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Trabalho e Saúde
Ocupacional
Segurança do
Trabalho e Saúde
Ocupacional
ISBN 978-85-7697-152-8
1ª Edição.
© 2009, ULBRA.
ISBN 978-85-7697-152-8
CDU 331.4
Coordenação Editorial
Karla Viviane
Capítulo I
Histórico e Relação da Saúde e Trabalho, 13
Capítulo II
Normas Regulamentadoras
NR’s de Segurança e Saúde no Trabalho, 27
Capítulo III
Legislação e Segurança do Trabalhador, 51
Capítulo IV
Ergonomia na Promoção da
Saúde dos Trabalhadores, 65
Capítulo V
Biossegurança, 79
Capítulo VI
Doenças Ocupacionais, 93
Capítulo VII
Estresse e as Relações no Trabalho, 113
Capítulo VIII
Primeiros Socorros, 127
Capítulo IX
Qualidade de Vida no Trabalho, 161
Capítulo X
Promoção da Saúde do Trabalhador, 171
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
Cap. I
Histórico e Relação da
Saúde e Trabalho
História 13
ao exercício da cidadania e
do bem governar, enquan-
to os gregos provenientes
das camadas mais baixas
era reservada a escravi-
dão (RIBEIRO, 2005).
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
Uma série de mudanças
se processou no mundo do
trabalho ao longo dos tem-
pos. O sentido do trabalho
evoluiu de uma conotação
negativa de sacrifício, para
um sentido de instrumento
de sustento. Durante a revolução industrial o homem tornou-
se apenas uma peça do processo produtivo, como se fizesse
parte de uma engrenagem e deixou de se perceber como ser.
Posteriormente, percebendo-se como ser que adoece e
sofre e não apenas como ser produtivo, surge os conceitos
de segurança, saúde ocupacional, acidente de trabalho, ris-
co ocupacional e qualidade de vida e o trabalho assume um
significado mais abrangente (BASTOS, 2005; GOMES, 2000;
RIBEIRO, 2005).
No bojo dessas mudanças, percebe-se um movimento
crescente de envolvimento das pessoas com o seu trabalho e 15
a vida profissional. Nesta transformação o trabalho na vida do
homem adquire o significado de elemento que contribui para
Evolução do Trabalho
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
Até o século XVII
o trabalho dos artesãos
ocorreu em oficinas co-
letivas e os trabalhado-
res participavam de todo
o processo de confecção.
O mestre ensina um aprendiz, que anos depois se torna um
novo mestre. Os artesãos foram a primeira forma de produção
organizada, pois eles estabeleciam prazos de entrega, con-
sequentemente, estabelecendo prioridades, especificações e
preços para suas encomendas. A decadência da Era Artesanal
começou com o advento da Era Industrial (MARTINS, 1998).
A máquina a vapor de James Watt foi o arauto dos primei-
ros movimentos da Revolução Industrial. O inicio da utilização
da energia a vapor coincidiu com o nascimento da indústria
têxtil. A Revolução Industrial no século XVII surgiu em função
de dois elementos principais: a substituição da força humana
e da água pela força mecanizada e o estabelecimento do sis-
tema fabril. Surge a mecanização dos processos de produção. 17
A mão de obra é formada principalmente por artesãos e cam-
De acordo com
Theodoro (2008) no
Míria Elisabete Bairros de Camargo
Brasil, “a prestação do
trabalho originou-se em
um cenário ocupado
pelas civilizações colo-
nial e imperial luso-bra-
sileira, o autor destaca que Pinto (2001) refere esse período
como que marcado por intermináveis sucessões de violência,
abusos, erros, excessos e fracassos”. Para o autor, além disso,
cumpre-se mencionar a exploração, sem limites éticos e hu-
manos, da mão de obra negra e indígena.
O trabalho constitui, também, fonte de progresso do ser
humano, seja referente ao seu conhecimento ou à sua cultura,
além das realizações pessoal e profissional. O trabalho tam-
bém proporciona dignidade àquele que o desenvolve, pelo fato
18 de se sentir valorizado e capaz e, acima de tudo, inserido no
mercado de trabalho (THEODORO, 2008).
Um dos fatores mais relevantes do desenvolvimento do
homem está associado ao aproveitamento das contribuições
individuais, como dinâmica interior, que impulsiona o querer
e o assumir determinada ação. Há uma relação positiva entre
o grau de participação e os sentimentos de satisfação, res-
ponsabilidade e comprometimentos. As pessoas dão valor e
tendem a apoiar o que elas ajudam a criar. Produtividade não
vem de trabalho árduo e sim de participação e confiança (ES-
CORSIM et al., 2005).
Os modelos administrativos evoluem para posturas mais
participativas, que buscam envolver o trabalhador nas deci-
sões. A palavra de ordem é comprometimento. Premissa do
século XX, a contribuição para a finalização leva o homem à
condição de coadjuvante no crescimento das empresas.
Na Era do Conhecimento, o mundo fica mais exigente e
as empresas tem de se preocupar não só em se manter, mas
em incrementar a qualidade e a produtividade. A Era do Co-
nhecimento trouxe consigo a necessidade de modificar a visão
empreendedora e priorizar a valorização do principal capital
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
das empresas: seus funcionários (ESCORSIM et al., 2005).
O reconhecimento do capital humano no trabalho passa
a ser um novo momento
para a civilização. Che-
gou-se enfim a conclusão,
que são as pessoas que
detêm a capacidade de
acumular experiências e
conhecimentos e a capaci-
dade de criação (ESCOR-
SIM et al., 2005).
20
Figura 7: Tecnologia.
Fonte:Disponível em: <http://www.candex.us/portuguese/bioenergia.html>. Acesso
em: 23 maio 2009.
O Trabalho e a Saúde
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
(FERREIRA, 2008).
Para que essas atividades sejam desenvolvidas é necessá-
rio que o ser humano tenha ou esteja em perfeitas condições
de saúde. A concepção de saúde, sempre é uma concepção li-
gada ao contexto histórico e social que um povo está vivendo.
Devemos ter em mente também que a concepção sobre saúde
não é hegemônica dentre as pessoas de um mesmo período
histórico e social.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1946 definiu
a saúde desta forma: “A saúde é um estado de bem-estar fí-
sico, mental e social, e não apenas a ausência de doença ou
enfermidade”.
A Lei nº. 8080 de 19 de setembro de 1990, no art. 3º re-
fere que “A saúde tem como fatores determinantes e condicio-
nantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento
básico, o meio ambiente, o
trabalho, a renda, a edu-
cação, o transporte, o la-
zer e o acesso aos bens e 21
serviços essenciais”.
de trabalho (2002).
O mesmo autor refere que, saúde e segurança do traba-
lho, são atividades que repercutem diretamente sobre a conti-
nuidade da produção e sobre o moral dos trabalhadores. Seus
principais objetivos são a manutenção de ambientes de tra-
balho saudáveis e a valorização do elemento humano, como
parte primordial para o sucesso de qualquer empreendimento
organizacional (CHIAVENATO, 2002).
A preocupação com a saúde do trabalhador vem de longa
data. Ou pelo menos, a constatação de que as atividades labo-
rativas poderiam influenciar na sua saúde e segurança.
22 balho.
Fonte: Disponível em: <http://
www.segassessoria.com.br/Page/
Page.aspx?Guid=...>. Acesso em:
23 maio 2009.
Em 1556, um ano
após a morte de Ge-
orgius Agrícola foi pu-
blicado o livro “De Re
Metallica”, com estudos
de diversos problemas
relacionados à extração
de minerais argentíferos (que contêm prata, e auríferos que
contêm ou produz ouro, conforme dicionário Luft, 2001) e a
fundição de prata e ouro. Nesta obra, há destaque para a cha-
mada “asma dos mineiros” provocada por poeiras que Agrícola
denominava “corrosivas”; a descrição dos sintomas e a rápi-
da evolução da doença demonstram, sem sombra de dúvida,
trata-se de casos de silicose (HISOS, 20072).
2
A autora solicitou junto ao portal HISOS, a autoria do artigo, porém não obteve resposta
Em 1697, Paracelso elaborou a primeira monografia rela-
cionando a doença ao trabalho, “VON Der Birgsucht Und Ande-
ren Heiten”. São numerosas as suas observações relacionando
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
métodos de trabalho ou substâncias manuseadas, com doen-
ças, sendo de destacar-se, por exemplo, que, em relação à in-
toxicação pelo mercúrio, os principais sintomas dessa doença
profissional ali se encontram assinalados (HISOS, 2007, p. 1).
Portanto, “Segurança e Saúde no Trabalho” não é apenas
uma obrigação legal, pois se trata de uma questão de vital
importância para o sucesso e sobrevivência das organizações
(JESUS, 2007).
Atividades
1. Marque a alternativa correta:
Referências
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. Edição Com-
pacta. 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2002.
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
RIBEIRO, Fernanda A. O Papel do Trabalho na História do
Homem. Cientifico, v. 2. 2005. [revista eletrônica]. Facul-
dade Ruy Barbosa. Disponível em: <http://www.frb.br/cien-
te/2005.2/PSI/PSI.RIBEIRO.F3.pdf>. Acesso em: 20 mar.
2009.
