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Universidade Federal de Alagoas - FEAC/UFAL

Prof.ª Rejane Cristina Sarmento de Oliveira


Doutoranda – Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa – FDUNL (Portugal)
Mestre – Engenharia de Produção - UFPE
Graduação – Ciências Contábeis – UFAL
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Organização do Estado (Constituição Federal/1988: art. 18 - 43).

Temos a forma de Estado Federado, o qual se caracteriza pela coexistência, num mesmo
território, de vários poderes políticos distintos.
 Central (União);
 Poderes Políticos Regionais (Estados);
 Poderes Políticos Locais (Municípios); e
 Poderes Regionais e Locais (Distrito Federal).

Característica do Estado Brasileiro: trata-se de Estado de Direito, democratizado, qual seja,


Estado Democrático de Direito (Art. 1°)

.
Separação de poderes e função administrativa:
Função administrativa:
Função judiciária: Critério residual
Função legislativa:
Resolução de conflitos Realização de finalidade
Criação de norma primária
com força de coisa julgada públicas

Federalismo e organização administrativa


 Organização política de três níveis: Divisão vertical (não hierárquica)
 Autonomia federativa:
Autoadministração
Administração Pública Federal
Administração Pública Estadual
Administração Pública do Distrito Federal
Administração Pública Municipal
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Aos Estados-membros é assegurada autonomia consistente na


capacidade de auto-administração, auto-legislação, auto-governo
e auto-organização.
A forma de governo é republicana, a qual se caracteriza pela
eletividade e pela temporalidade dos mandatos do Chefe do
Poder Executivo, com o dever de prestação de contas.

OLIVEIRA, Gustavo Justino. Administração Pública para Concursos.p. 1.


ORGANIZAÇÃO DO ESTADO E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O sistema de governo é o presidencialismo (Art. 76 e


84) no qual predomina o princípio da divisão dos
Poderes.

O art. 2° da CF/88 prevê que são Poderes da União,


independentes e harmônicos entre si, o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

OLIVEIRA, Gustavo Justino. Administração Pública para Concursos.p. 1.


TRIPARTIÇÃO DE PODERES
Delineadas principalmente pelas teorias dos filósofos John Locke e Charles
Montesquieu, tais ideias de governo alimentaram os princípios do
constitucionalismo, e se desdobraram em definições mais sofisticadas e complexas
da separação dos poderes do Estado - sendo que essas definições ainda hoje se
constituem como um dos pilares do exercício do poder democrático e da origem
do Estado Democrático de Direito no Ocidente.

VIARO, Felipe Albertini Nani. Aspectos da divisão do poder no Brasil: relações entre separação dos poderes e federalismo (2019).
TRIPARTIÇÃO DE PODERES

A Teoria da Separação dos Poderes foi consagrada pelo pensador


francês Charles-Louis de Secondat, Baron de La Brède et de Montesquieu,
na sua obra “O Espírito das leis”, com base nas obras de Aristóteles
(Política) e de John Locke (Segundo Tratado do Governo Civil), no período
da Revolução Francesa. Montesquieu inspirado nas ideias desses
pensadores, explica, amplia e sistematiza a divisão dos poderes.
TRIPARTIÇÃO DE PODERES

MONTESQUIEU, Charles Louis de


Secondant, baron de la Brède
et de. O espírito das leis.
TRIPARTIÇÃO DE PODERES

Com a Revolução Francesa triunfam os ideais de liberdade individual contra o autoritarismo


tradicional da Monarquia na Europa, quase transformado em totalitarismo de Estado no curto
mais intenso período da Monarquia absoluta.

Os cidadão passam a ser titulares de direitos subjetivos públicos, invocáveis perante o


Estado.
Estabelece-se o princípio da separação dos poderes (1789): a Coroa perde o poder
legislativo, que é atribuído ao Parlamento, e o poder judicial, que é confiado aos Tribunais,
ficando apenas para si com o poder executivo.

FREITAS DO AMARAL, Diogo. Curso de Direito Administrativo. p 69, Coimbra, 1992.


TRIPARTIÇÃO DE PODERES

Segundo Montesquieu para afastar governos absolutistas e evitar as normas


tirânicas, seria fundamental estabelecer a autonomia e os limites de cada poder.

