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A INSTITUIÇÃO SENADO FEDERAL

Em termos institucionais, o Senado Federal é uma das estruturas físicas (com a Câmara dos
Deputados) e das três estruturas institucionais (Com a Câmara dos Deputados e o Congresso
Nacional) que compõem o Poder Legislativo da União.

É importante entender como ele se constitui antes de começar a estudar o regimento


propriamente. O parágrafo anterior faz menção a uma divisão física bicameral e a uma divisão
institucional tricameral. A CF, no art. 44, dispõe que o Congresso é formado pela Câmara dos
Deputados e pelo Senado. Esse disposto é a perenização de um erro de longa data, anterior à
Constituição de 1988, que confunde as instituições.

Na verdade, o Legislativo da União, sob a ótica institucional (funcional) é composto por três
estruturas: Câmara dos Deputados, Senado Federal e Congresso Nacional. Cada uma delas
tem serviços, regimentos, Mesa e competências próprias.

Esse estudo se detém sobre uma das três estruturas funcionais legislativas integrantes do
Poder Legislativo da União.

O modelo institucional do Senado brasileiro tem como referência histórica, o Senado norte-
americano.

Por conta da adoção, no vigente regime constitucional (instaurado de 1988), do conceito de


federalismo homogêneo (cada entidade federativa como o mesmo número de
representantes), cada um dos 26 Estados e o Distrito Federal elegem três Senadores,
totalizando uma composição de 81 pessoas no cargo.

Em termos constitucionais (art. 46), o Senado Federal representa a Federação brasileira, ou


seja, os estados e o Distrito Federal.

Não se discute mais se municípios também integram a Federação como entidades federativas
autônomas, mesmo assim eles não têm representante no Senado Federal. Isso não
descaracteriza o município como ente federativo.

Assim:

Poder Legislativo Senado Federal


Câmara dos Deputados
Congresso Nacional
Cada uma das estruturas do Legislativo da União tem serviços, regimentos e competência
própria. De forma esquemática

Senado Federal Regimento Próprio (Regimento Interno do


Senado Federal);
Serviços e servidores próprios;
Competências próprias
Pauta de Ordem do Dia próprio
Câmara dos Deputados Regimento próprio (Regimento Interno da
Câmara dos Deputados);
Serviços e servidores próprios;
Competências próprias; Pauta de Ordem do
Dia própria
Congresso Nacional Regimento próprio (Regimento Comum);
Serviços próprios, executados por servidores
cedidos pela Câmara dos Deputados e pelo
Senado Federal;
Competências próprias;
Pauta da Ordem do Dia própria.
O Congresso Nacional não tem servidores próprios. Estes são cedidos à casa pelo Senado e
pela Câmara e são remunerados pelos locais de trabalho de origem.

Quanto aos serviços e aos servidores do Senado Federal, colhe-se a Constituição Federal em
seu art. 52:

Cargos do Criação por Transformação Extinção por Aumento da


Senado Federal resolução do SF por resolução resolução do SF remuneração
(SF) do SF por lei cujo
projeto é de
autoria
privativa do SF

Somente pela lei que se pode extinguir, transformar ou se criar cargo público. É regra, mas
uma das exceções a ela está disposta nas resoluções referentes ao Senado.

Parar criar, transformar e ou extinguir cargos públicos no Senado, não é necessário criar uma
nova lei, mas usa-se resolução do próprio Senado. Todavia, para aumentar a remuneração
desses cargos, deve-se emitir Lei Ordinária Federal, cujo projeto seja privativo à Casa.

Isso quer dizer que, para ajustar a remuneração de seus servidores, o Senado deve apresentar
um projeto de lei a ser discutido e votado por ele. Em seguida se aprovado, esse projeto vai
para a câmara dos Deputados, onde será discutido e votado também; se aprovado, segue para
a sanção presidencial.

É inconstitucional, portanto, alterar as remunerações dos servidores do Senado por resolução;


também fere as normas realizar essa ação por um ato conjunto da Mesa

Tempos atrás, o Senado e a Câmara editaram ato conjunto reajustando os salários dos
servidores das duas casas. A matéria foi encaminhada ao STF, o qual determinou a
inconstitucionalidade da ação, pois não existe ato conjunto com força de lei no Brasil.

Embora possa, por resolução, criar, transformar e extinguir cargos na sua estrutura, o Senado
precisa de Lei Ordinária Federal para realizar alterações na remuneração de seus servidores,
ou seja, incide nessa ação o princípio da reserva de lei formal.

É necessário ter atenção quanto às reservas da iniciativa do projeto de lei: a única origem de
um projeto de lei que aumente a remuneração dos servidores do Senado e dele mesmo. Esse
projeto não pode se originar na Câmara, nem na Presidência da República. O presidente da
República só tem autoria do projeto de lei quando se trata de reajuste geral de remuneração
para todo o funcionalismo.

Não confunda fixação ou aumento da remuneração dos servidores do Senado com a fixação ou
aumento dos subsídios de Senadores. A remuneração dos cargos dos servidores do Senado
exige lei, cujo projeto é de autoria do Senado (CF, art. 52, IV). Já os subsídios dos Senadores
exigem Decreto Legislativo do Congresso Nacional, que vai estabelecer o mesmo valor para
Senadores e Deputados Federais (CF, art. 49, VIII).

Uma situação é fixar ou aumentar o subsidio dos senadores; outra é fixar ou aumentar a
remuneração dos servidores do senado. Os subsídios dos primeiros sofrem aumento junto com
os dos deputados e exigem projeto legislativo.

Como os demais Poderes Legislativos no País, suas funções constitucionais típicas são a
legislativa e a fiscalizatória. Sua competência legislativa, obviamente, é a da União, delineada
principalmente pelos art. 22 (competência legislativa privativa) e 24 (competência legislativa
concorrente) da Constituição Federal, além de outras, distribuídas pelos arts. 52 e 155, que
devem ser tratadas por resolução do Senado.

