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Módulo 1 - vídeo 1.

6 -Mito:Todas as corregedorias funcionam da mesma


forma

Tem gente que acha que toda Corregedoria funciona da mesma forma, e você o que acha?
Os órgãos públicos estão espalhados por todo o país, sendo as suas funções organizadas em:
legislação, jurisdição e administração. A legislação é a função típica do Poder Legislativo e
está relacionada à criação das leis.
A jurisdição é a função exercida pelo Poder Judiciário na resolução de conflitos entre
cidadãos, entidades e órgãos do Estado, aplicando as normas jurídicas a estes casos. Já a
administração é conduzida, principalmente, pelo Poder Executivo a quem compete planejar,
organizar, executar e controlar as ações e os recursos públicos, zelando pelos interesses da
coletividade de acordo com o que determinam as normas jurídicas.
Diante da enorme extensão territorial do nosso país, o Estado brasileiro também se organiza
de forma estrutural para que possa cumprir o seu papel. A Constituição define que a
República Federativa do Brasil é formada pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Assim, os Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo estão, também, presentes em cada uma
destas esferas: federal, estadual, distrital e municipal.
Nesse curso, focamos na atividade correcional desempenhada no âmbito do poder executivo.
Em qualquer uma das esferas, (federal, estadual, distrital ou municipal) o poder público pode
prestar serviços diretamente, ou por meio dos seus órgãos da Administração Direta ou pode
criar uma instituição pública para descentralizar algum serviço.
Há diferentes tipos de instituições públicas descentralizadas: autarquias, fundações públicas,
sociedades de economia mista e empresas públicas. Juntas elas formam a Administração
Indireta.
As diferenças não param por aí. De acordo com a função do órgão, ele terá um regime de
contratação dos agentes públicos. De maneira geral, os órgãos da administração direta, as
autarquias e as fundações públicas seguem o regime estatutário, ou seja, o seu vínculo
trabalhista segue o regime próprio do servidor público.
Na esfera federal, por exemplo, todos os servidores públicos civis estão sujeitos ao Regime
Jurídico Único, definido pela Lei nº 8.112/90. Já as empresas públicas e as sociedades de
economia mista seguem, em regra, o regime celetista, a CLT.
Como os regimes de contratação são diferentes, a atividade correcional também é diferente.
A Lei nº 8.112/90 define as punições para as infrações disciplinares cometidas por servidores
públicos e estabelece diferentes tipos de processos para apurar os desvios de conduta e
determinar pela punição ou não.
No caso dos empregados públicos, esses são regidos pela CLT, o mesmo regime dos
trabalhadores da iniciativa privada, e estão sujeitos a três tipos de punição: a advertência, a
suspensão de até 30 dias e a demissão, ou dispensa, por justa causa.
A dispensa sem justa causa não é considerada punição disciplinar, pois ela é uma decisão
relacionada à gestão do contrato de trabalho e não à conduta do empregado. No regime da
CLT, a suspensão do empregado não pode ser convertida em multa, segundo determinação
dos tribunais trabalhistas.
As corregedorias das empresas públicas e sociedades de economia mista também seguem as
normas e orientações gerais da área correcional, o que garante a justiça e a uniformidade na
sua atuação.
Mesmo com as suas diferenças, uma coisa não muda: todos os órgãos e as entidades públicas
obedecem à Lei Anticorrupção e podem instaurar o processo administrativo de
responsabilização contra as empresas privadas que cometerem atos lesivos contra a
administração.
Os empregados públicos também são alcançados pela Lei Complementar nº 64 de 1990,
ficando inelegíveis por 8 anos em caso de demissão por justa causa decorrente de processo
administrativo ou judicial.
Nesses casos, o apenado também não pode assumir cargos de direção ou ser parte do
Conselho de Administração de qualquer empresa pública, conforme previsão da Lei das
Estatais (Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016).
O regime celetista estabelece as condutas passíveis de demissão por justa causa, mas não
define o procedimento que será adotado para apurar o caso e determinar a punição. Assim,
cada instituição pública deve detalhar estes procedimentos em seus normativos internos,
dando segurança a todos os seus empregados.

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