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EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL COMARCA DE


xxxxxxxxxxx.

Processo n-º xxxxxxxxxxxxxx

Autor: xxxxxxxxxxxxxxxxx

Réu: INSS INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

xxxxxxxxxxxxxxxxxx, já qualificado nos presentes autos, na


AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO DE
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ c/c ANTEÇIPAÇAO DE TUTELA que move
contra INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, vem mui
respeitosamente a presença de Vossa Excelência, por intermédio de sua advogada
e procuradora que esta subscreve, em face da r. decisão de sentença, opor

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO,
com base no art. 1022 e seguinte no NCPC, pelos fatos e fundamentos
jurídicos abaixo declinados:

I - DA TEMPESTIVIDADE

Em observância ao prazo legal para a interposição dos Embargos de


Declaração, temos que o sistema registrou ciência em 10/02/2023 23:59 (sexta-
feira).

Portanto a contagem inicial foi transferida para o dia 13.02.2023 (segunda-


feira), com término previsto para o dia 17.02.2023.

Desde já comprova a tempestividade dessa petição.

II – DOS FATOS:

O Autor, ora Embargante propôs a presente ação de concessão de benefício


previdenciário aposentadoria por invalidez c/c antecipação de tutela contra o
Embargado em 19.06.2007, perante a Justiça Federal.

Na ocasião da peça inicial, o Embargante já informava ser portador de


enfermidades que o incapacitava para o trabalho, e por isso requereu da autarquia
Embargada a concessão de benefício previdenciário de auxílio-doença em
31/05/2006, sendo-lhe deferido o referido benefício.

Desde essa data o auxílio foi mantido porque, submetido a diversos exames
periódicos, ficou constatada a impossibilidade de retornar ao trabalho.

Apesar disso, de forma ilegal e arbitrária em janeiro de 2007 o auxílio


doença do Embargante foi cortado sob a alegação de que estaria apto ao trabalho.

Inconformado com a decisão proferida pela Embargada, recorreu o


Embargado administrativamente sendo que foi mantida a primeira decisão.
Contudo, vale destacar que o referido cancelamento do auxílio doença, à
época, baseou-se numa grande injustiça porque o Embargado foi acometido de um
edema no membro inferior esquerdo, decorrente de um acidente de trabalho.

Várias provas, relatórios médicos anexados na exordial comprovavam sua


incapacidade laboral que, já em 2007, serviam claramente como embasamento para
concessão do benefício de aposentadoria por invalidez imediatamente.

Ocorre que, apesar da realização de perícia e outros andamentos naquela


esfera, o juízo em questão teve por bem encaminhar o processo, no ano de 2010
para essa Comarca em Matozinhos. O referido processo foi recebido em distribuição
por essa vara pelo número que atualmente constam os autos.

VEJAMOS O PONTO MAIS IMPORTANTE AQUI: AJUIZADA A AÇÃO EM


JUNHO DE 2007, ESSE PROCESSO TRAMITA HÁ QUASE DEZESSEIS ANOS,
COM TODAS AS PROVAS DOCUMENTAIS E TÉCNICAS FAVORÁVEIS AO
EMBARGANTE, DEMONSTRANDO SEM MARGEM DE DÚVIDA SUA
INCAPACIDADE LABORAL, COM QUADRO DEGENERATIVO PROGRESSIVO
DE SUA SAÚDE FÍSICA.

EM NENHUM MOMENTO, NESSES QUASE 16 (DEZESSEIS) ANOS DE


ESPERA JUDICIAL O EMBARGANTE OBTEVE ALGUMA MELHORA NA SAÚDE
QUE SINALIZASSE A POSSIBILIDADE DE FUTURAMENTE SER READAPTADO
À FUNÇÃO QUE EXERCIA EM 31/05/2006.

Sequer lhe foi concedida a tutela antecipada de urgência em todos esses


anos para que lhe fosse garantido o sustento que deveria ser, inicialmente, mantido
pela concessão de auxílio doença.

Este M.M. juízo em sentença reconheceu a incapacidade laborativa do


Embargante, fundamentada em todas as provas produzidas em todos esses anos,
contudo, conferiu ao Embargante o direito ao recebimento do auxílio doença ao final
da decisão.

Entendemos que há CONTRADIÇÃO no julgado porque, produzidas


todas as provas desde 19.06.2007, indicativas da incapacidade para o trabalho
ou para sua atividade habitual de forma parcial e permanente do Embargante,
o correto seria conferir-lhe a APOSENTADORIA POR INVALIDEZ retroativa a
data da entrada do requerimento administrativo, qual seja 31/05/2006, quando
este já era incapaz para o trabalho, conforme todas as provas documentais e
periciais contidas nos autos.

“Reconhecida a incapacidade do autor, que lhe garantirá a percepção do


auxílio-doença, em caráter de antecipação de tutela, até que seja prolatada decisão
final, nada mais correto que a perseguição por este da futura concessão de sua
aposentadoria por invalidez, haja vista incapacidade laborativa. ” (frisamos no nosso
pedido na peça inaugural)

A Lei 8.213/91, em seus arts. 42 e seguintes, prevê as regras quanto a


concessão das aposentadorias por invalidez, vejamos:

"Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida,


quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado
que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for
considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o
exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-
á paga enquanto permanecer nesta condição. ”

Dispõe o art. 43 da Lei 8.213/91 que a aposentadoria por invalidez será


devida a partir do dia imediato ao da cessação do auxílio doença, vejamos o texto
legal:

"Art. 43. A aposentadoria por invalidez será devida a partir do


dia imediato da cessação do auxílio-doença, ressalvado o
disposto nos §§ 1^, 2° e 3^ deste artigo."

Conforme se pode perceber, a própria legislação confere, àquele que for


considerado incapaz de exercer suas funções laborais, o direito à usufruir da
aposentadoria por invalidez enquanto permanecer nesta condição.

Dessa forma, diante do quadro clínico do Embargante comprovado e


corroborado por todas as provas produzidas desde 31/05/2006 até a presente data,
é evidente seu direito em perceber sua aposentadoria por invalidez a partir da
cessação de seu benefício de auxílio-doença em sede administrativa, ocorrido em
janeiro de 2007.

Foi, inclusive, o pedido formulado na letra “g” da petição inicial, por questão
de JUSTIÇA!

III - DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer a Vossa Excelência que, conheça esse recurso


de Embargos de Declaração, pois presentes os pressupostos de admissibilidade
recursal, e após dá-lhe provimento a fim de sanar a CONTRADIÇÃO ora alegada, a
fim de que seja reconhecido o direito de aposentação do Embargante ao invés do
auxílio doença, visto restou comprovado nos autos que após quase 16 (dezesseis)
anos de tramitação desse processo, a incapacidade para o trabalho ou para sua
atividade habitual de forma parcial e permanente do Embargante segue inalterada e
sem possibilidade de reversão.

Seja, para fins de reconhecimento do direito de aposentadoria, considerada


a DIB em 30/04/2007, DID (20/02/2004).

Nestes termos,

Pede deferimento.

xxxxxxxxxxx, xxxxxxxxxxxxxxxxxx

xxxxxxxxxxxxxx

OAB/MG xxxxx

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