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Módulo I
SEMANA 1 DIA 2
20 (vinte) questões
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Fitro: Nº de Acertos:__________
QUESTÕES
1. Conceitos iniciais de Direito
Nº de Erros:_______________
Administrativo;
2. Regime Jurídico Administrativo.
MATERIAL DIDÁTICO
DIREITO ADMINISTRATIVO
➢ 1- ESTADO
➢ 2- GOVERNO
➢ 3- PODERES DO ESTADO
➢ 4- CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO
➢ 5- ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
➢ 6- REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO
➢ 7- PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS EXPRESSOS NO ART.
37 DA CF/88.
➢ 8- PRINCÍPIOS RECONHECIDOS PELO DIREITO
ADMINISTRATIVO
1- ESTADO
Dotado de personalidade jurídica própria de Direito Público, entende-se por Estado o ente
personalizado de direito interno e externo, dirigido por um governo e submisso à Constituição.
ESTADO
• Tem personalidade jurídica própria, tanto
internamente, quanto no cenário
internacional;
• É capaz de adquirir direitos e obrigações;
• Submete-se à Constituição.
Aprofundando na doutrina:
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino trazem a figura do Estado como pessoa jurídica territorial
soberana, formada pelos elementos: povo, território e governo soberano.
Entende Hely Lopes Meirelles (2018) que o Estado é a corporação territorial dotada de um
poder de mando originário, é comunidade de homens, com potestade superior de ação, de mando e de
coerção, é pessoa jurídica de direito público interno, soberana, que atua no Direito público e privado,
juridicamente organizado, constituído de povo (componente humano), território (base física) e
governo soberano (elemento condutor);
2- GOVERNO
Caminhando pelo conceito mais aceito em provas, governo é o elemento formador do Estado.
É o conjunto de poderes e órgãos constitucionais (sentido subjetivo), bem como a atividade diretiva
em si (sentido objetivo) responsável por conduzir o Estado conforme as normas por ele postas.
Ex.: gestão de políticas públicas, relacionamento com os outros poderes, alocação de
recursos orçamentários (sentido objetivo).
GOVERNO
Sentido subjetivo: conjunto de poderes e órgãos.
Sentido objetivo: atividade em si.
A principal diferença entre governo e Estado é que aquele (somado com o povo e território)
é o elemento que atribui existência a este. Em suma, governo é apenas parte do todo (ESTADO).
3- PODERES DO ESTADO
Funções típicas
Função Executiva: Atuar nas áreas de fomento, intervenção e serviços
públicos.
Função Legislativa: editar normas em sentido material, fiscalizar e
controlar os atos do Executivo.
Função Judiciária: Aplicação e revisão das normas jurídicas aos casos
concretos, compondo litígios e decidindo definitivamente.
Por fim, vale apontar que essa tripartição faz com que cada poder seja responsável pelo
exercício de suas funções de maneira “autônoma”, ainda que relativamente, pois como visto, o
sistema de "freios e contrapesos" de certa forma mitiga a ideia de autonomia absoluta.
Para Maria Sylvia di Pietro o direito administrativo “É um ramo do direito público que tem
por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a
administração pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens e meios de
que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública” (Di Pietro, 2020, p. ).
Seu nascimento teve início com o Estado Democrático de Direito, notadamente com a
revolução francesa – Ideais do liberalismo (1789). Teve influência do direito alemão e francês,
mas também, com alguns pontos da common law.
É muito importante entender o processo de transformação que o direito administrativo vem
sofrendo durante os anos. Com base nos ideais da idade média, buscava-se uma atuação baseada na
discricionariedade (maior força do poder moderador) e uma redução da legalidade – nesse ponto o
Estado era livre para fazer aquilo que a lei não proibia. Com os ideais revolucionários, o poder
moderador é extinto, revelando a importância do princípio da legalidade, ou seja, o estado –
enquanto administração pública - deve apenas fazer aquilo que a lei permite, reduzindo a
discricionariedade do administrador público.
