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Fundamentação teórica
A organização administrativa é entendida como aparelho ou conjunto
estruturado de unidades organizatórias que desempenham, a título principal, a função
administrativa, tem como elementos básicos, em primeira linha, as pessoas colectivas de
direito público, dotadas de personalidade jurídica, que se manifestam juridicamente
através de órgãos administrativos, e, em segunda linha, os serviços públicos, que
pertencem a cada ente público e que actuam na dependência dos respectivos órgãos
(Andrade, pp.91, 2017).
Numa perspectiva jurídico-administrativa, interessa-nos aqui especialmente a
organização relevante para efeitos da actividade jurídica externa da Administração e,
portanto, aquela que se refere aos entes públicos, a quem é atribuído o encargo da
satisfação de determinados interesses públicos, e aos seus órgãos, que constituem as
figuras capazes de emitirem manifestações de vontade imputáveis àqueles (Andrade,
pp.91, 2017).
Já o mesmo interesse não tem para nós, relevam especialmente de uma
perspectiva de “ciência da administração” os modos de organização dos serviços, pois
que estes, constituindo unidades orgânicas internas (actualmente, a par das unidades
“nucleares”, há unidades “flexíveis”) que actuam sob a direcção dos órgãos
administrativos, limitam-se a levar a cabo actividades materiais ou tarefas auxiliares na
preparação e execução de decisões dos órgãos das pessoas colectivas públicas
1.2.Órgãos
A estes cabe tomar decisões em nome da pessoa colectiva ou, noutra
terminologia, manifestar a vontade imputável à pessoa colectiva. São centros de
imputação de poderes funcionais.
A respeito da natureza dos órgãos das pessoas colectivas debatem-se duas
grandes concepções:
a) A primeira, que foi defendida por Marcello Caetano, considera que os órgãos são
instituições, e não indivíduos.
b) A segunda, que foi designadamente defendida por Afonso Queiró e Marques Guedes,
considera que os órgãos são os indivíduos, e não as instituições.
Para cumprir as atribuições que lhe são conferidas pela Constituição e pelas leis, o
Estado carece de órgãos. E, na verdade, como as outras pessoas colectivas, públicas e
privadas o Estado tem os seus órgãos aos quais compete tomar decisões em nome da
pessoa colectiva a que pertencem (Art.º 139, CRM).
São da exclusiva competência dos órgãos centrais, nomeadamente, a representação
do Estado, a definição e organização do território, a defesa nacional, a ordem pública, a
fiscalização das fronteiras, a emissão da moeda e as relações diplomáticas.
3.3.Conceito de Governo
O Governo é órgão central da Administração pública, com funções de decisão, execução
e controlo a nível nacional (Decreto Lei n.º 7/2012, de 8 de Fevereiro).
Governo é a organização que é a autoridade governante de uma unidade politica,
o poder de regrar uma sociedade politica, ou aparato pelo qual o corpo governante
funciona e exerce autoridade. O governo é, usualmente, utilizado para designar a
instância máxima de administração executiva, geralmente reconhecida como liderança
de um Estado (Aureliano, 2009).
O Governo diferentemente se passam as coisas com o Governo: este além de ser
órgão político, é um órgão administrativo a título principal, permanente e directo.
Podemos dizer que o Governo é o principal órgão permanente e directo do Estado, com
carácter administrativo. Antes disso, convém, todavia, chamar a atenção para que há
muitos outros órgãos do Estado, além do Governo (Mariana, pp.105, 2018).
O Governo é, do ponto de vista administrativo, o órgão principal da
administração central do Estado, incumbido do Poder executivo. Interessa-nos, pois,
estudar aqui o Governo enquanto órgão administrativo, mas não enquanto órgão político
e legislativo, porque nessa
outra qualidade o Governo é estudado na Ciência política e no Direito Constitucional.
No modelo presidencialista aí, a função política pertence essencialmente ao
Presidente da República e o Governo tem uma função predominantemente
administrativa (Mariana, pp.107, 2018).
3.4.Funções do Governo
A constituição dá-nos as orientações mais importantes sobre a matéria:
O Conselho de Ministros assegura a administração do país, garante a integridade
territorial, vela pela ordem pública e pela segurança e estabilidade dos cidadãos,
promove o desenvolvimento económico, implementa a acção social do Estado,
desenvolve e consolida a legalidade e realiza a política externa do país.
