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Lei de mediação coment ada

jusbrasil.com.br
21 de Março de 2023

Lei de mediação comentada

Breve esclarecimento sobre mediação, tal prática é


legalizada pela lei 13.140 de 2015. Vejamos a seguir
seus respectivos artigos, proferindo singularmente
comentários e observações sobre cada um.
Publicado por Eduarda Solano há 3 anos  943 visualizações

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a mediação como meio de


solução de controvérsias entre particulares e sobre a
autocomposição de conflitos no âmbito da administra-
ção pública.

Parágrafo único. Considera-se mediação a atividade


técnica exercida por terceiro imparcial sem poder
decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes, as au-
xilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções
consensuais para a controvérsia.

Percebe-se já em seu primeiro artigo que a mediação é uma


pratica que deve ser exercida por um terceiro imparcial, ou
seja, esse terceiro não deve ter interesse na causa, outro
ponto a ser destacado é que a mediação deve ser aceita e
não imposta às partes.

Art. 2º A mediação será orientada pelos seguintes


princípios:

I - imparcialidade do mediador;

 CURT IR  COMENTAR   
II - isonomia entre as partes;
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III - oralidade;

IV - informalidade;

V - autonomia da vontade das partes;

VI - busca do consenso;

VII - confidencialidade;

VIII - boa-fé.

§ 1º Na hipótese de existir previsão contratual de


cláusula de mediação, as partes deverão comparecer à
primeira reunião de mediação.

§ 2º Ninguém será obrigado a permanecer em proce-


dimento de mediação.

O artigo 2º desta lei nos remete aos princípios que regem a


mediação, estes devem ser observados e aplicados em sua
integralidade.

Ressalta-se que em seus parágrafos dispõem que existindo


clausula contratual, as partes devem comparecer na audi-
ência, porém não são obrigadas a permanecerem no local.

Art. 3º Pode ser objeto de mediação o conflito que


verse sobre direitos disponíveis ou sobre direitos in-
disponíveis que admitam transação.

§ 1º A mediação pode versar sobre todo o conflito ou


parte dele.
§ 2º O consenso das partes envolvendo direitos indis-
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poníveis, mas transigíveis, deve ser homologado em
juízo, exigida a oitiva do Ministério Público.

Pode ser objeto de mediação os direitos disponíveis e indis-


poníveis, desde que haja consenso e concordância entre as
partes e se tratando de direitos indisponíveis é necessário a
oitiva do MP e a homologação pelo juiz.

Art. 4º O mediador será designado pelo tribunal ou es-


colhido pelas partes.

§ 1º O mediador conduzirá o procedimento de comuni-


cação entre as partes, buscando o entendimento e o
consenso e facilitando a resolução do conflito.

§ 2º Aos necessitados será assegurada a gratuidade da


mediação.

O mediador pode ser designado pelo tribunal ou então esco-


lhido pelas partes, lembrando que em regra o mediado faz o
curso de mediação judicial e é vinculado à um tribunal de
justiça uma comarca, sendo o mesmo impedido de exercer a
advocacia onde estiver vinculado como mediador.

O parágrafo segundo nos lembra do direito de gratuidade


de justiça e nesse caso, estamos falando de justiça, apesar
de não termos longos julgamentos nas mediações, ainda sim
é um método proveniente e em busca da justiça, e sim, este
também assegura a gratuidade de justiça aos que
necessitarem.

Art. 5º Aplicam-se ao mediador as mesmas hipóteses


legais de impedimento e suspeição do juiz.
Parágrafo único. A pessoa designada para atuar como
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mediador tem o dever de revelar às partes, antes da
aceitação da função, qualquer fato ou circunstância
que possa suscitar dúvida justificada em relação à sua
imparcialidade para mediar o conflito, oportunidade
em que poderá ser recusado por qualquer delas.

Conforme já mencionado, o mediador deve ser imparcial,


contudo caso haja algum fator que possa prejudicar nessa
imparcialidade o mesmo deve comunicar às partes e elas
poderão aceita-lo ou não, lembrando que a recusa não pre-
cisa da anuência de ambas as partes, apenas a recusa de
uma delas já descaracteriza o mesmo como mediador.

Art. 6º O mediador fica impedido, pelo prazo de um


ano, contado do término da última audiência em que
atuou, de assessorar, representar ou patrocinar qual-
quer das partes.

Após exercer a função de mediador o mesmo fica impedido


de prestar qualquer apoio em meio judicial às partes.

Art. 7º O mediador não poderá atuar como árbitro


nem funcionar como testemunha em processos judici-
ais ou arbitrais pertinentes a conflito em que tenha
atuado como mediador.

Outro impedimento do mediador em casos que já trabalhou


é a atuação como arbitro ou testemunha. Novamente pre-
sando pela imparcialidade, descrição, moralidade entre ou-
tros princípios.

Art. 8º O mediador e todos aqueles que o assessoram


no procedimento de mediação, quando no exercício
de suas funções ou em razão delas, são equiparados a
servidor público, para os efeitos da legislação penal.
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Ressaltamos que o mediador e aqueles que o assessoram no


procedimento de mediação são equiparados à servidores
públicos para fins penais, sendo assim o desacato à funcio-
nário público que trata o artigo 331 do código penal também
os abarcam.

Subseção II

Dos Mediadores Extrajudiciais

Art. 9º Poderá funcionar como mediador extrajudicial


qualquer pessoa capaz que tenha a confiança das par-
tes e seja capacitada para fazer mediação, indepen-
dentemente de integrar qualquer tipo de conselho,
entidade de classe ou associação, ou nele inscrever-se.

Qualquer pessoa pode ser mediadora extrajudicial, mas


para isso é necessário no mínimo ter essas as seguintes
condições: a) ser capacitado na vida civil; b) ter a confiança
das partes envolvidas e; c) a capacitação técnica. As partes
em comum acordo podem solicitar por contrato antes carac-
terísticas do mediador como gênero, tempo que já exerce a
mediação, a formação profissional, até mesmo escolher se
ele fala outra língua.

Com essas escolhas podem ficar a dúvida sobre as três con-


dições mínima para ser um mediador extrajudicial, podendo
ser escolhido alguém que não seja da confiança ou que não
seja capaz, ficou prevalecendo a autonomia das partes de
acordo com art. 2, V, dessa lei e as exigências do art. 9 po-
dem ser deixadas de lado, mas fica evidente que para ter
um resultado melhor, vale a pena escolher alguém capaci-
tado para a função.
Um dos pontos onde a doutrina tem muita divergência, é a
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parte da formação do mediador, uma parte defende que não
faz diferença, pois mediador está ali só para ajudar, e não
sugerir, outra parte já considera que se for um mediador do
ramo onde as partes estão tento o problema, ficará mais fá-
cil para ele entender e ajudar os mediantes.

Art. 10. As partes poderão ser assistidas por advoga-


dos ou defensores públicos.

Parágrafo único. Comparecendo uma das partes acom-


panhada de advogado ou defensor público, o mediador
suspenderá o procedimento, até que todas estejam de-
vidamente assistidas.

