Você está na página 1de 12

SEMANA 02 –PESSOA FÍSICA E JURÍDICA, DIREITO

EMPRESARIAL E SEUS PRINCÍPIOS

DIVISÕES DO DIREITO

Compreendida a dinâmica de formação da sociedade e, nesse passo, das


regras que viabilizam essa convivência social, constituindo o ordenamento
jurídico dessa sociedade, é preciso entender agora como essas regras são
variadas e alcançam diversas partes de nossa vida. Principalmente, é necessário
compreender como o Direito é vasto, e como cada segmento/área jurídica têm
características próprias e princípios que influenciam como ela irá impactar a
vida cotidiana dos cidadãos.

Direito é termo genérico para diversas áreas de conhecimento específicas


sobre determinados aspectos da organização social e do ordenamento jurídico.
Podemos citar o Direito do Trabalho como aquele que concentra as normas e
interpretações jurídicas atinentes às relações de emprego, o Direito Tributário
aquela que concentra outras normas e interpretações relativas a determinadas
fontes de custeio do Estado, o Direito Empresarial como aquele referente às
questões da empresa e de mercado (até certo ponto), dentre diversas outras
áreas. Seriam como várias “pirâmides” de ordenamento jurídico, uma para cada
matéria da ordem social que precisa de regras para convivência.

Mas não obstante a variedade de “Direitos”, é comum na doutrina realizar


o agrupamento desses ramos e classificá-los de acordo com características em
comum. Uma dessas classificações mais famosas é aquela que separa os ramos
do Direito entre aqueles chamados de Público e Privado:
Ainda que não consensual na doutrina, essa classificação tem uma função
importante: ela denota um ponto de vista e uma linha de abordagem distinta
para os ramos ditos de Direito Público (que em geral trazem normas pautadas
em comandos mais rígidos, privilegiando a obrigatoriedade e obediência em
detrimento da liberdade das partes, partindo-se da ideia de que o que não é
expressamente permitido muitas vezes será proibido) e aqueles de Direito
Privado (que geralmente deixam mais espaço e liberdade às pessoas, partindo da
noção de que é permitido tudo aquilo que não for expressamente proibido). O
Direito Empresarial, tema da disciplina, está dentre o grupo classificado como
Direito Privado, razão pela qual confere maior liberdade às partes do que, por
exemplo, irão experimentar em uma relação de emprego ou em uma relação com
suas obrigações de custeio (tributária) do Estado.

De certo modo, essa classificação diz respeito às relações jurídicas que


cada ramo do Direito se propõe a regular (de interesse privado ou público).
Relações jurídicas nada mais são do que relações sociais reguladas por meio de
alguma norma jurídica, ou seja, alguma forma de interação social sobre a qual o
Direito age em alguma medida. Em geral envolvem a presença de sujeitos de
direito vinculados entre si em função de algum objeto (no sentido de serviços,
produtos, direitos fundamentais, prejuízos, etc.)
O chamado sujeito de direito, por sua vez, é aquele que pode ser titular
de direitos e deveres em relação a si e aos demais. A maior parte dos sujeitos de
direitos são pessoas. Mas não são apenas os seres humanos que são
compreendidos como tal. O termo “pessoas” perante o Direito se estende a todos
aqueles que detém o que chamamos de personalidade jurídica, o que engloba,
além das pessoas naturais (físicas), as pessoas jurídicas. O artigo 1º e 2° do
Código Civil inauguram com esses conceitos:

Art. 1 o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.

Art. 2 o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida;


mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.

Ainda, o esquema abaixo demonstra essas subdivisões da “pessoa”, que


serão abordadas uma a uma:
A compreensão acerca dessa noção de pessoa/personalidade jurídica é
relevante na medida em que todas essas pessoas são aquelas que poderão deter
direitos, contrair deveres e obrigações, enfim, interagir juridicamente na
sociedade das mais diversas formas possíveis.

PESSOA FÍSICA:

Pessoa física (ou natural) é qualquer ser humano que nasceu com vida.
Como já vimos, trata-se de um sujeito de direito, dotado de personalidade
jurídica (sendo uma “pessoa” para o Direito) e, assim, apto a contrair direitos e
deveres nas mais diversas relações jurídicas que estabelecer ao longo da vida.