Matérias tratadas pelo Senado Federal ao Art. 22 (competência legislativa privativa da


votar projeto de lei União );
(Projeto de lei depende também de Art. 24 (competência legislativa
decisão da Câmara dos Deputados e de concorrente);
sanção do Presidente da República) Art. 48 (relação meramente
exemplificativa).
Matérias tratadas pelo Senado Federal ao Art. 49.
votar projeto de Decreto Legislativo
(o qual depende também de decisão da
Câmara dos Deputados, mas não se
submete à sanção do Presidente da
República)
Matérias tratadas pelo Senado Federal ao Art. 52 (apresenta as competências
votar projeto de resolução (a qual não privativas do Senado); Art. 155 (aborda
depende de decisão da Câmara dos resolução do Senado acerca de alíquotas de
Deputados nem de sanção do Presidente da impostos dos estados).
República)

Além disso, o Senado Federal participa do processo de elaboração de Emendas


Constitucionais, devendo deliberar em dois turnos, com exigência de três quintos de sua
composição para aprová-las em cada votação. Esse processo será visto em aula própria desse
curso.

Na sua função legislativa, sua existência, no plano teórico destinar-se-ia a preservar, na


legislação nacional e federal, os interesses dos estados e do Distrito Federal e atuar corno uma
espécie de “câmara de resfriamento e de decantação" das decisões legislativas da Câmara dos
Deputados (eis porque no processo legislativo bicameral, o Senado atua na grande maioria das
vezes como Casa Revisora).

Lei federal e lei nacional não são os mesmos conceitos. A primeira é feita pelo Congresso, com
sanção do Presidente da República e é aplicável exclusivamente a serviços, a servidores e a
órgãos da União. Já a segunda é feita pelo Congresso, com sanção presidencial e aplicável à
União, aos estados, ao Distrito Federal ou aos municípios.
Senadores
A Eleição de Senador se dá pelo sistema majoritário (ao contrário dos Deputados Federais, que
são eleitos pelo sistema proporcional). Isso implica a eleição do mais votado
independentemente do quociente partidário ou eleitoral.

Cada Senador é eleito com dois suplentes próprios, compondo uma chapa com três nomes.

Isso quer dizer que o eleitor vota na chapa para eleger o Senador e os suplementos deste.

A idade mínima para se eleger Senador é 35 anos, podendo o candidato ser brasileiro nato ou
brasileiro nato ou ainda português equiparado.

Não há nenhuma exigência constitucional a qual exija que todo Senador seja brasileiro nato,
apenas o Presidente da casa Senado deve sê-lo.

A renovação do Senado Federal não é total como na Câmara dos Deputados, mas parcial, a
cada quatro anos, por um e por dois terços, alternadamente. Para permitir essa renovação
intercalar, na primeira eleição de um Estado novo; serão eleitos três Senadores:

A) Se os demais Estados estiverem renovando por dois terço, os dois mais votados terão
mandato de oito anos, e o terceiro colocado, mandato de quatro anos;
B) Se os demais Estados estiverem renovando por um terço, os mais votado terá
mandato de oito anos e os outros dois, de quatro anos.

Por conta disso, a cada eleição para o Senado, haverá Senadores em fim de mandato e outros
na metade do mandato.

• se a eleição for para renovar dois terços do Senado, cada estado e o Distrito Federal
terão, no momento da eleição, um Senador com mais quatro anos de mandato:

• se a eleição for para renovar um terço do Senado, cada estado e o Distrito Federal terão,
na época da eleição, dois Senadores com mais quatro anos de mandato.

A partir da segunda eleição nesse Estado novo, todos os senadores eleitos (dois e um
alternadamente) terão mandato por oito anos. Os subsídios dos Senadores são fixados,
juntamente com os dos Deputados Federais, por decreto legislativo do Congresso Nacional (CF,
art. 49, VII) em valor idêntico para os membros das duas casas. Finalmente, os Senadores
beneficiados por imunidades constitucionais são elas:

a) a material, ou inviolabilidade;

b) a formal;

c) a testemunhal;

d) a de incorporação militar. Estas imunidades serão analisadas nesse curso, no momento


oportuno.

Sede do Senado Federal


A primeira sede do Senado Federal foi o Palácio do Conde dos Arcos, no Rio de Janeiro,
ocupado desde os primórdios até 1925, quando foi transferido para o Palácio Monroe.
Com a inauguração de Brasília, o Senado foi deslocado, em 1960, para a nova Capital da
República.
De acordo com o art. 1º, caput, do Regimento Interno do Senado Federal (RISF), “a sede
regular do Senado é o Palácio do Congresso Nacional”, em Brasília. O Palácio do Congresso
Nacional é a designação regimental e não oficial do Palácio Nereu Ramos, que abriga o
Legislativo da União.

RISF
Art. 1º. O Senado Federal tem sede no Palácio do Congresso Nacional, em Brasília. Parágrafo único. Em caso de
guerra, de comoção intestina, de calamidade pública ou de ocorrência que impossibilite o seu funcionamento
na sede, o Senado poderá reunir-se, eventualmente, em qualquer outro local, por determinação da Mesa, a
requerimento da maioria dos Senadores.