Cabe ao mediador extrajudicial zelar para que as partes se-


jam tratadas iguais perante a lei e mesmo no aspecto for-
mal, com isso quando uma das partes chega representados
por advogados ou defensor público, é função do mediador
suspender o procedimento até a outra parte estar represen-
tada também, para não haver vantagens nas decisões para
nenhum dos dois lados. Cabe lembrar que o mediador não
está ali para prestar acessória jurídica, com risco de com-
prometer a sua neutralidade, então pra essas acessórias é
sempre bom as partes estar acompanhada de um advogado
para que possa sanar as dúvidas jurídicas.

Existem defensores da tese que mesmo já mediação extra-


judicial, é necessário sempre a presença de advogados,
para não ir contra a ampla defesa, e também para que não
haja injustiças e ilegalidades nos acordos firmados sem a
presença do advogado.

Subseção III
Dos Mediadores Judiciais
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Art. 11. Poderá atuar como mediador judicial a pessoa


capaz, graduada há pelo menos dois anos em curso de
ensino superior de instituição reconhecida pelo Mi-
nistério da Educação e que tenha obtido capacitação
em escola ou instituição de formação de mediadores,
reconhecida pela Escola Nacional de Formação e
Aperfeiçoamento de Magistrados - ENFAM ou pelos
tribunais, observados os requisitos mínimos estabele-
cidos pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto
com o Ministério da Justiça.

A pessoa que deseja atuar como mediador judicial precisa


ter requisitos de capacitação mínima, como capacidade ab-
soluta conforme a lei civil, precisa também ser graduado no
mínimo dois anos, em cursos de ensino superior que sejam
reconhecidos pelo ministério da educação. Esse curso não
precisa ser de formação jurídica, basta ser reconhecido
MEC.

Para que a o mediador possa atuar na esfera judicial um


terceiro requisito é solicitado, que tenha a formação em ins-
tituições reconhecidas pelos tribunais ou pela ENFAM. Com
isso a pessoa terá a capacitação mínima curricular, esses
conceitos são definidos pelo ministério da justiça e pelo Con-
selho Nacional de justiça.

Esse curso serve para a pessoa ter a capacitação básica


para facilitar o mediador a ter informações teóricas sobre
como agir, e para ter uma vivência prática e se torna apto
para ser um mediador judicial.
Esse curso tem a divisão teórica e prática. Na parte teórica
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tem u a duração mínima de 40 horas sendo feitos estudos
sobre as principais linhas da mediação. Já na parte prática
serão vários exercícios de simulação junto com um estágio
que será supervisionado e terá duração de 60 e 100 horas,
sendo que nesse estágio terão atuações em casos reais.

Art. 12. Os tribunais criarão e manterão cadastros atu-


alizados dos mediadores habilitados e autorizados a
atuar em mediação judicial.

§ 1º A inscrição no cadastro de mediadores judiciais


será requerida pelo interessado ao tribunal com ju-
risdição na área em que pretenda exercer a
mediação.

§ 2º Os tribunais regulamentarão o processo de inscri-


ção e desligamento de seus mediadores.

Quando todas as exigências mínimas já foram cumpridas e o


mediador querendo atuar junto ao poder judiciário, deverá
este se submeter as regras compatíveis. Quando a iniciativa
é pública, é solicitado que os mediadores façam também o
registro no cadastro regional dos tribunais estaduais ou fe-
derais que for correspondente. Além do registro nacional
que é requerido pelo CNJ. Dessa forma quando um media-
dor que atuar no tribunal de justiça de São Paulo, é necessá-
rio que essa pessoa faça um duplo registro, tanto no tribu-
nal de SP como o cadastro Nacional.

Nesse cadastro contará em qual área o mediador é formado,


com isso facilita as partes caso desejam em comum acordo,
escolherem alguém de uma formação específica, para atuar
no caso. Cabe ao mediador formado que se inscreve nos ca-
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dastros dos tribunais de justiça locais, na hora da inscrição,
solicitar a área que prefere e deseja atuar.

Existe algumas formas de acontecer o desligamento do me-


diador da função, podendo ser solicitado pela própria pes-
soa (Sendo necessário que o mediador faça um requeri-
mento que será enviado ao juiz coordenador do Centro, in-
formando seu afastamento), podendo também ser feito re-
querimento dos juízes coordenadores (cabe aos juízes das
varas solicitar ao juiz coordenador a exclusão do mediador)
ou até mesmo por qualquer pessoa que fique sabendo de al-
guma infração. Neste último caso poderá ter fundamento de
prática de infração de seus deveres legais, infração ao có-
digo de ética ou até mesmo de infração de seu desempenho
na atividade exercida.

Art. 13. A remuneração devida aos mediadores judici-


ais será fixada pelos tribunais e custeada pelas par-
tes, observado o disposto no § 2º do art. 4º desta Lei.

Devido todo investimento e tempo necessário para que a


pessoa possa se torna mediador, foi concedido a função uma
remuneração, em apenas alguns casos que são excepcionais
essa atuação será gratuita.

Essa remuneração será fixada em tabelas feitas pelos pró-


prios tribunais de justiça locais, sendo necessário verificar
os parâmetros que são estabelecidos pelo CNJ, acompa-
nhando os termos do art. 169 do CPC. Sendo previsto 5 ní-
veis de remuneração. Cabendo ao próprio mediador indicar
em qual faixa vai atuar, quando for fazer seu cadastro Naci-
onal. Sendo a atuação voluntária dividida em 4 partes (o bá-
sico, intermediário e avançado) esses 3 modos tem a tabela
própria, e necessário a atuação não onerosa em 10% dos ca-
sos que são dirigidos ao judiciário, já o último modo (extra-
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ordinário) cabe ao mediador negociar a remuneração que
vai receber com as partes.

Seção III

Do Procedimento de Mediação

Subseção I

Disposições Comuns

Art. 14. No início da primeira reunião de mediação, e


sempre que julgar necessário, o mediador deverá
alertar as partes acerca das regras de confidenciali-
dade aplicáveis ao procedimento.

A mediação é um instrumento hábil, capaz até mesmo de re-


construir as pontes ou ligações sociais e individuais envol-
vidas. Por tanto esse procedimento é dotado de princípios
ou premissas ético-normativo que orientam, desde a sua
primeira reunião, a validade do procedimento e regulam a
condução do rito da mediação prescrevendo o modo, o agir
e o comportamento esperado entre os envolvidos e também
é claro do mediador.

É de suma importância que as pessoas envolvidas firmem


um acordo de confidencialidade entre si, instalando um
clima de confiança e respeito, necessário ao desenvolvi-
mento de um diálogo franca, direta e idônea entre os parti-
cipantes para bem oportunizar o desenvolvimento das tra-
tativas de composição do acordo. Dentre os inúmeros prin-
cípios que regem a mediação, contido expressamente no ar-
tigo 166 do NCPC percebe-se que a confidencialidade possui
especial relevo e destaque.
O dever de confidencialidade é aplicado ao mediador, seus
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assessores, partes e prepostos, advogados presentes e ser-
ventuários da justiça, todos as pessoas que participam do
procedimento. Com o objetivo de que todas as informações
produzidas em seu curso não possam ser utilizadas para ou-
tros fins, sequer poderão ser objeto de depoimento e, assim,
de elemento de convicção para fundamentar a sentença, ou
seja, ressalta a proteção dos participantes no caso de ausên-
cia ou infrutífera composição de acordo, impedindo que as
informações ou conversas passam ser utilizadas em desfa-
vor de uma das partes em possível processo judicial.