Mas essa aptidão pode ser restringida em determinadas situações, ainda


que todos seres humanos tenham o potencial de figurar em relações jurídicas
(esse potencial em geral é chamado de capacidade de direito). Aquilo que
chamamos de capacidade de fato ou de exercício diz respeito, justamente, a
concretização desse potencial (que todos possuem, mas que nem todos podem
exercer a todo momento). Trata-se da aptidão para exercer, pessoalmente, os
atos da vida civil.
A capacidade nesses termos só se adquire quando a manifestação da
vontade da pessoa é plenamente possível. No Direito Civil brasileiro, temos as
pessoas ditas plenamente capazes, as absolutamente incapazes e as
relativamente incapazes.

A pessoa é considerada plenamente capaz quando não tem nenhuma


restrição, dentre as previstas no ordenamento jurídico, para exercício de sua
capacidade de fato, podendo representar-se pessoalmente em todos os atos da
vida civil.

Por sua vez, são considerados absolutamente incapazes os menores de 16


anos, sendo necessário a representação de algum responsável legal para a prática
de atos da vida civil (como assinar algum documento, por exemplo), sob pena de
nulidade (ou seja, um documento assinado por pessoa menor de 16 anos via de
regra não produz nenhum efeito jurídico). O representante age em nome da
pessoa absolutamente incapaz, ainda que no interesse no menor, buscando
manifestar a sua vontade (e não a vontade do próprio representante).

Por fim, as pessoas consideradas relativamente incapazes são: as pessoas


entre 16 e 18 anos; os ébrios habituais (alcoolismo) e viciados em tóxicos;
pródigos (aqueles que tem hábitos destrutivos quanto ao patrimônio); e pessoas
que não podem exprimir sua vontade de forma transitória ou permanente. Ao
contrário das pessoas absolutamente incapazes, aqueles com incapacidade
relativa necessitam apenas de um assistente – e não um representante - quando
forem praticar algum ato da vida civil (assinar qualquer espécie de documento).

Os limites dessa assistência podem variar conforme o caso, e serão


modulados no Poder Judiciário, por meio de uma interdição judicial. Ressalva-se
o caso das pessoas entre 16 e 18 anos, já que se trata de condição objetivamente
constatada. Em relação a esses, o Direito já traz algumas permissões de exercício
de capacidade, vedando ou colocando condições em outras. Por exemplo, as
pessoas dessa faixa etária já estão relativamente aptas para o exercício de voto
nas eleições (voto facultativo para menores de 18 anos), podem servir como
testemunhas em processos judiciais, estabelecer testamentos, contrair
casamento (com condição de consentimento de ambos os pais ou de seus
representantes legais).
Ainda, é importante ter ciência que a pessoa entre 16 e 18 anos equipara-
se ao maior quanto às obrigações resultantes de atos ilícitos que vier a praticar,
não podendo fugir ao cumprimento de obrigações quando, agindo de má-fé,
ocultar sua idade para enganar terceiros.

No mais, é possível que os jovens entre 16 e 18 anos adquiram a


capacidade plena de forma antecipada por meio da emancipação. São
exemplos de situações em que a emancipação é possível: entrada com pedido no
cartório por meio de autorização dos pais; solicitar perante um juiz caso algum
dos pais não concorde; casamento; comprovação de que se mantem por
economia própria, passar em concurso público, colação de grau em ensino
superior.

PESSOA JURÍDICA:

As pessoas jurídicas são pessoas fictícias, que não existem na realidade.


São entidades para as quais a Lei “empresta” personalidade, capacitando-as de
serem sujeitos de direitos e obrigações, viabilizando assim a junção de esforços
em torno de um objetivo em comum. As pessoas jurídicas podem ser formadas
por pessoas físicas, podendo ser uma ou muitas que a constituirão. Entretanto,
as personalidades de ambas se distinguem, assim como os direitos e deveres que
contraem.