Nenhum dispositivo no RISF autoriza a transferência temporária da sede do Senado para


fora do Palácio do Congresso Nacional, o que exigiria decreto legislativo do Congresso
Nacional e deveria ser feito em conjunto com a Câmara dos Deputados (CF, art. 49, VI). O
parágrafo único do art. 1º do RISF autoriza apenas a realização de sessões fora da sede,
mantida esta sede no seu lugar habitual

O disposto nesse artigo permite a realização de sessão em qualquer outro local, desde
que dentro do território nacional, nunca em território estrangeiro

Causas Para Realização de Sessão Fora da Sede


Guerra O conceito de “guerra”, para esses fins,
não abrange apenas aquele praticado pelo
Direito Internacional, que exige declaração
formal. Para fins regimentais,
contrariamente, será “guerra” qualquer
situação bélica militar envolvendo o Brasil,
quer no polo ativo, quer no passivo.
Incumbirá à Mesa decidir se os efeitos
gerados pela situação de guerra são
suficientes para justificar realização de
sessões do Senado fora da sede
Comoção Intestina Essa expressão designa qualquer situação
de conflagração interna no Brasil, civil,
militar ou paramilitar, que não tenha
envolvimento estrangeiro. Incluem-se no
conceito a desobediência civil,
movimentos insurrecionais, revoltas
armadas, greves agressivas e outras
situações conflitivas nacionais
Calamidade pública São eventos gerados por elementos
naturais, como enchentes, secas,
epidemias, desabastecimento e
assemelhados
Ocorrência impossibilitante É qualquer ocorrência, natural ou não, que
impeça o Senado de trabalhar
normalmente em sua sede regular, como
falta de energia elétrica ou água, ameaça
de epidemia e outros
Esse funcionamento do Senado fora da sede precisa ser necessariamente temporário.
Essas sessões podem ocorrer em qualquer ponto do território nacional, mas não em
território estrangeiro.

Não há previsão regimental para que tal sessão fora da sede tenham caráter festivo ou
comemorativo, pois todas as hipóteses que justificam têm viés negativo.

A realização das sessões fora da sede depende:

A) De requerimento da maioria absoluta do Senado Federal (assinado por pelo menos 41


senadores), contendo justificação
B) De decisão da mesa do Senado, pela sua maioria, designando o período e o local.

Sempre que o RISF mencionar “maioria dos senadores, sem especificação conexa, refere-
se À maioria absoluta dos Senadores, isto é, o primeiro número inteiro acima da metade
dos membros.

O requerimento precisa ser escrito e assinado pela maioria absoluta dos senadores, uma
vez que seria praticamente impossível que fosse feito oralmente e precisa ser justificado,
porque deve se enquadrar naquelas quatro hipóteses previstas regimentalmente.

A mesa do Senado pode indeferir o requerimento, caso os autores do requerimento não


consigam comprovar que há uma situação de guerra, de calamidade pública de comoção
intestina ou de ocorrência impossibilitante.

Tipo de Requerimento Escrito e Justificado


Autoria Maioria absoluta dos senadores
Pedido Realização de sessão do Senado fora da
sede ordinária da Casa, indicando
expressamente as razões (entre as
indicadas pelo RISF) que sustentam o
requerimento e sugerindo data, local e
período
Destinatário do requerimento Presidente do Senado.
Decisão Pela maioria simples da Mesa. Pela maioria simples da Mesa
Conteúdo da decisão Acatando ou não o requerido. Se deferido,
a Mesa deverá informar o local e o período
das sessões do Senado que serão
realizadas fora do Palácio do Congresso
Nacional.
Recurso contra a decisão Não há
Sessões Preparatórias

Embora o Capitulo III do RISF seja denominado “Das Reuniões preparatórias” essa
expressão é incorreta. A CF classifica esses eventos de Plenário do Senado (e da Câmara
dos Deputados) como “sessões preparatórias” (CF, art. 54, §4º) e não “reuniões” Em
decorrência disso, essa expressão está revogada tacitamente pela CF, devendo ser
utilizada a expressão “sessões”

O RISF é anterior à Constituição Federal, por isso existem algumas divergências entre eles.
O Plenário do Senado não faz reuniões, faz sessões

Número e Destinação RISF


Art. 3º. A primeira e a terceira sessões legislativas ordinárias de cada
legislatura serão precedidas de reuniões preparatórias, que obedecerão às
seguintes normas:

Obs.: cada legislatura possui quatro sessões legislativas ordinárias (SLO). Cada SLO se inicia
em dois de fevereiro, então, as sessões preparatórias devem ocorrer antes desse dia na
primeira e na terceira SLO. Cada SLO se inicia em dois de fevereiro e se encerra em 22 de
dezembro.

IV – a primeira reunião preparatória realizar-se-á:

a) no início de legislatura, a partir do dia 1º de fevereiro;

b) na terceira sessão legislativa ordinária, no dia 1º de fevereiro;

Obs.: a diferença entre a sessão do início da legislatura (a partir do dia 1º de fevereiro) e a


sessão preparatória da terceira sessão legislativa (no dia 1º de fevereiro) se deve ao fato
de que, na redação original da Constituição Federal, a primeira SLO se iniciava em 15 de
fevereiro. Uma Emenda Constitucional modificou esse início para o dia dois de fevereiro.
Como o RISF já previa essa data, permaneceu inalterado esse dispositivo, mas seu sentido,
então, restou esvaziado. Com as sessões preparatórias ocorrendo antes do dia dois de
fevereiro, fica claro que elas ocorrem fora da SLO.

V – no início de legislatura, os Senadores eleitos prestarão o compromisso


regimental na primeira reunião preparatória; em reunião seguinte, será
realizada a eleição do Presidente e, na terceira, a dos demais membros da
Mesa;

VI – na terceira sessão legislativa ordinária, far-se-á a eleição do Presidente


da Mesa na primeira reunião preparatória e a dos demais membros, na
reunião seguinte;

Em decorrência do disposto nesse artigo, uma legislatura terá cinco sessões preparatórias:

• três que antecedem a primeira SLO;

• duas que antecedem a 3º SLO.