Art. 15. A requerimento das partes ou do mediador, e


com anuência daquelas, poderão ser admitidos outros
mediadores para funcionarem no mesmo procedi-
mento, quando isso for recomendável em razão da na-
tureza e da complexidade do conflito.

A mediação tem como possibilidade a ocorrência da cha-


mada comediação, ou seja, da atuação de mais de um media-
dor em determinado caso. Com seja garantido pela lei, a co-
mediação nada mais é que uma possibilidade, excepcional, e
que pode ser utilizada quando a natureza ou a complexi-
dade do conflito justificarem. Por ser uma exceção e não
uma regra, esse fato deve ser requerido pelas partes envol-
vidas no conflito, ou pelo mediador que estiver atuando no
caso, mas sempre com o conhecimento e concordância das
partes.

Art. 16. Ainda que haja processo arbitral ou judicial


em curso, as partes poderão submeter-se à mediação,
hipótese em que requererão ao juiz ou árbitro a sus-
pensão do processo por prazo suficiente para a solu-
ção consensual do litígio.
§ 1º É irrecorrível a decisão que suspende o processo
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nos termos requeridos de comum acordo pelas partes.

§ 2º A suspensão do processo não obsta a concessão de


medidas de urgência pelo juiz ou pelo árbitro.

Nesses conjuntos de disposições é refletido a preferência do


ordenamento pelas soluções autocompositivas e extrajudici-
ais, onde existe a perspectiva de se atingir soluções consen-
sual, fora de um processo destinado a uma solução adjudica-
tória, essa via não apenas não fica proibida como deve ser
privilegiada.

Então conclui-se que essa norma inova ao não estabelecer


limite temporal regido para suspensão do processo. No
mais, no que tange ao caráter convencional da suspensão,
seu caráter vinculante para o juiz, o termo inicial e irrecor-
ribilidade, os parâmetros aplicáveis são idênticos aos já an-
tes vigentes. Porem a norma em questão não se aplica ape-
nas à mediação extrajudicial em sentido estrito, indo tam-
bém quando houver qualquer modalidade sistematizada de
busca de solução consensual, como no caso de conciliação
extrajudicial.

Art. 17. Considera-se instituída a mediação na data


para a qual for marcada a primeira reunião de
mediação.

Parágrafo único. Enquanto transcorrer o procedi-


mento de mediação, ficará suspenso o prazo
prescricional.

Esse dispositivo vem tratar de garantir que o tempo da me-


diação terá o menor impacto possível sobre o tempo que a
lei material estabelece para o exercício do direito de ação.
Se a mediação for frutífera por ter ensejado a celebração de
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acordo sobre a totalidade da controvérsia, o interesse no
ajuizamento da ação terá, em princípio desaparecido, e os
mediando poderão se engajar no procedimento sem medo
de que o direito de ação seja afetado. Se isso não ocorrer, os
sujeitos em conflito estarão exatamente no mesmo ponto em
que estavam antes do procedimento consensual, não sendo
vitimados por indevidas aplicações ou restrições ao direito
de ação.

Art. 18. Iniciada a mediação, as reuniões posteriores


com a presença das partes somente poderão ser mar-
cadas com a sua anuência.

Quando é expresso a frase “reunião posteriores” comenta


que autoriza a realização de novas tentativas para as partes
chegarem à solução consensual do conflito após iniciada a
mediação, ou seja, após a primeira reunião do procedi-
mento. Não havendo quantidade limite para as reuniões
posteriores referida no texto legal, mas é imprescindível
que tais reuniões se mostrem efetivamente necessárias à
composição amigável entre os mediando, a fim de evitar o
uso dessa faculdade de forma indevida por uma parte mal-
intencionada.

A obrigação de consentimento das partes para o agenda-


mento das reuniões posteriores decorre do chamado princí-
pio da autonomia da vontade das partes ou da voluntarie-
dade ou do consensualismo processual, sendo um dos prin-
cípio que rege a mediação

Art. 19. No desempenho de sua função, o mediador po-


derá reunir-se com as partes, em conjunto ou separa-
damente, bem como solicitar das partes as informa-
ções que entender necessárias para facilitar o enten-
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dimento entre aquelas.

Esse referido artigo prevê expressamente a possibilidade


de o mediador lançar mão da ferramenta de reuniões priva-
das na mediação. Entretanto o faz de maneira adequada por
quanto respeita a flexibilidade e a variedade de estilos en-
tre mediadores ao deixar ao mediador a possibilidade de
realizar ou não reuniões privadas no desempenho de sua
função.

Art. 20. O procedimento de mediação será encerrado


com a lavratura do seu termo final, quando for cele-
brado acordo ou quando não se justificarem novos es-
forços para a obtenção de consenso, seja por declara-
ção do mediador nesse sentido ou por manifestação de
qualquer das partes.

Parágrafo único. O termo final de mediação, na hipó-


tese de celebração de acordo, constitui título execu-
tivo extrajudicial e, quando homologado judicial-
mente, título executivo judicial.

O encerramento da mediação se dá por meio da lavratura


do termo final, onde restará consignado o acordo a que as
partes chegaram ou a impossibilidade, ao menos naquele
momento, de obtenção de consenso, a juízo das partes ou do
próprio mediador, ou sejam, a mediação se encerra quando
as partes chegarem a um consenso ou quando se conclui
que esse consenso não será alcançando, sendo inútil envi-
dar mais esforços nesse sentido.

Art. 21. O convite para iniciar o procedimento de me-


diação extrajudicial poderá ser feito por qualquer
meio de comunicação e deverá estipular o escopo pro-
posto para a negociação, a data e o local da primeira
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reunião. Parágrafo único. O convite formulado por
uma parte à outra considerar-se-á rejeitado se não for
respondido em até trinta dias da data de seu
recebimento.

O artigo 21 da referida lei nos mostra que o convite para so-


lucionar o conflito por meio da mediação basta o convite por
uma das partes, este pode ser realizado por qualquer meio
de comunicação eficaz. Tendo que ser acrescentado data e
local da primeira reunião.

Caso o mesmo não seja respondido em trinta dias, este será


presumidamente considerado como rejeitado.

Art. 22. A previsão contratual de mediação deverá


conter, no mínimo:

I - prazo mínimo e máximo para a realização da pri-


meira reunião de mediação, contado a partir da data
de recebimento do convite;

II - local da primeira reunião de mediação;

III - critérios de escolha do mediador ou equipe de


mediação;

IV - penalidade em caso de não comparecimento da


parte convidada à primeira reunião de mediação.

§ 1º A previsão contratual pode substituir a especifi-


cação dos itens acima enumerados pela indicação de
regulamento, publicado por instituição idônea pres-
tadora de serviços de mediação, no qual constem cri-
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térios claros para a escolha do mediador e realização
da primeira reunião de mediação.

§ 2º Não havendo previsão contratual completa, deve-


rão ser observados os seguintes critérios para a reali-
zação da primeira reunião de mediação:

I - prazo mínimo de dez dias úteis e prazo máximo de


três meses, contados a partir do recebimento do
convite;

II - local adequado a uma reunião que possa envolver


informações confidenciais;

III - lista de cinco nomes, informações de contato e re-


ferências profissionais de mediadores capacitados; a
parte convidada poderá escolher, expressamente,
qualquer um dos cinco mediadores e, caso a parte con-
vidada não se manifeste, considerar-se-á aceito o pri-
meiro nome da lista;

IV - o não comparecimento da parte convidada à pri-


meira reunião de mediação acarretará a assunção por
parte desta de cinquenta por cento das custas e hono-
rários sucumbenciais caso venha a ser vencedora em
procedimento arbitral ou judicial posterior, que en-
volva o escopo da mediação para a qual foi convidada.

