Você está na página 1de 4

APOSTILA 9 – APONTAMENTOS

RAMOS DO DIREITO

O Direito, como foi definido, e um sistema unificado de normas ou regras de conduta que
disciplinam a vida do homem em sociedade. Como sistema de normas, e composto por
varios tipos de normas distintos sendo que, cada tipo de normas pertence a uma
detrminada familia ou um ramo do Direito.

Em regra, existem dois grandes ramos do Direito:

 O Ramo das normas que regulam relacoes de natureza privada, e


 O Ramo das normas que regulam relacoes de natureza publica

Como saber a que familia pertence um tipo de normas?

Existem tres criterios principais de distincao:

 Critério da Natureza dos Interesses;


 Critério da Qualidade dos Sujeitos;
 Critério da Posição Relativa dos sujeitos na relação Jurídica.

De acordo com o critério da natureza dos interesses, Direito Publico é formado pelas
normas que regulam predominantemente ou essencialmente à prossecução de interesses
públicos e Direito Privado serve predominante ou essencialmente a prossecução de
interesses privados.

Para o critério da qualidade dos sujeitos, é publico o Direito que regula situações em que
intervenha o Estado ou qualquer ente público e privado o Direito que regula as situações
dos particulares.

Finalmente, o critério da posição dos sujeitos que diz que Direito Publico é àquele que
constitui e organiza o Estado e os demais entes públicos e regula a sua actividade como
entidades dotadas de jus imperii (ou poder de autoridade) ou sujeitas a restrições peculiares
e que Direito Privado é àquele que regula as situações em que os sujeitos estão em posição
de paridade.

Por qual deles optar?

Comecemos por exclusão de partes:

O critério da qualidade dos sujeitos não parece servir. Muitas vezes o Estado e outros
organismos públicos Ciências Jurídicas intervêm na vida jurídica em condições exactamente
idênticas as dos particulares. Por exemplo, o Município de Maputo, pode ser condenado ao
pagamento de uma indemnização por danos causados a um munícipe nos termos gerais do
Direito Privado , o Estado pode ser herdeiro nos termos gerais do Direito Privado. Não é
qualidade pública dos sujeitos que afecta a natureza privada das situações jurídicas
constituídas. O critério não esclarece e é por isso, de afastar.

E o que dizer do critério da posição dos sujeitos? É obvio que ele surge para responder as
insuficiências do critério anterior. Mas tê – lo á conseguido? É certo que com ele a realidade
encontra melhor enquadramento jurídico. Quando o Estado expropria um terreno, multa
uma empresa , ou cobra um imposto, age munido de poderes de autoridade que justificam
a natureza publica das situações jurídicas em causa. Mas já quando é investido na qualidade
de herdeiro, quando é condenado a pagar uma indemnização, quando vende um veiculo
automóvel ou toma de arrendamento um prédio age em condições de igualdade com a
outra parte que não e entidade publica (o privado), sem que a sua qualidade publica afecte
a natureza privada das situações em que se envolveu. Tudo isto é certo, mas falha o
decisivo. O critério descreve mas não explica. Falta perceber por que é que nuns casos o
Estado e as entidades publicas agem dotados de jus imperii e noutros não. E não é critério
da posição dos que certos poderes de autoridade ou restrições mais gravosas existem,
precisamente, porque está em causa um interesse que determina e não o contrario - o
interesse explica tais poderes ou deveres especiais. Ora bem, o caro estudante já terá,
porventura, percebido o problema. É que, na verdade, só o critério do interesse parece
revelar-se esclarecedor. Só ele parece justificar o que os outros, melhor ou pior, se limitam
a descrever. Quando o Estado ou outra qualquer entidade publica agem numa posição de
autoridade, o que está em causa é, essencial ou predominantemente, a prossecução de
interesses públicos. E quando o Estado ou outra entidade publica agem numa posição de
paridade reconhece, que não é o interesse publico que está predominantemente em causa
mas sim um interesse privado. É a natureza publica ou privada do interesse, essencial ou
predominantemente prosseguido, que explica o recurso a poderes de autoridade ou
deveres específicos, por um lado, ou a actuação paritária, por outro. É o interesse que
traça as fronteiras. Autoridade e competência caracterizam a prossecução essencial ou
predominante de interesses públicos. Igualdade e liberdade marcam a prossecução
essencial ou predominante de interesses privados. Só a esta luz se compreende a essência
da divisão essencial. Todas as outras tentativas de explicação não passam de projecções
desta verdade. Por isso, se contribuem para ilustrar raciocínios e formulações, o certo é que
nada explicam. Como procurámos demonstrar, só numa perspectiva integrada cumprir a sua
função analítica própria. Direito Publico e Direito Privado. Dentro destes, é possível
encontrar inúmeras distinções e outros tantos ramos de direito. Da maior parte deles já o
nosso caro estudante decerto ouviu falar. Por isso, dentro das limitações de uma
introdução, cabe agora apenas proceder á sua arrumação sistemática. Ora vejamos. No
direito publico é possível, nomeadamente, distinguir o Direito Constitucional, o Direito
Administrativo, o Direito Penal e o Direito Processual, seja ele Civil, Administrativo, fiscal,
penal, ou do Trabalho. A partir do Direito Administrativo autonomizaram-se outros ramos
do Direito, como, por exemplo, o Direito Financeiro, o Direito fiscal e, para alguns, o Direito
Aduaneiro.
RAMOS DO DIREITO PUBLICO