1ª sessão preparatória anterior à 1ª SLO Posse dos Senadores eleitos no ano


anterior.
2ª sessão preparatória anterior à 1ª SLO Eleição do Presidente do Senado para o
primeiro biênio da legislatura
3ª sessão preparatória anterior à 3ª SLO Eleição dos demais cargos da Mesa
1ª sessão preparatória anterior à 3ª SLO Eleição do Presidente do Senado para o
segundo e último biênio da legislatura
2ª sessão preparatória anterior à 3ª SLO Eleição dos demais cargos da Mesa.
Obs.: todas as sessões preparatórias ocorrem dentro da legislatura, mas fora das sessões
legislativas ordinárias.

Sessões Preparatórias

1º SP 2º SP
22/12 2/Fev 22/12
Eleição do Eleição do
Fim da 1ª SLO Início da 2 SLO Fim da 2 SLO
Presidene Resto da Mesa
31/jan
Início da 3ª SLO Fim da 3 SLO Início da 4ª SLO Fim da 4ª SLO
Legislatura

1ªSP 2ª SP 3ª SP
1º/Fev 2/Fev
Posse dos Eleição do Eleição do
Inicio da Legislatura Início da 1ªSLO
Senadores Presidente Resto da Mesa
Em geral, as três primeiras sessões preparatórias que antecedem à primeira SLO acontecem no
mesmo dia.

Todas as sessões preparatórias ocorrem dentro da legislatura, mas fora das sessões legislativas
ordinárias.

Do Regramento Processual

Regimento Interno do Senado Federal (RISF)

Art. 3. I – iniciar-se-ão com o quórum mínimo de um sexto da composição


do Senado, em horário fixado pela Presidência, observando-se, nas
deliberações, o disposto no

art. 288, VII – nas reuniões preparatórias, não será lícito o uso da palavra,
salvo para declaração pertinente à matéria que nelas deva ser tratada.

O quórum de abertura de uma sessão preparatória é, assim, um sexto da composição do


Senado. A referência ao art. 288 significa que as deliberações serão tomadas por maioria
simples, presente a maioria absoluta dos membros

Esse quórum mínimo não é da composição total do Senado, mas da composição


remanescente, considerados apenas os Senadores que ainda são detentores de mandato
legislativo (um terço, se a renovação do Senado foi por dois terços; dois terços, se a renovação
se deu por um terço).

Senadores eleitos e ainda não empossados não poderão ser considerados para fins de quórum,
mesmo os reeleitos, cujos mandatos se encerraram.

Assim, se o Senado estiver se renovando por dois 2/3, o quórum será de 1/6 sobre 1/3, que é a
composição remanescente. Se estiver se renovando por 1/3, o quórum será de 1/6 sobre 2/3,
que é a composição remanescente.

Quanto ao uso da palavra, só será lícito para proferir os juramentos de posse e para tratar da
eleição da Mesa.

Da Formação das Mesas das Sessões Preparatórias

Como o Senado estará em sessão, ainda que preparatória, esses trabalhos deverão ser
conduzidos por uma Mesa, cuja formação somente poderá contar com Senadores que ainda
são detentores de mandato, isto é, que ainda estarão em exercício por mais quatro anos.
Senadores sem mandato, mesmo que reeleitos, não poderão integrar essa Mesa, pois ainda
não tomaram posse no novo mandato.

RISF Art. 3, II – a direção dos trabalhos caberá à Mesa anterior, dela


excluídos, no início de legislatura, aqueles cujos mandatos com ela
houverem terminado, ainda que reeleitos;
Obs.: aqueles que forem reeleitos ainda não são propriamente Senadores, uma vez que não
tomaram posse. Assim, não podem ocupar a Mesa dessa sessão preparatória. A direção dos
trabalhos, então, caberá ao membro da Mesa anterior que ainda tiver mais quatro anos de
mandato, obedecendo à hierarquia dos cargos: Presidente, Primeiro e Segundo Vice-
Presidentes, Primeiro, Segundo, Terceiro e Quarto Secretários e os quatro Suplentes. Se, por
exemplo, somente continuam no mandato o terceiro e o quarto Secretários, caberá ao terceiro
secretário a Presidência dessa Mesa

III – na falta dos membros da Mesa anterior, assumirá a Presidência o mais


idoso dentre os presentes, o qual convidará, para os quatro lugares de
Secretários, Senadores pertencentes às representações partidárias mais
numerosas;

Obs.: se não houver nenhum membro da Mesa anterior com mandato, a Presidência da Mesa
caberá ao Senador mais idoso com mandato, o qual convidará para os quatros lugares de
Secretários os Senadores com mandato das representações partidárias mais numerosas.

Mesa que dirige os trabalhos da 1ª sessão Será a Mesa que dirigiu o Senado no
preparatória prévia à 1ª SLO segundo biênio da legislatura finda,
Sessão de posse dos eleitos excluídos os Senadores cujos mandatos
tenham se encerrado. Não havendo
membros suficientes para secretariar a
sessão, o Presidente convidará para essas
funções Senadores dos partidos mais
numerosos.