25
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
atualmente por cerca de três mil auditores fiscais do trabalho,
espalhados pelo país (CAVALCANTE, 2007). Os auditores fis-
cais do trabalho, no ato da fiscalização, verificando a existên-
cia de uma infração às Normas Regulamentadoras na empresa
auditada, podem conceder um prazo para que a mesma se
regularize, podem lavrar um auto de infração, ou propor a
interdição daquele estabelecimento. Se houver uma condição
de grave e iminente risco à integridade física do trabalhador,
o auditor fiscal poderá propor a interdição legal do estabeleci-
mento (UNITRABALHO, 2007).
Nas empresas, há ainda o trabalho das Comissões Inter-
nas de Prevenção de Acidentes (CIPA’s), que são órgãos pró-
prios de cada empresa, e tem a finalidade de observar e rela-
tar as condições de risco nos ambientes de trabalho e solicitar
medidas para reduzir e até eliminar os riscos existentes ou
neutralizar os mesmos.
Em 08 de junho de 1978 a Portaria nº. 3.214, do Ministé-
rio do Trabalho estabeleceu 28 Normas Regulamentadora so-
bre Higiene, Segurança e Medicina do Trabalho. Em 1988 são 29
aprovadas as cinco Normas Regulamentadoras Rurais (NRR’s).
No Brasil existem as Normas Regulamentadoras, criadas
Figura 1: trabalhador.
Fonte: Disponível em: http://www.seconci-pr.com.br/seconcipr/?author=2&paged=2.
Acesso em: 23 maio 2009.
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
balho e o enfermeiro do trabalho deverão dedicar no mínimo
3 (três) horas (tempo parcial), ou 6 (seis) horas (tempo in-
tegral) por dia para as atividades dos Serviços Especializados
em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho.
O número de profissionais que irão compor o SESMT será
de acordo com o número de empregados. No anexo da NR-4
encontra-se o dimensionamento de pessoal necessário para a
equipe.
Entre as suas várias atribuições destaca-se:
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
filiação sindical, exclusiva-
mente os empregados inte-
ressados.
DAS ATRIBUIÇÕES
33
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes terá por
atribuição:
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
o) Participar, anualmente, em conjunto com a empresa,
de Campanhas de Prevenção da AIDS.
NR-6 – EPI/EPC
(Equipamentos de
Proteção Individual
e Coletiva)
A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá em-
basamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 166 e
167 da CLT. Esta norma estabelece e define os tipos de EPI’s a
que as empresas estão obrigadas a fornecer aos seus empre-
gados, sempre que as condições de trabalho o exigir, a fim de
resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores.
Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora
(NR), considera-se Equipamento de Proteção Individual (EPI),
todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo 35
trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de
Entende-se como
Equipamento Conjugado
de Proteção Individual,
todo aquele composto por
vários dispositivos, que
o fabricante tenha asso-
ciado contra um ou mais
riscos que possam ocor-
rer simultaneamente e
que sejam suscetíveis de
ameaçar a segurança e a
saúde no trabalho.
Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) são aqueles que
protegem duas ou mais pessoas de um agente agressor, ao
mesmo tempo.
São meios de proteção coletiva: ventilação; enclausu-
ramento de máquina ou equipamento para isolar a condição
nociva; isolar a fonte de condição nociva em local especial e
afastado; aterramento elétrico; chuveiro de emergência; pa-
Míria Elisabete Bairros de Camargo
ra-raios.
O equipamento de proteção individual, de fabricação na-
cional ou importada, só poderá ser posto à venda ou utilizado
com a indicação do Certificado de Aprovação (CA), expedido
pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e
saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego. A em-
presa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente,
EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e
funcionamento, nas seguintes circunstâncias:
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
viado;
f) Responsabilizar-se pela higienização e manutenção pe-
riódica; e,
g) Comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
O PCMSO deve incluir, entre
outros, a realização obrigatória dos
exames médicos: admissionais; pe-
riódico; de retorno ao trabalho; de
mudança de função; demissional.
Os exames que deverão ser reali-
zados incluem: avaliação clínica,
abrangendo anamnese ocupacio-
nal e exame físico e mental; exa-
mes complementares, realizados de
acordo com os termos específicos
nesta NR e seus anexos.
O exame médico admissional, deverá ser realizado antes
que o trabalhador assuma suas atividades:
Em se tratando do exame médico periódico, será de acor-
do com os intervalos mínimos de tempo discriminados na NR.
No exame médico de retorno ao trabalho, deverá ser re-
alizada obrigatoriamente no primeiro dia da volta ao traba-
lho de trabalhador ausente por período igual ou superior a 30 39
(trinta) dias por motivo de doença ou acidente, de natureza
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
ou imensidade e tempo de exposição, são capazes de causar
danos à saúde do traba-
lhador.
Figura 5: Risco ambiental.
Fonte: Disponível em: <http://novalu-
zservicos.com.br/Saude.php>. Acesso
em: 26 maio 2009.
Consideram-se agen-
tes físicos as diversas
formas de energia a que
possam estar expostos os
trabalhadores, tais como:
ruído, vibrações, pressões
anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, ra-
diações não ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom.
Consideram-se agentes químicos as substâncias, compos-
tos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via
respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas,
gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de ex- 41
posição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo
NR-17 – Ergonomia
A atual redação da Norma Regulamentadora 17 – Ergono-
mia4 foi estabelecida pela Portaria nº. 3.751, de 23 de novem-
4
A palavra “Ergonomia” vem de duas palavras Gregas: “ergon” que significa trabalho, e
“nomos” que significa leis. Hoje em dia, a palavra é usada para descrever a ciência de
“conceber uma tarefa que se adapte ao trabalhador, e não forçar o trabalhador a adaptar-
se à tarefa”. “A ergonomia é o estudo científico da relação entre o homem e seus meios,
métodos e espaço de trabalho. Seu objetivo é elaborar, mediante a contribuição de di-
versas disciplinas científicas que a compõem, um corpo de conhecimentos que, dentro
de uma perspectiva de aplicação, deve resultar numa melhor adaptação ao homem dos
meios tecnológicos e dos ambientes de trabalho e de vida”. (Congresso Internacional de
Ergonomia, 1969).
bro de 1990. O Ministério do Trabalho e Emprego, no ano de
2000, realizou treinamentos para auditores-fiscais do trabalho
com especialização em Saúde e Segurança no Trabalho em
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
todo o país, analisando a aplicação desta Norma pela fiscaliza-
ção de trabalho, e à própria organização do trabalho.
Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâ-
metros que permitam a
adaptação das condições
de trabalho às caracterís-
ticas psicofisiológicas dos
trabalhadores, de modo a
proporcionar um máximo
de conforto, segurança e
desempenho eficiente.
NR-32 – Segurança e
Saúde no trabalho em
estabelecimentos de
Assistência à Saúde
As Normas existem, são muitas como visto anteriormen-
te, algumas bem específicas, porém, a primeira Norma a con-
templar exclusivamente o trabalhador da saúde é a Norma
Regulamentadora de nº. 32 (NR-32), a proteção da saúde de
quem cuida da nossa saúde.
A NR-32 (Norma Regulamentadora para Segurança e
Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde), publicada no Diário
Oficial em 16 de novembro de 2005, a NR-32 traz importante
reforço às legislações do Ministério da Saúde, da Agência Na-
cional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e da Comissão Nacio-
Míria Elisabete Bairros de Camargo
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
lixeira com sistema de abertura
sem contato manual.
Dentre as recomendações
da NR-32, quanto a riscos quími-
cos, consta que devem ser man-
tidas as embalagens originais dos
produtos químicos utilizados em
serviços de saúde. Os recipientes
contendo produto químico manipulado ou fracionado devem
ser identificados, de forma legível, com etiqueta com o nome
do produto, composição química, concentração, data de enva-
se e validade, além do nome do responsável pela manipulação
ou fracionamento. É vedado o procedimento de reutilização
de embalagens de produtos químicos. Os equipamentos para
administração de gases e vapores anestésicos devem passar 45
por manutenção preventiva.
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
nível em: <http://www.novotec.com.br/moveis/moveis_
industriais/nr17_parcial.html>. Acesso em: 29 abr. 2009.
Anexo IV – Mapa de
Riscos
Míria Elisabete Bairros de Camargo
2. Etapas de elaboração
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
indicando através de círculo:
– o grupo a que pertence o risco, de acordo com a cor pa-
dronizada na Tabela I;
– o número de trabalhadores expostos ao risco, o qual
deve ser anotado dentro do círculo;
– a especificação do agente (por exemplo: químico – sílica,
hexano, ácido clorídrico; ou ergonômico – repetitividade,
ritmo excessivo), que deve ser anotada também dentro do
círculo;
– a intensidade do risco, de acordo com a percepção dos
trabalhadores, que deve ser representada por tamanhos
diferentes de círculos.
Acidente de Trabalho 51
A origem do Direito do Trabalho remonta à época da Re-
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
acidente do trabalho é imprescindível que seja caracterizado
tecnicamente pela Perícia Médica do INSS, que fará o reconhe-
cimento técnico do nexo causal entre o acidente e a lesão; a
doença e o trabalho; e a causa mortis e o acidente. Na con-
clusão da Perícia Médica, o médico-perito pode decidir pelo
encaminhamento do segurado para retornar ao trabalho ou
emitir um parecer sobre o afastamento (BRASIL, MPS, 2009).
