é descrito

Na norma em que está inscrito[9]

É crime de resultado.

Tendo, assim, convicção

De que o fato tratado

Como crime nestes autos

Foi simplesmente tentado

Retorno a minha atenção

Ao prazo da prescrição

E como ele é contado.

O transcurso de tal prazo

Em caso de tentativa

Expressamente é previsto

Em locução normativa

Diz a norma que começa

No mesmo dia que cessa

A atividade nociva.

A norma que ora cito

É de sabença geral

Bem no artigo cento e onze

Lá do Código Penal

o inciso é o segundo

Não é coisa do outro mundo


Só disciplina legal.

Sobre o tema MIRABETE

Dá a seguinte lição:

Que havendo tentativa

o prazo de prescrição

Começa mesmo de fato

No dia do último ato

De sua execução[10].

Partindo dessa premissa

Resta só verificar

Qual o ato executório

Feito em último lugar

Por parte do acusado

Pra ser beneficiado

Pela Allianz Ultramar.

Identificar tal ato

Não me traz qualquer tormento.

É claro que a tentativa

De ter locupletamento

Encerrou quando o acusado

Sentindo-se habilitado

Entregou o requerimento[11].

O mês em que ocorreu


o fato acima apontado:

Setembro de oitenta e quatro

Isso está bem comprovado[12]

Sendo um pouco inteligente

Isto é suficiente

Pra ser tudo calculado.

Daquele mês de setembro

Até o outro momento

Que formulada a denúncia

Deu-se o seu recebimento

Foram mais de treze anos

Não há como ter enganos,

Este é meu pensamento.

Assim, não se pode mais

Discutira autoria.

A materialidade

Se, no caso, dolo havia,

Pois a prejudicial

Do prazo prescricional

Impede a pena tardia.

Tem, pois, razão a defesa

Quando alega prescrição

Não pode mais o Estado

Exercer a pretensão
De punir o acusado

E assim fundamentado

Exerço a retratação.

3. DISPOSITIVO

POSTO ISTO, julgo extinta

Toda punibilidade

Da conduta do acusado,

Cuja materialidade

Na denúncia está descrita,

Mas que hoje está prescrita,

Livre de penalidade.

Sem custas.

Publique-se. Registre-se. Intime-se.

Expedientes de praxe.

Fortaleza, 07 de fevereiro de 2002.

Marcos MAIRTON da Silva


Juiz Federal Substituto da 11ª Vara.
 ——————————————————————————–
 [1] Às fls. 212 a douta Procuradora da República ressalta
que o delito somente alcançaria consumação com o dano
patrimonial representado, no caso sub examine,
pela quitação do imóvel por parte da seguradora
e que o documento de fls. 102 apresentava
evidente indicação de que até aquela data (29 de dezembro de 1992)
não se havia consumado o delito.

[2] Fls. 213v.


[3] 3 Interrogatório às fls. 216/217.
[4] Fls. 221.

[5] Maria Marlúcia da Silva Dantas.


[6] A cláusula décima segunda do contrato de fIs. 26/28
contém previsão de contratação de seguro com esse fim.

[7] A carta é enviada pelo BEC à Seguradora Allianz Ultramar,


cobrando a cobertura das parcelas do contrato de Maria Marlúcia,
a falecida esposa do acusado.

[8] O oficio é do próprio Juiz da 31 a Vara Civel de Fortaleza,


e dá conta que naquele Juizo corre uma ação de cobrança
do Espólio de Maria Marlúcia da Silva contra A11ianz Ultramar,
sob o número 00.02.16071-4.
[9] Art. 171, e parágrafos, do Código Penal.

[10] MIRABETE, Júlio Fabrini, Código Penal Interpretado,


Atlas, 1999, p. 601.

[11] Pleiteando a cobertura do seguro, obviamente.


[12] Conforme documentos de fls. 17, 19 e 21, dentre outros.

