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Transação tributária na dívida ativa

da União e do FGTS
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Publicado em 25/11/2022 10h12 Atualizado em 29/03/2023 11h40
É POSSÍVEL INCLUIR INSCRIÇÕES EM UMA NEGOCIAÇÃO JÁ
FORMALIZADA?
Sim, é possível. O contribuinte deverá protocolar, perante o atendimento
remoto da PGFN, o pedido de Revisão de Transação. Esse serviço permite
revisar o acordo de transação já formalizado na PGFN, especialmente nas
seguintes hipóteses:
 inclusão de novas Inscrições em DAU na conta de negociação, desde que
dentro do prazo de adesão da modalidade negociada;
 exclusão de Inscrições em DAU na conta de negociação;
 alteração da quantidade de parcelas negociadas.
Clique aqui para saber mais!
O QUE É PASSÍVEL DE ACORDO DE TRANSAÇÃO JUNTO À PGFN?
Débitos inscritos em dívida ativa da União, especialmente os considerados
irrecuperáveis ou de difícil recuperação.

O que não entra no acordo de transação?


A legislação vigente veda a transação de débitos de multas criminais.

Existem outros impedimentos ao acordo de transação?


Sim. Além dos casos de fraude e dos tipos de débito que não podem ser objeto
do acordo de transação, quando a proposta de transação, individual ou por
adesão, for fundada exclusivamente na capacidade de pagamento, a PGFN
poderá impedir a realização do acordo, caso identificados indícios de
divergências nas informações cadastrais, patrimoniais ou econômico-fiscais do
sujeito passivo.

Os débitos previdenciários podem ser transacionados?


Sim, respeitado o prazo de parcelamento de até 60 meses, conforme disposto
no § 11 do art. 195 da Constituição.

COMO A PGFN DEFINE O GRAU DE RECUPERAÇÃO DO DÉBITO?


As dívidas são consideradas de difícil recuperação ou irrecuperável pela PGFN
quando a situação econômica do devedor não gera capacidade de pagamento
suficiente para o pagamento integral das suas dívidas em prazo de até 5 anos.
A situação econômica dos devedores inscritos em dívida ativa da União é
aferida a partir da verificação das informações cadastrais, patrimoniais ou
econômico-fiscais prestadas pelo devedor ou por terceiros à Procuradoria-
Geral da Fazenda Nacional ou aos demais órgãos da Administração Pública.

Também se consideram irrecuperáveis os débitos inscritos em dívida ativa que


estejam nas seguintes situações:

I - inscritos há mais de 15 (quinze) anos e sem anotação de garantia ou


suspensão de exigibilidade;
II - suspensos por decisão judicial há mais de 10 (dez) anos;
III - de titularidade de devedores: a) com falência decretada; b) em processo de
recuperação judicial ou extrajudicial; c) em liquidação judicial; d) em
intervenção ou liquidação extrajudicial;
IV - de titularidade de devedores pessoa jurídica cuja situação cadastral no
CNPJ seja: a) baixada por inaptidão; b) baixada por inexistência de
fato; c) baixada por omissão contumaz; d) baixada por encerramento da
falência; e) baixada pelo encerramento da liquidação judicial; f) baixada pelo
encerramento da liquidação; g) inapta por localização desconhecida; h) inapta
por inexistência de fato; i) inapta por omissão e não localização; j) inapta por
omissão contumaz; k) inapta por omissão de declarações; l) suspensa por
inexistência de fato;
V - de titularidade de devedores pessoa física com indicativo de óbito; e
VI - os respectivos processos de execução fiscal estiverem arquivados com
fundamento no art. 40 da Lei nº 6.830, de 22 de setembro de 1980, há mais de
3 (três) anos.
Como saber se a dívida é considerada irrecuperável ou de difícil recuperação
pela PGFN?
O devedor terá conhecimento da sua capacidade de pagamento e poderá
apresentar pedido de revisão caso discorde das conclusões da PGFN.
Clique aqui para saber mais sobre o serviço de revisão de capacidade de
pagamento.

QUAIS BENEFÍCIOS PODEM SER OBTIDOS COM A TRANSAÇÃO?