§ 3º Nos litígios decorrentes de contratos comerciais


ou societários que não contenham cláusula de media-
ção, o mediador extrajudicial somente cobrará por
seus serviços caso as partes decidam assinar o termo
inicial de mediação e permanecer, voluntariamente,
no procedimento de mediação.
O artigo 22 nos esclarece as informações necessárias para
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que tenhamos a primeira reunião de mediação. Estabele-
cendo prazo mínimo e máximo para que ocorra a reunião, o
local, o mediador e/ou sua equipe e é muitíssimo importante
salientar o inciso IV, que dispõe sobre a penalidade para a
parte que não comparecer à primeira reunião de mediação.
Outro tópico importante é o parágrafo terceiro que traz con-
sigo a possibilidade de o mediador ser pago pelas partes.

Art. 23. Se, em previsão contratual de cláusula de me-


diação, as partes se comprometerem a não iniciar
procedimento arbitral ou processo judicial durante
certo prazo ou até o implemento de determinada con-
dição, o árbitro ou o juiz suspenderá o curso da arbi-
tragem ou da ação pelo prazo previamente acordado
ou até o implemento dessa condição.

Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica às


medidas de urgência em que o acesso ao Poder Judiciá-
rio seja necessário para evitar o perecimento de
direito.

O artigo 23 se refere a impossibilidade das partes ajuiza-


rem ação judicial para tratar do mesmo litigio que está
sendo discutido pela mediação. Bastando apenas que as
mesmas disponham em clausula contratual que não irão ini-
ciar o processo até o fim da mediação ou até que se passe
determinado tempo do fim da mesma sem que haja a solu-
ção do conflito.

Contudo, caso sejam medidas de urgência ou de pereci-


mento de direito, a clausula supracitada é irrelevante.

Subseção III
Da Mediação Judicial
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Art. 24. Os tribunais criarão centros judiciários de so-


lução consensual de conflitos, responsáveis pela reali-
zação de sessões e audiências de conciliação e media-
ção, pré-processuais e processuais, e pelo desenvolvi-
mento de programas destinados a auxiliar, orientar e
estimular a autocomposição.

Parágrafo único. A composição e a organização do cen-


tro serão definidas pelo respectivo tribunal, observa-
das as normas do Conselho Nacional de Justiça.

Antes deste artigo já era previsto a obrigatoriedade da cria-


ção de centros judiciários para solução consensual de confli-
tos, na Resolução nº 125/2010 do CNJ. Dessa forma, o artigo
supracitado reforçou essa obrigação. Essa elaboração de
centros judiciários reafirma a garantia de acesso à justiça,
por meios extrajudiciais, já que o judiciário não deve mono-
polizar meios para solucionar dissídios.

Para um bom serviço público os centros deverão ser efeti-


vamente instalados e suas atividades acompanhadas pelo
CNJ, assim o aprimoramento de práticas consensuais serão
sempre reafirmados.

Art. 25. Na mediação judicial, os mediadores não esta-


rão sujeitos à prévia aceitação das partes, observado o
disposto no art. 5º desta Lei.

Mediador é um terceiro que terá a função de facilitar a con-


senso entre as partes, resguardando o princípio da autono-
mia da vontade. No CPC, art. 168, caput, expõe que as partes
poderão escolher o conciliador ou mediador por meio de
conciliação privada.
O CNJ, inclusive, busca desenvolver por meios eletrônicos
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ferramentas que possam auxiliar tribunais na escolha do
terceiro (aquele que facilitará a solução).

Caso as partes não optem por um mediador e sim pelo meio


litigioso, caberá tão somente a elas essa decisão.

Art. 26. As partes deverão ser assistidas por advoga-


dos ou defensores públicos, ressalvadas as hipóteses
previstas nas Leis n º 9.099, de 26 de setembro de 1995,
e 10.259, de 12 de julho de 2001 .

Parágrafo único. Aos que comprovarem insuficiência


de recursos será assegurada assistência pela Defenso-
ria Pública.

A lei obriga a participação de advogados ou defensores pú-


blicos nas mediações judiciais, com ressalva em Juizados
Especiais, estaduais e federais. Essa participação contribui
com a eficiência da mediação, o que suprirá informações,
caso necessário. Com essa percepção ressaltasse a necessi-
dade de mudança na qualidade do advogado, com aperfeiço-
amento profissional para suprir a necessidade em
mediações.

Por fim, para se exercer com qualidade meios consensuais


é necessário toda uma contribuição para quebrar o estigma
de solução apenas por meios judiciais.

Art. 27. Se a petição inicial preencher os requisitos


essenciais e não for o caso de improcedência liminar
do pedido, o juiz designará audiência de mediação.
Com esse artigo é reforçado a realização de audiência preli-
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minar para tentar solucionar dissídios de forma consensual.
Basicamente, como regra, a petição estando regular será
designada a audiência de mediação.

No art. 334 do CPC, é observado que a dispensa da audiência


de mediação será dispensada caso, mesmo que somente
uma das partes, não aceite.

Para que a realidade seja alterada e passe a existir mais


mediações ou conciliações é necessário o estimulo de juízes
além de uma boa estrutura judicial com a devida instalação
dos centros judiciários.

Art. 28. O procedimento de mediação judicial deverá


ser concluído em até sessenta dias, contados da pri-
meira sessão, salvo quando as partes, de comum
acordo, requererem sua prorrogação.

Parágrafo único. Se houver acordo, os autos serão en-


caminhados ao juiz, que determinará o arquivamento
do processo e, desde que requerido pelas partes, ho-
mologará o acordo, por sentença, e o termo final da
mediação e determinará o arquivamento do processo.

No caput desse artigo está previsto o prazo para conclusão


da mediação judicial em 60 dias, admitindo-se prorrogação,
sendo mais flexível que o art. 334, § 2 do CPC, que fixa o
prazo de máximo em 2 meses, sem existência de prorroga-
ção. Prevalece o que está disposto na lei de mediação.

Em casos excepcionais o juízo irá recursar a prorrogação,


desde que comprovada a imposição de uma das partes
Art. 29. Solucionado o conflito pela mediação antes da
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citação do réu, não serão devidas custas judiciais
finais.

A dispensa de custas judiciais finais tem como objetivo in-


centivar esse método para sanara conflitos, desde que aja
acordo entre as partes.

Porém, no art. 334 do CPC expõe que em caso de improce-


dência liminar do pedido o juiz deverá designar a audiência
de mediação, sendo citado o réu. Com essa contradição, se
observa que para citação de audiência será necessário en-
sejar o pagamento de custas, mesmo que obtido em acordo,
seja antes ou durante a audiência.

Seção IV

Da Confidencialidade e suas Exceções

Art. 30. Toda e qualquer informação relativa ao proce-


dimento de mediação será confidencial em relação a
terceiros, não podendo ser revelada sequer em pro-
cesso arbitral ou judicial salvo se as partes expressa-
mente decidirem de forma diversa ou quando sua di-
vulgação for exigida por lei ou necessária para cum-
primento de acordo obtido pela mediação.