_________________________________________
Prova Testemunhal
Num escritório de advogados associados havia um bilhete com um recado para um dos
advogados do escritório, com os seguintes dizeres: “Dr Fulando: O Sr. Beltrano disse
que não vai poder servir como testemunha, tendo em vista que o mesmo é pastor e não
pode mentir.”
Inserido em 31/10/2005 (Colaboração de César Lunardine do Amaral)
________________________________________
Universitário, ou não?
Em uma vara eleitoral do interior de Minas Gerais, os pedidos de dispensa de mesário
são feitos mediante preenchimento de um formulário próprio, onde o interessado
justifica sua pretensão, que é levada ao conhecimento do juiz. Entretanto, recentemente
chegou um pedido um tanto inusitado, que é reproduzido abaixo:
MOTIVOS DA DISPENSA: “A fauta de tempo porque eu faço faculdade de
fisioterapia na (…) e tambem faço estagio na crinica da (…), alem de ajudar meu tio na
loja dele. por isso venho a ti requerer minha dispenssa”
O juiz, incrédulo com tantos erros, despachou: “Diante de tantos erros ortográficos,
prove que é universitário.”
E pior, o interessado, intimado pelo chefe de cartório, escreveu no rodapé do
documento: “Siente do despacho.
(Obs.: o interessado realmente era universitário)
Inserido em 3/10/2005 (Bastidores Forenses)
________________________________________
Firma de digital
Em Betim, há muito tempo, decorreu que uma advogada insistia com então escrivão e
tabelião Roberto Silva para que reconhecesse a firma de uma impressão digital aposta
numa procuração. Foi difícil para fazer entender da impossibilidade.
Inserido em 4/8/2005 (Colaboração gentil do juiz R.C.M.)
________________________________________
Marido traído
Esta aconteceu há anos na Comarca de Betim ou Mateus Leme. O juiz instruía o
processo criminal em que o marido matara o amante quando pegou-lhe no flagra com a
sua mulher. Perguntava o juiz à mulher que presenciou a cena do homicídio, o seguinte:
“- Senhora, quando o réu atirou na vítima, a vítima estava com a pistola na mão?”
Depois de ficar com o rosto rubro, respondeu a mulher rapidamente. “- Não Doutor, já
tinha lavado e guardado”.
Inserido em 4/8/2005 (Colaboração gentil do juiz R.C.M.)

Sem coração…
Um advogado, em sede da Justiça do Trabalho, não tendo mais argumentos para manter
o pedido em favor do Reclamante (Pessoa que formula uma reclamação em juízo.), pois
o ex-adverso (Adversário; que combate ou luta contra alguém; jurídico: requerido; parte
contrária) já havia provado que nada era devido ao ex-empregado, em último recurso,
proferiu as seguintes palavras: “- Excelência, a empresa não tem coração, não tem
sentimentos. O empregado era uma pessoa dedicada à empresa e agora se vê sem seu
emprego, tudo por conta da falta de humanidade da empresa. Peço que reveja o
requerido, e dê ao Reclamante algum direito dos que foram requeridos.”
Em resposta o advogado da Reclamada (Pessoa contra quem alguém dirige uma ação
judicial.) disse: “Realmente, por falta de coração, de sentimento e de humanidade que a
empresa é uma pessoa jurídica.”
Inserido em 4/7/2005 (Gentilmente enviado pelo Dr. Paulo Afonso da Cunha Alves,
advogado do Rio de Janeiro)
________________________________________
Amor fraterno
Tramita em Uberaba/MG, uma ação de indenização por dano moral contra CENTRAIS
ENERGÉTICAS DE MINAS GERAIS – CEMIG, contendo a seguinte narração dos
fatos:
“Em virtude da queda de energia elétrica na granja de sua propriedade, o autor perdeu
mais de cinco mil frangos que foram criados com carinho especial, sem distinção,
recebendo tratamento adequado, culminando por contrair com as aves imensurável
senso de fraternidade, amizade e respeito, como se fossem entes familiares, e cujo
convívio diário proporcionou a todos um enlace matrimonial, ficando tão chocado,
transtornado, constrangido e dolorido com o sentimento de impotência e fragilidade
diante da mortandade de todos aqueles seres vivos que estavam sendo criados com
tamanha devoção que sofreu decepção, depressão psicológica, constrangimento,
nervosismo, inquietude e baixa da autoestima, somente encontrando consolo nos bares,
passando a beber, beber, perdendo seu controle emocional tanto para a continuidade do
trabalho, quanto para os atos da vida civil”.
Inserido em 6/1/2005 (Bastidores Forenses)
________________________________________
Juiz ladrão
Era uma tarde quente, muito quente, na Comarca de Luz/MG. No fórum local
transcorria de forma solene e quase silenciosa uma audiência regular. Presidia a
audiência um jovem juiz recém-chegado à Comarca. As janelas do paço da Justiça
estavam abertas. Ao fundo, começa a surgir distante o som de gritos com a seguinte
expressão: “-O Juiz é ladrão”. A audiência seguia e a frase era repetida constantemente
e o som se fazia cada vez mais próximo, ao ponto de criar um constrangimento no
decorrer da audiência. O novel (jovem) magistrado, a despeito (apesar de) de pensar que
as ofensas não poderiam se referir a sua pessoa, recém empossado, foi tomando-se pelo
vexame momentâneo. Tentando quebrar aquele clima, resolveu descer da sua solene
cadeira e seguir alguns passos até a janela para ver o que se passava. Provavelmente
pensava em tomar alguma providência, ainda que fosse apenas para manter a ordem.
Mas a voz se fazia mais forte e a expressão se repetia: “Juiz ladrão, o juiz é ladrão”.
Quando o magistrado se aproximava bem da janela, surgiu outra expressão: “-Roubou,
roubou sim, roubou do Cruzeiro”. O magistrado se relaxou, todos foram tomados pelo
momento cômico e, por sorte, na véspera, o time do Cruzeiro tinha jogado e perdido de
2 a 1 em uma partida importante. É cada uma…
Inserido em 1/6/2005 (Contado pelo próprio juiz, R.C.M.)
________________________________________

