Você está na página 1de 6

Ana Helena Ribeiro ajuizou ação trabalhista, em 22/01/2023, postulando a

concessão de tutela de urgência, para obter a reintegração imediata ao emprego e ter


reestabelecido o plano de saúde.
Na ação, a reclamante refere ter prestado serviços para o reclamado, a Hospital
Cuidados de Saúde, de 01/09/2019 até 31/12/2022, exercendo a função de
enfermeira, momento em que, por iniciativa do empregador e sem justa causa, teve
rescindido o contrato.
Relata que em 01 de dezembro de 2022 soube que estava grávida, e
imediatamente comunicou seu empregador. O empregador, então, lhe dispensou sem
justa causa, argumentando que em razão do trabalho em condições insalubres a
empregada não teria mais como trabalhar no Hospital.
Com a dispensa a empregada teve cancelado o plano de saúde, o qual é
fundamental para que possa fazer os exames médicos solicitados pelo médico, já que
não possui condições de arcar com o custo de modo particular.
A ação foi distribuída para a 100ª Vara do Trabalho de Porto Alegre -RS, e
autuada sob número 12345-6.
Após isso, o magistrado, ao analisar o pedido de tutela provisória de urgência,
indeferiu o pedido, referindo que voltaria a analisar o pedido após a instrução
processual, pois não vislumbrava os requisitos para a concessão da medida
antecipatória.
Como advogado de Ana Helena Ribeiro, considere que você tenha recebido a
intimação da decisão no dia 22/03/2023, e elabore a medida judicial cabível na defesa
dos interesses da seu cliente.

EXCELENTISSÍMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO


TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ... REGIÃO

PROCESSO Nº 12345-6.

ANA HELENA RIBEIRO, qualificação completa... endereço completo..., vem


respeitosamente perante a Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado que subscreve
(com procuração anexa), com fulcro no art. 5 LXIX e art. 114, IV da CF, impetrar:

MANDADO DE SEGURANÇA

Em face do ato praticado pelo JUIZ DO TRABALHO DA 100ª VARA DO TRABALHO DE


PORTO ALEGRE-RS, qualificação completa..., endereço completo..., a respeito do Processo nº
12345-6, em que contende com HOSPITAL CUIDADOS DE SAÚDE, qualificação
completa... endereço completo..., neste ato indicado como terceiro interessado, pelas
razões que passa a expor:

DOS FATOS

A reclamante ajuizou ação trabalhista, em 22/01/2023, postulando a concessão


de tutela de urgência, para obter a reintegração imediata ao emprego e ter
reestabelecido o plano de saúde. Na ação, a reclamante refere ter prestado serviços
para o reclamado, a Hospital Cuidados de Saúde, de 01/09/2019 até 31/12/2022,
exercendo a função de enfermeira, momento em que, por iniciativa do empregador e
sem justa causa, teve rescindido o contrato.
Relata que em 01 de dezembro de 2022 soube que estava grávida, e
imediatamente comunicou seu empregador. O empregador, então, lhe dispensou sem
justa causa, argumentando que em razão do trabalho em condições insalubres a
empregada não teria mais como trabalhar no Hospital. Com a dispensa a empregada
teve cancelado o plano de saúde, o qual é fundamental para que possa fazer os
exames médicos solicitados pelo médico, já que não possui condições de arcar com o
custo de modo particular.
A ação foi distribuída para a 100ª Vara do Trabalho de Porto Alegre -RS, e
autuada sob número 12345-6. Após isso, o magistrado, ao analisar o pedido de tutela
provisória de urgência, indeferiu o pedido, referindo que voltaria a analisar o pedido
após a instrução processual, pois não vislumbrava os requisitos para a concessão da
medida antecipatória. A intimação da decisão ocorreu em 22/03/2023.

DO CABIMENTO E DA TEMPESTIVIDADE

Inicialmente, a impetrante argumenta que a medida processual é


tempestiva, eis que não decorrido o prazo de 120 dias previsto no art. 23 da Lei
12.016/19 desde a ciência do ato praticado, eis que a intimação da decisão
denegatória ocorreu em 22/03/2023.

Ademais o direito é liquido e certo, não havendo necessidade de apresentação


de provas além daquelas que já instruem o processo, sendo a medida cabível nos
termos inciso II da Súmula 414 do TST, já que é uma decisão interlocutória.