Comunicação de
Acidente do Trabalho
A Lei nº 8.213 de 1991 determina em seu artigo 22 que
todo o acidente do trabalho ou doença profissional deverá ser
comunicado pela empresa ao Instituto Nacional de Seguro So-
cial INSS), sob pena de multa em caso de omissão (BRASIL,
MPS, 2009a).
Destaca-se a importância da CAT, principalmente o com-
pleto e exato preenchimento do formulário, tendo em vista 53
as informações nele contidas, não apenas do ponto de vista
Os Benefícios
A Previdência Social oferece dez modalidades de benefí-
cios além da aposentadoria. A finalidade da Previdência Social
é proteger e oferecer segurança aos trabalhadores nos mo-
mentos difíceis. Para ter direito aos benefícios, o trabalhador
deve estar em dia com as contribuições. A seguir será descrito
os benefícios acidentários.
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
Benefício Acidentário
Auxílio-Doença
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
A aposentadoria deixa de ser paga quando o segurado recu-
pera a capacidade e volta ao trabalho (BRASIL, MPS, 2009b).
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
do trabalhador refere-se a um campo do saber que visa com-
preender as relações entre o trabalho e o processo saúde/
doença.
No art. 200 da Constituição Federal de 1988, fica estabe-
lecido que o Sistema Único de Saúde (SUS) deverá executar
as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como
as de saúde do trabalhador, colaborando na proteção do meio
ambiente, nele compreendido o ambiente do trabalho (RIO
GRANDE DO SUL, 2000).
A Constituição de 1988 consagra ainda, no artigo 6º, a
saúde e o trabalho como direitos sociais, inseridos no conceito
de direitos fundamentais. Elenca também, como direito dos
trabalhadores urbanos e rurais a redução dos riscos inerentes
ao trabalho, por meio de normas de saúde, hi-
giene e segurança (art. 7. XXII), referindo ainda,
que o direito à saúde deve ser garantido mediante
políticas sociais e econômicas que visem reduzir
os riscos de doença e outros agravos no art. 196.
A saúde, como direito universal e dever do 59
Estado, é uma conquista do cidadão brasileiro, ex-
pressa como foi apresentado na Constituição Fe-
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
I) atenção integral da saúde dos trabalhadores, envol-
vendo a promoção de ambientes e processos de trabalho
saudáveis, o fortalecimento da vigilância de ambientes,
os processos e agravos relacionados ao trabalho, a assis-
tência integral à saúde dos trabalhadores e a adequação
e ampliação da capacidade institucional;
definição?
Referências
ALMEIDA, Marcos Antônio Ferreira. Tutela jurídica da saú-
de e segurança do trabalhador: estratégias para sua efetivi-
dade. Jus Navigandi, Teresina, ano 11, n. 1424, 26 maio
2007. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.
asp?id=9890>. Acesso em: 18 mar. 2009.
BRASIL. Ministério da Previdência Social. Disponível em:
<http://www.previdenciasocial.gov.br/conteudoDinamico.
php?id=635>. Acesso em: 28 mar. 2009.
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
—————. Ministério da Previdência Social. Disponível em:
<http://www.mps.gov.br/conteudoDinamico.php?id=297>.
Acesso em: 28 mar. 2009a.
Introdução 65
Desde os tempos do Homem das Cavernas, a Ergonomia
Trabalhadores
Ergonomia na Promoção da Saúde dos
já existia e era aplicada. Quando se descobriu que uma pe-
dra poderia ser afiada até ficar pontiaguda e transformar-se
numa lança ou num machado, ali estava se aplicando a Ergo-
nomia. Quando se posicionavam galhos ou troncos de árvores
sob rochas ou outros
obstáculos, como
alavanca ali estava a
Ergonomia.
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
rem confundidos com outro, parcialmente por serem próximos
um ao outro. Foi observado que aeronaves em perfeito estado
de funcionamento, conduzidas pelos melhores pilotos, ainda
caíam. Em 1943, Alphonse Chapanis, mostrou
que o “erro do piloto” poderia ser muito redu-
zido quando controles mais lógicos e diferen-
ciáveis, substituíram os confusos projetos das
cabinas dos aviões (Disponível em: <http://
translate.google.com.br/translate?hl=pt->.
Acesso em: 19 jun. 2009).
Definição
68 A Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 1960
definiu a ergonomia como: “Aplicação das ciências biológicas
conjuntamente com as ciências da engenharia para conseguir
o ótimo ajustamento do ser humano ao seu trabalho, e asse-
gurar, simultaneamente, eficiência e bem-estar”.
Figueiredo e Mont’Alvão (2005) apresentam a definição
oficial de ergonomia declarada em agosto de 2000, pela Inter-
national Ergonomics Association (IEA):
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
No Brasil, existe uma Norma Regulamentadora específica
da ergonomia. Criada em 23 de novembro de 1990, pelo Minis-
tério do Trabalho e Previdência Social através da Portaria nº.
3751 – NR-17. Esta Norma visa estabelecer parâmetros que
permitam a adaptação das condições de trabalho às caracte-
rísticas dos trabalhadores, de modo
a propiciar um máximo de conforto,
segurança e desempenho eficiente
e à própria organização do trabalho
(MINISTÉRIO DO TRABALHO E EM-
PREGO, 2007).
Trabalhadores
Ergonomia na Promoção da Saúde dos
com Costa (2007), surgem os primeiros maus sinais na saúde
dos digitadores desencadeados pelas condições do ambiente
de trabalho. A partir deste momento se percebeu que ergono-
mia e Ginástica Laboral deveriam caminhar juntas, tentando
prevenir as consequências que estavam começando a acome-
ter esses profissionais.
Martins (2005) através de suas pesquisas na internet so-
bre um centro de pesquisas canadense de ergonomia (Cana-
dian Center for Occupacional Health and Safety), pressupõem
que essas más condições, quando ergonômicas, serão inade-
quadas se o trabalho for desproporcional com a estrutura do
trabalhador e/ou com sua capacidade de continuar trabalhan-
do. Mas como nada nessa vida é impossível, a autora insiste
que se o local de trabalho e sua organização estiverem ajus-
tados, será possível prevenir lesões e doenças relacionadas às
condições ergonômicas inadequadas.
Figura 6: Postura incorreta.
Fonte: Acervo da autora.
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
Figura 7: Comparação de posturas.
Fonte: Acervo da autora.
Os erros ergonômicos
das tarefas resultam no
surgimento de lesões os-
teoarticulares (lesões nas
articulações que envolvem
os ossos), de tendões ou
músculos, conhecidos como LER/DORT. Muitas empresas co-
metem esses erros ergonômicos, e continuam a cometê-los,
muitas vezes por falta de informação ao exigir do seu funcio-
nário o que não está previsto nas leis, que mantém ou que
procuram manter um estado de saúde aceitável.
Wilson (2000) refere que qualquer definição aceitável de
Ergonomia deve enfatizar a necessidade de um entendimento
fundamental sobre as pessoas e as suas interações e a prática
de melhorar essas interações. O autor destaca que a Ergono-
mia deve estar relacionada a experiência do mundo moderno 71
com interações múltiplas e complexas.
Conforme Moraes e Soares (1989) o atendimento aos re-
Trabalhadores
Ergonomia na Promoção da Saúde dos
quisitos ergonômicos possibilita:
econômico;
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
A complexidade da atenção a saúde do trabalhador pode
ser avaliada quantitativamente pela população a ser atendi-
da, atualmente tem cerca de setenta milhões de pessoas que
integram a força de trabalho. Diante deste quadro e conside-
rando a complexidade do objeto da saúde do trabalhador que
requer uma abordagem inter e transdisciplinar, várias áreas
do conhecimento tem contribuído com teorias, instrumentos e
metodologias, para mudar o olhar, melhorar a compreensão e
ampliar a intervenção nos problemas que afetam esses traba-
lhadores, dentre elas destaca-se a ergonomia (DIAS, 2002).
Conhecida comumente como estudo científico da relação
entre o homem e seus ambientes de trabalho, a ergonomia
tem três objetivos básicos que são:
Trabalhadores
Ergonomia na Promoção da Saúde dos
(PORTAL FISIOTERAPIA, 2009).
Figura 9: Trabalho e postura.
Fonte: Portal Fisioterapia, 2009.
O trabalho de ergonomia
na qualidade de vida dos tra-
balhadores de uma empresa
faz diferença. Avaliar e enca-
rar os desafios existentes no
ambiente de trabalho, buscar
e corrigir as situações que
podem causar dor, descon-
forto, dificuldade e fadiga,
irá melhorar a qualidade de
vida dos trabalhadores evitando o afastamento provocado por
doença e/ou lesões. Alguns exemplos:
Eliminar a dor ou desconforto na realização das
atividades laborais;
Ergonomia e Saúde
A ergonomia se preocupa com as condições gerais de tra-
balho, tais como, a iluminação, os ruídos e a temperatura, a
duração das tarefas, os horários, as pausas no trabalho, peso
dos instrumentos, dimensão do posto de trabalho, entre ou-
tros, que geralmente são conhecidas como agentes causadores
de males na área de saúde física e mental, mas que o estudo
procura traçar os caminhos para a correção. O seu objetivo é
aumentar a eficiência humana através de dados que permitam
74 que se tomem decisões lógicas (PORTAL Fisioterapia, 2009).
Os Riscos Ergonômicos são aqueles que podem advir de:
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
Para Rudge (2001) a noção de saúde é antes de tudo uma
atitude, um comportamento.