Se não houver nenhum remanescente da


Mesa do segundo biênio com mandato de
Senador, presidirá a sessão o Senador mais
idoso entre os que ainda são detentores de
mandato.
Mesa que dirige os trabalhos da 2ª sessão Até a eleição do Presidente, será a mesma
preparatória prévia à 1ª SLO Mesa da 1ª sessão preparatória.
Sessão de eleição do Presidente do Senado Após a eleição, passará a presidir o novo
Presidente eleito, que assume
imediatamente. Nas funções de Secretários,
permanecem os que atuaram na 1ª sessão
preparatória.
Mesa que dirige os trabalhos da 3ª sessão Será o novo Presidente do Senado, eleito na
preparatória prévia à 1ª SLO 2ª sessão preparatória com os Secretários
Sessão para eleição dos demais cargos da que vinham atuando, até a eleição dos
Mesa novos membros, que serão empossados
imediatamente
Mesa que dirige os trabalhos da 1ª sessão Será a Mesa eleita pelas 2ª e 3ª sessões
preparatória prévia à 3ª SLO Sessão para preparatórias realizadas antes do início da 1ª
eleição do Presidente do Senado para o Sessão Legislativa, até a eleição do novo
segundo biênio Presidente. Após isso, o Presidente recém-
eleito assumirá a direção dos trabalhos.
Serão mantidos em suas funções os quatro
Secretários eleitos para compor a Mesa no
primeiro biênio.
Mesa que dirige os trabalhos da 2ª sessão Será o Presidente eleito na sessão
preparatória prévia à 3ª SLO Sessão para preparatória anterior, secretariado pelos
eleição dos demais cargos da Mesa para o quatro Secretários que atuaram no primeiro
segundo biênio biênio, até a eleição dos novos membros,
que serão imediatamente empossados.

Prazo para a Posse do Senador

Início da contagem de prazo para a posse de Dia 2 de fevereiro, data da instalação da


Senador eleito na eleição regular Sessão Legislativa Ordinária (SLO)
Início da contagem de prazo para a posse de Data da diplomação do eleito pela Justiça
Senador eleito ao longo da legislatura (por Eleitoral
não haver mais Senador ou Suplentes para
assumir o mandato se restarem mais de 15
meses para o final deste)
Não ocorrência de posse no prazo de 90 dias Ocorre renúncia tácita ao mandato e é
sem requerimento de prorrogação de prazo convocado o 1º Suplente para assumir o
mandato em sucessão, como titular, e
concluir esse mandato.
Apresentação do requerimento de Deve ocorrer antes do término do prazo de
prorrogação 90 dias.
Tratamento do requerimento de Como regra, deverá ser votado pelo Plenário
prorrogação e decidido por maioria simples. Se isso não
ocorrer antes do fim do prazo inicial de
posse, o requerimento será dado como
aprovado (art. 6º)
Formalidade do requerimento de Deve ser escrito e fundamentado, devendo
prorrogação apresentar as razões pelas quais pretende a
prorrogação.
Requerimento de prorrogação de posse O Senador requerente deverá tomar posse
rejeitado pelo Plenário antes do fim do prazo inicial de 90 dias.
Requerimento de prorrogação de posse O Senador terá mais 30 dias, após o término
aprovado pelo Plenário do prazo inicial de 90 dias, para tomar posse.
Não ocorrência da posse no prazo Ocorre a renúncia tácita ao mandato, sendo
prorrogado convocado o 1º Suplente para assumir a
titularidade do mandato e concluí-lo.

Regimento Interno do Senado Federal (RISF)

Art. 30. Considerar-se-á como tendo renunciado (arts. 4º, § 6º, e 5º, § 1º):

I – o Senador que não prestar o compromisso no prazo estabelecido neste


Regimento;

II – o Suplente que, convocado, não se apresentar para entrar em exercício


no prazo estabelecido neste Regimento.

Art. 31. A ocorrência de vacância, em qualquer hipótese, será comunicada


pelo Presidente ao Plenário. Parágrafo único. Nos casos do art. 30, até o dia
útil que se seguir à publicação da comunicação de vacância, qualquer
Senador dela poderá interpor recurso para o Plenário, que deliberará,
ouvida a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania.

Prazo de Posse para o 1º Suplente

RISF Art. 45. Dar-se-á a convocação de Suplente nos casos de vaga, de


afastamento do exercício do mandato para investidura nos cargos referidos
no art. 39, II, ou de licença por prazo superior a cento e vinte dias (Const.,
art. 56, § 1º).

As hipóteses regimentais de vaga estão descritas no art. 28 deste Regimento, e se constituem


em falecimento, renuncia expressa ou tácita e perda de mandato.

Os Casos de afastamento ocorrem quando o Senador Assume cargo de Ministro de Estado,


Governador de Território, de Secretários de Estado, de Secretário do Distrito Federal, de
Secretário de território federal, de secretário de Prefeitura de Capital ou de chefe de missão
diplomática temporária, referido no art. 39, II.

Além de propiciar a convocação de Suplente, independentemente do prazo, o afastamento,


nesses casos, também implica imediata e automática renúncia (tácita) ao cargo que o Senador
ocupava na Mesa do Senado, segundo o art. 47.

RISF Art. 47. A assunção a cargo de Ministro de Estado, de Governador de


Território e de Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de
Prefeitura de Capital, ou de chefe de missão diplomática temporária,
implica renúncia ao cargo que o Senador exerça na Mesa.

Os casos de licenças estão referidos no art. 43 deste Regimento, e a que permite a convocação
de Suplente é a feita com base no inciso I desse artigo, a licença por motivo de doença, já que
a requerida para tratar de interesses particulares não pode ultrapassar 120 dias por sessão
legislativa.

Licença com prazo inferior a 120 dias não leva à convocação de Suplente. Nesse caso, o Estado
ficará com um Senador a menos durante o período da licença.

O 1º Suplente pode tomar posse em sucessão ou substituição. Tomará posse em sucessão,


como titular de mandato, para concluí-lo nos casos de vaga. Tomará posse em substituição,
para exercício temporário do mandato, nos casos de licença e afastamento.

