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ARRUDA ALVIM, Tereza. Os Agravos no CPC Brasileiro, 4ª ed. São Paulo: RT, 2006.

“Parece, pois, que os processos eram bastante morosos.


Por isso, D. Afonso IV proibiu que se apelasse das sentenças interlocutórias, criando algumas
exceções a esta regra, como por exemplo, se houvesse perigo de dano irreparável à parte.”
(Pág. 39).

“Alfredo Buzaid afirma que o agravo de instrumento, tal como o conhecemos no CPC/1973,
começo a delinear-se como certa nitidez nas Ordenações Afonsinas” (Pág. 41).

Ao falar sobre o CPC/1939 – “Neste diploma, o agravo de petição passou a caber nas
sentenças terminativas (ou processuais, na terminologia atual), sendo a apelação reservada
às sentenças de mérito.” (Pág. 57).

“Passemos a especificar os casos de decisões terminativas (por definição, decisões


processuais), de que indubitavelmente cabia agravo de petição” (Pág. 59).

“Os agravos de instrumento, no sistema revogado, só cabiam nos casos expressamente


previstos em lei, diferentemente do sistema atual, que faz com que caiba este recurso, como
se verá adiante, de toda e qualquer decisão, desde que não seja sentença” (Pág. 70).

Agravo no auto do Processo – “O agravo no auto do processo tinha justificada sua existência
por que se constituía num recurso que não implicava a paralisação ou procrastinação do
evolver procedimental.” (Pág. 73).

“A enumeração do art. 851 do Código de processo civil era taxativa. Cabia este recurso tão-
só nos casos legalmente discriminados.” (Pág. 74).

“Resumindo em uma frase o que se disse a respeito do Código revogado, tem-se que: “Na
legislação federal do processo civil do Código de 1939, admitidas foram três figuras do
recurso de agravo: agravo de petição, para recorrer-se da sentença terminativa; agravo de
instrumento contra interlocutórias, previamente indicadas; e o agravo no auto do processo,
para evitar a preclusão a respeito de determinadas decisões, sobretudo aquelas que
cerceassem, de qualquer forma, a defesa do interessado”. (Pág. 81.)

Inúmeras outras decisões, que podiam ter como efeito dano irreparável, ou de dificílima
reparação, ao direito das partes ou influenciar o teor da sentença final, ficavam,
teoricamente, imunes a ataques recursais.
Foi precisamente esta circunstância que fez com que os advogados acabassem por se valer
de outros meios, que não recursais, com o fito de tentar modificar estas decisões. Estes
sucedâneos eram o pedido de reconsideração, a correição parcial ou a reclamação, o conflito
de competência, a ação rescisória e o mandado de segurança.” (Pág. 81)

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