DA VIOLAÇÃO DO DIREITO LIQUIDO DE CERTO - DA ESTABILIDADE DE


EMPREGO E REINTEGRAÇÃO

Como referido acima, ao analisar a tutela provisória de urgência


requerida pela reclamante, o magistrado indeferiu o pedido, referindo que voltaria a
analisar o pedido após a instrução processual, pois não vislumbrava os requisitos para
a concessão da medida antecipatória.

Ocorre que a reclamante teve direito liquido e certo violado, eis que a
gestação, quando da dispensa, era incontroversa, tendo a empregado feito a devida
comunicação tão logo quando tomou conhecimento da gravidez.

A legislação atual, no art. 10, II alínea “b” do ADCT e art. 391-A da CLT assegura
a empregada gestante a estabilidade provisória desde a confirmação da gravidez até 5
meses após o parto. Como já referido, a reclamante descobriu a gestação em
01/12/2022, não obstante, teve o contrato rescindido em 31/12/2022.

Importante destacar que a reclamante também cumpre os requisitos impostos


pelo art. 300 do CPC, para que lhe fosse assegurada a tutela de urgência pretendida,
pois presente a probabilidade do direito (gestação incontroversa e previsão legal que
garante a estabilidade) e o perigo de dano (a reclamante necessita dos salários para a
subsistência).

Diante do exposto, requer o acolhimento da tutela de urgência pretendia, para


que, em caráter liminar, seja declarada a nulidade da dispensa e imediata reintegração
da autora ao trabalho, conforme faculta o art. 7, III da Lei 12.016/09.

DO PLANO DE SAÚDE

Como já referido, com a dispensa arbitrária, a Reclamante teve


cancelado seu plano de saúde, o qual é fundamental para que possa realizar os exames
médicos, pois não possui condições de arcar com o custo de modo particular.

Com efeito, com a reintegração imediata da autora, requer seja igualmente


restabelecido o plano de saúde.

DO AMBIENTE INSALUBRE

O empregador justificou a dispensa da reclamante pelo fato de que o ambiente


de trabalho era insalubre, e não havia como realocar a trabalhadora.

Ocorre que o art. 394-A §3, da CLT, assegura que, quando não for possível
realocar a empregada gestante, a gravidez será considerada de risco, e ensejará a
percepção de salário-maternidade.

Assim, sendo a reclamante reintegrada, e não havendo possibilidade de


realocação para local insalubre, requer seja determinado o pagamento do salário
maternidade que faz jus.

DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA

Considerando que o magistrado indeferiu o pedido da impetrante de tutela


provisória de urgência, para obter a reintegração imediata ao emprego e ter
reestabelecido o plano de saúde, há perigo de dano, pois a impetrante não poderá
arcar com os custos de exames médicos solicitados em decorrência da sua gravidez,
razão pela qual a decisão deve ser imediatamente revista.

Assim, requer seja deferida a tutela provisória/liminar para suspender o ato de


indeferimento do pedido, culminando na reintegração da impetrante ao emprego e ter
reestabelecido seu plano de saúde, conforme prevê o art. 7, inciso III da Lei nº
12.016/09.

DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS FINAIS

Diante do exposto, requer:


A) Seja deferida a liminar pleiteada para suspender o ato de indeferimento do
pedido de tutela provisória de urgência, reintegrando a impetrante e
reestabelecendo seu plano de saúde.
B) A intimação da autoridade coatora, para que preste informação no prazo de
10 dias, conforme determina o art. 7, I da Lei 12.016/09.
C) A intimação o Hospital Cuidados de Saúde, pois atua na condição de
terceiro interessado.
D) A intimação do ministério público do trabalho para que, após o prazo citado
no item A, proceda seu parecer conforme determina o art. 12 da Lei
12.016/09.
E) A intimação do advogado geral da união, dando ciência da impetração do
presente mandado de segurança nos termos do art. 6 e 7, II da Lei
12.016/09.
F) A concessão da segurança para que seja confirmada a liminar, seja
declarada a nulidade da dispensa e deferida imediata reintegração da
autora ao trabalho, bem como o restabelecimento imediato do plano de
saúde.
G) Sendo a reclamante reintegrada, e, não havendo possibilidade de
realocação para local salubre, requer seja determinado o pagamento do
salário maternidade que faz jus.