RISF Art. 5º. O primeiro Suplente, convocado para a substituição de


Senador licenciado, terá o prazo de trinta dias improrrogáveis para prestar
o compromisso, e, nos casos de vaga ou de afastamento nos termos do art.
39, II, de sessenta dias, que poderá ser prorrogado, por motivo justificado,
a requerimento do interessado, por mais trinta dias

Licença do Senador 1º Suplente deve tomar posse no prazo


improrrogável de 30 dias.
Afastamento do Senador ou vaga no 1º Suplente deve tomar posse no prazo de
mandato 60 dias, admitida uma prorrogação por mais
30 dias, a requerimento.
Licença de Senador
RISF Art. 43. Para os efeitos do disposto no art. 55, III, da Constituição, o
Senador poderá:

I – quando, por motivo de doença, se encontre impossibilitado de


comparecer às sessões do Senado, requerer licença, instruída com laudo de
inspeção de saúde (Const., art. 56, II);

II – solicitar licença para tratar de interesses particulares, desde que o


afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa
(Const., art. 56,
II). ............................................................................................

§ 4º A licença à gestante, a licença ao adotante e a licença paternidade,


todas remuneradas, equivalem à licença por motivo de saúde de que trata
o art. 56, II, da Constituição Federal.

Art. 44. Considerar-se-á como licença concedida, para os efeitos do art. 55,
III, da Constituição, o não comparecimento às sessões do Senador
temporariamente privado da liberdade, em virtude de processo criminal em
curso.

Obs.: a licença concedida, nesse caso, terá a duração da prisão temporária.

Art. 44-A. Considerar-se-á como licença autorizada, para os fins do disposto no art. 55, III, da
Constituição, e no art. 38, parágrafo único, deste Regimento, a ausência às sessões de Senador
candidato à Presidência ou Vice-Presidência da República, no período compreendido entre o
registro da candidatura no Tribunal Superior Eleitoral e a apuração do respectivo pleito.

§ 1º O disposto neste artigo aplica-se aos candidatos que concorrerem ao segundo turno.

§ 2º Para os fins do disposto neste artigo, o Senador deverá encaminhar à Mesa certidão
comprobatória do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.

Se o Senador requerer qualquer dessas licenças, desde que por prazo superior a 120 dias, será
convocado o seu 1º Suplente para a posse, em substituição. Para isso, terá o prazo de 30 dias
improrrogáveis, contados da convocação para a posse, feita pelo Presidente do Senado.

Não será convocado suplente para a posse se a licença do Senador for inferior a 120 dias.

Vaga no Mandato de Senador

RISF A
rt. 28. As vagas, no Senado, verificar-se-ão em virtude de:

I – falecimento;

II – renúncia;

III – perda de mandato.

Obs.: a renúncia pode ser expressa oral, quando feita por discurso; expressa escrita, quando
feita por ofício ao Presidente do Senado; ou tácita, quando não toma posse no prazo
regimental.

Nas hipóteses elencadas nesse artigo, o 1º Suplente assume em sucessão, isto é, como titular
do mandato, tendo para isso 60 dias, prorrogáveis uma vez, a requerimento fundamento, por
mais 30 dias

Afastamento de Senador
RISF Art. 39. O Senador deverá comunicar ao Presidente sempre que:

I – ausentar-se do País;

II – assumir cargo de Ministro de Estado, de Governador de Território, de


Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de
Capital ou de chefe de missão diplomática temporária (Const., art. 56, I).

Parágrafo único. Ao comunicar o seu afastamento, no caso do inciso I, o


Senador deverá mencionar o respectivo prazo.

Nesses casos, o Senador afastado será substituído pelo 1º Suplente, independentemente do


prazo de afastamento. O prazo para posse, como já visto, é de 60 dias, prorrogáveis uma vez
por mais 30 dias, a requerimento fundamentado.

Requerimento de Prorrogação de Posse pelo 1º Suplente Nos casos de convocação para posse
do 1º Suplente, por vaga ou afastamento, em que a prorrogação é possível, o requerimento,
escrito e fundamentado, deverá ser apresentado dentro do prazo de 60 dias, sob pena de
renúncia tácita à condição de 1º Suplente.

Esse requerimento será, em regra, votado e decidido pelo Plenário por maioria simples,
devendo isso ocorrer antes do fim do prazo inicial de posse. Se isso não ocorrer, considerar- -
se-á concedida prorrogação, conforme art. 6º.

Ocorrendo a renúncia tácita do 1º Suplente, isso não implica apenas a renúncia a assumir o
mandato naquela ocasião, mas, sim, a renúncia à condição de suplente, que deixa de existir.
Nos termos do art. 48, XVI, é competência do Presidente do Senado convocar Suplentes para a
posse. O prazo para posse, nesse caso, começa a contar a partir da convocação do Presidente.

Prazo de Posse de 2º Suplente RISF Art. 5º. § 1º Se, dentro dos prazos estabelecidos neste
artigo, o Suplente não tomar posse e nem requerer sua prorrogação, considerar-se-á como
tendo renunciado ao mandato, convocando-se o segundo Suplente, que terá, em qualquer
hipótese, trinta dias para prestar o compromisso.

Obs.: trata-se da renúncia tácita do 1º Suplente.


Assim, quer ocorra licença, vaga ou afastamento do 1º Suplente, o 2º Suplente da chapa eleita
será convocado pelo Presidente do Senado para tomar posse em 30 dias, improrrogáveis,
também sob pena de renúncia tácita.

Se não houver mais Senador ou Suplentes para assumir o mandato e faltarem 15 meses ou
mais para o término deste, será feita nova eleição no Estado, para se eleger nova chapa,
composta por uma Senador e dois Suplentes, para concluir o mandato em curso, conhecido
popularmente como “mandato-tampão”.

Se o tempo restante do mandato for inferior a 15 meses, o mandato ficará vago e o Estado ou
o Distrito Federal terá um Senador a menos até a próxima eleição regular.

Não deliberação do Requerimento de Prorrogação do Prazo de Posse pelo Plenário

A prorrogação do prazo de posse exige que o interessado Senador ou Suplente) apresente


requerimento escrito e fundamento antes do fim do prazo inicial de posse, e que esse
requerimento seja aprovado pelo plenário do Senado, por maioria simples.