I - Desconto para os créditos considerados de difícil recuperação ou
irrecuperáveis de até 50% sobre o valor total da dívida, que pode chegar a 70%
em caso de pessoa natural, microempresa, empresa de pequeno porte, Santas
Casas de Misericórdia, instituições de ensino, sociedades cooperativas e
demais organizações da sociedade civil de que trata a Lei nº 13.019, de 31 de
julho de 2014;
II - Parcelamento do débito em até 84 meses, que pode chegar a 100 meses na
hipótese de pessoa natural, microempresa, empresa de pequeno porte, Santas
Casas de Misericórdia, instituições de ensino, sociedades cooperativas e
demais organizações da sociedade civil de que trata a Lei nº 13.019, de 31 de
julho de 2014;
III - Carência de até 180 dias para início do pagamento, no caso de empresas
em processo de recuperação judicial;
IV - Flexibilização das regras envolvendo prestação de garantias, penhora e
alienação de bens;
V - Possibilidade de amortizar ou liquidar a dívida com créditos líquidos e
certos do contribuinte em desfavor da União ou precatórios federais próprios ou
de terceiros.
Como ocorre a utilização de precatórios na transação?
Admite-se a utilização de precatórios federais próprios ou de terceiros para
amortizar ou liquidar o saldo devedor transacional. Para tanto, o devedor
deverá:

I - ter formalizado a transação, por adesão ou individual, inclusive liquidando


eventual entrada mínima nos casos em que exigida como condição para
adesão;
II - ceder fiduciariamente o direito creditório à União, representada pela
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, através de Escritura Pública lavrada
no Registro de Títulos e Documentos;
III - apresentar cópia da petição, devidamente protocolada no processo
originário do precatório, informando sua cessão fiduciária à União, com pedido
para o juiz comunicar a cessão ao tribunal para que, quando do depósito,
coloque os valores à sua disposição, com o objetivo de liberar o crédito
diretamente em favor da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional;
IV - apresentar cópia da decisão que deferiu os pedidos formulados nos
termos do inciso anterior, bem como do ofício requisitório ou da comunicação
ao tribunal, quando for o caso;
V - apresentar certidão de objeto e pé do processo originário do precatório
atestando, nos casos de precatórios próprios, que não houve cessão do crédito
a terceiros e, no caso de precatórios de terceiros, que o devedor é o único
beneficiário.
Maiores detalhes podem ser encontrados no Capítulo VI da Portaria PGFN nº
9917/2020.

O QUE ACONTECE QUANDO UM DÉBITO É TRANSACIONADO?


A cobrança do débito é suspensa enquanto perdurar o acordo. O devedor será
excluído do Cadin, da Lista de Devedores, poderá voltar a obter certidão de
regularidade fiscal, protestos extrajudiciais poderão ser cancelados* e
processos de execução fiscal serão suspensos. Esse conjunto de medidas
permitem ao devedor retomar sua atividade produtiva normalmente.

*Depende do pagamento dos emolumentos cartorários.

QUAIS SÃO AS OBRIGAÇÕES DE QUEM ADERE À TRANSAÇÃO?


Além de cumprir os termos do acordo, o contribuinte deve:

1. prestar informações sobre seus bens ou receitas, sempre que solicitado pela
PGFN;
2. agir com boa-fé, não utilizando a transação para prejudicar seus
concorrentes;
3. reconhecer definitivamente os débitos transacionados;
4. manter-se regular com o FGTS;
5. regularizar, no prazo de 90 (noventa) dias, os débitos que vierem a ser
inscritos em dívida ativa ou que se tornarem exigíveis após a formalização do
acordo de transação.

O QUE OCASIONA A RESCISÃO DA TRANSAÇÃO?


A transação pode ser rescindida em caso de:

I - Descumprimento das condições, das cláusulas, das obrigações ou dos


compromissos
assumidos;

II - Comprovação de fraude praticada pelo devedor, inclusive fraude à


execução;
III - Decretação de falência.
O que acontece se a transação for rescindida?
A cobrança será retomada, afastando-se os benefícios concedidos, deduzidos
os valores pagos. O contribuinte também não poderá celebrar nova transação
pelo prazo de 2 anos, ainda que referente a débitos distintos.

Posso impugnar a rescisão da transação?


Sim. Num primeiro momento, o devedor será notificado pelo
portal REGULARIZE sobre a incidência de alguma das hipóteses de rescisão
da transação e terá o prazo de 30 dias para regularizar o vício ou impugnar a
decisão da PGFN.
A impugnação poderá ser apresentada pelo portal REGULARIZE. Da decisão
da impugnação cabe recurso no prazo de 10 dias com efeito suspensivo.
Enquanto não definitivamente julgada a impugnação à rescisão da transação, o
devedor deverá permanecer cumprindo todas as exigências do acordo.
Se o recurso for desprovido, a transação será definitivamente rescindida.

A TRANSAÇÃO É PÚBLICA?
Sim. A PGFN publicará as condições e os valores de todas as transações
firmadas. Trata-se de uma exigência legal para fins de transparência, visto que
o devedor gozará de um benefício público. Todavia, informações protegidas por
sigilo fiscal do contribuinte serão preservadas.
Clique aqui para acessar as negociações formalizadas perante a PGFN.

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Serviços que você acessou

 JULHOHabilitar crédito tributário decorrente de decisão judicial


 MAIOConsultar débitos inscritos em dívida ativa da União

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