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EX. SR. DR.

JUIZ DO TRABALHO DA VARA DO


TRABALHO DA COMARCA DE (VER O ART. 651,
CLT)

QUALIFICAÇÃO RECLAMANTE, por meio


de seu advogado e procurador que esta
subscreve, vem à presença de V. Excelência
com fulcro no art. 840 da CLT propor a
presente
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
contra QUALIFICAÇÃO RECLAMADA,
pelos motivos de fato e de direito que seguem.
DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA
Infere-se do art. 790, §3º da CLT que o
juiz poderá conceder a parte as benesses da
gratuidade judiciária quando o requerente
perceber salário inferior a 40% do teto da
previdência ou comprovar a situação de
hipossuficiência econômica (§4º).
Do caso em tela, o reclamante percebia
salário de R$ 1.897,00 na data do ingresso da
ação, logo, preenchido o requisito objetivo do
artigo celetista, razão pela qual, pugna pela
gratuidade judiciária.
DO CONTRATO DE TRABALHO
O reclamante foi admitido em
02.05.2015 na função de Operador de Torno
CNC, com salário de R$ 1.090,00 e jornada de
segunda à quinta das 8hs às 18hs e às sextas
até as 17hs sempre com 30 minutos de
intervalo para descanso e refeição.
Teve o seu contrato suspenso por 60
dias, nos termos da lei 14.020/2020, e quando
do seu retorno foi dispensado por motivo de
força maior em 14.11.2020, percebendo as
verbas rescisórias sendo pela metade o aviso
prévio e a multa de 40% do FGTS. Na ocasião
da dispensa, recebia o salário de R$ 1.897,00.
Pretende na presente ação, a
procedência dos seguintes pedidos:
- Adicional de insalubridade
- Estabilidade da lei 14.020
- Nulidade da dispensa por motivo de
força maior
- Intrajornada
- Multa do art. 477, da CLT
Pede vênia para fundamentar os
pedidos.
DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE
O reclamante foi contratado para
trabalhar como operador de torno CNC e
trabalhava exposto a óleo mineral que era
usado para limpeza de peças acabadas.
Por conta do uso do óleo, ao final do dia,
a luva do reclamante, que era de pano, ficava
encharcada e úmida, fazendo com que o
obreiro tivesse contato dermal com o agente
nocivo.4
Ademais, o reclamante também
trabalhava exposto a outros agentes nocivos
como ruído. Entretanto necessária será a
perícia para avaliação do local de trabalho e
identificação de outros agentes encontrados
pelo expert.
Nos termos do art. 189 da CLT, “são
consideradas atividades ou operações
insalubres, aquelas que, por sua natureza,
condições ou métodos de trabalho, exponham
os empregados a agentes nocivos à saúde,
acima dos limites de tolerância fixados em
razão de exposição aos seus efeitos.”
Por conseguinte, o art. 192, prevê um
adicional entre 10, 20 e 40% a depender do
grau de risco.
Nesse sentido, a NR 15 no seu anexo XIII
prevê adicional de insalubridade grau máximo
para os empregados que trabalham expostos
ao agente químico “óleo mineral”.
Portanto, devido o adicional de
insalubridade em grau máximo, sem prejuízo
da identificação de outros agentes no
ambiente de trabalho, dada a necessidade da
realização da perícia, conforme previsto no art.
195, da CLT.
Sendo assim, pugna pela condenação da
reclamada no pagamento do adicional de
insalubridade em 40% e reflexos em, aviso
prévio, férias acrescidas de 1/3, 13º salário,
FGTS e multa de 40%.
DA ESTABILIDADE DA LEI 14.020/2020
O reclamante teve seu contrato
suspenso nos termos da lei 14.020, por 60 dias
ininterruptos.
Quando do seu retorno ao trabalho, foi
dispensado em 14.11.2020 mesmo detentor da
estabilidade, de maneira que, não há que se
falar em validade da dispensa por motivo de
força maior – que será objeto de pedido de
nulidade – uma vez que a reclamada
permaneceu com suas atividades.
Com efeito, a dispensa do empregado
que teve seu contrato suspenso, contraria o
disposto no art. 10 da Lei 14.020, que garante
o emprego provisoriamente, pelo período de
suspensão do contrato, bem como o mesmo
período após o seu retorno da suspensão.
Como consequência da dispensa
arbitrária, o empregador deverá pagar ao
empregado, indenização equivalente a 100%
do que o empregado teria direito de receber