Uma almofada para o juiz


Essa aconteceu em Ponta Grossa, Estado do Paraná, com um Juiz que posteriormente
foi promovido a Desembargador:
Em um processo com várias partes, diversos advogados e muitas testemunhas para
serem ouvidas, a audiência de instrução teve início à tarde e estendeu-se até por volta
das vinte e uma horas. A última testemunha a ser ouvida era uma senhora idosa, muito
detalhista em suas explicações, não obstante o cansaço de todos os presentes. Enquanto
conduzia a inquirição, vez por outra o juiz se remexia na cadeira, demonstrando o seu
incomodo por ficar tantas horas seguidas sentado. E ao fazer isto, geralmente olhava
para a auxiliar de cartório que fazia às vezes de escrivã. Ditava as palavras da
testemunha, que eram caprichosamente datilografadas, mexia-se na cadeira e olhava
para a auxiliar. Quando, finalmente, foi concluída inquirição, o Juiz solicitou o
assentado para fazer a leitura, assinando em seguida. Após, voltou-se para a auxiliar de
cartório, após, mais uma vez remexer-se na cadeira e disse: “Fulana, por favor me traga
uma almofada”. Toda solícita, a auxiliar deixou seu lugar e saiu apressada. Demorou
alguns minutos e voltou sorridente, com uma grande almofada vermelha suspensa nos
braços, toda formal. “Pronto, meritíssimo!”, anunciou. O juiz olhou para ela, olhou para
a testemunha e para as partes e não pode esconder um leve sorriso a dizer: “Fulana, eu
agradeço muito sua preocupação. Mas eu preciso de uma almofada de carimbo para a
testemunha molhar o polegar, pois ela é analfabeta!”

Inserido em 4/4/2005 (Gentilmente enviado pelo advogado Claudimar Barbosa da Silva,


conforme versão contada pela própria auxiliar)
________________________________________
Almoço sobre rodas…
Essa foi retirada de uma Reclamatória Trabalhista em uma cidade do interior de Minas
Gerais:
“o reclamante está trabalhando em regime de trabalho escravo” (…) “Insta (urge)
salientar que o reclamante não tem horário de almoço, pasme Excelência, tem que
almoçar dirigindo, podendo inclusive sofrer um acidente com isso, e quiçá, causar a sua
morte ou de algum passageiro em decorrência da falta de atenção por estar almoçando e
dirigindo”
Inserido em 23/3/2005 (Gentilmente enviado por Carlos Morais Affonso Júnior –
Advogado -SP/SP)
________________________________________
Sra. Meretriz (prostituta) …
Em uma audiência, a autora da ação (uma mulher semianalfabeta) referiu-se à juíza
falando:
– “Sra. meretriz…”
A juíza mais que depressa respondeu:
– “Eu já trabalhei em várias coisas nessa vida, mas nessa profissão nunca…”
Inserido em 23/3/2005 (Gentilmente enviado por Adriana Pinto Soledade)
________________________________________
Foro (pessoal; subjetivo; O que compõe o judiciário; a própria Justiça.) íntimo…
Confira, na íntegra, o pedido de duas advogadas:
“Que a autora resolveu por motivo de fórum íntimo, desistir da presente ação, tendo em
vista que o requerido ainda não foi citado.”
Inserido em 4/2/2005 (Bastidores Forenses)
________________________________________