Para os autores Picolli e Guas-
telli (2002) a conservação de
uma boa saúde depende es-
pecialmente da cultura e dos
hábitos de cada pessoa.
a) ( ) NR 06.
b) ( ) NR 17.
c) ( ) NR 32.
d) ( ) NR 07.
Referências
ALVAREZ, B. R. Estilo de vida e hábitos de lazer de traba-
lhadores, após dois anos de aplicação de um programa
de ginástica laboral e saúde. (Tese Doutorado em Enge-
nharia de Produção). Florianópolis: Universidade Federal de
Santa Catarina-UFSC, 2002.
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
IEA. International Ergonomics Association. Disponível em:
<http://www.iea.cc/ergonomics/>. Acesso em: 23 jun. 2009.
Sites
Disponível em: <http://www.interaction-design.org/references/authors/
alphonse_chapanis.html>. Acesso em: 11 jun. 2009.
Vídeos
Ergonomia adaptação do trabalho ao homem. Disponível em: <http://
www.youtube.com/watch?v=72NRHF1E3NE>. Acesso em: 03 jul.
2009.
78
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
Cap. V
Biossegurança
Introdução 79
Em 1844, o médico Ignaz Semmelweis, fez uma importan-
Biossegurança
te observação, as infecções puerperais eram três vezes mais
comuns quando os médicos faziam o parto, do que quando o
parto era realizado pelas parteiras. Os médicos faziam autóp-
sias e passavam diretamente do contato com cadáveres, para
o atendimento dos partos sem a lavagem das mãos. Concluin-
do que a infecção estaria sendo carregada
pelos médicos, Semmelweis instituiu no
hospital a prática junto a estes profissio-
nais de lavarem as mãos ao sair das au-
tópsias, mais tarde introduzindo abluções
com um composto antisséptico.
A mortalidade das gestantes atendi-
das pelos médicos caiu rapidamente, fi-
cando abaixo das pacientes de parteiras.
Figura 1: Médico Húngaro (1818-1865).
Fonte: Acervo da autora.
Em 1866, o professor de cirurgia da Universidade de
Glasgow, Joseph Lister, depois de conhecer as experiências do
francês Louis Pasteur, um químico que descobriu o processo de
fermentação e putrefação e que verificou que, submetendo as
matérias fermentadas à ebulição, cessava o desenvolvimen-
to dos seus microscópios, pesquisou uma forma de impedir a
proliferação dos microrganismos no organismo humano.
Míria Elisabete Bairros de Camargo
A Origem do Conceito
A biossegurança é uma ciência que surgiu no século XX,
formada pelo conjunto de ações voltadas para a prevenção,
minimização ou eliminação dos riscos inerentes às atividades
de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e
prestação de serviços, riscos que podem comprometer a saú-
de do homem, dos animais, das plantas e do meio ambiente.
A biossegurança é uma área de conhecimento relativa-
mente nova, que impõe desafios não somente à equipe de
saúde, mas também a empresas investem em pesquisa. A
biossegurança designa um campo de conhecimento e um con-
junto de práticas e ações técnicas, com preocupações sociais e
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
ambientais, destinados a conhecer e controlar os riscos que o
trabalho pode oferecer ao ambiente e à vida (ALMEIDA, 2000).
Para Andrade e Sanna (2007), é importante considerar
que, com o surgimento da AIDS (Síndrome da Imunodefici-
ência Adquirida) em 1981, e o primeiro
relato de contágio acidental ocupacio-
nal em profissionais da saúde em 1984,
surgiu maior preocupação com a bios-
segurança.
Biossegurança
seu início na década de 70, na reunião de Asilomar na Cali-
fórnia, onde a comunidade científica iniciou a discussão sobre
os impactos da engenharia genética na sociedade. De acordo
com Goldim (1997), esta reunião passou a ser “um marco na
história da ética aplicada a pesquisa, pois foi a primeira vez
que se discutiu os aspectos de proteção aos pesquisadores e
demais profissionais envolvidos nas áreas onde se realiza o
projeto de pesquisa”. A partir daí o termo biossegurança, vem,
ao longo dos anos, sofrendo alterações.
Na década de 70, o foco de atenção voltava-se para a
saúde do trabalhador frente aos riscos biológicos no ambiente
ocupacional. De acordo com a Organização Mundial da Saúde
(WHO, 1993) as “práticas preventivas para o trabalho com
agentes patogênicos para o homem”.
Já na década de 80, a própria OMS (WHO, 1993), incor-
porou a essa definição os chamados riscos periféricos, presen-
tes em ambientes laboratoriais que trabalhavam com agentes
patogênicos para o homem, como os riscos químicos, físicos,
radioativos e ergonômicos.
Nos anos 90, verifica-se que a definição de biossegurança
sofre mudanças significativas. Em seminário realizado no Ins-
tituto Pasteur em Paris (INSERM, 1991), observam a inclusão
de temas como ética em pesquisa, meio ambiente, animais e
Míria Elisabete Bairros de Camargo
Figura 5: Biossegurança.
Fonte: Disponível em: <http://www.protecao.com.br/
novo/template/page.asp?me...>.
Acesso em: 25 mai. 2009.
As Bases de
Conhecimento da
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
Biossegurança
Em termos epistemológicos, o conceito de biossegurança
pode ser definido, segundo a abordagem, como módulo, como
processo ou como conduta (COSTA e COSTA, 2002).
Como módulo, porque a biossegurança não possui identi-
dade própria, não sendo, portanto, uma ciência, mas sim, uma
interdisciplinaridade que se expressa nas matrizes curriculares
dos seus cursos e programas. Esses conhecimentos diversos
oferecem a biossegurança uma diversidade de opções pedagó-
gicas, que a tornam extremamente atrativa (COSTA e COSTA,
2002).
Como processo, porque a biossegurança é uma ação edu-
cativa, e como tal pode ser representada por um sistema en-
sino-aprendizagem. Nesse sentido, podemos entendê-la como
um processo de aquisição de conteúdos e habilidades, com o
objetivo de preservação da saúde do Homem, das plantas dos
animais e do meio ambiente. 83
Como conduta, quando a analisamos como um somató-
rio de conhecimentos, hábitos, comportamentos e sentimen-
Biossegurança
tos, que devem ser incorporados ao homem, para que esse
desenvolva, de forma segura, sua atividade. Neste contexto,
também devemos incorporar a questão da comunicação e da
percepção do risco nos diversos segmentos sociais (COSTA e
COSTA, 2002).
Segundo Costa e Costa (2002), exatamente, a partir desse
enfoque interdisciplinar, da sua atração curricular e do seu po-
der de mídia, a biossegurança passou a frequentar ambientes
ocupacionais, antes ocupados pela engenharia de segurança,
medicina do trabalho, saúde do trabalhador e até mesmo da
infecção hospitalar, atuando em forma conjunta, e, em muitos
casos, incorporando e suplantando essas outras atividades.
Por outro lado, a palavra biossegurança, também aparece
em ambientes onde a moderna biotecnologia não está presen-
te, como, indústrias, hospitais, laboratórios de saúde pública,
laboratórios de análises clínicas, hemocentros, universidades,
etc., no sentido da prevenção dos riscos gerados pelos agen-
tes químicos, físicos e ergonômicos, envolvidos em processos
onde o risco biológico se faz presente ou não. Esta é a ver-
tente da biossegurança, que na realidade, confunde-se com
a engenharia de segurança, a medicina do trabalho, a saúde
do trabalhador, a higiene industrial, a engenharia clínica e a
Míria Elisabete Bairros de Camargo
A Biossegurança Legal
A biossegurança no Brasil está formatada legalmente para
os processos envolvendo organismos geneticamente modifica-
dos, de acordo com a Lei de Biossegurança nº. 8974 de 05 de
Janeiro de 1995, que cita no seu art. 1º:
Figura 6: Células-tronco.
Fonte: Disponível em: <http://www. ciencianews.
com.br/unicel/5pg.htm>.
Acesso em: 2 jun. 2009.
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
I. participar e acompanhar, nos âmbitos nacional e in-
ternacional, a elaboração e reformulação de normas de
biossegurança;
II. proceder ao levantamento e à análise das questões
referentes a biossegurança, visando identificar seus im-
pactos e suas correlações com a saúde humana;
III. propor estudos para subsidiar o posicionamento do
Ministério da Saúde na tomada de decisões sobre temas
relativos à biossegurança;
IV. subsidiar representantes do Ministério da Saúde nos
Grupos Interministeriais relacionados ao assunto, inclusi-
ve na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTN-
Bio);
V. enviar aos órgãos e entidades deste Ministério os rela-
tórios finais e encaminhamentos resultantes de suas ati-
vidades;
VI. propiciar debates públicos sobre biossegurança, por
intermédio de reuniões e eventos abertos à comunidade.
85
A Comissão de Biossegurança em Saúde será composta
por representantes dos seguintes órgãos e entidades: Secre-
Biossegurança
taria de Políticas de Saúde; Secretaria de Assistência à Saúde;
Assessoria de Assuntos Internacionais de Saúde; Fundação
Oswaldo Cruz; Fundação Nacional de Saúde; e pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária.