Além disso, com a EC 19/98, tem-se a reforma da administração, estabelecendo novas
diretrizes para a administração pública, tais como: administração gerencial,
constitucionalização do direito administrativo, busca por resultados, transparência,
eficiência, acesso a informação, entre outros.
É o regime adotado pelo estado para o controle dos atos administrativos ilegais ou ilegítimos
praticados pelo poder público. A doutrina identifica dois sistemas existentes, quais sejam: francês
e o inglês.
➢ Sistema de jurisdição única – Inglês: nesse sistema há apenas uma jurisdição – somente
o poder judiciário tem jurisdição, realizando o controle dos atos administrativos pelos
tribunais. De acordo com Matheus Carvalho, no sistema inglês, não há um impedimento para
a existência de um tribunal administrativo, mas a decisão do contencioso administrativo
poderá ser revista pelo poder judiciário.
Atenção! Existem algumas situações previstas em lei em que se considera essencial a prévia
arguição administrativa para se chegar ao poder judiciário (exceção a regra da inafastabilidade da
jurisdição). Vejamos:
- Justiça desportiva – é aquela que cuida dos conflitos e questões pertinentes a
competições esportivas. Pelo fato de não estar inserida no rol do art. 92 da CF/88, que lista os órgãos
do Poder Judiciário, exige o exaurimento adoministrativo.
-Habeas data – deve ter sido feito o pedido de informações ao órgão respectivo, caso não
tenha resposta ou a resposta negativa, cabe a utilização do remédio constitucional.
- INSS – a jurisprudência entende que deve haver um prévio pedido do benefício
administrativo no INSS. Neste caso, portanto, a exigência não é de que seja exaurida a via
administrativa, mas que haja o prévio requerimento administrativo. Existem julgados do STJ que
consideram desnecessário este pedido, pois há uma praxe administrativa em negar todos os
pedidos – tutela efetiva do processo ou excesso de prazo razoável de 45 dias do requerimento.
- Reclamação que tenha como objetivo ato administrativo contrário a súmula
vinculante – exige o exaurimento. ( Súmula 02 do STJ e art. 7º, § 1º da lei 11.417/06).
5- ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O vocábulo administração significa serviço, execução, direção, orientação. Há que se fazer a
distinção entre as três funções do estado:
▪ Legislação: ato de produção jurídica primário, fundado no poder soberano,
regulando as situações por lei.
▪ Jurisdição: é a emanação dos atos de produção jurídica subsidiários, pois atua
mediante provocação da parte interessada.
▪ Administração: é a produção de atos complementares a lei, atuando a administração
como parte e independente de provocação.
Aprofundando o tema: Para Maria Sylvia Di Pietro, há outra distinção, a partir da ideia de
que administrar significa planejar e executar ( sentido amplo X restrito).
Assim, a administração Pública em sentido amplo, subjetivamente considerada,
compreende tanto os órgãos governamentais incumbidos de traçar os planos de ação, dirigir, como
os órgãos administrativos subordinados e dependentes, que tem como principal competência a
execução das tarefas.
Já a administração pública em sentido amplo, objetivamente considerada, compreende
a função política e a função administrativa.
A administração pública em sentido restrito, sob o aspecto subjetivo compreende
apenas os órgãos administrativos.
A administração pública em sentido restrito, sob o aspecto objetivo, por sua vez, engloba
apenas a função administrativa.
Fique atento – A administração pública faz parte de todos os poderes – função típica
do poder executivo ( função administrativa) e função atípica do poder legislativo e judiciário, quando
por exemplo, aplicam sanções aos seus respectivos servidores – exercício da função administrativa.
a) Legalidade
Princípio que é diretriz básica da conduta de todos agentes públicos, pelo qual a
administração pública só pode fazer o que está autorizada pela lei. Pela clássica comparação do
professor Hely Lopes Meirelles, enquanto os indivíduos no campo privado podem fazer tudo o que
a lei não príbe, o administrador público só pode atuar quando a lei autoriza. Desta forma, veja que
o princípio da legalidade possui sentidos diferentes quando se trata dos agentes públicos ou dos
cidadãos em geral.
O princípio em questão também pode ser entendido em dois diferentes aspectos: legalidade
em sentido amplo e em sentido estrito.
