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Carreira Delegado de Polícia

Módulo I
SEMANA 1 DIA 2

RESUMO DAS ATIVIDADES DO DIA CONTROLE DO ALUNO

Direito Administrativo: Estado;

DOUTRINA Governo; Conceito; Administração


Pública; Regime Jurídico
Administrativo; Princípios.

LEGISLAÇÃO Constituição Federal: art. 6º-17

STJ: 639 (p. 1 a 23)


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INFORMATIVO
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Fitro: Nº de Acertos:__________
QUESTÕES
1. Conceitos iniciais de Direito
Nº de Erros:_______________
Administrativo;
2. Regime Jurídico Administrativo.
MATERIAL DIDÁTICO

DIREITO ADMINISTRATIVO

➢ 1- ESTADO
➢ 2- GOVERNO
➢ 3- PODERES DO ESTADO
➢ 4- CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO
➢ 5- ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
➢ 6- REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO
➢ 7- PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS EXPRESSOS NO ART.
37 DA CF/88.
➢ 8- PRINCÍPIOS RECONHECIDOS PELO DIREITO
ADMINISTRATIVO

1- ESTADO
Dotado de personalidade jurídica própria de Direito Público, entende-se por Estado o ente
personalizado de direito interno e externo, dirigido por um governo e submisso à Constituição.

Conceito mais aceito em provas:


Estado é um ente personalizado, apresentando-se não apenas exteriormente, nas relações
internacionais, como internamente, neste caso como pessoa jurídica de direito público, capaz de
adquirir direitos e contrair obrigações na ordem jurídica. (Carvalho Filho)

A organização do Estado, em regra, é conduzida pela Constituição, no caso do Brasil, a Lei


Maior define sua organização política, forma de governo, divisão dos territórios, competências etc.

ESTADO
• Tem personalidade jurídica própria, tanto
internamente, quanto no cenário
internacional;
• É capaz de adquirir direitos e obrigações;
• Submete-se à Constituição.

Aprofundando na doutrina:
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino trazem a figura do Estado como pessoa jurídica territorial
soberana, formada pelos elementos: povo, território e governo soberano.
Entende Hely Lopes Meirelles (2018) que o Estado é a corporação territorial dotada de um
poder de mando originário, é comunidade de homens, com potestade superior de ação, de mando e de
coerção, é pessoa jurídica de direito público interno, soberana, que atua no Direito público e privado,
juridicamente organizado, constituído de povo (componente humano), território (base física) e
governo soberano (elemento condutor);

2- GOVERNO

Caminhando pelo conceito mais aceito em provas, governo é o elemento formador do Estado.
É o conjunto de poderes e órgãos constitucionais (sentido subjetivo), bem como a atividade diretiva
em si (sentido objetivo) responsável por conduzir o Estado conforme as normas por ele postas.
Ex.: gestão de políticas públicas, relacionamento com os outros poderes, alocação de
recursos orçamentários (sentido objetivo).

GOVERNO
Sentido subjetivo: conjunto de poderes e órgãos.
Sentido objetivo: atividade em si.

A principal diferença entre governo e Estado é que aquele (somado com o povo e território)
é o elemento que atribui existência a este. Em suma, governo é apenas parte do todo (ESTADO).

3- PODERES DO ESTADO

Os poderes do estado dividem-se por meio de estruturas orgânicas e especializadas que


desempenham, com preponderância, a sua função típica, mantendo a harmonia e o equilíbrio do
sistema.
Temos, portanto, a figura dos três poderes:
▪ Legislativo;
▪ Executivo; e
▪ Judiciário.
Os Poderes de Estado figuram de forma expressa em nossa Constituição: são Poderes da União,
independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário (art. 2º).

Obs.: Sistema de freios e contrapesos ou “check and balances system” (Montesquieu):


apesar de existir divisão de atribuições para cada Poder do Estado, a Constituição Federal prevê
hipóteses de interferência recíproca, ainda que não exista hierarquia entre os poderes.
Divide-se, portanto, em:
▪ Funções típicas; e
▪ Funções atípicas

Funções típicas
Função Executiva: Atuar nas áreas de fomento, intervenção e serviços
públicos.
Função Legislativa: editar normas em sentido material, fiscalizar e
controlar os atos do Executivo.
Função Judiciária: Aplicação e revisão das normas jurídicas aos casos
concretos, compondo litígios e decidindo definitivamente.

As funções atípicas também são observadas na estrutura de cada poder,


por exemplo:
▪ No âmbito do Legislativo quando exerce atividades típicas do
Executivo (por ex.: auto-organização) e do Judiciário (por ex.: julgar o
Presidente da República nos crimes de responsabilidade);
▪ No Executivo quando exerce atividades legislativas como a
edição de medidas provisórias, e jurisdicionais (ex.: julgamento de
processos administrativos); e por último;
▪ Na estrutura do Poder Judiciário quando exerce funções
legislativas (p. ex.: edição de Regimento Interno de tribunal) e executiva (ex:
sua auto organização).

Aprofundando no tema, vejamos a o que diz Carvalho Filho (2018):


Doutrina temática:
“O Legislativo, por exemplo, além da função normativa, exerce a função
jurisdicional quando o Senado processa e julga o Presidente da República nos crimes
de responsabilidade (art. 52, I, CF) ou os Ministros do Supremo Tribunal Federal pelos
mesmos crimes (art. 52, II, CF). Exerce também a função administrativa quando
organiza seus serviços internos (arts. 51, IV, e 52, XIII, CF).”
O Judiciário, afora sua função típica (função jurisdicional), pratica atos no
exercício de função normativa, como na elaboração dos regimentos internos dos
Tribunais (art. 96, I, “a”, CF), e de função administrativa, quando organiza os seus
serviços (art. 96, I, “a”, “b”, “c”; art. 96, II, “a”, “b” etc.).
"O poder executivo, ao qual incumbe precipuamente a função administrativa,
desempenha também função atípica normativa, quando produz, por exemplo, normas
gerais e abstratas através de seu poder regulamentar (Art. 84, IV) ou, ainda, quando
edita medidas provisórias (Art. 62, CF) ou leis delegadas" (art. 68,CF).

Por fim, vale apontar que essa tripartição faz com que cada poder seja responsável pelo
exercício de suas funções de maneira “autônoma”, ainda que relativamente, pois como visto, o
sistema de "freios e contrapesos" de certa forma mitiga a ideia de autonomia absoluta.

4- CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Para Maria Sylvia di Pietro o direito administrativo “É um ramo do direito público que tem
por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a
administração pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens e meios de
que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública” (Di Pietro, 2020, p. ).
Seu nascimento teve início com o Estado Democrático de Direito, notadamente com a
revolução francesa – Ideais do liberalismo (1789). Teve influência do direito alemão e francês,
mas também, com alguns pontos da common law.
É muito importante entender o processo de transformação que o direito administrativo vem
sofrendo durante os anos. Com base nos ideais da idade média, buscava-se uma atuação baseada na
discricionariedade (maior força do poder moderador) e uma redução da legalidade – nesse ponto o
Estado era livre para fazer aquilo que a lei não proibia. Com os ideais revolucionários, o poder
moderador é extinto, revelando a importância do princípio da legalidade, ou seja, o estado –
enquanto administração pública - deve apenas fazer aquilo que a lei permite, reduzindo a
discricionariedade do administrador público.
Além disso, com a EC 19/98, tem-se a reforma da administração, estabelecendo novas
diretrizes para a administração pública, tais como: administração gerencial,
constitucionalização do direito administrativo, busca por resultados, transparência,
eficiência, acesso a informação, entre outros.

FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO


- Constituição: principal fonte material (PRIMÁRIA);
- Lei (PRIMÁRIA);
- Atos normativos da administração pública;
- Jurisprudência;
- Doutrina;
- Costumes;
- Princípios gerais de direito.

4.1 SISTEMAS ADMINISTRATIVOS

É o regime adotado pelo estado para o controle dos atos administrativos ilegais ou ilegítimos
praticados pelo poder público. A doutrina identifica dois sistemas existentes, quais sejam: francês
e o inglês.

➢ Sistema do contencioso administrativo – Francês: este sistema é marcado pela dualidade


de jurisdição. Existe um tribunal de contencioso administrativo, com plena competência sob
a jurisdição administrativa e o tribunal de jurisdição comum. Convivem no ordenamento
duas jurisdições.

➢ Sistema de jurisdição única – Inglês: nesse sistema há apenas uma jurisdição – somente
o poder judiciário tem jurisdição, realizando o controle dos atos administrativos pelos
tribunais. De acordo com Matheus Carvalho, no sistema inglês, não há um impedimento para
a existência de um tribunal administrativo, mas a decisão do contencioso administrativo
poderá ser revista pelo poder judiciário.

Note que o Brasil adotou o sistema Inglês de jurisdição (princípio da inafastabilidade do


poder judiciário, o qual já foi considerado cláusula pétrea pelo STF).

Atenção! Existem algumas situações previstas em lei em que se considera essencial a prévia
arguição administrativa para se chegar ao poder judiciário (exceção a regra da inafastabilidade da
jurisdição). Vejamos:
- Justiça desportiva – é aquela que cuida dos conflitos e questões pertinentes a
competições esportivas. Pelo fato de não estar inserida no rol do art. 92 da CF/88, que lista os órgãos
do Poder Judiciário, exige o exaurimento adoministrativo.
-Habeas data – deve ter sido feito o pedido de informações ao órgão respectivo, caso não
tenha resposta ou a resposta negativa, cabe a utilização do remédio constitucional.
- INSS – a jurisprudência entende que deve haver um prévio pedido do benefício
administrativo no INSS. Neste caso, portanto, a exigência não é de que seja exaurida a via
administrativa, mas que haja o prévio requerimento administrativo. Existem julgados do STJ que
consideram desnecessário este pedido, pois há uma praxe administrativa em negar todos os
pedidos – tutela efetiva do processo ou excesso de prazo razoável de 45 dias do requerimento.
- Reclamação que tenha como objetivo ato administrativo contrário a súmula
vinculante – exige o exaurimento. ( Súmula 02 do STJ e art. 7º, § 1º da lei 11.417/06).

5- ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O vocábulo administração significa serviço, execução, direção, orientação. Há que se fazer a
distinção entre as três funções do estado:
▪ Legislação: ato de produção jurídica primário, fundado no poder soberano,
regulando as situações por lei.
▪ Jurisdição: é a emanação dos atos de produção jurídica subsidiários, pois atua
mediante provocação da parte interessada.
▪ Administração: é a produção de atos complementares a lei, atuando a administração
como parte e independente de provocação.

A doutrina clássica divide conceito de administração pública em dois sentidos


a) Sentido subjetivo/ formal/ orgânico – compreende as pessoas jurídicas, órgãos e
agentes públicos incumbidos da função administrativa. Dica – aqui o conceito tem relação com as
pessoas. Ou seja, quem é a administração pública.
b) Sentido objetivo/ material/ funcional – compreende a atividade em si, ou seja, a função
administrativa na sua essência, que constitui atividade típica do poder executivo. A administração
pública, nesse sentido, é a própria função administrativa.