Céu fechado
Em Osasco, um advogado tentando definir o trabalho exercido por seu cliente, assim
escreveu:
“(…) antes trabalhava a céu aberto, como trabalhador rural, agora passou a trabalhar a
céu fechado pois estava sempre no escritório!(…)”
Inserido em 29/11/2004 (Colaboração: Tânia Mara Fonseca Mendes Afonso)
________________________________________
Princípio da reserva legal
Em uma prova foi perguntado: O que é o princípio da reserva legal (ninguém faz ou
deixa de fazer alguma coisa senão em virtude da lei)?
O aluno imediatamente respondeu:
– É o local onde os índios moram.
Inserido em 29/11/2004 (Gentilmente enviada por Tânia Mara Fonseca Mendes Afonso)
________________________________________
Poeta ou Advogado???
Na Comarca de Belo Horizonte, um advogado, no início da petição, escreveu:
“O direito é a luz que ilumina os caminhos” Citação: (o nome dele próprio)
Inserido em 9/3/2004 (Gentilmente enviado pela Dra. Vanda Teresa de Oliveira)
________________________________________

*Alusão à música Luz Divina, do cantor Roberto Carlos:

“Luz que me ilumina o caminho


E que me ajuda a seguir
Sol que brilha à noite, a qualquer hora, me fazendo sorrir
Claridade, fonte de amor que me acalma e seduz
Essa Luz só pode ser Jesus, essa Luz”

Decujinhos
Em São Domingos do Prata, um ilustre advogado, visando levantar valores depositados
na conta do falecido pelo INSS, para impressionar a magistrada, discorreu que “MM.
Juíza, a situação da família do “de cujus” é grave, pois os três decujinhos” estão
passando fome”.
Inserido em 9/3/2004 (Gentilmente enviado pela Dra. Vanda Teresa de Oliveira)
________________________________________
Tropeço imperdoável…
Em um processo na comarca de Esmeraldas, um advogado escreveu: “Meretrícia
(meretriz) Juíza.
Inserido em 3/9/2004 (Gentilmente enviado pela Dra. Vanda Teresa de Oliveira)
________________________________________
Depilando o patrimônio…
Em um processo na 1ª Vara Cível da Comarca de Uberaba, um advogado, pretendendo
alertar o juiz de que o executado estava se desfazendo de seu patrimônio, não pensou
duas vezes e peticionou ao juiz informando que o “executado está depilando
(depenar/delapidar) seu patrimônio.
Inserido em 8/9/2004 (Bastidores forenses)
________________________________________
Explosão mediante sequestro
Em uma prova aplicada no final do ano de 2001 para uma turma de 2º período de
Direito, foi feita a seguinte pergunta:
“Cite um exemplo de crime formal.”
A resposta veio inspirada pelo atentado de 11 de setembro de 2001, nos EUA:
Resposta: Explosão mediante sequestro (Desejava o aluno indicar extorsão mediante
sequestro).
Inserido em 7/7/2004 (Colaboração do professor Jorge Luiz de Oliveira da Silva)
*Comentar Latrocínio
________________________________________
Habeas Corpus Infantil
Certa vez um juiz da Vara da Infância e Juventude retirou liminarmente a guarda de
uma criança de seus genitores em razão de maus tratos, devidamente comprovado nos
autos. Acontece que o advogado dos pais impetrou HC contra a decisão, nominando a
ação de Habeas Corpus Infantil, alegando que não havia mandado de prisão nem
mandado de apreensão por ato infracional expedido.
Detalhe: A criança tinha apenas 3 anos de idade.
Inserido em 17/6/2004 (Bastidores Forenses)
________________________________________
É o amor…
Um homem se separou da mulher e foi morar com uma amante. Passados alguns anos,
voltou para sua esposa, vindo a falecer um tempo depois. A esposa providenciou todo o
velório, impedindo, entretanto, a entrada da amante. Diante dessa situação, o advogado
da “outra” ajuizou ação requerendo que o falecido “fosse desenterrado para realização
de outro velório, desta vez com a presença de sua cliente”.
Inserido em 24/5/2004 (Bastidores Forenses)
________________________________________
Ele tem certeza que o texto da lei diz mais ou menos isso
Confira trecho de uma petição de réplica, na 7ª Vara Cível de Porto Alegre: “Deixa o
signatário (quem assina ou escreve um texto) de indicar os artigos de lei (CPC), porque
teve seu código furtado por amigos do alheio, ontem à noite, em arrombamento de seu
escritório, quando levaram diversos livros. Mas o signatário tem certeza que o texto da
lei diz mais ou menos isso que escreveu acima”.
Inserido em 21/5/2004 (por Marco Antonio Birnfeld)
________________________________________
Procuração outorgada (Interferir demonstrando interesse: outorgar em uma ação
jurídica; revelar publicamente.) por falecido em uma ação que tramita na Comarca de
Uberaba foi juntada a seguinte procuração: “XXXX, brasileira, viúva, falecida,
portadora do CPF xxx.xxx.xxx-xx, neste ato representada por seu marido, YYYYY,
nomeia e constitui sua bastante procuradora a Dra. ZZZZZZ (…).
Inserido em 16/5/2004 (Bastidores Forenses)
________________________________________
Casados, porém separados…
Foi interposta ação para conversão de separação judicial em divórcio, onde o advogado
qualificou as partes como divorciadas. Acontece que, devidamente intimado para
emendar (corrigir; alterar) a inicial, o procurador informou que as partes eram casados,
porém separadas judicialmente.
Inserido em 3/5/2004 (Bastidores Forenses)
________________________________________
Baixo escalão (Militar Dispor as tropas em escalão, dispô-las por planos paralelos ou
oblíquos, umas por trás das outras, de forma que possam sustentar-se reciprocamente.)
Um advogado, ao tentar sensibilizar o juiz, peticionou afirmando que sua cliente “teve
sua casa invadida pela requerida, que proferia palavras de baixo escalão”… (calão/gíria;
linguagem grosseira; em Portugal é a pessoa preguiçosa.)
Inserido em 15/4/2004 (Bastidores forenses)
________________________________________
Decisão um pouco incomum
Decisão proferida pelo juiz Rafael Gonçalves de Paula nos autos nº 124/03 – 3ª Vara
Criminal da Comarca de Palmas/TO:
DECISÃO
Trata-se de auto de prisão em flagrante de Saul Rodrigues Rocha e Hagamenon
Rodrigues Rocha, que foram detidos em virtude do suposto furto de duas (2) melancias.
Instado (solicitado) a se manifestar, o Sr. Promotor de Justiça opinou pela manutenção
dos indiciados na prisão, mas o juiz teve entendimento contrário:
Para conceder a liberdade aos indiciados, eu poderia invocar inúmeros fundamentos: os
ensinamentos de Jesus Cristo, Buda e Ghandi, o Direito Natural, o princípio da
insignificância ou bagatela, o princípio da intervenção mínima, os princípios do
chamado Direito alternativo, o furto famélico (que está constantemente com fome), a
injustiça da prisão de um lavrador e de um auxiliar de serviços gerais em contraposição
à liberdade dos engravatados que sonegam milhões dos cofres públicos, o risco de se
colocar os indiciados na Universidade do Crime (o sistema penitenciário nacional),…
Poderia sustentar que duas melancias não enriquecem nem empobrecem ninguém.
Poderia aproveitar para fazer um discurso contra a situação econômica brasileira, que
mantém 95% da população sobrevivendo com o mínimo necessário.
Poderia brandir minha ira contra os neoliberais, o consenso de Washington, a cartilha
demagógica da esquerda, a utopia do socialismo, a colonização europeia,….
Poderia dizer que George Bush joga bilhões de dólares em bombas na cabeça dos
iraquianos, enquanto bilhões de seres humanos passam fome pela Terra – e aí, cadê a
Justiça nesse mundo?
Poderia mesmo admitir minha mediocridade por não saber argumentar diante de
tamanha obviedade.
Tantas são as possibilidades que ousarei agir em total desprezo às normas técnicas: não
vou apontar nenhum desses fundamentos como razão de decidir. Simplesmente
mandarei soltar os indiciados.
Quem quiser que escolha o motivo.
Expeçam-se os alvarás. Intimem-se
Palmas – TO, 05 de setembro de 2003.
Rafael Gonçalves de Paula
Juiz de Direito
Inserido em 1/4/2004 (colaboração – Lènin Ignachitti)
_______________________________________
Advogados contra a lei = advogados contra legem (contrariamente à lei)