Por exemplo, um hospital como a Santa Casa é uma pessoa jurídica, que
tem direitos e deveres, quase como uma pessoa natural. Por trás dessa pessoa
jurídica estão os sócios, pessoas físicas, que a constituíram/formaram. Se a Santa
Casa contrata um empréstimo bancário, a obrigação de pagar as parcelas, bem
como a dívida assumida serão apenas da Santa Casa, e não das pessoas físicas
que a constituíram. Da mesma forma o oposto, se qualquer pessoa física por trás
da formação da Santa Casa contrair um empréstimo em seu nome, como pessoa
física, os deveres associados a esse empréstimo serão exclusivamente da pessoa
física, não alcançando a pessoa jurídica. Em suma, o conjunto de direitos e
obrigações é da pessoa diretamente envolvida na relação jurídica, seja ela a física
ou a jurídica, não havendo (nem podendo haver) confusão entre ambas.
As pessoas jurídicas podem ser de direito público (quando são
constituídas para atender interesses públicos) ou de direito privado (quando são
constituídas para atender interesses privados, pela vontade de particulares).
Quanto às de direito público temos a União, os Estados, os Municípios, as
autarquias, dentre outras entidades voltadas aos interesses públicos, cada qual
com sua personalidade própria e sua capacidade de adquirir direitos e contrair
obrigações específicas.

Já dentre as pessoas jurídicas de direito privado se encontram as


associações, as sociedades, as fundações, as organizações religiosas, os partidos
políticos, dentre outras que venham a ser criadas (existe certa abertura à
liberdade dos particulares, justamente por estarmos diante de regras de direito
privado). Dentre as hipóteses de PJ previstas na lei, temos algumas formadas por
pessoas (corporativas), outras por bens (fundações), e ainda algumas com fins
econômicos e outras com finalidades distintas. As mais relevantes para a
disciplina são:

- Associações: são formadas por pessoas (uma corporação, portanto),


que se organizam para alcançar fins não econômicos, ou seja, não buscam lucrar,
mas sim realizar alguma outra conquista, geralmente no campo social,
profissional, cultural ou desportivo. Isso não significa que uma associação não
possa desenvolver outras atividades, ou mesmo atividade econômica, mas
apenas que ela não pode atuar visando lucros. Algumas atividades podem se
destinar a angariar recursos para seus projetos finalísticos, bem como podem
instituir contribuições dos associados para sua manutenção e atuação. Alguns
exemplos são os clubes privados, associações de moradores em determinado
bairro, associações voltadas ao resgate de animais de rua, ou voltadas ao auxílio
de alguns grupos da sociedade (vide exemplos:
https://associacaocomercialpoa.com.br/;
https://www.associacaotoscana.com.br/; https://astecpmpa.com.br/)

- Fundações: diferentemente das demais pessoas jurídicas de direito


privado, as fundações não são corporativas, ou seja, não são formadas por
pessoas. Trata-se de um conjunto de bens (dinheiro, patrimônio, etc.)
arrecadados e direcionados a alguma finalidade social. Ainda que a
administração desses bens seja feita por alguma pessoa em geral, a fundação em
si, enquanto pessoa jurídica, é o próprio conjunto de bens que passa a ser
“personificado”. Esse conjunto de bens deve servir para algumas finalidades
específicas previstas em lei (para ciência, as finalidades possíveis são as de
assistência social, cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e
artístico, educação, saúde, segurança alimentar e nutricional, defesa, preservação
e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável,
pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização
de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos
técnicos e científicos, promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos
direitos humanos, e atividades religiosas) Alguns exemplos de fundação:
https://www.fusp.org.br/; http://iberecamargo.org.br/;
https://www.portalfaurgs.com.br/.

- Sociedade: trata-se de PJ formada por pessoas (corporativa), mas


diferentemente das associações, as sociedades tem fins econômicos (lucrativos).
É nessa forma de pessoa jurídica (além de algumas formas adicionais de empresa
individual) que são constituídas as empresas, justamente em razão da finalidade
lucrativa comum a esse tipo de atividade.

