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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A)

DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA Xª VARA FEDERAL DA


SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE CIDADE - UF

NOME DA PARTE, já devidamente qualificado


nos autos do presente processo, vem respeitosamente perante Vossa
Excelência, por meio de seus procuradores, dizer e requerer o que segue:

Em face do indeferimento do pedido de conversão


de auxílio-doença em aposentadoria por invalidez (vide carta de
indeferimento – evento X, XXXXXXXX, fl. XX), o Requerente ajuizou a
presente ação, postulando a reversão da decisão administrativa na esfera
judicial. Ao longo da instrução processual foi realizada a perícia judicial,
laudo de evento XX do feito.

A avaliação médica elaborada pelo Dr.


XXXXXXXXXX (CRM XX.XXX) veio a confirmar as alegações
constantes na inicial, no sentido de que o Demandante se encontra incapaz
ao trabalho. O Perito evidenciou que ele apresenta Gonartrose e Depressão,
e que em decorrência da primeira patologia, especialmente, é incapaz para
toda e qualquer atividade (omniprofissional – quesito XX), desde
Dezembro/2014 – DII.
Ademais, esclareceu que a doença se encontra em
fase evolutiva, e que a incapacidade é temporária, necessitando o Autor de
tratamento CIRÚRGICO, medicamentoso e fisioterápico para recuperação
laborativa.

Nesta senda, em se tratamento de recuperação


laborativa condicionada à realização de tratamento cirúrgico, cabe destacar
que não pode o segurado se ver obrigado a submeter-se a tal medida,
exatamente em virtude dos ricos do procedimento.

E no que consta a Lei 8.213/91 (grifei):

Art. 101. O segurado em gozo de auxílio-doença,


aposentadoria por invalidez e o pensionista inválido estão obrigados, sob
pena de suspensão do benefício, a submeter-se a exame médico a cargo da
Previdência Social, processo de reabilitação profissional por ela prescrito e
custeado, e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a
transfusão de sangue, que são facultativos. (Redação dada pela Lei nº
9.032, de 1995)

Neste ínterim, Excelência, saliente-se que o Autor


está em gozo de auxílio-doença desde 14/10/2010, de maneira que, se
somada a este fato a gravidade do estado de saúde do Requerente, bem
como a necessidade de tratamento cirúrgico para a recuperação laborativa
(conforme parecer do Dr. Perito), parece equivocado afirmar que o mesmo
possa retornar ao mercado de trabalho, tornando, assim, imperativa a
concessão de aposentadoria por invalidez.

Ora, se o Demandante, segurado em gozo de


benefício por incapacidade por aproximadamente cinco anos, necessita de
tratamento cirúrgico para recuperar sua aptidão para o trabalho
(procedimento este que não é obrigado a se submeter, exatamente em
virtude dos riscos oriundos de tal medida), por qual motivo NÃO seria
convertido o auxílio-doença ora percebido em aposentadoria por invalidez?
Evidentemente que não há óbice à pretensão do Demandante!

A corroborar o que vem sendo explanado,


destaca-se que o benefício de aposentadoria por invalidez pode ser
cancelado, caso o segurado recupere sua capacidade para o labor, conforme
estabelece o artigo 47 da LBPS.

Neste sentido, se faz de máxima importância


destacar julgamento recente de MATÉRIA IDÊNTICA ao do presente
processo, senão perceba:

PREVIDENCIÁRIO. REMESSA OFICIAL.


NÃO CONHECIDA. AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ. INCAPACIDADE LABORAL. CURA POR CIRURGIA.
INEXIGÊNCIA DE SUA REALIZAÇÃO. [...] 4. O fato de a autora,
porventura, vir a realizar cirurgia e, em consequência desta, recuperar-se,
não constitui óbice à concessão do benefício de aposentadoria por
invalidez, já que tal benefício pode ser cancelado, conforme o disposto no
artigo 47 da LBPS. 5. Assim, é devido à parte autora o benefício de
aposentadoria por invalidez. (TRF4, AC 5054075-32.2017.4.04.9999,
TURMA REGIONAL SUPLEMENTAR DE SC, Relator CELSO KIPPER,
juntado aos autos em 22/11/2017, com grifos acrescidos)

Por outro lado, cumpre salientar que o Autor


preenche todos os requisitos legais inerentes ao benefício pretendido,
conforme comprova o extrato do CNIS (evento X – XXXXX) arrolado nos
autos. Da análise do referido documento, observa-se que o Autor goza de
benefício previdenciário NB XXX.XXX.XXX-X desde 14/10/2010, de
modo que, quando da DII fixada pelo Perito Judicial (12/2014), carência e
qualidade de segurado eram matérias incontroversas, por força do artigo
13, I do Decreto 3.048/99.

E registre-se que não há qualquer irregularidade


na concessão do referido benefício, eis que, quando de sua concessão
(14/10/2010), o Demandante havia vertido inúmeras contribuições ao
RGPS, cumprindo a carência mínima exigida, tão como ostentando
qualidade de segurado.

ISTO POSTO, requer o julgamento da demanda


com TOTAL PROCEDÊNCIA, sendo convertido o auxílio-doença NB
XXX.XXX.XXX-X em aposentadoria por invalidez, nos termos da
fundamentação retro.

Nestes Termos;

Pede Deferimento.

CIDADE, DIA de MÊS de ANO.


NOME DO ADVOGADO

OAB/UF XX.XXX

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