Informa-se que as provas pré-constituidas dos fatos que asseguram o direito líquido e
certo, encontram-se em anexo.

Valor da causa R$...

Local...Data...Advogado...OAB...

QUESTÃO 1
Karina ajuizou reclamação trabalhista contra o ex-empregador e a ação adotou o rito
sumaríssimo. Karina teve procedência parcial do seu pedido, tendo havido recurso do
ex-empregador. O TRT local manteve a sentença, mas, na ótica da sociedade
empresária, a decisão violou frontalmente uma orientação jurisprudencial (OJ) do TST,
daí porque interpôs recurso de revista para tentar revertê-la sob esse fundamento.
a) O recurso de revista deverá ser aceito/admitido? (0,65) O recurso não será aceito,
pois a ação tramita sob o rito sumaríssimo, conforme prevê o art. 896 § 9 da CLT.
b) Sendo a ação pelo rito sumaríssimo, qual deve o ser o seu valor máximo? (0,60) Até
40 salários mínimos, conforme prevê o art. 852-A da CLT.
QUESTÃO 2
Arthur ajuizou reclamação trabalhista em face de seu ex-empregador, a sociedade
empresária Alfa, e de seus 3 sócios, valendo-se do incidente de desconsideração da
personalidade jurídica (IDPJ) na fase de cognição. Argumentou na petição inicial que
assim procedeu para que, havendo sucesso na pretensão, os sócios já constem do
título executivo judicial, o que abreviaria a futura execução.
Sobre o IDPJ, responda as seguintes perguntas:
a) Qual a consequência/efeito da instauração do incidente para o processo principal?
(0,60) O processo ficará suspenso, nos termos do art. 855-A, § 2 d CLT.
b) Se for negado seguinte ao IDPJ na execução, qual a medida cabível? (0,65) Caso seja
denegado o pedido na execução, cabe o agravo de petição, conforme prevê o art.
855-A, § 1, II da CLT.

QUESTÃO 3
Rita trabalha em uma empresa de tecnologia e sempre recebe seu salário juntamente
com os demais colegas, de forma mensal. Ocorre que, exclusivamente no mês de
novembro, a empresa pagou todos os funcionários no dia 01 do mês. Já o depósito
(entrada de valor na conta do salário) de Rita, sem motivo justificado, ocorreu no dia
04 do mesmo mês. Outra situação, é que nas quintas-feiras, a funcionária fica até as
22:00 horas na empresa e, na sexta-feira, inicia seu expediente às 08:00 horas. Sua
jornada é de 8 horas diárias, sendo que na sexta-feira a empresa permite que a
funcionária saia 1 horas antes de encerrar o expediente.
Responda:
a) Há alguma medida cabível na situação de Rita, por ter recebido o salário após os
demais colegas? (0,65) Não, pois o salário deverá ser depositado até o quinto dia útil
do mês vencido laborado, conforme prevê o art. 459 §1 da CLT, estaria correto o
pagamento, dentro do prazo.
b) O horário estipulado nas quintas e sextas-feiras para Rita está de acordo com as
normas trabalhistas? Caso você ajuizasse uma ação para Rita, qual a argumentação da
sua tese (0,60) Do intervalo interjornada suprimido, uma vez que deveria ter um
intervalo de 11h entre uma jornada de trabalho e outra, o que não foi respeitado.
Nos termos do art. 66 da CLT, cabe o pagamento de 1 hora com adicional de 50%
como verba indenizatória.

QUESTÃO 4
Mariana da Silva está grávida e, por motivos particulares, decidiu pedir demissão do
seu atual emprego, dedicando-se exclusivamente a cuidar de sua saúde durante a
gestação. Acerca da decisão de Mariana, analise o seguinte:
a) É necessário a presença do sindicato no ato de rescisão de Mariana? (0,65) Sim,
haveria necessidade do sindicato no ato da rescisão, conforme prevê o art. 500 da
CLT.
b) Qual o prazo que a empresa tem para depositar as verbas rescisórias para Mariana,
após o término do seu contrato? (0,60) Havendo a rescisão contratual por parte do
empregado, deverá ser respeitado o prazo de aviso prévio e assim contato 10 dias
após esse prazo, nos termos do art. 477 § 6 da CLT.

Você também pode gostar