Com isto, cria-se a ideia de que só o poder controla o poder, por isso, o
Sistema de freios e contrapesos, onde cada poder é autônomo e deve
exercer determinada função, porém, este poder deve ser controlado pelos outros
poderes.
TRIPARTIÇÃO DE PODERES

Mediante esse sistema de freios e


contrapesos, um Poder do Estado está apto a
conter os abusos do outro de forma que se
equilibrem.
O contrapeso está no fato que todos os poderes
possuem funções distintas, são harmônicos e
independentes.
TRIPARTIÇÃO DE PODERES

A separação dos poderes é uma garantia extraordinária


que foi alçada à dimensão constitucional, fruto do desejo e a
intenção constituinte de estabelecer funções diferenciadas,
conjugando princípios por vezes aparentemente
contrapostos, com o objetivo de proteger e garantir o
exercício dos direitos individuais e coletivos.
TRIPARTIÇÃO DE PODERES

A separação dos poderes é, no Brasil, o fundamento


do Estado Constitucional Democrático de Direito,
no qual cada um dos integrantes dos três poderes
(Legislativo, Executivo e Judiciário) deve observar sua
função frente a um propósito social.
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Administração Pública
(objeto)
Conteúdo material da atividade
administrativa

Funcional Atividades do Estado


que auxiliam as instituições
políticas no exercício de
Conjunto de Atividades funções de governo

Administração Pública
sob dois aspectos: Órgãos do Estado
que produzem serviços, bens e
utilidades para a população.
Organizacional
As pessoas jurídicas, os órgãos e
Conjunto de Órgãos e os agentes que exercem atividades
Entes Estatais administrativas.

Administração Pública
(sujeito)
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Desconcentração e descentralização

O Estado utiliza-se de algumas formas para exercer a função administrativa.

Desconcentração (Órgãos administrativos):

Unidades de atuação que englobam um conjunto de pessoas e meios materiais


ordenados para realizar uma atribuição predeterminada.

Descentralização administrativa (Administração Central):

A Administração Pública Central transfere o poder decisório e atribuições a entes com


personalidade jurídica própria.

A descentralização administrativa significa a transferência de poderes de decisão em


matérias específicas dotadas de personalidade jurídica própria.
OLIVEIRA, Gustavo Justino. Administração Pública para Concursos.
Administração Direta

José dos Santos Carvalho Filho (2009, p. 430) considera a Administração Direta
como o conjunto de órgãos que integram as pessoas federativas, aos quais foi atribuída a
competência para o exercício, de forma centralizada, das atividades administrativas do
Estado.

Administração direta é o conjunto dos órgãos integrados na estrutura da


chefia do Executivo e na estrutura dos órgãos auxiliares da chefia do
executivo.

(MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. 2010)


Administração Direta – Estrutura Administrativa

Fonte: Prof. Dr .Gustavo Justino de Oliveira. Material Didático do Curso de Direito Administrativo I – Organização Administrativa - USP (2017).
Administração Indireta

Odete Medauar (2010, p. 73) explica que:

para o desempenho de sua competência específica, a entidade da Administração


indireta é dotada de patrimônio e pessoal próprios, estrutura administrativa própria,
encabeçada por um dirigente, de regra denominado “presidente” ou “superintendente”
(nas universidades, reitor).

(MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. 2010)


Administração Indireta

Prof. Dr .Gustavo Justino de Oliveira. Material Didático do Curso de Direito Administrativo I – Organização Administrativa - USP (2017).
Administração Indireta - Autarquias

Fonte: Prof. Dr .Gustavo Justino de Oliveira. Material Didático do Curso de Direito Administrativo I – Organização Administrativa - USP (2017).
Administração Indireta – Fundações Públicas

Fonte: Prof. Dr .Gustavo Justino de Oliveira. Material Didático do Curso de Direito Administrativo I – Organização Administrativa - USP (2017).
Administração Indireta
(Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista)
Terceiro Setor: SENAI, SESC, SEBRAE e etc.
Terceiro Setor
Terceiro Setor
ALGUMAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FREITAS DO AMARAL, Diogo. Curso de Direito Administrativo. Coimbra, 1992.

MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. 2010.

PISKE, Oriana. SARACHO, Antonio Benites. Considerações sobre a Teoria dos freios e contrapesos (Checks and Balances
System). Disponível em: Considerações sobre a Teoria dos freios e contrapesos (Checks and Balances System) - Juíza Oriana
Piske e Antonio Benites Saracho — Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (tjdft.jus.br) Acesso: 22/07/23.

OLIVEIRA, Gustavo Justino. Administração pública para concursos – Organização do Estado e a administração pública. Pp. 83-
105, 2008.

OLIVEIRA, Gustavo Justino. Material Didático do Curso de Direito Administrativo I – Organização Administrativa - USP (2017).

VIARO, Felipe Albertini Nani. Aspectos da divisão do poder no Brasil: relações entre separação dos poderes e federalismo. In:
PRETTO, Renato Siqueira de; KIM, Richard Pae; TERAOKA, Thiago Massao Cortizo (org.). Federalismo e Poder Judiciário. São
Paulo: Escola Paulista da Magistratura, 2019. p. 123-142.
ATIVIDADE

Artigo:

OLIVEIRA, Gustavo Justino de. Organização do Estado e da


Administração Pública. Administração pública para concursos.
Série aprova concursos. IESDE Inteligência Educacional.
BONS ESTUDOS...

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