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Anderson Flogner

OAB/PR – 78.164
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Tudo é possível para aquele que crê, pois, o Senhor é o Deus todo poderoso
que pode todas as coisas! Perdoar é ação!

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DE


LONDRINA – ESTADO DO PARANÁ.

Processo: 0065931-81.2023.8.16.0014

MÁRCIA ADELINA ZAMPA FAJARDO, brasileira, casada, diretora geral, inscrita no CPF sob n.
025.091.829-35, residente e domiciliada na Rua 06, do Condomínio Recanto do Salto, S/N, Quadra
39, Lote 11, Londrina/PR, CEP 86.055-701, e-mail fama.fajardo@gmail.com, por seus advogados ao
final subscritos, instrumento de procuração em anexo, com escritório profissional no endereço,
rodapé, onde recebem avisos e intimações, respeitosamente, apresentar a presente:

CONTESTAÇÃO A AÇÃO DE COBRANÇA

com base no art. 335 do Código de Processo Civil – CPC, em face da AÇÃO DE COBRANÇA, em
trâmite nesse Juízo, Proposta por SISPRIME DO BRASIL – COOPERATIVA DE CRÉDITO
(anteriormente denominada de UNIPRIME DO BRASIL-COOPERATIVA DE CRÉDITO e anteriormente
UNIPRIME NORTE DO PARANÁ - COOPERATIVA DE CRÉDITO LTDA), pessoa jurídica de direito
privado, inscrita no CNPJ/MF sob n. 02.398.976/0001-90, com sede na Av. Rio de Janeiro, 1.758,
Centro, CEP 86.010-150, Londrina/PR, pelos reais fatos e motivos de direito expostos a seguir.

1. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Antes de adentrar no mérito da demanda, a Contestante desde logo pede, apoiada no artigo 5º,
LXXIV, e art. 98 do CPC, os benefícios da Gratuidade de justiça, por não possuir renda e condições
suficientes para arcar com as custas e honorários do advogado sem prejuízo do seu sustento e
também de sua família, declarando expressamente essa condição nos termos da declaração de
hipossuficiência anexa, acompanhada de comprovante de renda de aproximadamente 02 (dois)
salários mínimos e Carteira de Trabalho (CTPS), provando sua condição.
Por tais motivos, pleiteia os benefícios da Gratuidade de Justiça, assegurados a todos aqueles que
necessitam, especialmente para o efetivo acesso à justiça e ampla defesa, o que se pede
deferimento desde já.

Rua Quintino Bocaiuva | n. 183 | Centro | Cornélio Procópio | Estado do Paraná | Email: flogner.adv@gmail.com | Tel. (43) 98462-1048
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2. DA REALIDADE DOS FATOS E DO DIREITO


Discordando de todo o argumento jurídico trazido pelo Banco Autor, há de se lembrar que as partes
devem agir com extrema lisura e boa-fé, não podendo promover demandas temerárias ou mesmo
absurdas, como, por exemplo, cobrar dívida já paga, sob pena de multa processual e outras
consequências materiais impostas por lei.
A contestante foi cobrada com desconto indevido em sua conta onde o banco UNIPRIME, efetuou
a cobrança no valor de R$ 16.577,10, (dezesseis mil, quinhentos e setenta e sete reais e dez
centavos), de especial a aqui novamente cobrada, no valor de R$ 44.564,68, (quarenta e quatro mil
quinhentos e sessenta e quatro reais e sessenta e oito centavos), conforme se extratos em anexo,
bem antes do protocolo da presente demanda.
A contestante entrou em contato com a gerencia, conforme extratos em anexo, onde expos seus
problemas, e argumentos, que o desconto era sem o consentimento da reclamante, e que mesmo
assim, ouve que o desconto era devido, e que não poderiam fazer nada, conforme documentos em
anexo.
Assim, houve diversas cobranças conforme extratos em anexo, devoluções de cheques, gerando um
enorme problema a contestante, e ao perceber q sua idoneidade ficaria exposta, e que não era sua
culpa, ficou extremamente abalada, passando a extrapolar o mero aborrecimento.
Eivado de má-fé, infringindo normas previstas no art. 80 do CPC, o Banco alega descumprimento da
obrigação de pagar, mas não se desincumbe do ônus de provar ou demonstrar esse
inadimplemento, exatamente pelo fato de não existir. Apesar do direito de cobrar que o Banco tem,
esse mecanismo jurídico não pode servir de abuso por quem quer que seja, em especial um Banco
com tamanho prestígio e importância no mercado financeiro.
A Carta Magna, no seu artigo 3º, inciso I, estabelece como objetivo fundamental da
República construir uma sociedade livre, justa e solidária, onde se pode cogitar, por extensão, o
equilíbrio das relações contratuais, prestigiando-se, assim, o princípio da cooperação e,
consequentemente, o princípio da boa-fé processual.
O fato da contestante há tempos ter quitado seu débito, parcial, (mínimo), derruba por terra toda
a ação de cobrança, devendo desde logo ser julgada totalmente improcedente, condenando o Autor
nas custas, honorários e demais despesas processuais, sendo o que se espera.
Quanto ao direito da Ré, ele está protegido pelo Código de Defesa do Consumidor – CDC, onde em
seu art. 42 veda a cobrança abusiva, inclusive trazendo como consequência em seu parágrafo único
a possibilidade da repetição do indébito, por valor igual ao dobro, caso o consumidor tenha pagado
indevidamente.
A parte contestante apresentou reclamação, junto ao Procon, em anexo, na data de, 07/11/2023,
onde não houve nenhuma resposta/esclarecimentos a seus questionamentos, e a devolução do
cobrado indevidamente.
Além disso, o art. 39, V, do CDC, veda a prática abusiva de exigir do consumidor vantagem
manifestamente excessiva, estando aqui inclusa a cobrança indevida de débitos, semelhante ao
caso em baila. Para reforçar esse argumento, é trazido o julgado do Tribunal de Justiça do Distrito
Federal e Territórios – TJDF, tratando de caso semelhante onde houve sanção à cobrança indevida:

DIREITO CIVIL. CONSUMIDOR. COBRANÇA DE DÍVIDA PAGA. PENALIDADE.