A defesa da ordem pública é assegurada por órgãos apropriados que funcionam
sob controlo governamental (Art.º 203, CRM).
3.5.Composição do Governo
Qual é a estrutura do Governo do nosso país? O artigo 201º da CRM dá-nos a
reposta.
Daqui resulta que a estrutura do Governo compreende as seguintes categorias de
membros
Do Governo: O Conselho de Ministros é composto pelo Presidente da República que a
ele preside, pelo Primeiro-Ministro e pelos Ministros.
Podem ser convocados para participar em reuniões do Conselho de Ministros os
Vice-Ministros e os Secretários de Estado (Art 201, CRM).
4. Atribuições e Competências
Os fins das pessoas colectivas públicas chamam-se “atribuições”. Estas são por
conseguinte, os fins e interesses que a lei incumbe as pessoas colectivas públicas de
prosseguir.
“Competência” é o conjunto de poderes funcionais que a lei confere para a
prossecução das atribuições das pessoas colectivas públicas.
Qualquer órgão da Administração, ao agir, conhece e encontra pela frente uma
dupla limitação: pois por um lado, está limitado pela sua própria competência – não
podendo, nomeadamente, invadir a esfera de competência dos outros órgãos da mesma
pessoa colectiva; e, por outro lado, está limitado pelas atribuições da pessoa colectiva
em cujo nome actua não podendo, designadamente, praticar quaisquer actos sobre
matéria estranha às atribuições da pessoa colectiva a que pertence.
Os actos praticados fora das atribuições são actos nulos, os praticados apenas
fora da competência do órgão que o prática são actos anuláveis.
Presidência da República
A Presidência da República é o órgão central do Aparelho do Estado que assiste o
Presidente da República no exercício das suas funções. Incumbe à Presidência da
República apoiar directamente o Presidente da República no exercícios das suas funções
na qualidade de Chefe de Estado, Chefe do Governo e de Comandante-Chefe das Forças
de Defesa e Segurança, bem como nas suas relações com outras instituições do Estado,
forças politicas, sociedade civil e com outras entidades a nível internacional (Decreto
Lei n.º 7/2012, de 8 de Fevereiro).
Primeiro-Ministro
As funções do Primeiro-ministro vêm reguladas no artigo 205º, nº1 e 2 da
Constituição. De um ponto de vista administrativo, o Primeiro-Ministro exerce diversas
funções como: coordenar e controlar as actividades dos ministérios e outras instituições
governamentais; supervisionar o funcionamento técnico administrativo do Conselho de
Ministros; garantir a execução das decisões dos órgãos do Estado pelos membros do
Governo e as demais funções. E o Secretariado do Conselho de Ministros é o órgão
encarregue de prestar o apoio técnico, administrativo e material à actividade do
Governo, preparar e acompanhar a execução do seu calendário de actividades e
organizar a agenda de trabalhos do Conselho de Ministros (Decreto Lei n.º 7/2012, de 8
de Fevereiro).
Ministros
Como é que podemos definir os Ministros enquanto membros do Governo? Para
nós, os ministros são os membros do Governo que participam no Conselho de Ministros
e exercem funções políticas e administrativas.
Está subjacente ao governo o princípio de igualdade entre ministros segundo o
qual os Ministros são iguais entre si, em categoria oficial e em estatuto jurídico.
6. Administração Directa
Administração Directa do Estado: é a actividade exercida por serviços
integrados na pessoa colectiva Estado. Constitui um instrumento para o desempenho
dos fins do Estado, estando submetida ao poder de direcção do Governo. Encontra-se
estruturada em termos hierárquicos, isto é, de acordo com um modelo de organização
administrativa constituído por um conjunto de órgãos e agentes ligados por um vínculo
jurídico que confere ao superior o poder de direcção e ao subalterno o dever de
obediência. Isto advém do princípio de instrumentalidade, pois se os subalternos não se
achassem vinculados a um dever de obediência claro e preciso, a administração do
Estado deixada de ser subordinada e passava a ser autónoma ou independente. O
Provedor de Justiça, a Comissão Nacional de Eleições, a Entidade reguladora da
Comunicação Social e outros órgãos de natureza análoga são órgãos da administração
central directa do Estado, mas independentes, pois não dependem do Governo (Mariana,
pp.14, 2018).
Administração directa do Estado: Cumpre destacar agora os principais caracteres
específicos do Estado e da sua administração directa. Sãos seguintes: