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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DE IBAITI – ESTADO DO

PARANÁ.

AUTOS: 0006169-84.2015.8.16.0089
Interessados: JOSE TEOFILO MAIA
Recuperanda: CIMOPAR MOVEIS LTDA- EM RECUPERACAO JUDICIAL

JOSE TEOFILO MAIA, requer habilitação e qualificado na presente ação como credor
TRABALHISTA 0000300-02.2017.5.09.0127, por seu advogado, vem respeitosamente diante
de Vossa Excelência, se manifestar referente ao mov. 6441.1.

O autor se manifesta sua total discordância do Plano modificativo de Recuperação Judicial,


constante no mov. 5.016.

Assim, as recomendações do CNJ devem ser interpretadas pelos juízes com o devido cuidado
e a cautela necessária e esperada para se evitar que, de forma oportunista, possam vir a
beneficiar indevidamente aqueles que, em momentos de crise como o decorrente da
pandemia da covid-19, desvirtuam o objetivo das medidas urgentes editadas com o objetivo
de salvaguardar a sociedade.

A recomendação em análise teve o cuidado de deixar claro que a apresentação de plano


modificativo é uma possibilidade, mas não um direito automático que possa ser reconhecido
apenas porque o cenário atual é de expansão da pandemia. O texto é peremptório ao ressaltar
a necessidade de que seja "comprovada" a diminuição na capacidade de cumprimento das
obrigações, pelos devedores, em decorrência da pandemia da covid-19.

Abre-se aqui um parêntese para relembrar que eventual plano modificativo deve ser
submetido aos credores, até porque é deles, reunidos em Assembleia Geral, a competência
para deliberar sobre essa questão, como expressamente reconhecido na jurisprudência do STJ.

Com efeito, consta expressamente no art. 4º, da proposta de recomendação apresentada ao


CNJ pelo seu conselheiro Henrique Ávila, que pode - e não que deve - ser autorizada a
apresentação de plano modificativo pelo empresário que "comprove que sua capacidade de
cumprimento das obrigações foi diminuída pela crise decorrente da pandemia de covid-19 e
desde que estivesse adimplindo com as obrigações assumidas no plano vigente até 20 de
março de 2020".

Trata-se de um binômio. Não basta ao empresário comprovar a diminuição na capacidade de


cumprimento das obrigações em decorrência da pandemia, para buscar a modificação do
plano. Essa possibilidade também só é admissível se as obrigações a que se havia sujeitado
estavam em dia. Vale dizer, a proposta e a recomendação são direcionadas aos que foram real
e efetivamente impactados pelos efeitos decorrentes da virose pandêmica.

Av. XV de novembro – 301 – Centro - Cornélio Procópio/PR - CEP: 86.300-000


Contato: (43) 3523-9552 | (43) 99831-5486 | flogner.adv@gmail.com
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Esse é um ponto muito importante a ser enfrentado pelos juízes com cautela redobrada, de
modo a se evitar que aproveitadores possam lançar mão de pedidos de modificação dos
planos de recuperação judicial, com o objetivo de se beneficiar e impingir aos credores
prejuízos ainda maiores do que os já suportados em decorrência, via de regra,
de haircuts expressivos, carências elásticas, extirpação de garantias e prazos de pagamento
infindáveis entre outras medidas que reduzem vertiginosamente os créditos submetidos ao
processo recuperacional.

Se não houver a comprovação cabal pelos devedores de que a capacidade de cumprimento


das obrigações a que se sujeitaram foi realmente afetada, e se os credores não aceitarem a
proposta de modificação do plano de recuperação judicial, os juízes não poderão acolhê-la.

Diante do exposto, o autor se manifesta totalmente contrário ao do Plano modificativo de


Recuperação Judicial

Protesta pelos meios de provas admissíveis.

Por ora, é o que se pede e requer.

Nestes termos, estando à peça com os documentos que a acompanham e, para que tudo se
processe em forma legal, aguarda merecer deferimento.

Datado e assinado digitalmente.

Anderson Flogner
OAB/PR nº 78.164

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