na época da dispensa, ou seja, 100% dos
salários.
Sendo assim, requer a condenação da
reclamada no pagamento da indenização
correspondente a 60 dias de estabilidade
calculada sobre 100% do salário do
reclamante.
DA NULIDADE DA DISPENSA POR
MOTIVO DE FORÇA MAIOR E VERBAS
RESCISÓRIAS
A reclamada dispensou o reclamante em
14.11.2020 por motivo de força maior
conforme TRCT em anexo.
Entretanto, o disposto no art. 502, da
CLT, é no sentido de que havendo extinção do
estabelecimento ou da própria empresa,
poderá aplicar o referido instituo e pagar as
verbas pela metade, diga-se aviso prévio e
multa do FGTS.
Ocorre que, no caso em tela, a
reclamada permaneceu com suas atividades
em funcionamento conforme fotos em anexo,
logo, a dispensa por motivo de força maior é
nula de pleno direito aplicando-se no caso o
art. 9º da CLT, visto que a reclamada teve o
intuito de não pagar as verbas de estilo e,
principalmente, a indenização da estabilidade
prevista na lei 14.020.
Sendo assim, requer a condenação da
reclamada no pagamento das diferenças das
verbas rescisórias a saber, aviso prévio e multa
do FGTS.
DO INTERVALO INTRAJORNADA
Do período anterior a 11/11/2017
O reclamante tinha como jornada o
trabalho de segunda à quinta das 8hs às 18hs
com 30 minutos de intervalo para descanso.
Ocorre que, o art. 71 da CLT, prevê que o
empregado que tem jornada acima de 6 horas,
deverá descansar por pelo menos 1 hora, de
maneira que, o seu desrespeito, gera o dever
de pagar o intervalo integralmente com
reflexos, nesse sentido súmula 437 do TST.
Com efeito, é devido ao reclamante o
pagamento de 1 hora extra diária com reflexos
em aviso prévio, férias acrescidas de 1/3, 13º
salário e FGTS acrescido de multa de 50% pelo
período de 22.01.2016 a 11.11.2017.
Do período após 11.11.2017
É cediço que a reforma trabalhista
alterou a natureza jurídica do intervalo
intrajornada desrespeitado, bem como a forma
do seu pagamento em caso de intervalo
gozado parcialmente.
Vê-se dos autos que a reclamada não
tinha acordo coletivo prevendo a possibilidade
da redução intervalar nos termos do art. 611-A,
III, da CLT.
Portanto, requer a condenação da
reclamada no pagamento de 30 minutos com
acréscimo de 50% pelo período de 11.11.2017
até a sua dispensa.
DA MULTA DO ART. 477 DA CLT
Em caso de reconhecimento da nulidade
da dispensa por força maior e do pagamento
das diferenças das verbas rescisórias, sendo
elas pagas somente nesta ação, requer a
condenação da reclamada no pagamento da
multa prevista no parágrafo 6º e 8º do art. 477
da CLT.
DOS PEDIDOS
Ante todo o exposto e por medida de
justiça requer:
1 – A concessão da gratuidade judiciária;
2 – A notificação da reclamada para que,
querendo, apresente defesa no momento
oportuno sob pena de incorrer em revelia e
seus efeitos jurídicos;
3 – A condenação da reclamada no
pagamento de adicional de insalubridade em
40% sobre sobre o salário mínimo e reflexos
em, aviso prévio, férias acrescidas de 1/3, 13º
salário, FGTS e multa de 40%..................R$
4 - A condenação da reclamada no
pagamento da indenização correspondente a
60 dias de estabilidade calculada sobre 100%
do salário do reclamante.....................R$
5 – A condenação da reclamada no
pagamento de 1 hora extra diária com reflexos
em aviso prévio, férias acrescidas de 1/3, 13º
salário e FGTS acrescido de multa de 50% pelo
período de 22.01.2016 a 11.11.2017 e a
condenação da reclamada no pagamento de 30
minutos com acréscimo de 50% pelo período
de 11.11.2017 até a sua dispensa......R$
6 – Multa do art. 477 da CLT........R$

Protesta provar o alegado por todos os


meios de prova admitidos em direito em
especial a prova documental já carreada nos
autos.
Requer ainda a condenação da
reclamada no pagamento de honorários
sucumbenciais em 15% do que resultar a
condenação nos termos do art. 791-A da CLT.
Por fim, requer seja a reclamada
intimada a trazer nos autos todos os
documentos inerentes ao contrato de trabalho
sob pena de incorrer em confissão nos termos
do art. 400 do NCPC.
Dá-se a causa o valor de
Nestes termos
Pede deferimento
Local e data
Advogado e OAB

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