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PROJUDI - Recurso: 0075210-91.2023.8.16.0014 - Ref. mov. 13.

1 - Assinado digitalmente por Desembargadora Joeci Machado Camargo 1a Vice-pre


sidente
29/11/2023: RECURSO ESPECIAL NÃO ADMITIDO. Arq: Decisão

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ
1ª VICE-PRESIDÊNCIA - PROJUDI

Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJVPV J89XZ PVVF3 SY6V3


Autos nº. 0075210-91.2023.8.16.0014

Recurso: 0075210-91.2023.8.16.0014 Pet


Classe Processual: Petição Cível
Assunto Principal: Alienação Judicial
Requerente(s): M. A. D. V.
Requerido(s): J. M. P.

O recurso especial não pode ser admitido, pois foi manejado sem observância do prazo previsto no artigo
1.003, § 5º, c/c artigo 219, ambos do Código de Processo Civil.

No caso em análise, a leitura de intimação do acórdão proferido pela 6ª Câmara Cível em sede de Apelação
Cível foi confirmada em 14.08.2023 (mov. 34 - AP), de modo que o prazo para interposição de recursos aos
Tribunais Superiores passou a fluir no dia 15.08.2023 e, considerando a prorrogação dos prazos
processuais em todo o Estado do Paraná, cujos termos inicial e final tenham ocorrido entre 30 de agosto e
05 de setembro do corrente ano (Decreto Judiciário nº 593/2023 - D.M), findou em 06.09.2023. Todavia, a
petição recursal foi juntada em 16.11.2023, sendo, portanto, flagrantemente intempestiva.

Cumpre esclarecer que os Embargos de Declaração nº 0056791-23.2023.8.16.0014 ED, decididos por


decisão singular, não tem o condão de interromper ou suspender o prazo recursal, uma vez que não foram
conhecidos, com fulcro no artigo 932, III, do CPC, e art. 182, XIX, do Regimento Interno deste Tribunal de
Justiça, em razão da intempestividade (decisão monocrática de mov. 18.1 - ED).

Nesse sentido, os seguintes precedentes:

"AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.


INTEMPESTIVIDADE DO RECURSO ESPECIAL. INOBSERVÂNCIA DO PRAZO
LEGAL DE 15 DIAS. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CONSIDERADOS
PROTELATÓRIOS. NÃO INTERRUPÇÃO DO PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO DO
RECURSO ESPECIAL. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO.

1. A jurisprudência desta Corte firmou a compreensão de que a oposição de


embargos aclaratórios, quando intempestivos, protelatórios ou manifestamente
incabíveis, não tem o condão de interromper o prazo para a interposição do
recurso especial.

2. Agravo regimental não provido."

(AgRg no AREsp n. 2.149.594/MG, relator Ministro Rogerio Schietti Cruz, Sexta

Turma, julgado em 14/3/2023, DJe de 22/3/2023.) - Destaquei

"AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS DE


DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO. PRECLUSÃO CONSUMATIVA E PRINCÍPIO DA
UNIRRECORRIBILIDADE. INTEMPESTIVIDADE DO RESP.
PROJUDI - Recurso: 0075210-91.2023.8.16.0014 - Ref. mov. 13.1 - Assinado digitalmente por Desembargadora Joeci Machado Camargo 1a Vice-pre
sidente
29/11/2023: RECURSO ESPECIAL NÃO ADMITIDO. Arq: Decisão

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
1. Não são admissíveis os segundos embargos de declaração opostos contra o
mesmo ato decisório, tendo em vista o princípio da unirrecorribilidade das decisões
judiciais e a ocorrência da preclusão consumativa

2. A oposição de embargos aclaratórios, quando intempestivos ou


manifestamente incabíveis, não tem o condão de interromper o prazo para a

Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJVPV J89XZ PVVF3 SY6V3


interposição do recurso especial.

3. No caso, o acórdão proferido no primeiro embargos de declaração foi


disponibilizado do DJe em 20/8/2021, considerando-se publicado no primeiro dia útil
seguinte. O recurso especial, todavia, somente foi protocolizado em 08/11/2021, fora,
portanto, do prazo de 15 (quinze) dias.

4. Agravo regimental a que se nega provimento."

(AgRg no AREsp n. 2.102.607/RS, relator Ministro Reynaldo Soares da Fonseca,


Quinta Turma, julgado em 6/9/2022, DJe de 13/9/2022.) – Destaquei

Ademais, mesmo que assim não fosse, o recurso especial não estaria apto a ultrapassar este juízo prévio de
admissibilidade, visto que foi manejado sem que se exaurisse a instância ordinária, já que os embargos de
declaração foram decididos monocraticamente, incidindo na hipótese a Súmula 281 do Supremo Tribunal
Federal, também aplicada no Superior Tribunal de Justiça (Nesse sentido: AgInt no AREsp 1179641/RS,
Rel. Ministro LÁZARO GUIMARÃES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF 5ª REGIÃO), QUARTA
TURMA, julgado em 15/05/2018, DJe 21/05/2018).

Quanto ao pedido formulado em contrarrazões pela Recorrida, de condenação do Recorrente às penas de


litigância de má-fé (mov. 11.1), vale destacar que “a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é no
sentido da 'impossibilidade de se apreciar a presença de litigância de má-fé, sugerida em contrarrazões, pois
não há como, por meio da referida via processual, piorar a situação da recorrente' [...], servindo tal peça
processual 'apenas para impugnar os fundamentos da decisão exarada' (...)” (AgInt no AREsp 2088348/RS,
Rel. Min. ANTONIO CARLOS FERREIRA, Quarta Turma, DJe 18/08/2022).

Diante do exposto, inadmito o recurso especial interposto.

Intime-se. Diligências necessárias.

Curitiba, data da assinatura digital.

Desembargadora JOECI MACHADO CAMARGO


1ª Vice-Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná

AR-08

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