A função administrativa compreende:


▪ Serviço público – toda a atividade que a administração executa, diretamente ou
indiretamente, para satisfazer a necessidade coletiva, sob o regime predominantemente de direito
público. ( dica - marque o art.21, X, XI, XII, XV, XXIII da CF/88 e os serviços de saúde , educação,
assistência social, previdência no seu vade mecum, como exemplos de serviço público)
▪ Intervenção - regulamentação e fiscalização da atividade econômica de natureza
privada (indireta), e, também, a intervenção direta que é a atuação do estado diretamente no
domínio econômico, por meio das empresas estatais. Atenção – quando o estado atua diretamente
na economia deve respeitar as normas de direito privado - art. 173, parágrafo 1, II da CF/88- com
derrogações impostas por outras normas constitucionais.
▪ Fomento – é a atividade administrativa de incentivo à iniciativa privada de utilidade
pública, ex: auxílios financeiros, subvenções, financiamentos, favores fiscais que estimulem
atividades.
▪ Polícia administrativa - compreende as limitações administrativas, ou seja,
restrições impostas pela lei ao exercício do direito individual. Tem uma relação com o poder de
polícia, limitando os direitos com o enfoque no interesse público. Ex: ordens, licenças, notificações,
autorizações, sanções.
▪ Regulação - Marçal Justen Filho – consiste na atividade estatal de intervenção
indireta sobre a conduta dos sujeitos políticos e privados, de modo permanente e sistemático, para
implementar as políticas de governo. Ex: agências reguladoras ( poder normativo)
Características do sentido objetivo: ( Maria Sylvia Di Pietro )
▪ É uma atividade concreta , no sentido de que põe em execução a vontade do
estado contida na lei;
▪ Tendo como finalidade a satisfação direta e imediata dos fins do Estado;
▪ Regime jurídico é predominantemente público, embora possa se submeter ao
regime de direito privado derrogado por normas públicas;

Características do sentido subjetivo: ( Maria Sylvia Di Pietro)


▪ Quem determina QUEM FAZ PARTE da administração pública é a LEI;
▪ Decreto lei 200/67 – o art. 4º do rederido decreto aduz que fazem parte da
administração pública os entes da administração direta (União, Estados, Distrito Federal e
Municípios) + administração indireta ( autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de
economia mista)
Atenção: As entidades do terceiro setor não integram o conceito de administração
pública subjetivo, ou seja, mesmo exercendo um serviço público , com base no conceito subjetivo,
as referidas entidades não podem ser consideradas como Administração Pública.

Aprofundando o tema: Para Maria Sylvia Di Pietro, há outra distinção, a partir da ideia de
que administrar significa planejar e executar ( sentido amplo X restrito).
Assim, a administração Pública em sentido amplo, subjetivamente considerada,
compreende tanto os órgãos governamentais incumbidos de traçar os planos de ação, dirigir, como
os órgãos administrativos subordinados e dependentes, que tem como principal competência a
execução das tarefas.
Já a administração pública em sentido amplo, objetivamente considerada, compreende
a função política e a função administrativa.
A administração pública em sentido restrito, sob o aspecto subjetivo compreende
apenas os órgãos administrativos.
A administração pública em sentido restrito, sob o aspecto objetivo, por sua vez, engloba
apenas a função administrativa.
Fique atento – A administração pública faz parte de todos os poderes – função típica
do poder executivo ( função administrativa) e função atípica do poder legislativo e judiciário, quando
por exemplo, aplicam sanções aos seus respectivos servidores – exercício da função administrativa.

Aprofundando o tema: os atos emanados do exercício da função política são passíveis de


apreciação pelo poder judiciário?
A doutrina clássica entende que os atos de governo não são passíveis de apreciação pelo
poder judiciário. As Constituições Federais de 1934 e 1937 expressamente previam que as questões
exclusivamente políticas não podiam ser apreciadas pelo poder judiciário. A CF de 1988 não
reproduz essa regra, mas a vedação persiste, desde que seja uma questão exclusivamente política.
Como, hodiernamente, vive-se um estado democrático de direito, tendo como cláusula pétrea da CF
os direitos e garantias individuais, se uma questão política lesionar algum direito fundamental é
extremamente cabível a apreciação pelo poder judiciário. Ex: Ação civil pública, ação popular.

Aprofundando o tema: o que é administração pública dialógica e monológica?


Nos primórdios do direito administrtaivo, os modelos políticos adotdaos pelo gestor não
abriam margens para a liberdade individual das pessoas, de modo que não havia espaço para
formação de consenso ou diálogo entre administrador e administrados. Desta forma, a
administração pública sob o viés monológico, como foi denominada, está pautada na predominância
da imperatividade do Estado, uma vez que, a máquina pública era vista apenas como executora de
comandos legais, marcada pela tomada de decisões unilaterais.
A administração pública dialógica, por sua vez, fundada no princípio da consensualidade, é
reconhecida a partir do Estado Democrático de Direito, momento em que se passa a vislumbrar a
ideia de relações paritárias entre a administração e os cidadãos, e que por isso permite uma
abertura de diálogo entre eles. Como exemplos deste novo modelo de relação administraiva temos
os acordos de leniência, termos de ajuste de conduta, consultas públicas, dentre outros.
6. REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO
O regime jurídico administrativo pode ser definido como o conjunto de prerrogativas e
restrições presentes nas relações com a Administração Pública, as quais não se encontram nas
relações privadas. Trata-se de um conjunto de regras e princípios que estruturam o Direito
Administrativo lhe conferindo autonomia enquanto ramo do direito.
A doutrina espcializada destaca que, a expressão “regime jurídico administrativo” denota
uma posição de privilégio da administração pública, baseado em uma relação verticalizada,
calcada na concepção da supremacia do interesse público em relação ao privado.
Nesta toada, ressalta-se que há uma correlação entre as prerrogativas da Administração
Pública e o interesse público, já que a necessidade de satisfazer o interesse coletivo coloca a
administração pública em uma posição superior em relação ao particular. Todavia, ao memso tempo
que possui prerrogativas, a Administração Pública também está sujeita a restrições, que limitam
sua atividade a determinados fins específicos que devem ser observados (Princípio da
indisponibilidade do interesse público).

O que são as “pedras de toque” no Direito Administrativo?


Termo desenvolvido por Celso Antonio Bandeira de Melo, segundo o qual é a base, o
alicerce do direito administrativo. Para o autor as pedras de toque são os princípios da
supremacia do interesse público e a indisponibilidade do interesse público – princípios
basilares do direito administrativo que serão estudados adiante.

7. PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS EXPRESSOS NO ART. 37 DA


CONSTITUIÇÃO FEDERAL

“São proposições básicas, fundamentais, típicas que condicionam todas as estruturas


subsequentes. Princípios nesse sentido são os alicerces da ciência” (José Cretella Jr.)

O artigo 37, caput, da Constituição Federal prevê, de maneira explícita, 05 princípios


norteadores da administração pública, quais sejam:
L – legalidade
I – impessoalidade
M – moralidade
P – publicidade
E – eficiência

a) Legalidade
Princípio que é diretriz básica da conduta de todos agentes públicos, pelo qual a
administração pública só pode fazer o que está autorizada pela lei. Pela clássica comparação do
professor Hely Lopes Meirelles, enquanto os indivíduos no campo privado podem fazer tudo o que
a lei não príbe, o administrador público só pode atuar quando a lei autoriza. Desta forma, veja que
o princípio da legalidade possui sentidos diferentes quando se trata dos agentes públicos ou dos
cidadãos em geral.
O princípio em questão também pode ser entendido em dois diferentes aspectos: legalidade
em sentido amplo e em sentido estrito.
A legalidade em sentido estrito remete a obediência à lei produzida pelo parlamento. A
legalidade em sentido amplo, por sua vez, significa a obediência não só à lei, mas também aos
demais atos normativos e princípios do ordenamento jurídico.
Aprofundando o tema:
O conceito incial do princípio da legalidade tem evoluído para o conceito de
juridicidade, uma vez que, a Administração deve observar não só a lei, mas todos
os princípios expressos e implícitos, além das demais fontes normativas, como os
tratados internacionais, por exemplo.

Para Celso Antonio Bandeira de Melo existem três exceções a aplicação do princípio da
legalidade na administração pública:
1) Medida provisória
2) Estado de sítio
3) Estado de defesa
b) Impessoalidade
Exigir impessoalidade da administração tem relação tanto com os administrados, como com
a própria administração pública.
Didádita é a lição do Professor José dos Santos Caravlho Filho, segundo o qual, “O princípio
objetiva a igualdade de tratamento que a Administração deve dispensar aos administrados que se
encontrem em idêntica situação jurídica. Nesse ponto, representa uma faceta do princípio da
isonomia. Por outro lado, para que haja verdadeira impessoalidade, deve a Administração voltar-se
exclusivamente para o interesse público, e não para o privado, vedando-se, em consequência, sejam
favorecidos alguns indivíduos em detrimento de outros e prejudicados alguns para favorecimento
de outros. Aqui reflete a aplicação do conhecido princípio da finalidade, sempre estampado na obra
dos tratadistas da matéria, segundo o qual o alvo a ser alcançado pela Administração é somente o
interesse público, e não se alcança o interesse público se for perseguido o interesse particular,
porquanto haverá nesse caso sempre uma atuação discriminatória.” (2018, p. 75).
No dia a dia da atividade administrativa vários são os exemplos de atos que estão pautados
na impessoalidade, como o procedimento de licitação e os concursos públicos.
Por oportuno, extrai-se do princípio da impessoalidade que:
▪ Os atos administrativos são imputáveis não ao funcionário que pratica, mas, sim, ao
órgão como um todo.
▪ Pode ser reconhecida a validade de um ato administrativo realizado por funcionário
irregularmente investido no cargo – exercício de fato - sob o fundamento que os atos são do órgão,
não, do cargo. Sendo assim, como o ato é imputado ao órgão, mesmo que realizado por meio de um
servidor investido irregularmente, o ato será válido.
▪ Outra vertente deste princípio tem relação com a vedação da promoção pessoal –
igualdade formal, nos termos do § 1º do art. 37 da CF/88, segundo o qual “a publicidade dos atos,
programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo contar nomes, símbolos ou imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”.

Aprofundando na doutrina:
Segundo Hely Lopes Meirelles, o princípio da impessoalidade, referido na CF/1988 (Art. 37,
caput), nada mais é que o clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador público que
só pratique o ato para atingir o objetivo indicado expressa ou virtualmente pela norma de direito, de
forma impessoal.
Obs.: esse conceito foi cobrado para Delegado de Polícia do Rio Grande do Sul em 2018.
ATENÇÃO! Há uma divergência entre a doutrina tradicional e moderna, em relação aos
princípios da impessoalidade x finalidade. Para Hely Lopes, esses princípios são sinônimos. Para
Celso Antonio são princípios autônomos que não se confundem (doutrina moderna).