§ 1º O dever de confidencialidade aplica-se ao media-


dor, às partes, a seus prepostos, advogados, assessores
técnicos e a outras pessoas de sua confiança que te-
nham, direta ou indiretamente, participado do proce-
dimento de mediação, alcançando:
I - declaração, opinião, sugestão, promessa ou pro-
Lei de mediação coment ada
posta formulada por uma parte à outra na busca de
entendimento para o conflito;

II - reconhecimento de fato por qualquer das partes


no curso do procedimento de mediação;

III - manifestação de aceitação de proposta de acordo


apresentada pelo mediador;

IV - documento preparado unicamente para os fins do


procedimento de mediação.

§ 2º A prova apresentada em desacordo com o dis-


posto neste artigo não será admitida em processo ar-
bitral ou judicial.

§ 3º Não está abrigada pela regra de confidenciali-


dade a informação relativa à ocorrência de crime de
ação pública.

§ 4º A regra da confidencialidade não afasta o dever


de as pessoas discriminadas no caput prestarem in-
formações à administração tributária após o termo fi-
nal da mediação, aplicando-se aos seus servidores a
obrigação de manterem sigilo das informações com-
partilhadas nos termos do art. 198 da Lei nº 5.172, de
25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional.

A confidencialidade e um princípio ético, na conciliação e na


mediação as regras de conduta estão presentes tanto na lei
da mediacao nos seus artigos 2º, 4º, 5º, 6º, 7º, 8º, 14, 30 e 31,
e também no Novo Código de Processo Civil em seus artigos
166, 167 § 5, 170, 171, 172 e 173. Podemos também fazer sua
verificação no Código de Ética, em seu anexo III, da Resolu-
Lei de mediação coment ada
ção nº 125 do CNJ, que fala de forma clara como deve ser a
conduta dos conciliadores e mediadores.

O princípio da confidencialidade consiste no dever de man-


ter o sigilo sobre todas as informações obtidas, salvo se
permitida pelas partes. Além disso e importante lembrar
que o mediador tem que manter a imparcialidade e a
confidencialidade.

Nesse dispositivo configurasse o dever, uma vez que o des-


cumprimento do dever não e acompanhada de qualquer
sanção, dessa forma estes deverão agir de forma mais ética
possível.

Art. 31. Será confidencial a informação prestada por


uma parte em sessão privada, não podendo o media-
dor revelá-la às demais, exceto se expressamente
autorizado.

Esse dispositivo, fala da confidencialidade aplicada quando


da utilização da ferramenta de mediação chamada caucus,
que também pode ser designada como sessões privadas. As
sessões privadas são realizadas pelo mediador com apenas
um dos envolvidos de cada vez, podendo delas participar o
advogado, acompanhado seu cliente.

O mediador deve sempre ser pautado da imparcialidade e


da confidencialidade durante o seu decorrer. Consequente-
mente, não poderá salvo expressamente autorizado pelos
envolvidos obtidas na sessão conjunta.

CAPÍTULO II
DA AUTOCOMPOSIÇÃO DE CONFLITOS EM QUE FOR
Lei de mediação coment ada
PARTE PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO

Seção I

Disposições Comuns

Art. 32. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-


nicípios poderão criar câmaras de prevenção e reso-
lução administrativa de conflitos, no âmbito dos res-
pectivos órgãos da Advocacia Pública, onde houver,
com competência para:

I - dirimir conflitos entre órgãos e entidades da admi-


nistração pública;

II - avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução


de conflitos, por meio de composição, no caso de con-
trovérsia entre particular e pessoa jurídica de di-
reito público;

III - promover, quando couber, a celebração de termo


de ajustamento de conduta.

§ 1º O modo de composição e funcionamento das câma-


ras de que trata o caput será estabelecido em regula-
mento de cada ente federado.

§ 2º A submissão do conflito às câmaras de que trata o


caput é facultativa e será cabível apenas nos casos
previstos no regulamento do respectivo ente
federado.
§ 3º Se houver consenso entre as partes, o acordo será
Lei de mediação coment ada
reduzido a termo e constituirá título executivo
extrajudicial.

§ 4º Não se incluem na competência dos órgãos menci-


onados no caput deste artigo as controvérsias que so-
mente possam ser resolvidas por atos ou concessão de
direitos sujeitos a autorização do Poder Legislativo.

§ 5º Compreendem-se na competência das câmaras de


que trata o caput a prevenção e a resolução de confli-
tos que envolvam equilíbrio econômico-financeiro de
contratos celebrados pela administração com
particulares.

Esse capítulo trata da composição dos conflitos no âmbito da


administração pública, pois não há diretrizes para a cele-
bração de acordos envolvendo o poder público.

A administração pública tem um regime jurídico diferenci-


ado colocando limites relevantes na resolução de conflitos,
as especificidades decorrem dos princípios da legalidade,
da isonomia e da publicidade.

O artigo 32 prevê a possibilidade da União, Estados, Distrito


Federal e Municípios a criarem câmaras de prevenção e re-
solução administrativa de conflitos, a prevenção se dá no
âmbito de cada órgão da Administração, mediante dialogo e
pela transparência.

Cabe ressaltar que é impossível viabilizar a celebração de


acordos no âmbito público, enquanto não forem previstos
procedimentos claros.
Art. 33. Enquanto não forem criadas as câmaras de
Lei de mediação coment ada
mediação, os conflitos poderão ser dirimidos nos ter-
mos do procedimento de mediação previsto na Subse-
ção I da Seção III do Capítulo I desta Lei.

Parágrafo único. A Advocacia Pública da União, dos Es-


tados, do Distrito Federal e dos Municípios, onde hou-
ver, poderá instaurar, de ofício ou mediante provoca-
ção, procedimento de mediação coletiva de conflitos
relacionados à prestação de serviços públicos.

O artigo 33 expõe que até que ocorra a criação das câmaras


administrativas será aplicado o procedimento de mediação
prevista na Subseção I e III da Capitulo I da Lei.

A mediação prevista e aplicável a todos os tipos de media-


ção, seja ela administrativa, judicial ou extrajudicial.

Art. 34. A instauração de procedimento administra-


tivo para a resolução consensual de conflito no âm-
bito da administração pública suspende a prescrição.

§ 1º Considera-se instaurado o procedimento quando o


órgão ou entidade pública emitir juízo de admissibili-
dade, retroagindo a suspensão da prescrição à data de
formalização do pedido de resolução consensual do
conflito.

§ 2º Em se tratando de matéria tributária, a suspensão


da prescrição deverá observar o disposto na Lei nº
5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário
Nacional.

O artigo 34, trata da suspensão da prescrição quando inici-


ado o processo de resolução consensual do conflito.
Considera-se instaurado o procedimento quando o órgão ou
Lei de mediação coment ada
entidade pública emitir juízo de admissibilidade, retroa-
gindo a suspensão da prescrição à data de formalização do
pedido de resolução consensual do conflito § 1º da Lei.

Em se tratando de matéria tributária, a suspensão da pres-


crição deverá observar o disposto no CTN art. 34, § 2º da
Lei.