A legalidade em sentido estrito remete a obediência à lei produzida pelo parlamento. A
legalidade em sentido amplo, por sua vez, significa a obediência não só à lei, mas também aos
demais atos normativos e princípios do ordenamento jurídico.
Aprofundando o tema:
O conceito incial do princípio da legalidade tem evoluído para o conceito de
juridicidade, uma vez que, a Administração deve observar não só a lei, mas todos
os princípios expressos e implícitos, além das demais fontes normativas, como os
tratados internacionais, por exemplo.
Para Celso Antonio Bandeira de Melo existem três exceções a aplicação do princípio da
legalidade na administração pública:
1) Medida provisória
2) Estado de sítio
3) Estado de defesa
b) Impessoalidade
Exigir impessoalidade da administração tem relação tanto com os administrados, como com
a própria administração pública.
Didádita é a lição do Professor José dos Santos Caravlho Filho, segundo o qual, “O princípio
objetiva a igualdade de tratamento que a Administração deve dispensar aos administrados que se
encontrem em idêntica situação jurídica. Nesse ponto, representa uma faceta do princípio da
isonomia. Por outro lado, para que haja verdadeira impessoalidade, deve a Administração voltar-se
exclusivamente para o interesse público, e não para o privado, vedando-se, em consequência, sejam
favorecidos alguns indivíduos em detrimento de outros e prejudicados alguns para favorecimento
de outros. Aqui reflete a aplicação do conhecido princípio da finalidade, sempre estampado na obra
dos tratadistas da matéria, segundo o qual o alvo a ser alcançado pela Administração é somente o
interesse público, e não se alcança o interesse público se for perseguido o interesse particular,
porquanto haverá nesse caso sempre uma atuação discriminatória.” (2018, p. 75).
No dia a dia da atividade administrativa vários são os exemplos de atos que estão pautados
na impessoalidade, como o procedimento de licitação e os concursos públicos.
Por oportuno, extrai-se do princípio da impessoalidade que:
▪ Os atos administrativos são imputáveis não ao funcionário que pratica, mas, sim, ao
órgão como um todo.
▪ Pode ser reconhecida a validade de um ato administrativo realizado por funcionário
irregularmente investido no cargo – exercício de fato - sob o fundamento que os atos são do órgão,
não, do cargo. Sendo assim, como o ato é imputado ao órgão, mesmo que realizado por meio de um
servidor investido irregularmente, o ato será válido.
▪ Outra vertente deste princípio tem relação com a vedação da promoção pessoal –
igualdade formal, nos termos do § 1º do art. 37 da CF/88, segundo o qual “a publicidade dos atos,
programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo contar nomes, símbolos ou imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”.
Aprofundando na doutrina:
Segundo Hely Lopes Meirelles, o princípio da impessoalidade, referido na CF/1988 (Art. 37,
caput), nada mais é que o clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador público que
só pratique o ato para atingir o objetivo indicado expressa ou virtualmente pela norma de direito, de
forma impessoal.
Obs.: esse conceito foi cobrado para Delegado de Polícia do Rio Grande do Sul em 2018.
ATENÇÃO! Há uma divergência entre a doutrina tradicional e moderna, em relação aos
princípios da impessoalidade x finalidade. Para Hely Lopes, esses princípios são sinônimos. Para
Celso Antonio são princípios autônomos que não se confundem (doutrina moderna).
c) Moralidade
A moralidade tem relação com a honestidade, boa fé, boa administração, lealdade e
probidade. Acrescenta-se que tal princípio incide nas relações entre Administração e particulares,
bem como nas relações internas entre os agentes públicos.