ACREDITE SE QUISER: Confira a fachada de um escritório de advocacia situado a


poucas quadras da Praça dos Três Poderes na cidade de Palmas/TO.
Inserido em 29/2/2004 (Bastidores Forenses)

* O conceito de contra legem se refere aos costumes que se opõem à lei vigente. Este
instrumento também é utilizado com a finalidade de, implicitamente, revogar
disposições legais, geralmente quando há norma em desuso. Os doutrinadores
costumam não aceitar os costumes contra legem, já que estes fazem parte de fontes
secundárias do direito, e também por irem de encontro com a lei.

*Advogado MagnoKit

____________________________________
Personalidade jurídica do nascituro (Diz-se do, ou o produto da concepção, antes de vir
à luz.)
Um advogado peticionou ao juiz em uma das varas cíveis da Comarca de Uberaba/MG
informando que “O Nascituro veio à luz e tem personalidade jurídica…
Inserido em 20/2/2004 (Bastidores Forenses)
________________________________________
Filho de Hércules…
Confira trecho de uma petição em ação de alimentos que tramita em uma das varas da
Comarca de Uberaba/MG: “Vale ressaltar que a criança está necessitando de
acompanhamento psicológico, uma vez que com a ausência do genitor, a criança está
transtornada, chegando inclusive a bater a parede na cabeça por várias vezes
Inserido em 20/2/2004 (Bastidores Forenses)
________________________________________
Independente de intimação…
Recentemente em uma audiência de instrução e julgamento na Comarca de
Uberaba/MG, uma advogada, ao ser questionada sobre o motivo de não ter arrolado
testemunhas no prazo hábil, vez que a oitiva (Ação ou efeito de ouvir aquilo que está
sendo dito sobre uma coisa em específico; audição.) delas era de suma importância para
seu cliente, simplesmente respondeu que tal procedimento não era necessário porque
iria ouvi-las independentemente de intimação…
Inserido em 15/2/2004 (Bastidores Forenses)
______________________________________________________________________
Pedofilia…
Num processo criminal em que a vítima era uma criança de cinco anos, por participar de
um filme pornográfico em que seus pais eram atores, um advogado dizia na defesa que
não havia crime algum, pois “a criança era pequena e não se lembraria do acontecido
quando crescesse”.
Inserido em 3/12/2003 (Fonte: Folha de S.Paulo)
________________________________________

Dr. Cluso
Numa comarca do interior de São Paulo, um advogado foi a um cartório e pediu vistas
de um processo.
Após conferir os controles, o funcionário retornou e informou:
“O processo está concluso (Diz-se do processo que foi enviado ao juiz para atribuição
de sentença e/ou despacho).”.
O advogado voltou mais duas vezes, com alguns dias de intervalo.
Ao retornar pela terceira vez e ouvir a mesma resposta, o advogado não se conformou e
perguntou: “Quem é este Dr. Cluso que não devolve o processo?”
Inserido em 3/12/2003 (Colaboração)

REFERÊNCIAS
SABBAG, Eduardo. Manual de Português Jurídico. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
Disponível em: http://joseluizalmeida.com/2006/08/03/perolas-juridicas-capturadas-na-
internet/ Acesso em: 15 abr. 2017.
Disponível em: https://www.tjrs.jus.br/novo/noticia/noticia-legado-9831/. Acesso em 16
set. 2022.
Disponível em: https://edicelianunes.jusbrasil.com.br/noticias/768467522/advogado-
escreve-receita-de-pamonha-na-peticao-para-provar-que-juiz-nao-le-os-autos. Acesso
em 16 set. 2022.
Disponível em: https://www.anoreg.org.br/site/imported_8481/. Acesso em 16 set.
2022.

Você também pode gostar