Seção II

Dos Conflitos Envolvendo a Administração Pública Fe-


deral Direta, suas Autarquias e Fundações

Art. 35. As controvérsias jurídicas que envolvam a ad-


ministração pública federal direta, suas autarquias e
fundações poderão ser objeto de transação por ade-
são, com fundamento em:

I - autorização do Advogado-Geral da União, com base


na jurisprudência pacífica do Supremo Tribunal Fe-
deral ou de tribunais superiores; ou

II - parecer do Advogado-Geral da União, aprovado


pelo Presidente da República.

§ 1º Os requisitos e as condições da transação por ade-


são serão definidos em resolução administrativa
própria.

§ 2º Ao fazer o pedido de adesão, o interessado deverá


juntar prova de atendimento aos requisitos e às con-
dições estabelecidos na resolução administrativa.
§ 3º A resolução administrativa terá efeitos gerais e
Lei de mediação coment ada
será aplicada aos casos idênticos, tempestivamente
habilitados mediante pedido de adesão, ainda que so-
lucione apenas parte da controvérsia.

§ 4º A adesão implicará renúncia do interessado ao di-


reito sobre o qual se fundamenta a ação ou o recurso,
eventualmente pendentes, de natureza administra-
tiva ou judicial, no que tange aos pontos compreendi-
dos pelo objeto da resolução administrativa.

§ 5º Se o interessado for parte em processo judicial


inaugurado por ação coletiva, a renúncia ao direito
sobre o qual se fundamenta a ação deverá ser ex-
pressa, mediante petição dirigida ao juiz da causa.

§ 6º A formalização de resolução administrativa desti-


nada à transação por adesão não implica a renúncia
tácita à prescrição nem sua interrupção ou
suspensão.

O direito brasileiro privilegia a solução consensual das dis-


putas, mais especificamente a primazia da solução ade-
quada dos conflitos é norma fundamental do sistema pro-
cessual e de resolução de disputas no Brasil.

O princípio da primazia da solução adequada dos conflitos


deve nortear toda a atuação estatal. Assim o Estado promo-
vera a solução de conflito em três situações: deve fornecer
um serviço público de justiça que proporcione o adequando
tratamento dos conflitos; deve disseminar e infirmar a po-
pulação sobre os meios consensuais, promovendo sua utili-
zação; deve promover e preferir, privilegiar, sempre que
possível a solução consensual das disputas em que for parte
ou tiver interesse.
O art. 35 traz a previsão da possibilidade de elaboração de
Lei de mediação coment ada
proposta geral, formulada pela administração pública fede-
ral, para solução consensual de controvérsias sobre deter-
minado tema. A resolução administrativa devera explicitar
quais os requisitos e condições para que o interessado
possa aderir aos termos de transação proposta.

Por ter caráter de oferta geral e não se vincular a um caso


particular a formalização de resolução administrativa desti-
nada à transação por adesão não implica a renúncia tácita à
prescrição nem sua interrupção ou suspensão. Ou seja, a re-
solução administrativa enquanto proposta geral, não tem
condão de interromper ou suspender o curso da prescrição
para nenhum caso concreto.

Art. 36. No caso de conflitos que envolvam controvér-


sia jurídica entre órgãos ou entidades de direito pú-
blico que integram a administração pública federal, a
Advocacia-Geral da União deverá realizar composição
extrajudicial do conflito, observados os procedimen-
tos previstos em ato do Advogado-Geral da União.

§ 1º Na hipótese do caput , se não houver acordo


quanto à controvérsia jurídica, caberá ao Advogado-
Geral da União dirimi-la, com fundamento na legisla-
ção afeta.

§ 2º Nos casos em que a resolução da controvérsia im-


plicar o reconhecimento da existência de créditos da
União, de suas autarquias e fundações em face de pes-
soas jurídicas de direito público federais, a Advoca-
cia-Geral da União poderá solicitar ao Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão a adequação orça-
mentária para quitação das dívidas reconhecidas
como legítimas.
§ 3º A composição extrajudicial do conflito não afasta
Lei de mediação coment ada
a apuração de responsabilidade do agente público que
deu causa à dívida, sempre que se verificar que sua
ação ou omissão constitui, em tese, infração
disciplinar.

§ 4º Nas hipóteses em que a matéria objeto do litígio


esteja sendo discutida em ação de improbidade admi-
nistrativa ou sobre ela haja decisão do Tribunal de
Contas da União, a conciliação de que trata o caput de-
penderá da anuência expressa do juiz da causa ou do
Ministro Relator.

O presente artigo, quando interpretado com o art. 39 do


mesmo diploma, revela uma imposição jurídica a que con-
trovérsias entre pessoa jurídica de direito público que inte-
gram a administração pública federal sejam primeiro sub-
metidos a análise da advocacia geral da união a quem com-
pete inclusive solucionar o conflito por meio de auto compo-
sição extrajudicial.

A conjugação do disposto no caput do art. 36 fecha as portas


para a condução do poder judiciário de divergências havi-
das entre os órgãos e entidades com personalidade jurídica
de direito público, porque tal situação está conferida a ad-
vocacia geral da união por método autocompositivo.

Nos processos judiciais e administrativos os advogados pú-


blicos devem procurar apontar eventuais equívocos jurídi-
cos cometidos no exercício da função administrativas. Cum-
pre-lhes por dever de oficio procurar adequar o agir admi-
nistrativo aos ditames legalidade, de modo a induzir a reali-
zação do interesse público pelos agentes estatais.
No que concerne ao § 3º, mesmo quando houver composição
Lei de mediação coment ada
extrajudicial do conflito a administração não pode se furtar
a apurar eventual responsabilidade disciplinar do agente
público. Contudo é importante ressalvar que no ponto para o
risco de se configurarem nesse contexto, ilegítimas tentati-
vas de responsabilização fundadas em simples divergência
de interpretação jurídica.

O § 4º condiciona a resolução do litigio por meio de auto-


composição, a ressalva é importante porque impede que a
celebração de acordos fundados exclusivamente na conve-
niência pessoal de gestores e governantes prejudique a
persecução estatal contra ilícitos administrativos.

Art. 37. É facultado aos Estados, ao Distrito Federal e


aos Municípios, suas autarquias e fundações públicas,
bem como às empresas públicas e sociedades de eco-
nomia mista federais, submeter seus litígios com ór-
gãos ou entidades da administração pública federal à
Advocacia-Geral da União, para fins de composição
extrajudicial do conflito.

Comentário:

Essa seção ao trazer as normas especificas para os conflitos


que envolvam ao menos um ente público federal, que são di-
vididos em quatro categorias: conflitos entre entes públicos
federais e particulares que poderão ser objeto de transação
por adesão; conflitos administrativos envolvendo entes fe-
derais ou entre entes federais e entes de outra esfera fede-
rativa; conflitos em material tributária; conflitos judicializa-
dos entre entes públicos federais.
Na primeira modalidade, trata-se dos conflitos repetitivos,
Lei de mediação coment ada
que tem sua pacificação através das jurisprudências dos tri-
bunais superiores, no que tange a segunda modalidade a
obrigatoriedade de utilização do caminho consensual, medi-
ante procedimento de composição extrajudicial.

Por fim, o que causa estranheza nesse artigo é que as de-


mais entidades federadas submetam seus conflitos com
ente federal à advocacia geral da união, que também é um
ente federal. Seria um caminho melhor se o legislador se
previsse a criação de um órgão com tal incumbência no qual
houvesse a participação dos entes federados representados
por suas procuradorias dos Estados e dos municípios.