De olho na jurisprudência:
“O princípio da moralidade administrativa – enquanto valor constitucional revestido de
caráter ético-jurídico – condiciona a legitimidade e a validade dos atos estatais. A atividade estatal,
qualquer que seja o domínio institucional de sua incidência, está necessariamente
subordinada à observância de parâmetros ético-jurídicos que se refletem na consagração
constitucional do princípio da moralidade administrativa. Esse postulado fundamental, que rege a
atuação do poder público, confere substância e dá expressão a uma pauta de valores éticos sobre os
quais se funda a ordem positiva do Estado. (STF ADI 2.661 MC)
Aprofundando na doutrina:
Pelo princípio da moralidade administrativa, não bastará ao administrador o cumprimento da
estrita legalidade, ele deverá respeitar os princípios éticos de razoabilidade e justiça, pois a
moralidade constitui pressuposto de validade de todo ato administrativo praticado (MORAES, 2005,
p. 296)
concurso público, bem como as nomeações para os cargos de natureza política, como os de Ministro
de Estado e Secretário Estadual ou Municipal, uma vez que, tais cargos possuem natureza diversa
das funções de confiança e cargos em comissão de natureza eminentemente administrativa.
Sendo assim, a priori, é lícito ao Prefeito municipal nomear seu irmão para o cargo de
Secretário de Saúde, por exemplo, desde que, o nomeado guarde qualificação correlata com o cargo
a ser ocupado.
Ainda de acordo com o STF, a condanável prática do nepotismo, por ser violadora de
princípios adminsitrativos, sobretudo o princípio da moralidade, dispensa a edição de lei formal
para coibir a prática.
d) Publicidade
O princípio em questão aponta que os atos da Administração merecem a mais ampla
divulgação possível, uma vez que, o escopo do princípio constitucional da publicidade é propiciar
Fique ligado!
Os tratados internacionais e a própria Constituição Federal convergem no sentido de se
reconhecer não apenas a ampla liberdade de acesso às informações públicas, corolário do direito à
liberdade de expressão, mas também a possibilidade de restringir o acesso à informações, desde de que
(i) haja previsão legal; (ii) destine-se a proteger a intimidade e a segurança nacional; e (iii)
seja necessária e proporcional. (STF ADPF 129)
De olho na jurisprudência:
“O Estado Democrático de Direito instaurado pela Constituição de 1988 estabeleceu, como
regra, a publicidade das informações referentes às despesas públicas, prescrevendo o sigilo como
exceção, apenas quando imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.” (STF ADPF 129)
A falta de publicidade dos atos administrativos já foi entendida pela doutrina como fator de
invalidade do ato. Contudo, modernamente, tem-se entendido que a publicidade (comumente
através da publicação) atua como requisito de eficácia do ato e não de validade.
Interessante questão levada à Suprema Corte foi a da legitimidade, ou não, de divulgação dos
vencimentos mensais dos servidores públicos, como forma de garantir a transparência
administrativa. Segundo o STF, a medida está de acordo com o princípio da publicidade, sendo
vedada apenas a divulgação de outros dados pessoais, além do nome e matrícula funcional do
agente, como CPF, RG e endereço residencial.
Por fim, insta destacar que, de acordo com o § 1º do art. 37 da CF/88, a publicidade dos atos,
programas e serviços do governo não pode ser utilizada como instrumento de propaganda pessoal
de agentes públicos, tendo objetivo somente educativo, informativo e de orientação.
e) Eficiência
O princípio da eficiência foi inserido ao texto constitucional por meio da EC nº 19/98, em
decorrência da reforma gerencial iniciada em 1995 e parte do descontentamento dos administrados
com a prestação deficiente dos serviços públicos.
Desta forma, busca-se garantir a produtividade e economicidade, a partir da execução desses
serviços com presteza, qualidade, celeridade e sem desperdícios de dinheiro público.
Alguns exemplos que demonstram a aplicação do princípio da eficiência se dá quando o
Estado realiiza avaliações periódicas de desempenho dos agentes públicos; quando moderniza seu
aparato tecnológico; quando combate à corrupção e aos atos ímprobos; ou quando promove o
controle de resultados.
A doutrina ainda aponta o contrato de gestão, instrumento que amplia a autonomia
gerencial, orçamentária e financeira dos entes administrativos, a saber, autarquias e fundações
públicas, visando melhores resultados no desempenho de suas funções, como decorrência do
princípio da eficiência.