Além das formas de pessoas jurídicas de direito privado listadas acima, é


importante saber que, por se tratarem de pessoas fictícias, criadas pelo Direito,
sua personalidade jurídica apresenta algumas particularidades. A primeira delas
diz respeito ao início dessa personalidade, pois, diferentemente da pessoa
natural, que adquire sua personalidade com o nascimento com vida, a pessoa
jurídica “nasce” de outro modo: por meio da elaboração de um ato
constitutivo (estatuto ou contrato social) e do seu registro público (em junta
comercial ou cartório):

Art. 45, Código Civil: Começa a existência legal das pessoas jurídicas
de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo
registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do
Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que
passar o ato constitutivo.

Ainda, como a personalidade da PJ é distinta daquela da pessoa que


eventualmente a formou (no caso corporativo), os direitos e deveres da PF e PJ
não se confundem. Entretanto, em casos específicos de fraude na administração
da PJ, confusão patrimonial, insolvência (impossibilidade de arcar com as
dívidas), dentre outros, pode haver o que chamamos de desconsideração da
personalidade jurídica. Essa desconsideração deve ocorrer necessariamente
pela via judicial (ou seja, provocando o Poder Judiciário nesse sentido) e, em
sendo autorizada, funcionará como se a PJ não mais possuísse direitos e deveres
em separado, sendo possível buscar a satisfação das obrigações por ela
contraídas no patrimônio da pessoa por trás de sua constituição. Essas questões
estão previstas em lei:

Art. 49-A, Código Civil: A pessoa jurídica não se confunde com os


seus sócios, associados, instituidores ou administradores.
Parágrafo único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um
instrumento lícito de alocação e segregação de riscos, estabelecido pela
lei com a finalidade de estimular empreendimentos, para a geração de
empregos, tributo, renda e inovação em benefício de todos.

Art. 50, Código Civil: Em caso de abuso da personalidade jurídica,


caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial,
pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe
couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de
certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos
bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica
beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a
utilização da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para
a prática de atos ilícitos de qualquer natureza.
§ 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de
fato entre os patrimônios, caracterizada por:
I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do
administrador ou vice-versa;
II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações,
exceto os de valor proporcionalmente insignificante; e
III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial.

* BENS: quando mencionamos as fundações, afirmamos que elas são


constituídas não por pessoas, mas sim por bens. Portanto, cabe um breve
esclarecimento sobre o que são bens para o direito: tratam-se de coisas
economicamente valoráveis, qualquer coisa que sirva para satisfazer uma
necessidade do indivíduo ou da comunidade, tanto material como espiritual. Por
exemplo, um carro é um bem material, já uma dança tradicional, como o Frevo, é
um bem (patrimônio) imaterial. Ainda, os bens podem ser públicos
(pertencentes a toda a sociedade e com regras próprias de uso, venda,
conservação, etc.) ou privados (integrantes do patrimônio de particular), o que
também influencia no tipo de relação jurídica na qual podem figurar.
DIREITO EMPRESARIAL

Dentre as pessoas jurídicas vistas anteriormente, temos algumas que


possuem fins econômicos, de realização de uma atividade econômica. É
justamente quando temos uma organização dos fatores de produção (capital,
trabalho, recursos naturais) para a realização de uma atividade econômica que
podemos dizer estarmos diante de uma empresa.

A atividade empresarial, portanto, é a que busca organizar a atividade


econômica para a produção, fornecimento ou circulação de bens ou serviços.
Essa organização pode ser feita por pessoa física ou jurídica (nessa última em
especial as sociedades, dada sua finalidade), a qual organiza a atividade
econômica. Quando há uma pessoa física cuja profissão (no sentido de atividade
habitual) consiste no exercício de atividade econômica organizada, estamos
diante de um empresário, em sentido amplo, podendo ser uma ou mais
pessoas. Caso seja composta por mais de uma pessoa, a terminologia mais
comumente utilizada é a de sociedade empresária, pessoa jurídica de direito
privado (um tipo dentro do grupo “sociedade”, visto acima). É importante
destacar, contudo, que nem sempre a palavra “sociedade” indicará a presença de
mais de uma pessoa na constituição da pessoa jurídica, assim como que a palavra
“empresário” nem sempre indicará uma pessoa isolada.