Outra lei em destaque é a Lei de nº. 11.105 de 24 de mar-
ço de 2005, em seu artigo 1º. estabelece: normas de seguran-
ça e mecanismos de fiscalização sobre a construção, o cultivo,
a produção, a manipulação, o transporte, a transferência, a
importação, a exportação, o armazenamento, a pesquisa, a
comercialização, o consumo, a liberação no meio ambiente e
o descarte de organismos geneticamente modificados – OGM
e seus derivados, tendo como diretrizes o estímulo ao avanço
científico na área de biossegurança e biotecnologia, a proteção
à vida e à saúde humana, animal e vegetal, e a observância
do princípio da precaução para a proteção do meio ambiente.
A referida lei buscou regulamentar duas polêmicas de uma só
vez: a produção e comercialização de organismos genetica-
mente modificados (OGM’s) e a pesquisa com células-tronco.
Definição de Termos
em Biossegurança
Míria Elisabete Bairros de Camargo
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
f) Descontaminação: tem por objetivo a função
dos microrganismos sem eliminação completa,
devido à presença de matéria orgânica, realizado
em instrumentais e superfícies;
Biossegurança
propriedades: tensoatividade, solubilização, dis-
persão, emulsificação e umectação;
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
t) Procedimento semi-crítico: todo procedimento
em que existe a presença de secreção orgânica
(saliva), sem perda de continuidade do tecido;
89
Exercícios
Biossegurança
1. Marque (V) se a alternativa for verdadeira, ou (F) se
for Falsa.
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
—————. Qualidade e Biossegurança: uma necessidade de
integração. Revista Biotecnologia, n. 4, jan/fev, 32-33,
1998.
Biossegurança
em: <http:// www.ufrgs.br/HCPA/gppg/asilomar.htm>. Aces-
so em: 19 mai. 2009.
tion, 1993.
92
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
Cap. VI
Doenças Ocupacionais
Introdução 93
As doenças do trabalho e/ou doenças ocupacionais/pro-
Doenças Ocupacionais
fissionais, são aquelas decorrentes da exposição dos traba-
lhadores aos riscos ambientais, ergonômicos ou de acidentes.
Elas se caracterizam quando se estabelece o nexo causal entre
os danos observados na saúde do trabalhador e a exposição
a determinados riscos ocupacionais. Dessa forma, se o risco
está presente, uma consequência é a atuação sobre o orga-
nismo humano exposto, alterando sua qualidade de vida. Essa
alteração pode ocorrer de diversas formas, dependendo dos
agentes atuantes, do tempo de exposição, das condições ine-
rentes a cada indivíduo e de fatores do meio em que se vive
(BRASIL-MS, 2001).
Doenças ocupacionais são os males provocados pelas
condições e/ou pelo exercício da atividade diária de trabalho,
sem levar em conta aspectos físicos, mentais e emocionais dos
trabalhadores. As causas podem ser movimentos repetitivos,
carga excessiva, situações
de estresse elevado e con-
tinuado, pressão abusiva
por parte da organização
do trabalho na empresa e
outros (BRASIL-MS, 2001).
Míria Elisabete Bairros de Camargo
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
É importante destacar que no processo de investigação
de determinada doença e sua possível relação
com o trabalho, os fatores de risco presentes
nos locais de trabalho não devem ser compre-
endidos de forma isolada e estanque. Ao con-
trário, é necessário apreender a forma como
eles acontecem na dinâmica global e cotidiana
do processo de trabalho (BRASIL-MS, 2001).
Asma Ocupacional 95
Doenças Ocupacionais
Enquanto a asma convencional é causada por ácaros co-
mumente presentes no ambiente, a asma ocupacional aconte-
ce com trabalhadores que, durante suas atividades profissio-
nais, entram em contato com produtos químicos ou agentes
biológicos que causam alergia ou irritação no aparelho respi-
ratório.
É a obstrução difusa e aguda das vias aéreas, de caráter
reversível, causada pela inalação de substâncias alergênicas,
presentes nos ambientes de trabalho, como, por exemplo, po-
eiras de algodão, linho, borracha, couro, sílica, madeira ver-
melha etc. (BRASIL-MS, 2001).
Os primeiros sintomas são a tosse seca, falta de ar e o
chiado no peito, acompanhados de rinorréia, espirros e lacri-
mejamento relacionados com as exposições ocupacionais a
poeiras e vapores; o efeito é o mesmo da asma convencional:
contração dos brônquios (canais por onde passa o ar) que fe-
cha as vias aéreas, causando a dificuldade de respirar. Embora
as crises possam aparecer em casa, depois do trabalho, é mais
comum que elas aconteçam durante o horário de trabalho e
que diminuam nos períodos em que o trabalhador se afasta,
como nos finais de semana e períodos de
férias. Em alguns casos uma tosse notur-
Míria Elisabete Bairros de Camargo
Asbestose
O Brasil é um dos grandes produtores mundiais de asbes-
to, também conhecido como amianto.
Por ser uma substância indiscutivelmente cancerígena,
observa-se, atualmente, grande polêmica em torno de sua
utilização. Há uma corrente que defende o uso do asbesto
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
em condições ambientais rigidamente
controladas; outra que defende a subs-
tituição do produto nos diversos pro-
cessos produtivos.
Doenças Ocupacionais
amianto, sendo uma doença eminentemente ocupacional. A
doença, de caráter progressivo e irreversível, tem um período
de latência superior a 10 anos, podendo se manifestar alguns
anos, depois de cessada à exposição. Clinicamente, caracteri-
za-se por dispnéia de esforço, estertores crepitantes nas ba-
ses pulmonares, baqueteamento digital, alterações funcionais
e pequenas opacidades irregulares na radiografia de tórax. A
asbestose é uma doença respiratória causada pela inalação
do pó amianto, que se aloja nos pulmões e, em longo prazo,
compromete a capacidade respiratória e pode levar à morte,
além de estar associada ao câncer de pulmão. Os doentes são
geralmente trabalhadores de indústrias que usam o amianto
como matéria prima, além daqueles que trabalham na cons-
trução civil.
O diagnóstico é realizado a partir da história clínica e ocu-
pacional, do exame físico e das alterações radiológicas. Raios
X de tórax, assim como sua leitura, deverá ser realizada de
acordo com as normas preconizadas pela OIT.
Não existe tratamento para a asbestose, ela é uma doen-
ça crônica e progressiva, razão pela qual, se discute a proibi-
ção do uso do amianto e sua substituição por outras fibras no
Brasil.
Míria Elisabete Bairros de Camargo
Silicose
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
profissionais. As provas de função pulmonar não têm aplicação
no diagnóstico da silicose, sendo úteis na avaliação da capaci-
dade funcional pulmonar (BRASIL-MS, 2001).
Dermatoses Ocupacionais
As dermatoses ocupacionais, embora benignas em sua
maioria, constituem problema de avaliação difícil e complexa.
Referem-se a todas as alterações da pele, mucosas e anexos,
direta ou indiretamente causada, condicionada, mantida ou
agravada pela atividade de trabalho.
Doenças Ocupacionais
méstico (por meio dos produtos de
limpeza).
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
ção, isto é, evitar que o trabalhador se torne um lesionado,
oferecendo condições de trabalho adequadas e que não o dei-
xe exposto às causas do LER. O trabalhador
portador de LER deve ser reaproveitado em
outra função em que não sua lesão não seja
agravada.
Intoxicação por
Metais Pesados
Os metais pesados, quando absorvidos pelo corpo huma-
no, se depositam no tecido ósseo e gorduroso, ocupando o
lugar de minerais nobres. Lentamente liberados no organismo,
eles podem provocar uma série de doenças.
Saiba mais sobre estes metais, onde estão presentes e
que doenças podem provocar: 101
Doenças Ocupacionais
Alumínio
Onde é encontrado: Produção de artefatos de alumínio;
serralheria; soldagem de medicamentos (antiácidos) e trata-
mento convencional de água.
Efeitos: anemia por deficiência de ferro; intoxicação crô-
nica.
Arsênio
Onde é encontrado: metalurgia; manufatura de vidros e
fundição.
Efeitos: câncer (seios paranasais).
Cádmio
Onde é encontrado: soldas; tabaco; baterias e pilhas.
Efeitos: câncer de pulmões e próstata; lesão nos rins.
Chumbo
Onde é encontrado: fabricação e reciclagem de baterias
de autos; indústria de tintas; pintura em cerâmica; soldagem.
Efeitos: saturnismo (cólicas abdominais, tremores, fra-
queza muscular, lesão renal e cerebral).
Cobalto
Míria Elisabete Bairros de Camargo
Cromo
Onde é encontrado: indústrias de corantes, esmaltes, tin-
tas, ligas com aço e níquel; cromagem de metais.
Efeitos: asma (bronquite); câncer.
Fósforo amarelo
Onde é encontrado: veneno para ba-
ratas; rodenticidas (tipo de inseticida usa-
do na lavoura) e fogos de artifício.
102 Efeitos: náuseas; gastrite; odor de
alho; fezes e vômitos fosforescentes; dor
muscular; torpor; choque; coma e até
morte.
Mercúrio
Onde é encontrado: moldes industriais; certas indústrias
de cloro-soda; garimpo de ouro; lâmpadas fluorescentes.
Efeitos: intoxicação do sistema nervoso central.
Níquel
Onde é encontrado: baterias; aramados; fundição e ni-
quelagem de metais; refinarias.
Efeitos: câncer de pulmão e seios paranasais.
Fumos metálicos
Onde é encontrado: vapores (de cobre, cádmio, ferro,
manganês, níquel e zinco) da soldagem industrial ou da galva-
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
nização de metais.