Pegadinha de prova: A prática do nepotismo, comumente ligada ao princípio da moralidade,


já foi relacionada em questões de concurso com o princípio da impessoalidade sob o aspecto de não
privilegiar pessoas pela condição de parentesco.

c) Moralidade
A moralidade tem relação com a honestidade, boa fé, boa administração, lealdade e
probidade. Acrescenta-se que tal princípio incide nas relações entre Administração e particulares,
bem como nas relações internas entre os agentes públicos.

De olho na jurisprudência:
“O princípio da moralidade administrativa – enquanto valor constitucional revestido de
caráter ético-jurídico – condiciona a legitimidade e a validade dos atos estatais. A atividade estatal,
qualquer que seja o domínio institucional de sua incidência, está necessariamente
subordinada à observância de parâmetros ético-jurídicos que se refletem na consagração
constitucional do princípio da moralidade administrativa. Esse postulado fundamental, que rege a
atuação do poder público, confere substância e dá expressão a uma pauta de valores éticos sobre os
quais se funda a ordem positiva do Estado. (STF ADI 2.661 MC)

A moralidade e a legalidade são princípios autônomos, podendo um ato administrativo ser


legal, mas imoral. Atente-se, contudo que a violação a estes princípios pode estar associada, quando,
a imoralidade consistir em ofensa direta à lei. Fato é que a falta de moralidade, associada ou não a
legalidade gera efeitos jurídicos, podendo o ato ser anulado.

Aprofundando na doutrina:
Pelo princípio da moralidade administrativa, não bastará ao administrador o cumprimento da
estrita legalidade, ele deverá respeitar os princípios éticos de razoabilidade e justiça, pois a
moralidade constitui pressuposto de validade de todo ato administrativo praticado (MORAES, 2005,
p. 296)

Ademais, a ausência de moralidade administrativa pode afetar vários aspectos da atividade


da Administração. Quando a imoralidade consiste em atos de improbidade o diploma regulador é a
Lei nº 8.429/92.
Outro importante instrumento de tutela jurisdicional é a ação popular, contemplada no art.
5º da Constituição, utilizada também para anular atos contrários à moralidade administrativa.
Por fim, não se pode esquecer da ação civil pública, prevista no art. 129, III, da CF/88,
regulamentada pela Lei nº 7.347/85, como mais um instrumento de proteção à moralidade
administrativa.
É também com base no princípio da moralidade que se veda, na Administração Pública, a
prática do nepotismo, que proíbe a nomeação para cargos em comissão ou funções gratificadas de
cônjuge (ou companheiro) ou parente em linha direta ou por afinidade, até o terceiro grau,
inclusive. A vedação estende-se à administração direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
Estados, Distrito Federal e Municípios.
Nesse sentido, foi editada a Súmula Vinculante nº 13:
“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade,
até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica
investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou
de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer
dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste
mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.”
Veja que a referida súmula veda também o chamado nepotismo cruzado ou
transnepotismo – quando se pretende burlar a regra estabelecida pelo STF, através de uma troca
de favores entre os poderes, para que os parentes não estejam diretamente vinculados, causando
aparência de moralidade.
Importa ressaltar que excetuam-se da vedação contida na súmula, os casos em que a
nomeação recai sobre cônjuge ou parente que ocupam cargos efetivos em virtude de aprovação em

concurso público, bem como as nomeações para os cargos de natureza política, como os de Ministro
de Estado e Secretário Estadual ou Municipal, uma vez que, tais cargos possuem natureza diversa
das funções de confiança e cargos em comissão de natureza eminentemente administrativa.
Sendo assim, a priori, é lícito ao Prefeito municipal nomear seu irmão para o cargo de
Secretário de Saúde, por exemplo, desde que, o nomeado guarde qualificação correlata com o cargo
a ser ocupado.
Ainda de acordo com o STF, a condanável prática do nepotismo, por ser violadora de
princípios adminsitrativos, sobretudo o princípio da moralidade, dispensa a edição de lei formal
para coibir a prática.

Julgados relacionados ao tema:


A contratação, por agente político, de parentes para cargos em comissão
ocorrida antes da Súmula Vinculante 13 configura ato de improbidade
administrativa?
NÃO! Não configura improbidade administrativa a contratação, por agente
político, de parentes e afins para cargos em comissão ocorrida em data anterior à lei ou
ao ato administrativo do respectivo ente federado que a proibisse e à vigência da
Súmula Vinculante 13 do STF. STJ. 1ª Turma. REsp 1.193.248-MG, Rel. Min. Napoleão
Nunes Maia Filho, julgado em 24/4/2014 (Info 540).

SIM! A prática de nepotismo configura grave ofensa aos princípios da


administração pública, em especial aos princípios da moralidade e da isonomia,
enquadrando-se, dessa maneira, no art. 11 da Lei nº 8.429/92. A nomeação de parentes
para ocupar cargos em comissão, ainda que ocorrida antes da publicação da Súmula
vinculante 13, constitui ato de improbidade administrativa, que atenta contra os
princípios da administração pública, nos termos do art. 11 da Lei n. 8.429/92, sendo
despicienda a existência de regra explícita de qualquer natureza acerca da proibição.
STJ. 2ª Turma. REsp 1643293/MG, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
28/03/2017.
Não há nepotismo na nomeação de servidor para ocupar o cargo de
assessor de controle externo do Tribunal de Contas mesmo que seu tio (parente
em linha colateral de 3º grau) já exerça o cargo de assessor-chefe de gabinete de
determinado Conselheiro, especialmente pelo fato de que o cargo do referido tio
não tem qualquer poder legal de nomeação do sobrinho. A incompatibilidade da
prática enunciada na SV 13 com o art. 37 da CF/88 não decorre diretamente da
existência de relação de parentesco entre pessoa designada e agente político ou
servidor público, mas de presunção de que a escolha para ocupar cargo de direção,
chefia ou assessoramento tenha sido direcionado à pessoa com relação de parentesco
com quem tenha potencial de interferir no processo de seleção. STF. 2ª Turma. Rcl
18564/SP, rel. orig. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o acórdão Min. Dias Toffoli,
julgado em 23/2/2016 (Info 815).
A Constituição do Estado do Espírito Santo prevê, em seu art. 32, VI, que é
“vedado ao servidor público servir sob a direção imediata de cônjuge ou parente
até segundo grau civil”. Foi proposta uma ADI contra esta norma. O STF julgou a
norma constitucional, mas decidiu dar interpretação conforme à Constituição, no
sentido de o dispositivo ser válido somente quando incidir sobre os cargos de
provimento em comissão, função gratificada, cargos de direção e assessoramento. Em
outras palavras, o STF afirmou que essa vedação não pode alcançar os servidores
admitidos mediante prévia aprovação em concurso público, ocupantes de cargo de
provimento efetivo, haja vista que isso poderia inibir o próprio provimento desses
cargos, violando, dessa forma, o art. 37, I e II, da CF/88, que garante o livre acesso aos
cargos, funções e empregos públicos aos aprovados em concurso público. STF. Plenário.
ADI 524/ES, rel. orig. Min. Sepúlveda Pertence, red. p/ o acórdão Min. Ricardo
Lewandowski, julgado em 20/5/2015 (Info 786).
É inconstitucional lei estadual que excepciona a vedação da prática do
nepotismo, permitindo que sejam nomeados para cargos em comissão ou funções
gratificadas de até dois parentes das autoridades estaduais, além do cônjuge do
Governador. STF. Plenário. ADI 3745/GO, rel. Min. Dias Toffoli, 15/5/2013 (Info 706).

d) Publicidade
O princípio em questão aponta que os atos da Administração merecem a mais ampla
divulgação possível, uma vez que, o escopo do princípio constitucional da publicidade é propiciar

aos administrados o controle da legitimidade da conduta dos agentes públicos.


Desta forma, observa-se que a regra geral é a publicação dos atos administrativos, para
garantir-lhes a devida transparência, sendo o sigilo somente admitido nas hipóteses
expressamente previstas, como, por exemplo, indica o art. 5, XXXIII, da CF/88: “todos têm direito a
receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou
geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo
sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;”.
O direito a informação, previsto na CF como garantia para o indivíduo, foi regulamentado
pela lei 12.572/11. A lei visa dar concretude aos mandamentos constitucionais e tem aplicação para
a União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Fique ligado!
Os tratados internacionais e a própria Constituição Federal convergem no sentido de se
reconhecer não apenas a ampla liberdade de acesso às informações públicas, corolário do direito à
liberdade de expressão, mas também a possibilidade de restringir o acesso à informações, desde de que
(i) haja previsão legal; (ii) destine-se a proteger a intimidade e a segurança nacional; e (iii)
seja necessária e proporcional. (STF ADPF 129)

De olho na jurisprudência:
“O Estado Democrático de Direito instaurado pela Constituição de 1988 estabeleceu, como
regra, a publicidade das informações referentes às despesas públicas, prescrevendo o sigilo como
exceção, apenas quando imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.” (STF ADPF 129)

A falta de publicidade dos atos administrativos já foi entendida pela doutrina como fator de
invalidade do ato. Contudo, modernamente, tem-se entendido que a publicidade (comumente
através da publicação) atua como requisito de eficácia do ato e não de validade.
Interessante questão levada à Suprema Corte foi a da legitimidade, ou não, de divulgação dos
vencimentos mensais dos servidores públicos, como forma de garantir a transparência
administrativa. Segundo o STF, a medida está de acordo com o princípio da publicidade, sendo
vedada apenas a divulgação de outros dados pessoais, além do nome e matrícula funcional do
agente, como CPF, RG e endereço residencial.
Por fim, insta destacar que, de acordo com o § 1º do art. 37 da CF/88, a publicidade dos atos,
programas e serviços do governo não pode ser utilizada como instrumento de propaganda pessoal
de agentes públicos, tendo objetivo somente educativo, informativo e de orientação.

e) Eficiência
O princípio da eficiência foi inserido ao texto constitucional por meio da EC nº 19/98, em
decorrência da reforma gerencial iniciada em 1995 e parte do descontentamento dos administrados
com a prestação deficiente dos serviços públicos.
Desta forma, busca-se garantir a produtividade e economicidade, a partir da execução desses
serviços com presteza, qualidade, celeridade e sem desperdícios de dinheiro público.
Alguns exemplos que demonstram a aplicação do princípio da eficiência se dá quando o
Estado realiiza avaliações periódicas de desempenho dos agentes públicos; quando moderniza seu
aparato tecnológico; quando combate à corrupção e aos atos ímprobos; ou quando promove o
controle de resultados.
A doutrina ainda aponta o contrato de gestão, instrumento que amplia a autonomia
gerencial, orçamentária e financeira dos entes administrativos, a saber, autarquias e fundações
públicas, visando melhores resultados no desempenho de suas funções, como decorrência do
princípio da eficiência.