Ainda, para que reste claro o que é uma empresa (distinguindo-a das
demais pessoas jurídicas e físicas), temos:

- Atividade econômica: atividade em si é um conjunto de atos


praticados com uma finalidade; quando especificamos que essa atividade é
econômica, estamos dizendo que esse conjunto de atos deve ser direcionado à
criação de algum valor, seja de utilidade, monetário, etc. Por exemplo, uma
associação profissional não se organiza para criar valor diretamente em sentido
econômico, mas sim para oferecer auxílios aos seus associados, para atender
algum projeto social, dentre outras possibilidades. Já uma empresa se organiza
para produzir matéria prima (criando riqueza por meio de insumos), para
transformar essas matérias primas em outros produtos com maior valor
agregado (indústria), ou ainda para comercializá-los auferindo lucro ou mesmo
prestando serviços (comércio de bens e serviços).
- Organização: a atividade empresarial pressupõe atos coordenados e
programados para se atingir os fins de criação de riqueza, sendo uma parte
muito relevante da empresa. Se busca padronização, objetivação das atividades.
Esse é um elemento importante na distinção entre a atividade empresária e
atividades intelectuais individualizadas. Por exemplo, médicos que prestam
serviços de saúde, ainda que em conjunto, em um mesmo consultório, por
exemplo, não são considerados empresários na medida que não há uma
organização voltada a coordenação de ações, padronização, objetivação, e o
mesmo ocorre com outros profissionais liberais. O atendimento tende a ser
pessoal, individualizado conforme o profissional, o qual atua diretamente na
atividade fim da sociedade. Já uma empresa não dispõe dessa liberalidade dentre
aqueles que nela atuam, exigindo a prestação contínua, padronizada, constante,
de forma organizada, com a participação de outros profissionais não sócios na
atividade fim, seguindo regras internas para que se consiga alcançar as
finalidades que possui.

- Finalidade: o objetivo final de toda atividade empresarial é a produção


ou circulação de bens e serviços para o mercado. Não se incluem, portanto, as
atividades voltadas ao uso pessoal.

PRINCÍPIOS DO DIREITO EMPRESARIAL

Os princípios são como diretrizes gerais, pontos de partida para a


compreensão dos institutos jurídicos que integram determinado ramo do
Direito. Assim, são úteis para a compreensão do ponto de vista a partir do qual
se deve olhar para o Direito Empresarial.

- Princípio da liberdade de iniciativa: está previsto na Constituição


Federal, e traz a ideia de que o Estado não deve interferir demasiadamente na
economia, no sentido de dificultar a formação e o desenvolvimento de empresas.
As pessoas devem ser livres para iniciar uma atividade empresarial.

- Princípio da livre concorrência: está ligado ao princípio anterior no


sentido de que demonstra não serem aceitáveis práticas que dificultem a
iniciativa empresarial, determinando que sejam coibidas práticas empresariais
abusivas, como aquelas que implicam risco ao funcionamento da economia de
livre mercado (monopólio, oligopólio), ou que configuram concorrência desleal
entre empresários.

*Monopólio: ocorre quando uma empresa não tem concorrentes em


relação a determinado produto ou serviço.

*Oligopólio: ocorre quando algumas poucas empresas detêm o controle de


grande parte do mercado de determinado produto ou serviço (tem poucos
concorrentes).

- Princípio da função social da empresa: princípio implícito na


Constituição Federal, indica que a empresa deve cumprir com alguma função
social (algo direcionado à melhores condições para a sociedade ou ao bem
comum), o que pode ser feito por meio da geração de empregos, recolhimento de
tributos, geração de riqueza, adotando práticas empresariais sustentáveis,
respeitando os consumidores etc.

- Princípio da preservação da empresa: salvo verdadeira impossibilidade,


deve-se sempre buscar preservar a atividade empresarial, cuja existência
interessa não só ao empresário, mas à coletividade envolvida.

Você também pode gostar