ART. 42 CDC E 940, DO CÓDIGO CIVIL.

1. O CONSUMIDOR FAZ JUS À DOBRA PREVISTA NO ART. 42 DO CDC,


QUANDO: A) A DÍVIDA COBRADA EXTRAJUDICIALMENTE É ORIUNDA DE
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UMA RELAÇÃO DE CONSUMO; B) HOUVER O EFETIVO PAGAMENTO DO


VALOR COBRADO INDEVIDAMENTE; E C) NÃO DEMONSTRADA A
OCORRÊNCIA DE ENGANO JUSTIFICÁVEL DO FORNECEDOR, QUE RESTA
CARACTERIZADO QUANDO COMPROVADO QUE O FORNECEDOR
TOMOU TODAS AS CAUTELAS POSSÍVEIS PARA EVITAR A COBRANÇA
INDEVIDA E ESTA OCORREU POR CIRCUNSTÂNCIAS ALHEIAS AO SEU
CONTROLE.

2. APLICA-SE IGUAL SANÇÃO, COM FULCRO NO ART. 940 DO CÓDIGO CIVIL,


SE A JUIZADA DEMANDA JUDICIAL PARA COBRANÇA DE DÍVIDA JÁ PAGA,
NO TODO OU EM P ARTE, SEM RESSALVA DAS QUANTIAS RECEBIDAS,
CASO EM QUE INDISPENSÁVEL A COMPROVAÇÃO DA MÁ-FÉ. (APL
XXXXX20038070001 DF XXXXX-40.2003.807.0001. Orgão Julgador2ª
Turma Cível. Publicação01/12/2009, DJ-e Pág. 72. Julgamento 04 de
Novembro de 2009. Relator: DEMETRIUS GOMES CAVALCANTI).

Requer, ainda a remoção da ora contestante dos órgãos de proteção de credito colocado
indevidamente, por quantia já paga, condenando a parte autora em danos morais.

O art. 42, parágrafo único do CDC.

Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem


ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará
obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que
houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se
houver prescrição.

Isso tudo geral um enorme dano emocional a reclamante, passo do mero aborrecimento, ser
cobrada por algo que não deu consentimento, causando enormes prejuízos, de ordem moral,
devendo o banco ser condenado no importe de 50.000,00, (cinquenta mil reais), por danos morais
a ação de cobrança proposta pelo Banco UNIPRIME.

Sendo assim, latente está a abusividade da presente ação de cobrança promovida pelo Banco
UNIPRIME, podendo ser considerada até mesmo como de má-fé, isso porque a demanda judicial
exige o cumprimento de obrigação já paga, (parcial), e cobrada novamente que é indevido.

3. DA CONCLUSÃO

Por derradeiro, por todos os fatos trazidos e provados em defesa da ré, outro caminho não há senão
a
a. Seja Recebida a presente CONTESTAÇÃO.
b. TOTAL IMPROCEDÊNCIA DA AÇÃO DE COBRANÇA, devendo também ser analisada a má-fé
da cobrança, conforme previsto no art. 80 do CPC, devendo o Banco Autor arcar com a multa
processual baseado no valor da causa, bem como as consequências impostas pelo CDC nos
casos de cobrança indevida, apontadas no art. 42 do CDC, sem prejuízo das custas, despesas
e honorários advocatícios decorrentes da sucumbência.
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c. Ainda, sejam concedidos os BENEFÍCIOS DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA à Ré, nos termos


solicitados acima, bem como comprovado pela declaração e documentos anexos que
demonstram a hipossuficiência da Contestante.
d. Requer a retirada da contestante, dos órgão de proteção de credito, condenando a autora
em danos morais.
e. Não menos importante, por se tratar de relação de consumo, A INVERSÃO DO ÔNUS DA
PROVA, no valor de 90.000,00, (noventa mil reais), ressaltando a possibilidade de produção
de todas as demais provas em juízo permitidas, em especial a apresentação de documentos
suplementares, depoimento pessoal e prova testemunhal, se necessárias.
f. Condenação da autora em 50.000,00, (cinquenta mil reais), por danos morais a ação de
cobrança proposta pelo Banco UNIPRIME.
g. Requer provar o alegado por todos os meios em Direito admitidos, especialmente pela
produção de prova documental, testemunhal, pericial e inspeção judicial, especialmente
depoimento pessoal do representante legal da demandados, sob pena de confissão, se não
comparecer ou, comparecendo, se negar a depor, (CPC, art. 343, §§ 1º e 2º).

Cumpridas as necessárias formalidades legais, deve a presente ser recebida e juntada aos autos.

Termos em que,
Aguarda deferimento.
Datado e Assinado Digitalmente

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