Segundo Alexandre de Moraes:


“O princípio da eficiência impõe à Administração Pública direta e indireta e a seus agentes a
persecução do bem comum, por meio do exercício e suas competências de forma imparcial, neutra,
transparente, participativa eficaz, sem burocracia sempre em busca da qualidade, primando pela
adoção dos critérios legais e morais necessários para a melhor utilização possível dos recursos públicos,
de maneira a evitar desperdícios e garantir-se uma maior rentabilidade social. (MORAES, 2002, pg.
317)”.

8. PRINCÍPIOS RECONHECIDOS PELO DIREITO ADMINISTRATIVO

José dos Santos Carvalho Filho, e outros tantos autores trazem diversos princípios que
também devem ser observados na condução da atividade administrativa. São eles:

a) Princípio da Supremacia do Interesse Público


Já mencionado anteriormente, este princípio se baseia no fato de que as atividades
administrativas são desenvolvidas pelo Estado para benefício da coletividade.
Mesmo quando age em vista de algum interesse estatal imediato, o fim último de sua atuação
deve ser voltado para o interesse público. Caso não esteja presente esse objetivo, a atuação estará
inquinada de desvio de finalidade. Trata-se do primado do interesse público.
Assim, os direitos do indivíduo, em regra, não podem ser equiparados aos direitos da
coletividade. Um exemplo de aplicação deste princípio se dá na desapropriação, em que o interesse
público prevalece sobre o do proprietário privado, ou, ainda, no poder de polícia do Estado, por
força do qual se estabelecem algumas restrições às atividades individuais.

b) Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público


Este princípio traz a ideia de que os bens e interesses públicos não pertencem à
Administração nem a seus agentes, cabendo-lhes apenas geri-los e conservá-los e em prol da
coletividade, sendo esta a verdadeira titular dos direitos e interesses públicos.
Desta forma, a Administração não tem a livre disposição dos bens e interesses públicos,
porque atua em nome de terceiros. Por essa razão, por exemplo, é que os bens públicos só podem
ser alienados na forma em que dispuser a lei.

c) Princípio da Autotutela
No exercício de sua atividade a Administração Pública comete erros. Deparando-se com
esses erros, pode ela mesma revê-los para restaurar a situação de regularidade. Não se trata apenas
de uma faculdade, mas também de um dever, pois que não se pode admitir que, diante de situações
irregulares, a Administração permaneça inerte e desinteressada.
Na verdade, só restaurando a situação de regularidade é que a Administração observa o
princípio da legalidade, do qual a autotutela é um dos mais importantes corolários. Não precisa,
portanto, a Administração ser provocada para o fim de rever seus atos. Pode fazê-lo de ofício.
Este princípio está positivado tanto na lei nº 9.784/99, quanto em entendimento sumulado
do STF.

Veja: “lei 9784/99. Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de
vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos.

Súmula 473 do STF: “a Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de
vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos,
a apreciação judicial”.
Em nome, porém, do princípio da segurança jurídica e da estabilidade das relações jurídicas,
vêm sendo criados limites ao exercício da autotutela pela Administração. Na verdade, a eterna
pendência da possibilidade de revisão dos atos administrativos revela-se, em alguns casos, mais
nociva do que a sua permanência.
Por isso mesmo, a Lei nº 9.784/99, que regula o processo administrativo federal, consignou
que o direito da Administração de anular atos administrativos que tenham irradiado efeitos
favoráveis ao destinatário decai em cinco anos, salvo comprovada má-fé (art. 54).
Vê-se, portanto, que, depois desse prazo, incabível se torna o exercício de autotutela pela
Administração, eis que tal hipótese acarreta, ex vi legis, a conversão do fato anterior em situação
jurídica legítima.
Aprofundado o tema: princípio da sindicabilidade
Reconhecido por parte da doutrina, o princípio da sindicabilidade impõe que a
Administração Pública se submeta a controle. Esse controle pode ser feito pela própria
Administração Pública (legalidade e mérito) ou pelo Poder Judiciário (legalidade).
Desta forma, a sindicabilidade consiste na possibilidade de submeter qualquer
lesão a direito decorrente de ato administrativo a algum tipo de controle,
relacionando-se ao princípio da autotutela, no ponto em que, este permite o controle
dos atos administrativos pela própria Administração Pública.

d) Princípio da segurança jurídica


Este princípio busca abrandar o conflito existente entre o princípio da legalidade e a
estabilidade das relações jurídicas. Se por um lado é necessário observar a lei, de outro é preciso
evitar que situações jurídicas permaneçam instáveis por um tempo indeterminado, o que causa
incertezas e receios entre os indivíduos.
A prescrição e a decadência, por exemplo, são mecanismos que realçam a aplicação deste
princípio, evitando que relações jurídicas se prolonguem indeterminadamente no tempo.
Nesse contexto, importante ressaltar o conteúdo do art. 54, da Lei nº 9.784/99, segundo o
qual “O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos
favoráveis para os destinatários decai em 5 (cinco) anos, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada má-fé”.
Decorre da citada norma a intenção de sobrelevar o princípio da segurança jurídica e
proteção à confiança, de modo que, após cinco anos e desde que tenha havido boa-fé, fica limitado
o poder de autotutela administrativa e, em consequência, não mais poderá a Administração
suprimir os efeitos favoráveis que o ato produziu para seu destinatário.

Atenção! recente entendimento sumulado do STJ relacionado ao


tema:
Súmula 633-STJ: A Lei nº 9.784/99, especialmente no que diz respeito ao
prazo decadencial para a revisão de atos administrativos no âmbito da
Administração Pública federal, pode ser aplicada, de forma subsidiária, aos estados
e municípios, se inexistente norma local e específica que regule a matéria.
Assim, observe que é possível aos Estados e Municípios, aplicarem de forma
subsidiária o prazo decadencial de 5 anos para anular os atos administrativos de
que decorram efeitos favoráveis para os destinatários, previsto o art. 9.784/99,
quando não possuírem norma local específica.

e) Princípio da razoabilidade
Segundo este princípio as condutas administrativas devem se situar dentro de padrões
aceitáveis, razoáveis. Nessa perspectiva, para alguns doutrinadores, a falta de razoabilidade na
conduta administrativa viola, em verdade, o próprio princípio da legalidade, pois a falta de
razoabilidade é reflexo da inobservância de requisitos exigidos para a validade da conduta.
Agindo a Administração com condutas que se apresentem dentro dos padrões normais de
aceitabilidade, não pode o Judiciário invadir o mérito administrativo, em virtude do princípio da
separação de Poderes.

f) Princípio da Proporcionalidade
Este princípio tem como fundamento o excesso de poder e se assemelha em alguns pontos
ao princípio da razoabilidade. Tem por finalidade conter atos, decisões e condutas de agentes
públicos que ultrapassem os limites adequados, com vistas ao objetivo colimado pela
Administração. Assim, o Poder Público deve atuar com equilíbrio, sem excessos e
proporcionalmente ao fim a ser atingido.
O princípio da proporcionalidade pode ser entendido sob três vertentes:
1) adequação, que significa que o meio empregado na atuação deve ser compatível com o fim
almejado;
2) exigibilidade ou necessidade, porque a conduta deve ser absolutamente necessária, não
havendo outro meio menos gravoso ou oneroso para alcançar o fim público e;
3) proporcionalidade em sentido estrito, quando as vantagens a serem conquistadas
superarem as desvantagens que vierem a ocorrer.

g) Princípio da continuidade dos serviços públicos


Os serviços públicos buscam atender as necessidades da comunidade, que por muitas vezes
são inadiáveis e permanentes. Como consequência desse fato não podem os serviços públicos ser
interrompidos, devendo ter normal continuidade. Está expresso no art. 6º, § 1º, da lei 8987/95, que
os serviços púbicos devem ser contínuos.
Tal regra, contudo, não é absoluta, comportando exceções dispostas no próprio dispositivo
legal. Segundo o § 3º, é possível a interrupção do serviço público em situações de emergência ou
após prévio aviso nos casos motivados por razões de ordem técnica e segurança das instalações,
bem como por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.

O STJ possui jurisprudência em teses sobre o corte de fornecimento de serviço público,


as quais vale a pena o candidato conhecer:
1) É legítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando inadimplente o
usuário, desde que precedido de notificação.
2) É legítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais por razões de ordem
técnica ou de segurança das instalações, desde que precedido de notificação.
3) É ilegítimo o corte no fornecimento de energia elétrica quando puder afetar o direito à saúde
e à integridade física do usuário.
4) É legítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando inadimplente
pessoa jurídica de direito público, desde que precedido de notificação e a interrupção não atinja as
unidades prestadoras de serviços indispensáveis à população.
5) É ilegítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando inadimplente
unidade de saúde, uma vez que prevalecem os interesses de proteção à vida e à saúde.
6) É ilegítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando a inadimplência
do usuário decorrer de débitos pretéritos, uma vez que a interrupção pressupõe o inadimplemento de
conta regular, relativa ao mês do consumo.
7) É ilegítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais por débitos de usuário
anterior, em razão da natureza pessoal da dívida.
8) É ilegítimo o corte no fornecimento de energia elétrica em razão de débito irrisório, por
configurar abuso de direito e ofensa aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade, sendo
cabível a indenização ao consumidor por danos morais.
9) É ilegítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando o débito decorrer
de irregularidade no hidrômetro ou no medidor de energia elétrica, apurada unilateralmente pela
concessionária.
10) O corte no fornecimento de energia elétrica somente pode recair sobre o imóvel que
originou o débito, e não sobre outra unidade de consumo do usuário inadimplente.

h) Princípio da motivação: Trata-se da indicação dos fatos e fundamentos jurídicos que


determinaram a prática do ato administrativo. A motivação é a justificação do ato praticado.

Motivo X motivação
Apesar de serem relacionados, os conceitos não se confundem. Veja:
▪ O motivo como elemento do ato administrativo é a situação de fato ou de direito que
autoriza a prática do ato.
▪ Já a motivação do ato é a justificação de sua prática.