Efeitos: febre dos fumos metálicos (febre, tosse, cansaço
e dores musculares), parecido com pneumonia.
Perda Auditiva
Perda Auditiva Induzida pelo Ruído (PAIR)
Doenças Ocupacionais
nes, apitos, tique-taque do relógio, campainhas, etc.), e caso
continuem se expondo à altos ruídos, poderão comprometer
ainda as frequências que afetam o reco-
nhecimento da fala. Além da diminuição da
audição, também são identificados como
sintomas PAIR a presença de zumbidos e
de tonturas.
Distúrbios Psíquicos
A forma como o trabalho está organizado, a duração das
jornadas, a intensidade, monotonia, repetitividade, alta res-
ponsabilidade e principalmente a forte pressão por produtivi-
dade que levam as pessoas para muito
além dos limites saudáveis são fatores
104 que podem provocar distúrbios psíqui-
cos nos trabalhadores.
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
período da jornada (de até 44 horas semanais), não comprou
o corpo ou à saúde do trabalhador, que devem ser sempre
preservados.
Assédio Moral
Apesar de não estar classificado como uma doença ocupacional
é importante se estar atento à ocorrência do assédio moral dentro das
empresas, instituições públicas, escolas, universidades entre outros
locais. Este fenômeno caracteriza “uma doença organizacional que
degrada as condições de trabalho, a saúde mental dos indivíduos e as
relações sociais no trabalho”. Trata-se de um “problema organizacional
que tem uma amplitude importante n as organizações contemporâne-
as” (REVISTA PARTES, 2009).
O assédio moral, conforme Alkimin (2005) também co-
nhecido como “[...] terrorismo psicológico”, constitui uma for-
ma de agressão psíquica exercitada no local de trabalho, e
que consiste na prática de atos, palavras, ges-
tos e comportamentos vexatórios, degradan-
105
tes, humilhantes e constrangedores. De modo
Doenças Ocupacionais
ordenado e prolongado, pode ser considerado
um abuso emocional no trabalho, destruindo a
autoestima do empregado.
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
rial, problemas digestivos e, em alguns casos, fuga por meio
de álcool e drogas. Isto significa que o assédio moral produz
reflexos muito sérios na vida daqueles que passam por isso.
Como identificar
O trabalhador O agressor
Doenças Ocupacionais
trabalho; que jamais serão utilizadas;
Torna-se mais propenso à Controla o tempo de idas
doenças; ao banheiro, impõe horário
É forçado a pedir demis- absurdo de almoço, etc.
são.
Quadro: Comparativo.
Fonte: Barreto (2000).
O Brasil ainda não tem uma lei específica que trata desta
matéria (tanto no âmbito federal, quanto em várias cidades e
estados, existem projetos de lei em elaboração para coibir o
assédio moral). Ainda assim, o trabalhador vítima de assédio
moral, pode processar seus chefes e empregadores por danos
morais em virtude de humilhações sofridas. Para isso é muito
importante reunir o maior número de provas que caracterizam
o assédio, como troca de e-mails, testemu-
nhas dispostas a falar, etc. e procurar a jus-
tiça comum.
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
ção – o afastamento deverá ser definitivo para as
doenças de caráter progressivo;
Doenças Ocupacionais
Acompanhar a emissão da CAT pelo empregador;
a) ( ) agentes físicos;
b) ( ) agentes químicos;
c) ( ) agentes biológicos;
d) ( ) organização do trabalho.
Referências
ALKIMIN, Maria Aparecida. Assédio moral na relação de
emprego. Curitiba: Juruá, 2005.
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
FERREIRA, Hadassa Dolores Bonilha. Assédio moral nas re-
lações de trabalho. São Paulo: Russel, 2004.
111
Doenças Ocupacionais
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
Cap. VII
Estresse e as Relações
no Trabalho
113
Estudos nos levam a formar um entendimento que viver
Figura 1: Estresse.
Fonte: Acervo da autora.
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
ga de trabalho e redução da mão de obra,
transformando em desafio para o trabalhador
que para manter o emprego, deve produzir em
grande escala com menos recurso e menos
custo para empresa. Esses desafios interferem
na saúde do trabalhador, gerando situações de
estafa e estresse.
Figura 2: Tristeza.
Fonte: Acervo da autora.
Figura 3: O isolamento.
Fonte: Acervo da autora.
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
Empregados isolados nos Colaboradores agrupa-
cargos dos em equipes
Horário rigidamente es- Metas negociadas e
tabelecido compartilhadas
Preocupação com nor- Preocupação com resul-
mas e regras tados
Subordinação ao chefe Atendimento e satisfação
Fidelidade à organização do cliente
Dependência da chefia Vinculação a missão e a
Alienação em relação a visão
organização Interdependência entre
Ênfase especialização colegas e equipes
Executoras de tarefas Participação e compro-
Ênfase nas destrezas metimento
manuais Ênfase na ética e na res-
Mão de obra ponsabilidade
Fornecedoras de ativi-
dade
Ênfase no conhecimento 117
Inteligência e talento
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
Fisiologicamente, o estresse é o resultado de uma reação
que o organismo tem quando estimulado por fatores exter-
nos desfavoráveis. A primeira reação do organismo, nestas
circunstâncias, é uma descarga de adrenalina, sendo que os
órgãos que mais sentem são os aparelhos circulatório e res-
piratório.
No aparelho circulatório, a adrenalina promove a acelera-
ção dos batimentos cardíacos, taquicardia, e uma diminuição
do tamanho dos vasos sanguíneos periféricos. Neste sentido,
o sangue circula mais rapidamente para uma melhor oxigena-
ção, principalmente, dos músculos e do cérebro, já que ficou
pouco sangue na periferia, o que também diminui sangramen-
tos em caso de ferimentos superficiais.
No aparelho respiratório, a adrenalina promove a dilata-
ção dos brônquios, broncodilatação, e induz o aumento dos
movimentos respiratórios, taquipnéia, para que haja maior
captação de oxigênio, que vai ser mais rapidamente transpor-
tado pelo sistema circulatório, também devidamente prepara-
do pela adrenalina. 119
Quando o perigo passa, o organismo pára com a super
produção de adrenalina e tudo volta ao normal. No mundo de
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
cia, seja pelo desaparecimento do estressor, o agressor, seja
pelo cansaço dos mecanismos de resistência. Então, é neste
caso que o resultado será o da doença ou mesmo um colapso.
As desordens psicológicas no trabalho constituem uma
das dez frequentes categorias de “doença” ocupacional. Diver-
sos trabalhos têm evidenciado uma diversidade de variáveis
organizacionais, que contribuem para situações provocadoras
de reações psicológicas e psicossomáticas.
O estresse apresenta um alto custo para as empresas,
pois refletem diretamente na produtividade através de faltas,
horas de trabalho perdidas, desperdício de material de traba-
lho e custos elevados em assistência médica e, além disso,
pode prejudicar a imagem da empresa.
Assim, o interesse atual pelos efeitos e consequências do
estresse nos contextos de trabalho responde a várias razões,
mas principalmente aos custos econômicos derivados, tanto
para os indivíduos como para as organizações (IZQUIERDO,
1993).
A relação do homem com a organização do trabalho é 121
origem da carga psíquica do trabalho. Quando o rearranjo da
organização do trabalho não é mais possível, quando a relação
Fatores Estressores
O estresse, em si, não constitui uma doença, é um fator
causador de doenças. Ainda há poucas pesquisas sobre o as-
sunto, mas de acordo com estudiosos da área, nos próximos
anos o nível de estresse vai dobrar. Assim, torna-se impor-
tante identificar quais são os primeiros sinais, quais são as
causas e as consequências do estresse, e, além disso, como
combatê-lo.
Segundo França e Rodrigues (1999), a palavra estresse é
mostrada de forma parcial e distorcida, diz que se realizarmos
um concurso com a intenção de escolher o maior vilão da atu-
alidade dos infortúnios pessoais e de saúde, o estresse leva-
ria o grande prêmio, pois se tem responsabilizado o estresse
por inúmeros acontecimentos, desde a úlcera do executivo, ao
acidente de automóvel de uma personalidade, ao baixo rendi-
mento de um atleta, ou mesmo de uma equipe esportiva, da
incapacidade de uma pessoa de desfrutar uma relação íntima
com seu parceiro, e assim por diante. Não raro ouvi-se: “[...]
Míria Elisabete Bairros de Camargo
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
Sendo esse desequilíbrio um desencadeador do estresse. A
redução de pessoal em uma empresa, raramente inclui a re-
dução de suas atribuições, assim menos pessoas têm de fazer
à mesma quantidade de trabalho, em menos tempo. O ritmo
aumenta, ainda mais, quando os trabalhadores arrumam um
segundo emprego e/ou fazem ‘biscates’ à noite, numa tentati-
va de atender as pressões financeiras e de manter aberta sua
opção de trabalho.
Em seu estudo, os autores mostram que muitos são os
fatores que levam o indivíduo a situações de desequilíbrio,
desencadeadora do estresse, a falta de equidade, de ética pro-
fissional pode auferir ao individuo um desgaste físico e emo-
cional que venha ocasionar o estresse (MASLACH e LEITER,
1999).