José dos Santos Carvalho Filho, e outros tantos autores trazem diversos princípios que
também devem ser observados na condução da atividade administrativa. São eles:
c) Princípio da Autotutela
No exercício de sua atividade a Administração Pública comete erros. Deparando-se com
esses erros, pode ela mesma revê-los para restaurar a situação de regularidade. Não se trata apenas
de uma faculdade, mas também de um dever, pois que não se pode admitir que, diante de situações
irregulares, a Administração permaneça inerte e desinteressada.
Na verdade, só restaurando a situação de regularidade é que a Administração observa o
princípio da legalidade, do qual a autotutela é um dos mais importantes corolários. Não precisa,
portanto, a Administração ser provocada para o fim de rever seus atos. Pode fazê-lo de ofício.
Este princípio está positivado tanto na lei nº 9.784/99, quanto em entendimento sumulado
do STF.
Veja: “lei 9784/99. Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de
vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos.
Súmula 473 do STF: “a Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de
vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos,
a apreciação judicial”.
Em nome, porém, do princípio da segurança jurídica e da estabilidade das relações jurídicas,
vêm sendo criados limites ao exercício da autotutela pela Administração. Na verdade, a eterna
pendência da possibilidade de revisão dos atos administrativos revela-se, em alguns casos, mais
nociva do que a sua permanência.
Por isso mesmo, a Lei nº 9.784/99, que regula o processo administrativo federal, consignou
que o direito da Administração de anular atos administrativos que tenham irradiado efeitos
favoráveis ao destinatário decai em cinco anos, salvo comprovada má-fé (art. 54).
Vê-se, portanto, que, depois desse prazo, incabível se torna o exercício de autotutela pela
Administração, eis que tal hipótese acarreta, ex vi legis, a conversão do fato anterior em situação
jurídica legítima.
Aprofundado o tema: princípio da sindicabilidade
Reconhecido por parte da doutrina, o princípio da sindicabilidade impõe que a
Administração Pública se submeta a controle. Esse controle pode ser feito pela própria
Administração Pública (legalidade e mérito) ou pelo Poder Judiciário (legalidade).
Desta forma, a sindicabilidade consiste na possibilidade de submeter qualquer
lesão a direito decorrente de ato administrativo a algum tipo de controle,
relacionando-se ao princípio da autotutela, no ponto em que, este permite o controle
dos atos administrativos pela própria Administração Pública.
e) Princípio da razoabilidade
Segundo este princípio as condutas administrativas devem se situar dentro de padrões
aceitáveis, razoáveis. Nessa perspectiva, para alguns doutrinadores, a falta de razoabilidade na
conduta administrativa viola, em verdade, o próprio princípio da legalidade, pois a falta de
razoabilidade é reflexo da inobservância de requisitos exigidos para a validade da conduta.
Agindo a Administração com condutas que se apresentem dentro dos padrões normais de
aceitabilidade, não pode o Judiciário invadir o mérito administrativo, em virtude do princípio da
separação de Poderes.
f) Princípio da Proporcionalidade
Este princípio tem como fundamento o excesso de poder e se assemelha em alguns pontos
ao princípio da razoabilidade. Tem por finalidade conter atos, decisões e condutas de agentes
públicos que ultrapassem os limites adequados, com vistas ao objetivo colimado pela
Administração. Assim, o Poder Público deve atuar com equilíbrio, sem excessos e
proporcionalmente ao fim a ser atingido.
O princípio da proporcionalidade pode ser entendido sob três vertentes:
1) adequação, que significa que o meio empregado na atuação deve ser compatível com o fim
almejado;
2) exigibilidade ou necessidade, porque a conduta deve ser absolutamente necessária, não
havendo outro meio menos gravoso ou oneroso para alcançar o fim público e;
3) proporcionalidade em sentido estrito, quando as vantagens a serem conquistadas
superarem as desvantagens que vierem a ocorrer.
Motivo X motivação
Apesar de serem relacionados, os conceitos não se confundem. Veja:
▪ O motivo como elemento do ato administrativo é a situação de fato ou de direito que
autoriza a prática do ato.
▪ Já a motivação do ato é a justificação de sua prática.