Obs.: teoria dos motivos determinantes: significa que quando a administração indica os
motivos que levaram a prática do ato, este só será válido se os motivos forem verdadeiros. Ou seja,
a motivação apresentada vincula o ato. Mesmo que a autoridade não tenha o dever de motivar, caso
o faça, os motivos devem ser verdadeiros.
Exemplo: exoneração de servidor detentor de cargo em comissão não precisa ser motivada,
mas caso a autoridade resolva motivar o ato de exoneração, tal motivo deve ser verdadeiro, sob pena
de ilegalidade do ato.
Obs. 2: motivação aliunde: com fundamento no art. 50, § 1º, da lei 9784/99, a motivação
aliunde, prática aceita no âmbito administrativo, consiste na declaração de concordância com
fundamentos de anteriores pareceres, informações ou decisões que serão parte integrante do ato.
ATENÇÃO: a banca Cespe considerou correta a seguinte assertiva: “Não se decreta a
invalidade de um ato quando um, entre os diversos motivos determinantes, não está adequado à
realidade fática”.
Por fim, ressalta-se que o art. 50 da lei 9784/99, explicita os atos que devem ser
obrigatoriamente motivados. Veja:

Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos
fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres,
laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de
concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que,
neste caso, serão parte integrante do ato.
JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA
STF
CONSTITUCIONAL. PUBLICAÇÃO, EM SÍTIO ELETRÔNICO MANTIDO PELO MUNICÍPIO DE
SÃO PAULO, DO NOME DE SEUS SERVIDORES E DO VALOR DOS CORRESPONDENTES
VENCIMENTOS. LEGITIMIDADE. 1. É legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico
mantido pela Administração Pública, dos nomes dos seus servidores e do valor dos
correspondentes vencimentos e vantagens pecuniárias. 2. Recurso extraordinário conhecido e
provido.
(ARE 652777, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 23/04/2015,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-128 DIVULG 30-06-2015 PUBLIC 01-
07-2015).

DIREITO CONSTITUCIONAL. REPERCUSSÃO GERAL. DIREITO ADMINISTRATIVO. ANISTIA


POLÍTICA. REVISÃO. EXERCÍCIO DE AUTOTUTELA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. DECADÊNCIA.
NÃO OCORRÊNCIA. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO COM DEVIDO PROCESSO LEGAL. ATO
FLAGRANTEMENTE INCONSTITUCIONAL. VIOLAÇÃO DO ART. 8º DO ADCT. NÃO COMPROVAÇÃO
DE ATO COM MOTIVAÇÃO EXCLUSIVAMENTE POLÍTICA. INEXISTÊNCIA DE INOBSERVÂNCIA DO
PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA. RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS PROVIDOS, COM FIXAÇÃO
DE TESE. 1. A Constituição Federal de 1988, no art. 8º do ADCT, assim como os diplomas que versam
sobre a anistia, não contempla aqueles militares que não foram vítimas de punição, demissão,
afastamento de suas atividades profissionais por atos de motivação política (...) 2. O decurso do
lapso temporal de 5 (cinco) anos não é causa impeditiva bastante para inibir a
Administração Pública de revisar determinado ato, haja vista que a ressalva da parte final
da cabeça do art. 54 da Lei nº 9.784/99 autoriza a anulação do ato a qualquer tempo, uma
vez demonstrada, no âmbito do procedimento administrativo, com observância do devido
processo legal, a má-fé do beneficiário. 3. As situações flagrantemente inconstitucionais não
devem ser consolidadas pelo transcurso do prazo decadencial previsto no art. 54 da Lei nº
9.784/99, sob pena de subversão dos princípios, das regras e dos preceitos previstos na
Constituição Federal de 1988. Precedentes. (...)
(RE 817338, Relator(a): DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 16/10/2019, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-190 DIVULG 30-07-2020 PUBLIC 31-07-2020)
MANDADO DE SEGURANÇA. SERVENTIA EXTRAJUDICIAL. INGRESSO. SUBSTITUTO
EFETIVADO COMO TITULAR DE SERVENTIA APÓS A PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA. IMPOSSIBILIDADE. DIREITO ADQUIRIDO. INEXISTÊNCIA. CONCURSO PÚBLICO.
EXIGÊNCIA. ARTIGO 236, § 3º, DA CRFB/88. NORMA AUTOAPLICÁVEL. DECADÊNCIA PREVISTA
NO ARTIGO 54 DA LEI 9.784/1999. INAPLICABILIDADE. PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO DA
CONFIANÇA. PRINCÍPIO DA BOA-FÉ. OFENSA DIRETA À CARTA MAGNA. SEGURANÇA DENEGADA.
1. O postulado do concurso público traduz-se na necessidade essencial de o Estado conferir
efetividade ao princípio constitucional da igualdade (CRFB/88, art. 5º, caput), vedando-se a prática
intolerável do Poder Público conceder privilégios a alguns, ou de dispensar tratamento
discriminatório e arbitrário a outros. (...) 3. A delegação registral ou notarial, para legitimar-se
constitucionalmente, pressupõe a indispensável aprovação em concurso público de provas e títulos,
por tratar-se de regra constitucional que decorre do texto fundado no impositivo art. 236, § 3º, da
Constituição da República, o qual, indubitavelmente, constitui-se norma de eficácia plena,
independente, portanto, da edição de qualquer lei para sua aplicação. (...) 4. In casu, a situação de
flagrante inconstitucionalidade não pode ser amparada em razão do decurso do tempo ou
da existência de leis locais que, supostamente, agasalham a pretensão de perpetuação do
ilícito. 5. A inconstitucionalidade prima facie evidente impede que se consolide o ato administrativo
acoimado desse gravoso vício em função da decadência. (...) (MS 26860, Relator(a): Min. LUIZ FUX,
Tribunal Pleno, julgado em 02/04/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-184 DIVULG 22-09-2014
PUBLIC 23-09-2014)

AGRAVO REGIMENTAL NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. CONSTITUCIONAL.


ADMINISTRATIVO. FINANCEIRO. ART. 23, § 3º, DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL.
RESTRIÇÕES PARA REALIZAÇÃO DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO. OFENSA AO PRINCÍPIO DA
INTRANSCENDÊNCIA DAS MEDIDAS RESTRITIVAS DE DIREITOS. OCORRÊNCIA. PENDÊNCIAS
ORIUNDAS DO PODER LEGISLATIVO, TRIBUNAL DE CONTAS E MINISTÉRIO PÚBLICO.
JURISPRUDÊNCIA. PRECEDENTES. ACO 1.612-AGR, REL. MIN. CELSO DE MELLO, PLENO, DJE DE
13/2/2015. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O Plenário do Supremo
Tribunal Federal uniformizou o entendimento no sentido de que o Estado só pode sofrer
restrições nos cadastros de devedores da União por atos praticados pelo Executivo. Em
consequência, atos do Legislativo, Judiciário, Ministério Público, Tribunal de Contas e dos
entes da Administração Pública indireta (como as autarquias e as empresas públicas) não
podem gerar sanções da União contra o Estado, diante da ausência de ingerência direta do
Executivo sobre eles. (ACO 1.612-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, Pleno, DJe 13/2/2015). 2. Agravo
regimental a que se nega provimento. (ACO 2099 AgR, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal
Pleno, julgado em 18/12/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-032 DIVULG 19-02-2016 PUBLIC 22-
02-2016)

AGRAVO REGIMENTAL NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. CONSTITUCIONAL.


ADMINISTRATIVO. FINANCEIRO. TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. INSCRIÇÃO DE ESTADO-
MEMBRO EM CADASTRO DE INADIMPLENTES. ATOS DECORRENTES DE GESTÕES ANTERIORES.
APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA SUBJETIVA DAS SANÇÕES. PRECEDENTES.
INEXISTÊNCIA DE OFENSA AO PRINCÍPIO COLEGIADO. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA
PROVIMENTO.
1. O princípio da intranscendência subjetiva das sanções, consagrado pela Corte Suprema,
inibe a aplicação de severas sanções às administrações por ato de gestão anterior à assunção
dos deveres Públicos. 2. É que, em casos como o presente, o propósito é de neutralizar a ocorrência
de risco que possa comprometer, de modo grave e/ou irreversível, a continuidade da execução de
políticas públicas ou a prestação de serviços essenciais à coletividade. (...) (ACO 1393 AgR,
Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 09/06/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-
126 DIVULG 29-06-2015 PUBLIC 30-06-2015)

STJ
Súmula 615-STJ: Não pode ocorrer ou permanecer a inscrição do município em cadastros
restritivos fundada em irregularidades na gestão anterior quando, na gestão sucessora, são
tomadas as providências cabíveis à reparação dos danos eventualmente cometidos. STJ. 1ª Seção.
Aprovada em 09/05/2018, DJe 14/05/2018 (Info 624).

ADMINISTRATIVO. HORAS EXTRAS INCORPORADAS. ATOS COMISSIVOS, ÚNICOS E DE


EFEITOS PERMANENTES. LEI 9.784/1999. DECADÊNCIA CONFIGURADA. 1. O Superior Tribunal de
Justiça assentou o entendimento de que mesmo os atos administrativos praticados anteriormente
ao advento da Lei Federal 9.784, de 1.2.99, estão sujeitos ao prazo decadencial quinquenal contado
da sua entrada em vigor. A partir de sua vigência, o prazo decadencial para a Administração rever
seus atos é de cinco anos, nos termos do artigo 54. 2. In casu, as horas extras da servidora eram
atualizadas com base na aplicação contínua e automática de percentuais incidentes sobre todas as
parcelas salariais dos servidores por força de decisão transitada em julgado em data anterior à da
Lei 9.784/1999, e o ato administrativo do TCU, que determinou que o pagamento das horas extras
fosse feito em valores nominais, decorre do Acórdão 2.161/2005, ou seja, após o decurso do prazo
decadencial de cinco anos contados da entrada em vigor da mencionada norma. Assim, é inequívoca
a consumação da decadência. 3. Recurso Especial provido. (REsp 1270474/RN, Rel. Ministro
HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/10/2012, DJe 05/11/2012)
EXERCÍCIOS

1. CESPE – 2018 - TCE/MG- Analista de controle externo – direito


Assinale a opção correta de acordo com os princípios implícitos ou reconhecidos da
administração pública.
a) Segundo o primado do interesse público, cabe à administração rever os seus erros para restaurar
a situação de regularidade.
b) O princípio da indisponibilidade exige que os serviços públicos não sejam interrompidos.
c) O princípio da precaução determina a observância da correção administrativa dentro da norma.
d) Com base no princípio da autotutela, a câmara municipal possui personalidade jurídica.
e) A segurança jurídica está em conferir certeza e estabilidade na relação da administração pública
com os administrados.