Art. 38. Nos casos em que a controvérsia jurídica seja


relativa a tributos administrados pela Secretaria da
Receita Federal do Brasil ou a créditos inscritos em
dívida ativa da União:

I - não se aplicam as disposições dos incisos II e III do


caput do art. 32;

II - as empresas públicas, sociedades de economia


mista e suas subsidiárias que explorem atividade
econômica de produção ou comercialização de bens ou
de prestação de serviços em regime de concorrência
não poderão exercer a faculdade prevista no art. 37;

III - quando forem partes as pessoas a que alude o ca-


put do art. 36:

a) a submissão do conflito à composição extrajudicial


pela Advocacia-Geral da União implica renúncia do
direito de recorrer ao Conselho Administrativo de
Recursos Fiscais;
b) a redução ou o cancelamento do crédito dependerá
Lei de mediação coment ada
de manifestação conjunta do Advogado-Geral da União
e do Ministro de Estado da Fazenda.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não afasta a


competência do Advogado-Geral da União prevista
nos incisos VI , X e XI do art. 4º da Lei Complementar
nº 73, de 10 de fevereiro de 1993 , e na Lei nº 9.469, de
10 de julho de 1997 . (Redação dada pela Lei nº 13.327,
de 2016)

O presente artigo cuida de estabelecer regras especificas


sobre possibilidade de mediação e transação nos casos que
envolvam tributos administrativos pela receita federal ou
créditos inscritos em dividas ativas da união.

A discussão sobre esse assunto é marcada por forte carga


ideológica prevalecendo a ideia de que sentença ou decisão
adjudicatória é o melhor meio para resolver esse tipo de
conflito.

Não se pode afirmar que a lei de mediação tenha estabele-


cido diretrizes para mediação tributária. Ela não veda a pos-
sibilidade, mas também não regula a matéria, optando por
tanto em restringir em tese quem pode participar de media-
ção sobre tributos ou créditos inscritos em dívida ativa da
união.

Portanto, é facultado aos Estados, ao Distrito Federal e aos


Municípios, suas autarquias e fundações públicas, bem
como as empresas públicas e sociedades de economia mista
federais, submeterem em seus litígios com órgão ou entida-
des da administração pública à advocacia geral da união
para fim de composição extrajudicial do conflito.
Art. 39. A propositura de ação judicial em que figurem
Lei de mediação coment ada
concomitantemente nos polos ativo e passivo órgãos
ou entidades de direito público que integrem a admi-
nistração pública federal deverá ser previamente au-
torizada pelo Advogado-Geral da União.

O presente artigo tem o propósito de evitar a judicialização


de conflitos entre entes federais, qualquer ente público fe-
deral somente poderá propor ação em face de outro entre
público federal, com autorização expressa do Advogado Ge-
ral da União ou alguém que ele delegar esta competência.

Art. 40. Os servidores e empregados públicos que par-


ticiparem do processo de composição extrajudicial do
conflito, somente poderão ser responsabilizados civil,
administrativa ou criminalmente quando, mediante
dolo ou fraude, receberem qualquer vantagem patri-
monial indevida, permitirem ou facilitarem sua re-
cepção por terceiro, ou para tal concorrerem.

O presente artigo possui teor inconstitucional, por preten-


der excluir do regime constitucional de responsabilidade do
agente público por todos seus atos dolosos e culposos. Essa
norma coloca em risco a seriedade necessária ao processo
de resolução consensual dos conflitos.

É necessário reconhecer a peculiaridade de cada conflito


envolvendo o poder político, a solução mais adequada para
o problema para não dizer a única possível, os métodos con-
sensuais podem ser utilizados para prevenir conflitos seja
para resolvê-los tudo a depender do momento.

CAPÍTULO III

DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 41. A Escola Nacional de Mediação e Conciliação,
Lei de mediação coment ada
no âmbito do Ministério da Justiça, poderá criar
banco de dados sobre boas práticas em mediação, bem
como manter relação de mediadores e de instituições
de mediação.

Em 2015 os termos normativos para concessão da política


para a realização da mediação, passou a ter regras em lei
federal. Tentando descobrir a origem dos problemas e enca-
minhar soluções que permitam o convívio social, foi criando
uma lei própria para a ajudar a solução desses conflitos.

A Escola Nacional de Mediação e conciliação, já existia antes


mesmo da criação da lei, no qual já trabalhava junto com o
CNJ, no qual trazia para a sociedade os meios consensuais e
da sua importância para a pratica da pacificação social.

O artigo traz as boas práticas da mediação, tendo como


exemplo sua criação e especialização que vem sendo feita
como os encontros realizados para troca de experiências se
aprofundando cada vez mais no assunto, e o cadastro de
mediadores e instituições de mediação pelo pais.

Art. 42. Aplica-se esta Lei, no que couber, às outras


formas consensuais de resolução de conflitos, tais
como mediações comunitárias e escolares, e àquelas
levadas a efeito nas serventias extrajudiciais, desde
que no âmbito de suas competências.

Parágrafo único. A mediação nas relações de trabalho


será regulada por lei própria.

Esse artigo retrata que para a realização da mediação de-


verá ser observada sua forma, respeitando as suas
peculiaridades.
No que tange a mediação comunitária, a aplicação deve ser
Lei de mediação coment ada
feita com parcimônia. Deverá ser um planejamento no iní-
cio, e os envolvidos vão mudando de acordo com a capilari-
dade de cada assunto e a desenvoltura dos envolvidos, ca-
bendo ao mediador intermediar e acolher os contendores.

Na mediação escolar a flexibilidade e uma das característi-


cas, devendo sempre primar a condução dos trabalhadores
e exigir o sigilo.

Já as serventias extrajudiciais, defende a maior aplicação da


lei, pois poderá ser realizado a mediação judicial quanto a
extrajudicial.

Art. 43. Os órgãos e entidades da administração pú-


blica poderão criar câmaras para a resolução de con-
flitos entre particulares, que versem sobre atividades
por eles reguladas ou supervisionadas.

A iniciativa de criar câmaras devera compreender, na me-


dida do possível o diagnóstico da situação conflituosa e o en-
volvimento da escuta das partes interessadas e afetadas.
Tais iniciativas não deve se limitar, mas deverão compreen-
der a criação de câmaras permanentes de resolução de con-
flitos, iniciativas temporárias ou externas, feitas sob medida
para se procurar sanar os conflitos.

Art. 44. Os arts. 1º e 2º da Lei nº 9.469, de 10 de julho de


1997 , passam a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 1º O Advogado-Geral da União, diretamente ou


mediante delegação, e os dirigentes máximos das em-
presas públicas federais, em conjunto com o dirigente
estatutário da área afeta ao assunto, poderão autori-
Lei de mediação coment ada
zar a realização de acordos ou transações para preve-
nir ou terminar litígios, inclusive os judiciais.

§ 1º Poderão ser criadas câmaras especializadas, com-


postas por servidores públicos ou empregados públi-
cos efetivos, com o objetivo de analisar e formular
propostas de acordos ou transações.

§ 3º Regulamento disporá sobre a forma de composi-


ção das câmaras de que trata o § 1º, que deverão ter
como integrante pelo menos um membro efetivo da
Advocacia-Geral da União ou, no caso das empresas
públicas, um assistente jurídico ou ocupante de fun-
ção equivalente.