Fazem parte do Direito Publico :

- Direito Constitucional - Direito Administrativo

- Direito Fiscal/Aduaneiro

- Direito Financeiro

- Direito Penal/Criminal

- Direito Processual

Direito Constitucional

Constituido pelas normas da Constituicao da Republica como lei fundamental – normas que
preservam os chamados direitos fundamentais do individuo contra a prepotência do poder
do Estado, razão fundamental que levou o estabelecimento de normas conducentes à
limitação daquele poder. Exemplo a constituição Francesa de 1789 é disso paradigmática.
Assim, o direito constitucional passou a integrar os direitos fundamentais do homem e do
cidadão ligando-os á própria estrutura interna do Estado.

Deste modo, podemos definir o direito Constitucional como sendo o conjunto de normas
que regulam a organização fundamental do Estado - funcionamento e competências dos
órgão de Estado, cria os órgãos , princípios que orientam a vida política, económica e socio-
cultural do País. Estabelece ainda os direitos e obrigações recíprocas do Estado, bem como
os direitos e deveres fundamentais dos cidadãos. A constituição corresponde a lei
fundamental dum pais, que fixa os grandes princípios da organização politica e da ordem
jurídica em geral e os direitos e deveres fundamentais dos cidadãos.

Direito Administrativo: Regula este a organização e actividade dos órgãos da Administração


Pública, nessa qualidade, na prossecução de interesses colectivos, isto é, relações que se
estabelece entre o Estado/Administração Publica e os particulares.

Direito Fiscal/Aduaneiro: regulam a criação e cobranças dos impostos de receitas do Estado


e disciplina as importações e exportações de mercadoria.

Direito Financeiro: Regula a actividade financeira de Estado, que é a criação e cobrança e


aplicação das receitas para a satisfação das necessidades públicos, trata-se de previsão de
arrecadação de receitas e da realização de despesa pública.

Direito Penal : conjunto de normas jurídicas que regulam a sã convivência, protegendo a


vida humana, reprime comportamentos anti-sociais, os chamados crimes.

Direito Processual Civil e direito Processual Penal : Estes ramos de direito são constituídos
por um conjunto de regras e mecanismos para a tutela dos direitos dos cidadãos
juridicamente consagrados pelo direito moçambicano. A sua materialização é através dos
tribunais, a quem compete a composição de litígios, obedecendo regras e princípios
imperativos.

RAMOS DO DIREITO PRIVADO

Como Direito Privado comum surge o Direito civil. E aí, respeitando a classificação
germânica de Savigny, quatro sub-ramos fundamentais:

 O Direito das Obrigações,


 O Direito das coisas (ou os Direitos Reais),
 O Direito da Família e
 O Direito das Sucessões.

Para alem destes, existem as novas expressões do Direito Civil, como, por exemplo o
Direito de Autor, e os Direitos Privados especiais - o Direito Comercial e Direito do
Trabalho e, ainda, embora com naturezas mistas, em que afloram aspectos de
Previdência Social, o Direito da Propriedade Industrial, o Direito Bancário, o Direito
Agrário.

Direito Civil: é o direito privado mais antigo do mundo e é subsidiário de todos os outros
ramos de direito porque ele contém princípios gerais que podem ser aplicáveis tanto no
Direito Publico como no direito privado dai que é considerado o deposito das normas
mais antigas com características sistemáticas.

Você também pode gostar