Esse requerimento pode não ser votado, pela realização de sessão ou por falta de quórum,
condição em que será concedida a prorrogação.

Regimento Interno do Senado Federal (RISF)

Art. 6º. Nos casos dos arts. 4º, § 5º, e 5º, § 1º, havendo requerimento e findo o prazo sem ter
sido votado, considerar-se-á como concedida a prorrogação.

Obs.: o prazo a que se refere esse dispositivo é o que resta do prazo inicial para a posse do
Senador ou do Suplente.

Entre as causas que podem levar à não deliberação do requerimento, estão a falta de quórum
para realização de sessão ou para deliberação, e o pequeno prazo restante à decisão do
Plenário, por ter o requerimento sido apresentado nos últimos dias do prazo inicial de posse.

Juramento de Posse por Suplente Assim como o Senador, o Suplente também deve prestar
compromisso quando toma posse.

RISF

Art. 5º.....................................................................................................................

§ 2º O Suplente, por ocasião da primeira convocação, deverá prestar o compromisso na forma


do art. 4º e, nas seguintes, o Presidente comunicará à Casa a sua volta ao exercício do
mandato.

Obs.: nos casos de substituição do Senador ou de 1º Suplente (por licença ou afastamento), o


suplente que toma posse somente proferirá o compromisso na primeira vez que tomar posse
somente proferirá o compromisso na primeira vez que tomar posse. Caso haja mais de uma
substituição, o Presidente do Senado apenas fará o comunicado, sem novo compromisso.

Comunicações Obrigatórias no Momento da Posse

RISF
Art. 7º. Por ocasião da posse, o Senador ou Suplente convocado comunicará à Mesa, por
escrito, o nome parlamentar com que deverá figurar nas publicações e registros da Casa e a
sua filiação partidária, observando o disposto no art. 78, parágrafo único.

§ 1º Do nome parlamentar não constarão mais de duas palavras, não computadas nesse
número as preposições.

§ 2º A alteração do nome parlamentar ou da filiação partidária deverá ser comunicada, por


escrito, à Mesa, vigorando a partir da publicação no Diário do Senado Federal.

Obs.: o nome parlamentar será usado como identificação do Senador, em todas as publicações
do Senado e nos registros internos, como atas, pareceres, votos em separado e declaração de
voto.

Art. 10. O Senador ou Suplente, por ocasião da posse, inscreverá, em livro específico, de
próprio punho, seu nome, o nome parlamentar, a respectiva rubrica, filiação partidária, idade,
estado civil e outras declarações que julgue conveniente fazer.

Art. 11. Com base nos dados referidos no art. 10, o Primeiro-Secretário expedirá as respectivas
carteiras de identidade.

Obs.: a inscrição deve ser de próprio punho, de forma a ficarem registradas a letra e a forma
de grafia do Senador ou Senadora, principalmente no que se refere à grafia do nome e à
rubrica. Isso vai ser usado para checar a veracidade de assinaturas e rubricas em documentos
atribuídos ao Senador, pois há várias proposições previstas pelo Regimento Interno ou pela
Constituição Federal que exigem autoria coletiva obrigatória, como requerimento para criação
de Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado e apresentação de Proposta de Emenda à
Constituição (que exigem de 1/3 dos Senado).

EXERCÍCIO DO MANDATO

Atribuições gerais do Senador

Art. 8º O Senador deve apresentar-se no edifício do Senado à hora regimental, para tomar
parte nas sessões do Plenário, bem como à hora de reunião da comissão de que seja membro,
cabendo-lhe:

I – oferecer proposições, discutir, votar e ser votado;

II – solicitar, de acordo com o disposto no art. 216, informações às autoridades sobre fatos
relativos ao serviço público ou úteis à elaboração legislativa;

III – usar da palavra, observadas as disposições deste Regimento.

O art. 8º traz uma primeira referência a atribuições de caráter genérico do Senador

Prerrogativa de participar de sessões de reuniões

Consta no caput do art. 8º: “O Senador deve apresentar-se no edifício do Senado à hora
regimental, para tomar parte nas sessões do Plenário, bem como à hora de reunião da
comissão de que seja membro, cabendo-lhe...”

Obs.: vale lembrar de que os eventos de plenário do Senado Federal são chamados de
“sessão”, já os eventos dos órgãos internos são denominados “reunião”.
Sobre esse conteúdo: A hora regimental dos trabalhos em Plenário é definida pelo caput do
art. 155, sendo às 14 horas, de segunda a quinta-feira, e às 9 horas às sextas-feiras, conforme
o relógio do Plenário. Esse dispositivo determina:

Art. 155. A sessão terá início de segunda a quinta-feira, às quatorze horas, e, às sextas-feiras,
às nove horas, pelo relógio do plenário, presentes no recinto pelo menos um vigésimo da
composição do Senado, e terá a duração máxima de quatro horas e trinta minutos, salvo
prorrogação, ou no caso do disposto nos arts. 178 e 179.

Conforme determina o art. 107, os dias e horários de trabalho das comissões são variáveis para
cada uma delas:

Art. 107. As reuniões das comissões permanentes realizar-se-ão: I – se ordinárias,


semanalmente, durante a sessão legislativa ordinária, nos seguintes dias e horários:

Obs.: é importante perceber que o regimento interno só faz referência ao horário de início
dessas reuniões. O horário de término é disposto em outro artigo do regimento.

a) Comissão de Assuntos Econômicos: às terças-feiras, dez horas;


b) Comissão de Serviços de Infraestrutura: às terças-feiras, quatorze horas;
c) Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania: às quartas-feiras, dez horas;
d) Comissão de Assuntos Sociais: às quintas-feiras, onze horas e trinta minutos;
e) Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional: às quintas-feiras, dez horas;
f) Comissão de Educação, Cultura e Esporte: às terças-feiras, onze horas;
g) Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do
Consumidor: às terças-feiras, onze horas e trinta minutos;
h) Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa: às terças-feiras, doze horas;
i) Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo: às quartas-feiras, quatorze horas;
j) Comissão de Agricultura e Reforma Agrária: às quintas-feiras, doze horas;
k) Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática: às quartas-
feiras, dezoito horas;
l) Comissão de Meio Ambiente: às quartas-feiras, às onze horas e trinta minutos.