§ 4º Quando o litígio envolver valores superiores aos


fixados em regulamento, o acordo ou a transação, sob
pena de nulidade, dependerá de prévia e expressa au-
torização do Advogado-Geral da União e do Ministro
de Estado a cuja área de competência estiver afeto o
assunto, ou ainda do Presidente da Câmara dos Depu-
tados, do Senado Federal, do Tribunal de Contas da
União, de Tribunal ou Conselho, ou do Procurador-Ge-
ral da República, no caso de interesse dos órgãos dos
Poderes Legislativo e Judiciário ou do Ministério Pú-
blico da União, excluídas as empresas públicas fede-
rais não dependentes, que necessitarão apenas de
prévia e expressa autorização dos dirigentes de que
trata o caput .

§ 5º Na transação ou acordo celebrado diretamente


pela parte ou por intermédio de procurador para ex-
tinguir ou encerrar processo judicial, inclusive os ca-
sos de extensão administrativa de pagamentos postu-
lados em juízo, as partes poderão definir a responsa-
Lei de mediação coment ada
bilidade de cada uma pelo pagamento dos honorários
dos respectivos advogados.” (NR)

“Art. 2º O Procurador-Geral da União, o Procurador-


Geral Federal, o Procurador-Geral do Banco Central
do Brasil e os dirigentes das empresas públicas fede-
rais mencionadas no caput do art. 1º poderão autori-
zar, diretamente ou mediante delegação, a realização
de acordos para prevenir ou terminar, judicial ou ex-
trajudicialmente, litígio que envolver valores inferio-
res aos fixados em regulamento.

§ 1º No caso das empresas públicas federais, a delega-


ção é restrita a órgão colegiado formalmente consti-
tuído, composto por pelo menos um dirigente
estatutário.

§ 2º O acordo de que trata o caput poderá consistir no


pagamento do débito em parcelas mensais e sucessi-
vas, até o limite máximo de sessenta.

§ 3º O valor de cada prestação mensal, por ocasião do


pagamento, será acrescido de juros equivalentes à
taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e
de Custódia - SELIC para títulos federais, acumulada
mensalmente, calculados a partir do mês subsequente
ao da consolidação até o mês anterior ao do paga-
mento e de um por cento relativamente ao mês em
que o pagamento estiver sendo efetuado.

§ 4º Inadimplida qualquer parcela, após trinta dias,


instaurar-se-á o processo de execução ou nele prosse-
guir-se-á, pelo saldo. ” (NR)
A Lei nº 9.469/97 prevê, em seus artigos 1º e 2º, as hipóteses
Lei de mediação coment ada
em que a Administração Pública federal poderá realizar
acordos ou transações. A Lei n.º 13.140/2015 alterou tais dis-
positivos a fim de ampliar e facilitar essas situações.

No que tange à Administração Pública, insta salientar que o


próprio dispositivo da Lei informa que são abordadas for-
mas de autocomposição de conflitos no âmbito da adminis-
tração pública, o que não se restringe apenas à mediação.

Os dirigentes das empresas públicas federais poderão auto-


rizar, diretamente ou mediante delegação, a realização de
acordos para prevenir ou terminar, judicial ou extrajudici-
almente, respeitando sempre o que consta em lei.

Art. 45. O Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972 ,


passa a vigorar acrescido do seguinte art. 14-A:

“Art. 14-A. No caso de determinação e exigência de


créditos tributários da União cujo sujeito passivo seja
órgão ou entidade de direito público da administra-
ção pública federal, a submissão do litígio à composi-
ção extrajudicial pela Advocacia-Geral da União é
considerada reclamação, para fins do disposto no in-
ciso III do art. 151 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de
1966 - Código Tributário Nacional.”

O artigo 45 da Lei de Mediação acrescentou o artigo 14-A ao


Decreto nº 70.235/1972, que fala sobre o processo adminis-
trativo fiscal, esse dispositivo fala sobre os créditos tributá-
rios da União cujo o sujeito, órgão ou entidade de direito pú-
blico da Administração federal dispõe que havendo litigio
será submetido a composição extrajudicial pelo AGU.
Art. 46. A mediação poderá ser feita pela internet ou
Lei de mediação coment ada
por outro meio de comunicação que permita a transa-
ção à distância, desde que as partes estejam de acordo.

Parágrafo único. É facultado à parte domiciliada no


exterior submeter-se à mediação segundo as regras
estabelecidas nesta Lei.

A norma prevê a possibilidade da utilização da tecnologia


para a solução de conflitos mediante métodos consensuais.
Em seu artigo 46, a lei diz que "a mediação poderá ser feita
pela internet ou por outro meio de comunicação que per-
mita a transação à distância, desde que as partes estejam de
acordo".

Utilizada para tentar resolver conflitos em um único ato,


sem a necessidade de produção de provas, e de maneira ba-
rata, já que as partes evitam gastos com documentos e des-
locamentos aos fóruns, a conciliação oferece ainda mais
vantagens quando feita de forma virtual.

Para usar o serviço, basta que o interessado tenha um com-


putador ou um smartphone para acessar o site da Vamos
Conciliar. Tudo começa no link "Iniciar Conciliação", no qual
o consumidor ou a empresa vão detalhar a demanda que
pretendem resolver, e preencher os dados que serão enca-
minhados para um conciliador.

Em seguida, haverá um diálogo via chat, oportunidade em


que o cliente irá expor suas questões e seus interesses. Se
as partes chegarem a um consenso durante o "chat", será
emitida uma declaração de acordo. Caso contrário, o sistema
disponibilizará um documento sobre o não acordo.
Nesse sentido, as inovações tecnológicas vêm se tornando
Lei de mediação coment ada
essenciais devendo se integrar definitivamente ao ordena-
mento jurídico por meio de metodologias dialógicas que
propiciem a construção de solução consensuais, preferenci-
almente em ambiente privado, facultando aos interessados
novas opções ao processo contencioso ao poder judiciário.

Art. 47. Esta Lei entra em vigor após decorridos cento


e oitenta dias de sua publicação oficial.

A Lei de Mediação ocorreu em 29-06-2015, e o prazo de


cento e oitenta dias estabelecido pelo dispositivo para a sua
entrada em vigor, tendo o início da sua vigência 26-12-2015.
A previsão foi feita de modo acertado, restringindo a aplica-
ção da lei no período vocatio legis, passando assim por um
período de adaptação.

Art. 48. Revoga-se o § 2º do art. 6º da Lei nº 9.469, de 10


de julho de 1997 .

Este dispositivo dispõe sobre a revogação expressa do § 2º


do artigo 6º da Lei nº 9.469/1977 que estabelecia que nos
acordos envolvendo a Fazenda Pública incumbia a cada uma
das partes arcar com os honorários dos seus advogados.
Essa prescrição legislativa foi impugnada no corpo da Ação
Direta de Inconstitucionalidade nº 2.527, proposta pelo Con-
selho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, e teve sua
eficácia suspensa pelo STF.

BIBLIOGRAFIA:

BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Institui o Có-


digo de Processo Civil. Diário Oficial da União, Brasília,
DF, 17 março 2015. Disponível em
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
Lei de mediação coment ada
2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 24/06/2020.

BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Có-


digo Civil. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF,
ano 139, n. 8, p. 1-74, 24/06/ 2002.

Disponível em: ht t ps://eduardaafeitosa.jusbrasil.com.br/art igos/865737058/lei-de-


mediacao-coment ada

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