Para Figueroa et al. (2001), as doenças ocupacionais,
mentais e físicas, refletem, em termos monetários, o custo
oculto do estresse no trabalho, se não se procurar criar o âm-
bito de trabalho propício para o bem-estar e para a produtivi-
dade. Segundo os autores, é muito provável que “as patolo- 123
gias associadas à atividade de trabalho apresentem um maior
índice de incidência em países em desenvolvimento como o
Referências
CATALDI, Maria José Giannella. O stress no meio ambiente
de trabalho. São Paulo: LTr, 2002.
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
DEJOURS, C. A loucura do trabalho: estudo de psicopatolo-
gia do trabalho. 6º ed. São Paulo: Cortez-Oboré, 1994.
LIPP, M. N.; MALAGRIS, L. N. Manejo do estresse. In: B. Rangé Estresse e as Relações no Trabalho
(Org.). Psicoterapia comportamental cognitiva: pesquisa,
prática, aplicações e problemas. São Paulo: Psy, 1995.
126
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
Cap. VIII
Primeiros Socorros
Introdução 127
Os primeiros socorros são caracterizados por todo tipo
Primeiros Socorros
de atendimento emergencial que é dado a uma vítima de mal
súbito ou de acidente, seja de automóvel, de motocicleta ou
de trabalho, de forma imediata e provisória. É imediato por-
que deve ser iniciado o mais breve possível e o tratamento
definitivo será feito no hospital pela equipe médica. Os primei-
ros socorros são procedimentos básicos e simples que muitas
vezes salvam a vida do acidentado, a exemplo de uma víti-
ma que apresenta um sangramento intenso, quando se deve
interromper esta hemorragia colocando uma toalha em cima
do ferimento e fazendo uma compressão firme e constante.
Também evita o agravamento de lesões e reduz o sofrimento
da vítima, como no caso de uma fratura, quando uma imobi-
lização correta e eficiente irá diminuir sobremaneira a dor e
evitará uma possível hemorragia interna por lesão vascular
(Zimmermann, 2009).
De acordo com Bortolotti
(2009) “a prestação imediata de
primeiros socorros pode deter-
minar o prognóstico do aciden-
tado, e diferenciar entre a recu-
peração e a incapacitação”.
Míria Elisabete Bairros de Camargo
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
cífico ou não se sente confiante para atuar, já descaracteriza a
ocorrência de omissão de socorro.
Emergência e Urgência
Emergência é uma propriedade que uma dada situação
assume quando um conjunto de circuns-
tâncias a modifica. Tomados de forma
isolada, seus elementos não justificariam
uma medida imediata, mas o conjunto e
a interação entre seus constituintes sim.
Figura 2: Acidente.
Fonte: <http://negocios.maiadigital.pt/hst/sinalizacao_se-
guranca/sinalizacao_perigo?set_language=en&cl=en>.
Primeiros Socorros
atendimento deve ser prestado em um período de tempo que,
em geral, é considerado como não superior a duas horas.
Segundo o Conselho Federal de Medicina, em sua Reso-
lução CFM n°. 1.451 de 10/3/1995 (CONSELHO FEDERAL DE
MEDICINA, 1995), temos:
Choque
Definição
Choque Hipovolêmico
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
grande perda de fluidos corporais, através da transpiração ex-
cessiva, vômitos, queimaduras ou diarréia.
Causas
Sintomas
131
Pulso pode estar fraco e pulso rápido (geralmente
Primeiros Socorros
maior que 110bpm);
Ansiedade, nervosismo;
Palidez;
Cuidados
Míria Elisabete Bairros de Camargo
Choque Cardiogênico
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
elétrica do coração. Alguns dos distúrbios relacionados in-
cluem IM (Insuficiência Mitral) aguda, insuficiência cardíaca,
cardiomiopatia, ruptura do coração, arritmias, e problemas
nas válvulas (especialmente as regurgitações).
Sintomas
Pulso acelerado;
Respiração acelerada;
Ansiedade, nervosismo;
Primeiros Socorros
Inquietação, agitação, confusão;
Coma;
Pele pálida;
Cuidados
Causas
As causas são:
Anestesia espinal;
134
Lesão do sistema nervoso;
Sintomas
Hipotensão;
Bradicardia.
Cuidados
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
dica imediatamente!
Choque Anafilático
Sintomas
Primeiros Socorros
prurido e hiperemia cutânea,
pulsação nos ouvidos, tosse,
espirro, urticária, edema ou
uma maior dificuldade respi-
ratória devida à asma ou à
obstrução da traquéia.
Figura 6: Edema.
Fonte: Disponível em: <http:// dermis.
net>. Acesso em: 20 jul. 2009.
Crise Convulsiva
Definição
Causas de Convulsões
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
Febre alta, insolação, infecção, infecções do cérebro,
AIDS, Malária, Meningite, raiva, sífilis, tétano, toxoplasmose,
encefalite viral.
Distúrbios metabólicos: hipoparatireoidismo, novéis altos
de açúcar ou de sódio no sangue, níveis baixo de açúcar, cál-
cio, magnésio ou sódio.
Outras doenças: eclâmpsia, encefalopatia hipertensiva,
lúpus eritematoso, entre outras.
Exposição a drogas ou substâncias tóxicas: álcool (gran-
des quantidades), anfetaminas, cânfora, cloroquina, overdose
de cocaína etc.
Reações adversas a medicamentos de receita obrigatória:
ceftazidima, clorpromazina, meperidina, fenitoína, teofilina,
entre outras.
Sintomas:
Primeiros Socorros
Cianose nos lábios;
Salivação abundante;
Cuidados
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
ra, inapropriada e sintomática da pressão arterial, em pessoa
normotensa ou hipertensa. Os órgãos alvo da crise hipertensi-
va são: os olhos, rins, coração e cérebro.
A crise hipertensiva apresenta sinais e sintomas agudos
de intensidade severa e grave com possibilidades de deterio-
ração rápida dos órgãos alvo. Pode haver risco de vida poten-
cial e imediato, pois os níveis tensionais estarão muito eleva-
dos, superiores a 110 mmHg de pressão arterial diastólica ou
mínima.
Sintomas
Ansiedade e agitação;
Cefaléia severa;
139
Primeiros Socorros
Tontura;
Borramento da visão;
Dor no peito;
Cuidados
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
melhas e ultravioletas, ou ainda a eletricidade, também são
fatores desencadeantes das queimaduras.
Queimaduras são lesões dos tecidos orgânicos em decor-
rência de trauma de origem térmica resultante da exposição
a chamas, líquidos quentes, superfícies quentes, frio, subs-
tâncias químicas, radiação, atrito ou fricção. As queimaduras
podem ser de origem:
Queimaduras térmicas;
Queimaduras químicas;
Queimaduras elétricas;
Outras. 141
Classificação das Lesões
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
com água fria imediatamente.
Seque o local delicadamente com um pano limpo ou chu-
maços de gaze. Cubra o ferimento com compressas de gaze.
Em queimaduras de 2º grau, apli-
que água fria e cubra a área afetada
com compressas de gaze embebida
em vaselina estéril.
Sintomas
Cuidados
Desmaio
O desmaio, também conhecido como síncope, pode ser
definido como uma momentânea perda da consciência, que
geralmente não dura mais que alguns minutos e é causada
pela diminuição temporária do fluxo sanguíneo que nutre o
cérebro.
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
Causas
A inconsciência.
Primeiros Socorros
as vias aéreas desobstruídas;
Parto de Emergência
Parto é um fato natural. O ideal é que o parto ocorra em
um ambiente hospitalar assistido por um médico obstetra.
No final da gestação, a parturiente começa a apresentar
sinais e sintomas que são indicativos do início do trabalho de
parto.
Sintomas
Ruptura da bolsa;
Cuidados
Ocupacional
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Mantenha a calma;
Primeiros Socorros
Somente ampare com as mãos a cabeça da crian-
ça que nasce, sem imprimir nenhum movimento,
que não o de sustentação;
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Segurança do Trabalho e Saúde
A parada cardiorrespiratória é o exemplo mais expressivo
de uma emergência médica. Somente uma grande hemorra-
gia externa e o edema agudo de pulmão devem merecer a
primeira atenção antes da parada cardíaca. A identificação e
os primeiros atendimentos devem ser iniciados dentro de um
período de no máximo 4 minutos a partir da ocorrência, pois
os centros vitais do sistema nervoso ainda continuam em ati-
vidade. A partir deste tempo, como já vimos as possibilidades
de recuperação tornam-se escassas. A eficácia da reanimação
em caso de parada cardíaca está na dependência do tempo
em que for iniciado o processo de reanimação, pois embora
grande parte do organismo permaneça biologicamente vivo,
durante algum tempo, em tais condições, modificações irre-
versíveis podem ocorrer no cérebro, em nível celular. Se a PCR
for precedida de déficit de oxigenação, este tempo é ainda
menor.
A ausência de circulação do sangue interrompe a oxige-
nação dos órgãos. Após alguns minutos as células mais sen- 149
síveis começam a morrer. Os órgãos mais sensíveis à falta de
Primeiros Socorros
oxigênio são o cérebro e o coração. A lesão cerebral irrever-
sível ocorre geralmente após quatro a seis minutos (morte
cerebral).
Sintomas
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
Determinar nível de consciência
Verificar respiração
Se ausente
Palpar pulso
Se ausente
Primeiros Socorros
Fonte: Acervo da autora.