2. CESPE - 2018 - MPE-PI - Conhecimentos Básicos - Cargos de Nível Superior Julgue o item
subsequente, relativo a controle da administração pública, regime jurídico administrativo,
processo administrativo federal e improbidade administrativa.
Conforme o regime jurídico administrativo, apesar de assegurada a supremacia do interesse público
sobre o privado, à administração pública é vedado ter privilégios não concedidos a particulares.
Certo
Errado

3.CESPE - 2018 - Polícia Federal - Agente de Polícia Federal


A administração pública, além de estar sujeita ao controle dos Poderes Legislativo e
Judiciário, exerce controle sobre seus próprios atos. Tendo como referência inicial essas
informações, julgue o item a seguir, acerca do controle da administração pública.
O poder de autotutela tem fundamento, preponderantemente, nos princípios da legalidade e da
preponderância do interesse público e pode ser exercido de ofício quando a autoridade competente
verificar ilegalidade em ato da própria administração.
Certo
Errado

4. CESPE - 2016 - Procuradoria Geral do Município de Fortaleza


Acerca do direito administrativo, julgue o item que se segue.
Considerando os princípios constitucionais explícitos da administração pública, o STF estendeu a
vedação da prática do nepotismo às sociedades de economia mista, embora elas sejam pessoas
jurídicas de direito privado.
Certo
Errado

5. CESPE - 2020 - MPE-CE - Promotor de Justiça de Entrância Inicial


O direito de petição aos poderes públicos, assegurado pela Constituição Federal de 1988,
impõe à administração o dever de apresentar tempestiva resposta. A demora excessiva e
injustificada da administração para cumprir essa obrigação é omissão violadora do
princípio da eficiência. Segundo o STJ, por colocar em xeque a legítima confiança que o
cidadão comum deposita na atuação da administração pública, tal mora atenta também
contra o princípio da
a) finalidade.
b) moralidade.
c) autotutela.
d) presunção de legitimidade.
e) continuidade do serviço público.

6. CESPE - 2017 - TRF - 5ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto


Acerca dos princípios constitucionais e legais que regem a administração pública, assinale
a opção correta. (adaptada)
a)Conforme o STJ, o princípio da continuidade dos serviços públicos não impede a interrupção do
fornecimento de energia elétrica destinada à iluminação pública de hospital municipal
inadimplente.
b)Situação hipotética: Uma autarquia federal constatou, a partir de denúncia, que servidor efetivo
com dois anos de exercício no cargo havia apresentado documentação falsa para a investidura no
cargo. Assertiva: Nessa situação, conforme o STF, os atos praticados pelo servidor até o momento
são válidos, em razão dos princípios da proteção à confiança e da segurança jurídica.
c)Não configura ofensa ao princípio da moralidade a nomeação de esposa de magistrado,
devidamente concursada, para função de confiança diretamente subordinada ao juiz cônjuge.
d)Todo ato administrativo emitido por agente público submete-se ao princípio da legalidade;
quando o ato atende exclusivamente à legalidade, exclui-se do controle judicial o juízo de
conveniência e oportunidade.

7. CESPE - 2017 - DPU - Defensor Público Federal


Jorge, servidor público federal ocupante de cargo de determinada carreira, foi, por meio
administrativo, transferido para cargo de carreira diversa. Com referência a essa situação
hipotética, julgue o item subsequente à luz do entendimento dos tribunais superiores.
A forma de provimento do cargo público na referida situação — transferência para cargo de carreira
diversa — foi inconstitucional, por violar o princípio do concurso público; cabe à administração
pública, no exercício do poder de autotutela, anular o ato ilegal, respeitado o direito ao contraditório
e à ampla defesa.
Certo
Errado

8. CESPE – 2019 – PGE PE – Analista


Com relação à origem e às fontes do direito administrativo, aos sistemas administrativos e
à administração pública em geral, julgue o item que segue.
Em sentido objetivo, administração pública designa os entes que exercem a atividade
administrativa de forma a balizar a execução da função administrativa.
Certo
Errado

9. FCC - 2018 - Prefeitura de Caruaru - PE - Procurador do Município


Em relação aos princípios que regem a atuação da Administração Pública, é correto afirmar
que
a) em relação ao princípio da legalidade, a Administração Pública não é obrigada a fazer ou deixar
de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
b) o princípio da eficiência impõe ao agente público um modo de atuar que produza resultados
favoráveis à consecução dos fins a serem alcançados pelo Estado.
c) o princípio da eficiência, dada a sua natureza finalística, é prevalente em face do princípio da
legalidade.
d) são aplicáveis à Administração Pública exclusivamente aqueles princípios mencionados
no caput do art. 37 da Constituição da República Federativa do Brasil, que são o da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência.
e) o princípio da publicidade decorre do direito dos administrados em ter acesso a informações de
interesse particular ou coletivo e, por essa razão, não admite a existência de informações públicas
sigilosas.

10. VUNESP - 2018 - PC-SP - Delegado de Polícia


Os princípios administrativos podem ser utilizados para fins de controle de
constitucionalidade dos atos administrativos pelo Poder Judiciário, sendo o que se observa
na alternativa a seguir:
a) a nomeação de cônjuge da autoridade nomeante para o exercício de cargo em comissão ou de
confiança na Administração Pública do Estado viola a Constituição Federal.
b) o ato administrativo eivado de ilegalidade deverá ser revogado pelo administrador público, em
obediência ao princípio administrativo da discricionariedade.
c) ao titular do cargo de procurador de autarquia exige-se a apresentação de instrumento de
mandato para representá-la em juízo.
d) não é possível a autotutela sobre os atos administrativos após a sua impugnação no Poder
Judiciário.
e) o princípio da pessoalidade é corolário da isonomia e da legalidade, sendo centrais à ação
administrativa.

GABARITO
1. E 6. B
2. ERRADO 7. CERTO
3. CERTO 8. ERRADO
4. CERTO 9. B
5. B 10. A

EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. CESPE – 2018 - TCE/MG- Analista de controle externo – direito
Assinale a opção correta de acordo com os princípios implícitos ou reconhecidos da
administração pública.
a) Segundo o primado do interesse público, cabe à administração rever os seus erros para restaurar
a situação de regularidade.
b) O princípio da indisponibilidade exige que os serviços públicos não sejam interrompidos.
c) O princípio da precaução determina a observância da correção administrativa dentro da norma.
d) Com base no princípio da autotutela, a câmara municipal possui personalidade jurídica.
e) A segurança jurídica está em conferir certeza e estabilidade na relação da administração pública
com os administrados.

Comentários:
A questão aborda os princípios da Administração Pública, vejamos as assertivas:
a) Segundo o primado da autotutela, cabe à administração rever os seus erros para restaurar a
situação de regularidade
b) O princípio da continuidade do serviço público exige que os serviços públicos não sejam
interrompidos
c) O princípio da precaução é para proteger uma ação ambiental antes que os danos de fato venham
ocorrer. O correto seria dizer que o princípio da autotutela determina a observância da correção
administrativa dentro da norma
d) Súmula 525, STJ: A Câmara de vereadores não possui personalidade jurídica, apenas
personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos
institucionais.

2. CESPE - 2018 - MPE-PI - Conhecimentos Básicos - Cargos de Nível Superior Julgue o item
subsequente, relativo a controle da administração pública, regime jurídico administrativo,
processo administrativo federal e improbidade administrativa.
Conforme o regime jurídico administrativo, apesar de assegurada a supremacia do interesse público
sobre o privado, à administração pública é vedado ter privilégios não concedidos a particulares.
Certo
Errado

Comentários:
É justamente o contrário. Para assegurar-se a autoridade da Administração Pública, necessária à
consecução de seus fins, são-lhe outorgados prerrogativas e privilégios que lhe permitem assegurar
a supremacia do interesse público sobre o particular.

3.CESPE - 2018 - Polícia Federal - Agente de Polícia Federal


A administração pública, além de estar sujeita ao controle dos Poderes Legislativo e
Judiciário, exerce controle sobre seus próprios atos. Tendo como referência inicial essas
informações, julgue o item a seguir, acerca do controle da administração pública.
O poder de autotutela tem fundamento, preponderantemente, nos princípios da legalidade e da
preponderância do interesse público e pode ser exercido de ofício quando a autoridade competente
verificar ilegalidade em ato da própria administração.
Certo
Errado

Comentários:
Correta! Decorem a Súmula 473 do STF – A administração pode anular seus próprios atos, quando
eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos
os casos, a apreciação judicial.

4. CESPE - 2016 - Procuradoria Geral do Município de Fortaleza


Acerca do direito administrativo, julgue o item que se segue.
Considerando os princípios constitucionais explícitos da administração pública, o STF estendeu a
vedação da prática do nepotismo às sociedades de economia mista, embora elas sejam pessoas
jurídicas de direito privado.
Certo
Errado

Comentários:
A regra geral é para aplicação da Súmula Vinculante 13:
"A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o
terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido
em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de
confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer
dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste
mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal".
Não esquecer que existe a exceção para CARGOS DE NATUREZA POLÍTICA, vejamos:
A jurisprudência do STF preconiza que, ressalvada situação de fraude à lei, a nomeação de parentes
para cargos públicos de natureza política não desrespeita o conteúdo normativo do enunciado da
Súmula Vinculante 13." (RE 825682 AgR, Relator Ministro Teori Zavascki, Segunda Turma,
julgamento em 10.2.2015, DJe de 2.3.2015).

5. CESPE - 2020 - MPE-CE - Promotor de Justiça de Entrância Inicial


O direito de petição aos poderes públicos, assegurado pela Constituição Federal de 1988,
impõe à administração o dever de apresentar tempestiva resposta. A demora excessiva e
injustificada da administração para cumprir essa obrigação é omissão violadora do
princípio da eficiência. Segundo o STJ, por colocar em xeque a legítima confiança que o
cidadão comum deposita na atuação da administração pública, tal mora atenta também
contra o princípio da

a) finalidade.
b) moralidade.
c) autotutela.
d) presunção de legitimidade.
e) continuidade do serviço público.

Comentários:
Questão difícil que exigiu conhecimento da decisão do Superior Tribunal de Justiça. Confira-se o
teor da ementa:
ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO ADMINISTRATIVO. ANISTIA POLÍTICA.
LEGITIMIDADE PASSIVA DO MINISTRO DA JUSTIÇA. ATO OMISSIVO. DIREITO DE PETIÇÃO. ORDEM
CONCEDIDA PARA QUE A AUTORIDADE COATORA DECIDA O PEDIDO DE ANISTIA DA
IMPETRANTE NO PRAZO DO ART. 49 DA LEI Nº 9.784/99.
(...)
5. A demora excessiva e injustificada da Administração para cumprir obrigação que a própria
Constituição lhe impõe é omissão violadora do princípio da eficiência,na medida em que
denuncia a incapacidade do Poder Público em desempenhar, num prazo razoável, as
atribuições que lhe foram conferidas pelo ordenamento (nesse sentido, o comando do art.
5º, LXXVIII, da CF). Fere, também, a moralidade administrativa, por colocar em xeque a
legítima confiança que o cidadão comum deposita, e deve depositar, na Administração. Por
isso que semelhante conduta se revela ilegal e abusiva, podendo ser coibida pela via mandamental,
consoante previsto no art. 1.º, caput, da Lei n. 12.016, de 7 de agosto de 2009. (...)
(STJ - MS 19.132/DF, Relator Ministro Sérgio Kukina, Data de Julgamento 22/03/2017, S1-Primeira
Seção, Data de Publicação DJe 27/03/2017).