Não há reunião ordinária de comissões às segundas-feiras e às sextas-feiras. Além disso,


nenhuma reunião se inicia às 16h, pois é o horário da ordem do dia do plenário

Prerrogativas do Senador de oferecer proposições Em termos regimentais o oferecimento de


proposições por Senador pode ser feito sob um de três formatos:

• iniciativa individual;

• iniciativa coletiva facultativa (quando a iniciativa poderia ser apresentada por um Senador,
mas foi apresentada por um grupo);

• iniciativa coletiva obrigatória.

Iniciativa individual Ocorre quando um único Senador pode oferecer a


proposição, sendo desta o autor para todos os fins
regimentais.
Iniciativa facultativa coletiva Ocorre quando a proposição admite iniciativa individual,
mas é apresentada por um grupo de Senadores.
Neste caso, e na forma do art. 243, será considerado autor
o primeiro signatário.
Iniciativa facultativa coletiva Ocorre quando a Constituição Federal ou o RISF
determinam um grupo mínimo de Senadores para a
apresentação de proposição como ocorre no caso de
proposta de Emenda à Constituição (um terço do Senado)
ou requerimento de constituição de Comissão Parlamentar
de Inquérito (um terço do Senado).
O inciso I do art. 8º traz o seguinte conteúdo acerca da prerrogativa do Senador:

Art. 8º (...) I – oferecer proposições, discutir, votar e ser votado;

Sobre o conceito regimental de “proposições”, dispõe o art. 211:

Art. 211. Consistem as proposições em:

i. I – propostas de emenda à Constituição;


ii. II – projetos;
iii. III – requerimentos;
iv. IV – indicações;
v. V – pareceres;
vi. VI – emendas

“Projetos”, por seu turno, é uma definição que engloba vários tipos:

Art. 213. Os projetos compreendem:

I – projeto de lei, referente a matéria da competência do Congresso Nacional, com sanção do


Presidente da República (Const., art. 48);

II – projeto de decreto legislativo, referente à matéria da competência exclusiva do Congresso


Nacional (Const., art. 49);

III – projeto de resolução sobre matéria da competência privativa do Senado (Const., art. 52)

De modo geral, um Senador, individualmente, pode ser autor de:

• projetos de lei, ordinária ou complementar;


• projetos de decreto legislativo;
• projetos de resolução do Senado;
• requerimentos;
• indicações; e
• emendas

Os pareceres, que podem, em determinadas situações, constituírem-se em proposições, são


de autoria de comissões.

Relativamente aos projetos de lei terão que ser observadas as hipóteses constitucionais de
reservas de iniciativa, estabelecidas em favor do Presidente da República, de Tribunais, do TCU
e do Procurador-Geral da República.

Dica:

Para a prova de Regimento Interno, o candidato não precisa saber quantas e quais são as
hipóteses constitucionais de reserva de iniciativa de projetos de lei (embora para a prova de
Direito constitucional isso seja importantíssimo). O candidato deverá saber, no entanto:
• Que há projetos de lei que Senador não pode propor;

• Que há hipóteses de reserva de iniciativa no próprio Regimento, as quais serão estudadas ao


longo deste curso.

No caso de proposição de autoria coletiva facultativa, como dito acima, o RISF determina ser o
autor o primeiro signatário. Na letra do RISF:

Art. 243. Considera-se autor da proposição o seu primeiro signatário quando a Constituição ou
este Regimento não exija, para a sua apresentação, número determinado de subscritores, não
se considerando, neste último caso, assinaturas de apoiamento.

Quanto à discussão de proposição, e como regra, essa pode ser feita por qualquer Senador,
tanto em Plenário quanto em reunião de comissão, mesmo que o orador não seja seu
membro. Há, contudo, situações de restrição ao poder de discutir proposição, principalmente
nos casos de urgência constitucional ou regimental e de proposição sujeita a tramitação
especial, e que serão vistas na parte relativa aos processos legislativos especiais neste curso.

Finalmente a votação no inciso é relativa às hipóteses de composição de órgãos do Senado,


como Mesa e presidência de comissões.

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta


09:0 Inicio da
0 sessão
10:0 Comissão de Comissão de Comissão
0 Assuntos Constituição, de Relações
Econômicos Justiça e Exteriores e
Cidadania: Defesa
Naciona
11:0 Comissão de 11:30:
0 Educação, Cultura Comissão
e Esporte de Assuntos
Sociais
11:30: Comissão de
Transparência,
Governança,
Fiscalização e
Controle e Defesa
do Consumidor
12:0 Comissão de 12:30: Comissão Comissão
0 Direitos Humanos de Meio de
e Legislação Ambiente Agricultura
Participativa e Reforma
Agrária
13:0
0
14:0 Inicio da Inicio da sessão/ Inicio da sessão/ Inicio da
0 sessão Comissão de Comissão de sessão
Serviços de Desenvolviment
Infraestrutura) o Regional e
Turismo
15:0
0
16:0 Ordem do Ordem do dia Ordem do dia Ordem do Ordem do dia
0 dia dia
17:0
0
18:0 Comissão de
0 Ciência,
Tecnologia,
Inovação,
Comunicação e
Informática

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