Inspirar profundamente;
Míria Elisabete Bairros de Camargo
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
Respiração ausente: continuar os procedimentos
de respiração artificial e contatar com urgência o
atendimento especializado;
153
Primeiros Socorros
Asfixia
É a interrupção ou impedimento da respiração devido à
obstrução ou à irritação da traquéia. A asfixia é a forma por
meio da qual o corpo tenta remover um corpo estranho (como
alimento) das vias aéreas. A asfixia é uma causa comum de
morte, após engasgo com alimentos. É comum em crianças,
ocorrendo também com os adultos.
As vias respiratórias podem estar bloqueadas de forma
total ou parcial. A obstrução completa põe a vida do paciente
em risco. A obstrução parcial pode colocar a vida em risco caso
a habilidade da pessoa em respirar torne-se deficiente. Qual-
quer obstrução significante deve ser tratada como uma obs-
154 trução completa. Sem oxigênio, o cérebro começa a morrer
dentro de 4 a 6 minutos. Os primeiros socorros rápidos para a
asfixia podem salvar vidas.
Causas
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
Trauma na cabeça ou face: coágulos sanguíne-
os ou hemorragias podem causar asfixia;
Sintomas e Sinais
Primeiros Socorros
nação do sangue.
Cuidados
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
1. Marque V se a alternativa for verdadeira ou F se for
falsa.
Primeiros Socorros
2. Marque a alternativa correta. Os sinais e sintomas são
do desmaio:
a) ( ) A palidez.
b) ( ) O pulso fraco e lento.
c) ( ) A falta de equilíbrio.
d) ( ) A inconsciência.
e) ( ) Todas as alternativas estão corretas.
a) ( ) Preservar a vida.
b) ( ) Prevenir complicações antes que possa ser ad-
ministrado tratamento definitivo.
c) ( ) Dar suporte emocional.
d) ( ) Nenhuma alternativa está correta.
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
Brasília. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância
Sanitária. Cosméticos, 2006.
Primeiros Socorros
ENCICLOPÉDIA Ilustrada de Saúde. Choque Hipovolêmico.
Disponível em: <http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/
ency/article/000167trt.htm>. Acesso em: 20 jul. 2009.
160
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
Cap. IX
Qualidade de Vida
no Trabalho
Marlei Zarpelon8
161
Os estudos ligados à qualidade de vida no trabalho foram
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
e segurança no trabalho. Para que essas necessidades sejam
satisfeitas o funcionário deve ter conhecimento e autonomia
sobre o processo de trabalho, ou seja, que tenha conhecimen-
to daquilo que incomoda e que causa sofrimento neste local.
Quando seres humanos se sentem desfavorecidos e opri-
midos por circunstâncias externas fortes, e aparentemente
imutáveis, e se acomodam á falta de liberdade, de decisões
e escolhas próprias, tornam-se irritados e improdutivos. Codo
(2002) reforça dizendo que o trabalhador se “divorcia” do afe-
to no mundo da produção como gerador de sofrimento e do-
ença.
O trabalhador age de maneira a excluir seus sentimentos,
causando conflitos nas relações, reproduzindo fracassos e in-
seguranças e rejeitando qualquer tipo de aproximação, assim
causando para si e aos outros um desconforto.
A vida no trabalho faz-se, em cenário de atitudes e senti-
mentos de enorme diversidade, demonstrando de forma par-
ticular, os fatores emocionais e afetivos, experimentados nas
relações diárias, numa organização. 163
Os modelos de gestão de pessoas vêm enfatizando cada
vez mais o envolvimento e o compromisso como fatores essen-
Figura 4: Bem-estar.
Fonte: Disponível em: <www. ifgoias.edu.br/.../meta%20
amiga.bmp>. Acesso em: 30 jul. 2009.
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
bom humor para lidar com as situações estressantes, definin-
do objetivos de vida, tendo clareza daquilo que deseja, sentin-
do que tem controle sobre sua vida.
Qualidade de Vida no Trabalho pode-se começar com au-
tores clássicos, como Maslow (1968), que se ocupou com fa-
tores motivacionais ligados às necessidades básicas primárias
(necessidades fisiológicas e necessidades de segurança) e se-
cundárias (necessidades sociais, necessidades de estima e ne-
cessidade de autorrealização), com reflexos na sobrevivência,
no desempenho e na autorrealização do individuo. Segundo
Maslow as necessidades dos seres humanos estão colocadas
hierarquicamente em função de seu caráter de urgência e sua
força. Quando as necessidades mais imperativas (as necessi-
dades primárias) estão satisfeitas, as necessidades posterio-
res fazem pressão no sentido de conseguir a satisfação. Acom-
panhando cada tipo de necessidade em função de sua força,
podemos colocá-las em forma de uma pirâmide. Na base des-
ta pirâmide estariam as necessidades mais básicas e vitais
para os seres humanos (as necessidades primárias). A seguir, 165
até se chegar ao topo, estariam as necessidades secundárias.
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
Figura 6: Olhar o conjunto.
Fonte: Disponível em: <www. mibu.com.br/.../2009/07/
OlhosMundoAzul1.jpg>. Acesso em: 03 ago. 2009.
Referências
BOM SUCESSO, Edina de Paula. Relações Interpessoais e
qualidade de vida no Trabalho. Rio de janeiro: Qualityma-
rk, 2002.
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
mano das Organizações. 8º. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
TOLFO, Suzana da Rosa; PICCININI, Valmíra Carolina. As me- Qualidade de Vida no Trabalho
lhores empresas para trabalhar no Brasil e a qualidade de vida
no trabalho: disjunções entre a teoria e a prática. Rev. Adm.
Contemp. v. 5, n. 1, Curitiba, jan./abr. 2001.
171
A Promoção da Saúde do Trabalhador pode ser compos-
Ocupacional
Segurança do Trabalho e Saúde
as ações preventivas, de promoção e proteção da saúde, as-
sistência, ou recuperação e reabilitação. Esta abordagem inte-
grada é obrigatória, se o propósito é a resolução ou o encami-
nhamento do problema do trabalhador (DIAS, 2002).
Para Martins e Micchels (2003) a empresa que investe
em Programas de Promoção da Saúde do Trabalhador só tem
benefícios, trata-se de uma estratégia para melhorar a produ-
tividade e a eficiência dos trabalhadores.
Os benefícios adquiridos após a implantação do PPST são:
Empresa
Empresário
Trabalhador
Empresário Trabalhador
6. Estratégias de treinamento;
7. Alimentação saudável;
8. Alcoolismo;
9. Exercício físico;
10. Diminuição do estresse/suporte aos trabalhadores;
11. Saúde sexual;
12. Práticas verdes (atividades que envolvam a natu-
reza) (MARTINS e MICCHELS, 2003).
Ginástica Laboral
Ginástica laboral é o conjunto de práticas de exercícios
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físicos realizados no ambiente de trabalho, com a finalidade
de colocar previamente cada pessoa – e todos – da equipe
ou grupo de trabalho bem preparadas para o exercício das
atividades diárias. Usualmente baseia-se em técnicas de alon-
gamento, distribuídas pelas várias partes do corpo, dos mem-
bros, passando pelo tronco, à cabeça, sendo, orientada ou su-
pervisionada por um profissional de educação física.
A ginástica laboral pode reduzir a incidência de doenças
ocupacionais e lesões de esforços repetitivos, e desta forma
diminuir o número de afastamentos dos empregados na em-
presa. Além dos benefícios físicos, a prática voluntária da gi-
nástica laboral proporciona ganhos psicológicos, diminuição do
estresse e aumento no poder de concentração, motivação e
moral dos trabalhadores (LIMA, 2004).
A ginástica laboral, quanto ao seu fim, pode ser classifi-
cada como:
Redução do absenteísmo;
Ocupacional
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de afastamentos, queixas mais frequentes ou ou-
tro objetivo relacionado à qualidade de vida, pois
algumas empresas implantam o programa dentro
de um conjunto de ações motivacionais e não es-
pecificamente relacionado à prevenção de lesões.
177
Figura 2: 1º exercício – palmas da Figura 3: 2º exercício – puxe o
178
Figura 8: 7º exercício – rotacione Figura 9: 8º exercício – lentamente,
os ombros para a frente (5 vezes). mova a cabeça para a direita e a
Repita para trás. esquerda, frente e trás.
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Segurança do Trabalho e Saúde
tratégico de promoção da saúde e alimentação saudável. A
Organização Mundial da Saúde considera que o local de tra-
balho deve dar a oportunidade e estimular os trabalhadores a
fazerem escolhas saudáveis.
O Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) visa à
saúde do trabalhador.
Vale lembrar que o excesso de peso causa problemas car-
díacos, hipertensão, diabetes, obesidade, problemas nas arti-
culações, entre outras patologias. Alimentação saudável não é
sozinha, a responsável pela manutenção da saúde, mas sem
dúvida ocupa um papel importante na sua promoção.
Uma concepção mais moderna da promoção da saúde é
caracterizada pela:
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que pretendem emagrecer e manter um programa
de reeducação alimentar;
Prevenção ao uso
Indevido de Álcool
e outras Drogas
Míria Elisabete Bairros de Camargo
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Segurança do Trabalho e Saúde
mais e gasta menos (MARTINS e MICCHELS, 2003).
Exercícios
1. Quais são os benefícios adquiridos, após a implantação
do PPST?
Referências
183
ANDRADE, Arthur Guerra de. As drogas também são um pro-
184