6. CESPE - 2017 - TRF - 5ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto


Acerca dos princípios constitucionais e legais que regem a administração pública, assinale
a opção correta. (adaptada)
a)Conforme o STJ, o princípio da continuidade dos serviços públicos não impede a interrupção do
fornecimento de energia elétrica destinada à iluminação pública de hospital municipal
inadimplente.
b)Situação hipotética: Uma autarquia federal constatou, a partir de denúncia, que servidor efetivo
com dois anos de exercício no cargo havia apresentado documentação falsa para a investidura no
cargo. Assertiva: Nessa situação, conforme o STF, os atos praticados pelo servidor até o momento
são válidos, em razão dos princípios da proteção à confiança e da segurança jurídica.
c)Não configura ofensa ao princípio da moralidade a nomeação de esposa de magistrado,
devidamente concursada, para função de confiança diretamente subordinada ao juiz cônjuge.
d)Todo ato administrativo emitido por agente público submete-se ao princípio da legalidade;
quando o ato atende exclusivamente à legalidade, exclui-se do controle judicial o juízo de
conveniência e oportunidade.

Comentários:
a) Para o STJ, é licito à concessionária interromper o fornecimento de energia elétrica se, após aviso
prévio, o consumidor de energia elétrica permanecer inadimplente no pagamento da conta, o que
não implica o corte de energia em serviços básicos essenciais, como hospitais. Ex: Resp 721119 RS
e Resp 1244385/BA.
b) Aplica-se a teoria da aparência, momento em que se preserva a confiança e a boa-fé do destinatário.
c) A nomeação da esposa, embora concursada, foi para função de confiança, tornando o referido ato
ilegal, conforme súmula vinculante 13.
d) O controle judicial, conforme veremos mais a frente, não recai sobre o juízo de conveniência e
oportunidade, mesmo em outras hipóteses.
7. CESPE - 2017 - DPU - Defensor Público Federal
Jorge, servidor público federal ocupante de cargo de determinada carreira, foi, por meio
administrativo, transferido para cargo de carreira diversa. Com referência a essa situação
hipotética, julgue o item subsequente à luz do entendimento dos tribunais superiores.
A forma de provimento do cargo público na referida situação — transferência para cargo de carreira
diversa — foi inconstitucional, por violar o princípio do concurso público; cabe à administração
pública, no exercício do poder de autotutela, anular o ato ilegal, respeitado o direito ao contraditório
e à ampla defesa.
Certo
Errado

Comentários:
A Súmula Vinculante 43 do STF proíbe é a chamada ascensão funcional (também conhecida como
acesso ou transposição). Esta é a progressão do servidor público entre cargos de carreiras distintas,
como narra a questão.
Essa forma de provimento derivado vertical, é inconstitucional porque a CF/88 afirma que a pessoa
somente pode assumir um cargo público após a aprovação em concurso público (art. 37, II), salvo
as hipóteses excepcionais previstas no texto constitucional.
Atenção para o teor daSúmula Vinculante 43: É inconstitucional toda modalidade de provimento
que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu
provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido.

8. CESPE – 2019 – PGE PE – Analista


Com relação à origem e às fontes do direito administrativo, aos sistemas administrativos e
à administração pública em geral, julgue o item que segue.
Em sentido objetivo, administração pública designa os entes que exercem a atividade
administrativa de forma a balizar a execução da função administrativa.
Certo
Errado

Comentários:
Em sentido subjetivo, administração pública designa os entes que exercem a atividade
administrativa de forma a balizar a execução da função administrativa.
Este assunto é comumente cobrado. Então, atenção:
Em sentido formal/subjetivo/orgânico consiste nas entidades, órgãos ou agentes públicos que
exercem a função administrativa.
Em sentido material/objetivo/funcional, é o próprio exercício da função administrativa.

9. FCC - 2018 - Prefeitura de Caruaru - PE - Procurador do Município


Em relação aos princípios que regem a atuação da Administração Pública, é correto afirmar
que
a) em relação ao princípio da legalidade, a Administração Pública não é obrigada a fazer ou deixar
de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
b) o princípio da eficiência impõe ao agente público um modo de atuar que produza resultados
favoráveis à consecução dos fins a serem alcançados pelo Estado.
c) o princípio da eficiência, dada a sua natureza finalística, é prevalente em face do princípio da
legalidade.
d) são aplicáveis à Administração Pública exclusivamente aqueles princípios mencionados
no caput do art. 37 da Constituição da República Federativa do Brasil, que são o da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência.
e) o princípio da publicidade decorre do direito dos administrados em ter acesso a informações de
interesse particular ou coletivo e, por essa razão, não admite a existência de informações públicas
sigilosas.

Comentários:
a) O administrador público somente pode atuar conforme determina a lei, amplamente considerada,
abarcando todas as formas legislativas. Não havendo previsão legal, estará proibida a atuação do
ente público e qualquer conduta praticada será considerada ilegítima.
b) Gabarito.
c) Não existe hierarquia ou prevalência entre princípios. Na hipótese de colisão entre princípios deve
ser utilizado o método da ponderação.
d) Existem princípios expressos e implícitos na CF que também são aplicáveis: razoabilidade,
supremacia do interesse público, entre outros.
e) O princípio da publicidade não é absoluto, tendo em vista que a própria Constituição Federal
ressalva que devem ser resguardadas a segurança nacional e o relevante interesse coletivo.

10. VUNESP - 2018 - PC-SP - Delegado de Polícia


Os princípios administrativos podem ser utilizados para fins de controle de
constitucionalidade dos atos administrativos pelo Poder Judiciário, sendo o que se observa
na alternativa a seguir:
a) a nomeação de cônjuge da autoridade nomeante para o exercício de cargo em comissão ou de
confiança na Administração Pública do Estado viola a Constituição Federal.
b) o ato administrativo eivado de ilegalidade deverá ser revogado pelo administrador público, em
obediência ao princípio administrativo da discricionariedade.
c) ao titular do cargo de procurador de autarquia exige-se a apresentação de instrumento de
mandato para representá-la em juízo.
d) não é possível a autotutela sobre os atos administrativos após a sua impugnação no Poder
Judiciário.
e) o princípio da pessoalidade é corolário da isonomia e da legalidade, sendo centrais à ação
administrativa.

Comentários:

a) Correta! É exatamente o disposto na SV 13, que já foi mencionada acima.


b) O ato administrativo eivado de ilegalidade deverá ser ANULADO, e não revogado como afirma a
assertiva.
c) Súmula 644 do STF: Ao titular do cargo de procurador de autarquia não se exige a apresentação de
instrumento de mandato para representá-la em juízo.
d) Mesmo após a impugnação jurisdicional de um ato administrativo, nada impede que a
Administração Pública, com apoio em seu poder de autotutela, reveja seu ato, convencendo-se dos
fundamentos expostos pelo particular, no bojo da demanda.
e) Não existe previsão deste princípio, mas sim, o da IMPESSOALIDADE.
BIBLIOGRAFIA
CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo. 6ª ed. – Salvador: Juspodivm, 2019.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. São Paulo: Malheiros. 2016.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. São Paulo: Atlas. 2020.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 2018
LEGISLAÇÃO
V - piso salarial proporcional à extensão e à
complexidade do trabalho;
CF- ART. 6° -17
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em
CAPÍTULO II convenção ou acordo coletivo;
DOS DIREITOS SOCIAIS
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo,
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a para os que percebem remuneração variável;
alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à VIII - décimo terceiro salário com base na
maternidade e à infância, a assistência aos remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
desamparados, na forma desta
Constituição. (Redação dada pela Emenda IX – remuneração do trabalho noturno superior à do
Constitucional nº 90, de 2015) diurno;

STF: É proibido o trabalho da gestante ou da X - proteção do salário na forma da lei, constituindo


lactante em atividades insalubres. STF. Plenário. crime sua retenção dolosa;
ADI 5938/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 29/5/2019 (Info 942). XI – participação nos lucros, ou resultados,
desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente,
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e participação na gestão da empresa, conforme
rurais, além de outros que visem à melhoria de sua definido em lei;
condição social:
XII - salário-família pago em razão do dependente do
I - relação de emprego protegida contra despedida trabalhador de baixa renda nos termos da
arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei lei; (Redação dada pela Emenda
complementar, que preverá indenização Constitucional nº 20, de 1998)
compensatória, dentre outros direitos;
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego horas diárias e quarenta e quatro semanais,
involuntário; facultada a compensação de horários e a redução da
jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de
III - fundo de garantia do tempo de serviço; trabalho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de
1943)
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente
unificado, capaz de atender a suas necessidades XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado
vitais básicas e às de sua família com moradia, em turnos ininterruptos de revezamento, salvo
alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, negociação coletiva;
higiene, transporte e previdência social, com
reajustes periódicos que lhe preservem o poder XV - repouso semanal remunerado,
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para preferencialmente aos domingos;
qualquer fim;
XVI - remuneração do serviço extraordinário
STF: Não há vedação para a fixação de piso salarial superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do
em múltiplos do salário mínimo, desde que normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º)
inexistam reajustes automáticos. Isso não
configura afronta ao art. 7º, IV, da CF/88 nem à SV 4. XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo
STF. 1ª Turma. RE 1077813 AgR/PR, Rel. Min. Marco menos, um terço a mais do que o salário normal;
Aurélio, julgado em 05/02/2019 (Info 929).
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e
do salário, com a duração de cento e vinte dias;
STF: Os prazos da licença-adotante não podem ser b) (Revogada). (Redação dada pela Emenda
inferiores ao prazo da licença-gestante, o mesmo Constitucional nº 28, de 2000)
valendo para as respectivas prorrogações. Em
relação à licença adotante, não é possível fixar XXX - proibição de diferença de salários, de exercício
prazos diversos em função da idade da criança de funções e de critério de admissão por motivo de
adotada. STF. Plenário. RE 778889/PE, Rel. Min. sexo, idade, cor ou estado civil;
Roberto Barroso, julgado em 10/3/2016
(repercussão geral) (Info 817). XXXI - proibição de qualquer discriminação no
tocante a salário e critérios de admissão do
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; trabalhador portador de deficiência;

XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual,
mediante incentivos específicos, nos termos da lei; técnico e intelectual ou entre os profissionais
respectivos;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço,
sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou
insalubre a menores de dezoito e de qualquer
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na
meio de normas de saúde, higiene e segurança; condição de aprendiz, a partir de quatorze
anos; (Redação dada pela Emenda
XXIII - adicional de remuneração para as atividades Constitucional nº 20, de 1998)
penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador
XXIV - aposentadoria; com vínculo empregatício permanente e o
trabalhador avulso.
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes
desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em Parágrafo único. São assegurados à categoria dos
creches e pré-escolas; (Redação dada pela trabalhadores domésticos os direitos previstos nos
Emenda Constitucional nº 53, de 2006) incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX,
XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos as condições estabelecidas em lei e observada a
coletivos de trabalho; simplificação do cumprimento das obrigações
tributárias, principais e acessórias, decorrentes da
XXVII - proteção em face da automação, na forma da relação de trabalho e suas peculiaridades, os
lei; previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII,
bem como a sua integração à previdência
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo social. (Redação dada pela Emenda
do empregador, sem excluir a indenização a que este Constitucional nº 72, de 2013)
está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical,
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das observado o seguinte:
relações de trabalho, com prazo prescricional de
cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para
até o limite de dois anos após a extinção do contrato a fundação de sindicato, ressalvado o registro no
de trabalho; (Redação dada pela Emenda órgão competente, vedadas ao Poder Público a
Constitucional nº 28, de 2000) interferência e a intervenção na organização
sindical;
a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 28, de 2000) II - é vedada a criação de mais de uma organização
sindical, em qualquer grau, representativa de
categoria profissional ou econômica, na mesma base
territorial, que será definida pelos trabalhadores ou Parágrafo único. As disposições deste artigo
empregadores interessados, não podendo ser aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de
inferior à área de um Município; colônias de pescadores, atendidas as condições que
a lei estabelecer.
STF: A legitimidade dos sindicatos para
representação de determinada categoria depende do Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo
devido registro no Ministério do Trabalho em aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de
obediência ao princípio constitucional da unicidade exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio
sindical (art. 8º, II, da CF/88). STF. 1ª Turma. RE dele defender.
740434 AgR/MA, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
19/2/2019 (Info 931). (Fonte: Dizerodireito) § 1º A lei definirá os serviços ou atividades
essenciais e disporá sobre o atendimento das
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e necessidades inadiáveis da comunidade.
interesses coletivos ou individuais da categoria,
inclusive em questões judiciais ou administrativas; § 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis
às penas da lei.
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em
se tratando de categoria profissional, será Art. 10. É assegurada a participação dos
descontada em folha, para custeio do sistema trabalhadores e empregadores nos colegiados dos
confederativo da representação sindical respectiva, órgãos públicos em que seus interesses profissionais
independentemente da contribuição prevista em lei; ou previdenciários sejam objeto de discussão e
deliberação.
Súmula vinculante 40-STF: A contribuição
confederativa de que trata o artigo 8º, IV, da Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos
Constituição Federal, só é exigível dos filiados ao empregados, é assegurada a eleição de um
sindicato respectivo. representante destes com a finalidade exclusiva de
promover-lhes o entendimento direto com os
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se empregadores.
filiado a sindicato;
CAPÍTULO III
STF: São compatíveis com a Constituição Federal os DA NACIONALIDADE
dispositivos da Lei nº 13.467/2017 (Reforma
Trabalhista) que extinguiram a obrigatoriedade da Art. 12. São brasileiros:
contribuição sindical e condicionaram o seu
pagamento à prévia e expressa autorização dos I - natos:
filiados. STF. Plenário. ADI 5794/DF, Rel. Min. Edson
Fachin, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, julgado em a) os nascidos na República Federativa do Brasil,
29/6/2018 (Info 908). ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não
estejam a serviço de seu país;
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas
negociações coletivas de trabalho; b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou
mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser serviço da República Federativa do Brasil;
votado nas organizações sindicais;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de
VIII - é vedada a dispensa do empregado mãe brasileira, desde que sejam registrados em
sindicalizado a partir do registro da candidatura a repartição brasileira competente ou venham a
cargo de direção ou representação sindical e, se residir na República Federativa do Brasil e optem,
eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do em qualquer tempo, depois de atingida a
mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da maioridade, pela nacionalidade
lei.
brasileira; (Redação dada pela Emenda I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença
Constitucional nº 54, de 2007) judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse
nacional;
II - naturalizados:
STF: Conforme revela o inciso I do § 4º do artigo 12
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade da Constituição Federal, o Ministro de Estado da
brasileira, exigidas aos originários de países de Justiça não tem competência para rever ato de
língua portuguesa apenas residência por um ano naturalização. (RMS 27840, Relator(a): Min.
ininterrupto e idoneidade moral; RICARDO LEWANDOWSKI, Relator(a) p/ Acórdão:
Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, 07/02/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-167
residentes na República Federativa do Brasil há mais DIVULG 26-08-2013 PUBLIC 27-08-2013)
de quinze anos ininterruptos e sem condenação
penal, desde que requeiram a nacionalidade II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos
brasileira. (Redação dada pela Emenda casos: (Redação dada pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

§ 1º Aos portugueses com residência permanente a) de reconhecimento de nacionalidade originária


no País, se houver reciprocidade em favor de pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda
brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
brasileiro, salvo os casos previstos nesta
Constituição. (Redação dada pela Emenda b) de imposição de naturalização, pela norma
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) estrangeira, ao brasileiro residente em estado
estrangeiro, como condição para permanência em
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre seu território ou para o exercício de direitos
brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos civis; (Incluído pela Emenda Constitucional
previstos nesta Constituição. de Revisão nº 3, de 1994)

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: STF: (...) A Constituição Federal, ao cuidar da perda
da nacionalidade brasileira, estabelece duas
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; hipóteses: (i) o cancelamento judicial da
naturalização (art. 12, § 4º, I); e (ii) a aquisição de
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; outra nacionalidade. Nesta última hipótese, a
nacionalidade brasileira só não será perdida em
III - de Presidente do Senado Federal; duas situações que constituem exceção à regra: (i)
reconhecimento de outra nacionalidade originária
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; (art. 12, § 4º, II, a); e (ii) ter sido a outra
nacionalidade imposta pelo Estado estrangeiro
como condição de permanência em seu território ou
V - da carreira diplomática;
para o exercício de direitos civis (art. 12, § 4º, II, b).
STF. 1ª Turma. MS 33864/DF, Rel. Min. Roberto
VI - de oficial das Forças Armadas. Barroso, julgado em 19/4/2016 (Info 822).
VII - de Ministro de Estado da Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da
Defesa (Incluído pela Emenda República Federativa do Brasil.
Constitucional nº 23, de 1999)
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
brasileiro que:
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
poderão ter símbolos próprios.
CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS d) dezoito anos para Vereador.

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com
valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: § 5º O Presidente da República, os Governadores de
Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os
I - plebiscito; houver sucedido, ou substituído no curso dos
II - referendo; mandatos poderão ser reeleitos para um único
III - iniciativa popular. período subseqüente. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 16, de 1997)
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; da República, os Governadores de Estado e do
Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos
II - facultativos para: respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.

a) os analfabetos; § 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do


titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou
b) os maiores de setenta anos; afins, até o segundo grau ou por adoção, do
Presidente da República, de Governador de Estado
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de
anos. quem os haja substituído dentro dos seis meses
anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os eletivo e candidato à reeleição.
estrangeiros e, durante o período do serviço militar
obrigatório, os conscritos. STF: A vedação ao exercício de três mandatos
consecutivos de prefeito pelo mesmo núcleo familiar
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: aplica-se também na hipótese em que tenha havido
a convocação do segundo colocado nas eleições para
I - a nacionalidade brasileira; o exercício de mandato-tampão. STF. 2ª Turma. RE
1128439/RN, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em
23/10/2018 (Info 921).
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
STF: As hipóteses de inelegibilidade previstas no art.
III - o alistamento eleitoral;
14, § 7º, da CF, inclusive quanto ao prazo de seis
meses, são aplicáveis às eleições suplementares.
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; STF. Plenário. RE 843455/DF, Rel. Min. Teori
Zavascki, julgado em 7/10/2015 (repercussão geral)
V - a filiação partidária; Regulamento (Info 802).

VI - a idade mínima de: § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as


seguintes condições:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-
Presidente da República e Senador; I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá
afastar-se da atividade;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador
de Estado e do Distrito Federal; II - se contar mais de dez anos de serviço, será
agregado pela autoridade superior e, se eleito,
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado passará automaticamente, no ato da diplomação,
Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de para a inatividade.
paz;
CAPÍTULO V
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de DOS PARTIDOS POLÍTICOS
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de
proteger a probidade administrativa, a moralidade Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e
para exercício de mandato considerada vida extinção de partidos políticos, resguardados a
pregressa do candidato, e a normalidade e soberania nacional, o regime democrático, o
legitimidade das eleições contra a influência do pluripartidarismo, os direitos fundamentais da
poder econômico ou o abuso do exercício de função, pessoa humana e observados os seguintes
cargo ou emprego na administração direta ou preceitos: Regulamento
indireta. (Redação dada pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 4, de 1994) I - caráter nacional;

§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante II - proibição de recebimento de recursos financeiros
a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados de entidade ou governo estrangeiros ou de
da diplomação, instruída a ação com provas de abuso subordinação a estes;
do poder econômico, corrupção ou fraude.
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará
em segredo de justiça, respondendo o autor, na IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja para definir sua estrutura interna e estabelecer
perda ou suspensão só se dará nos casos de: regras sobre escolha, formação e duração de seus
órgãos permanentes e provisórios e sobre sua
I - cancelamento da naturalização por sentença organização e funcionamento e para adotar os
transitada em julgado; critérios de escolha e o regime de suas coligações nas
eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas
II - incapacidade civil absoluta; eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de
vinculação entre as candidaturas em âmbito
III - condenação criminal transitada em julgado, nacional, estadual, distrital ou municipal,
enquanto durarem seus efeitos; devendo seus estatutos estabelecer normas de
disciplina e fidelidade partidária. (Redação
STF: A suspensão de direitos políticos prevista no dada pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
art. 15, III, da Constituição Federal, aplica-se no caso
de substituição da pena privativa de liberdade pela § 2º Os partidos políticos, após adquirirem
restritiva de direitos. STF. Plenário. RE 601182/MG, personalidade jurídica, na forma da lei civil,
Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre registrarão seus estatutos no Tribunal Superior
de Moraes, julgado em 8/5/2019 (repercussão Eleitoral.
geral) (Info 939).
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; forma da lei, os partidos políticos que
alternativamente: (Redação dada pela Emenda
V - improbidade administrativa, nos termos do art. Constitucional nº 97, de 2017)
37, § 4º.
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos
em vigor na data de sua publicação, não se aplicando votos válidos, distribuídos em pelo menos um
à eleição que ocorra até um ano da data de sua terço das unidades da Federação, com um
vigência. (Redação dada pela Emenda mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos
Constitucional nº 4, de 1993) em cada uma delas; ou (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados
Federais distribuídos em pelo menos um terço das
unidades da Federação. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 97, de 2017)

§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de


organização paramilitar.

§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os


requisitos previstos no § 3º deste artigo é
assegurado o mandato e facultada a filiação, sem
perda do mandato, a outro partido que os tenha
atingido, não sendo essa filiação considerada para
fins de distribuição dos recursos do fundo partidário
e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de
televisão. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 97, de 2017)
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ANOTAÇÕES

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