Obs.: teoria dos motivos determinantes: significa que quando a administração indica os
motivos que levaram a prática do ato, este só será válido se os motivos forem verdadeiros. Ou seja,
a motivação apresentada vincula o ato. Mesmo que a autoridade não tenha o dever de motivar, caso
o faça, os motivos devem ser verdadeiros.
Exemplo: exoneração de servidor detentor de cargo em comissão não precisa ser motivada,
mas caso a autoridade resolva motivar o ato de exoneração, tal motivo deve ser verdadeiro, sob pena
de ilegalidade do ato.
Obs. 2: motivação aliunde: com fundamento no art. 50, § 1º, da lei 9784/99, a motivação
aliunde, prática aceita no âmbito administrativo, consiste na declaração de concordância com
fundamentos de anteriores pareceres, informações ou decisões que serão parte integrante do ato.
ATENÇÃO: a banca Cespe considerou correta a seguinte assertiva: “Não se decreta a
invalidade de um ato quando um, entre os diversos motivos determinantes, não está adequado à
realidade fática”.
Por fim, ressalta-se que o art. 50 da lei 9784/99, explicita os atos que devem ser
obrigatoriamente motivados. Veja:
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos
fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres,
laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de
concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que,
neste caso, serão parte integrante do ato.
JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA
STF
CONSTITUCIONAL. PUBLICAÇÃO, EM SÍTIO ELETRÔNICO MANTIDO PELO MUNICÍPIO DE
SÃO PAULO, DO NOME DE SEUS SERVIDORES E DO VALOR DOS CORRESPONDENTES
VENCIMENTOS. LEGITIMIDADE. 1. É legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico
mantido pela Administração Pública, dos nomes dos seus servidores e do valor dos
correspondentes vencimentos e vantagens pecuniárias. 2. Recurso extraordinário conhecido e
provido.
(ARE 652777, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 23/04/2015,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-128 DIVULG 30-06-2015 PUBLIC 01-
07-2015).
STJ
Súmula 615-STJ: Não pode ocorrer ou permanecer a inscrição do município em cadastros
restritivos fundada em irregularidades na gestão anterior quando, na gestão sucessora, são
tomadas as providências cabíveis à reparação dos danos eventualmente cometidos. STJ. 1ª Seção.
Aprovada em 09/05/2018, DJe 14/05/2018 (Info 624).
2. CESPE - 2018 - MPE-PI - Conhecimentos Básicos - Cargos de Nível Superior Julgue o item
subsequente, relativo a controle da administração pública, regime jurídico administrativo,
processo administrativo federal e improbidade administrativa.
Conforme o regime jurídico administrativo, apesar de assegurada a supremacia do interesse público
sobre o privado, à administração pública é vedado ter privilégios não concedidos a particulares.
Certo
Errado
GABARITO
1. E 6. B
2. ERRADO 7. CERTO
3. CERTO 8. ERRADO
4. CERTO 9. B
5. B 10. A
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. CESPE – 2018 - TCE/MG- Analista de controle externo – direito
Assinale a opção correta de acordo com os princípios implícitos ou reconhecidos da
administração pública.
a) Segundo o primado do interesse público, cabe à administração rever os seus erros para restaurar
a situação de regularidade.
b) O princípio da indisponibilidade exige que os serviços públicos não sejam interrompidos.
c) O princípio da precaução determina a observância da correção administrativa dentro da norma.
d) Com base no princípio da autotutela, a câmara municipal possui personalidade jurídica.
e) A segurança jurídica está em conferir certeza e estabilidade na relação da administração pública
com os administrados.
Comentários:
A questão aborda os princípios da Administração Pública, vejamos as assertivas:
a) Segundo o primado da autotutela, cabe à administração rever os seus erros para restaurar a
situação de regularidade
b) O princípio da continuidade do serviço público exige que os serviços públicos não sejam
interrompidos
c) O princípio da precaução é para proteger uma ação ambiental antes que os danos de fato venham
ocorrer. O correto seria dizer que o princípio da autotutela determina a observância da correção
administrativa dentro da norma
d) Súmula 525, STJ: A Câmara de vereadores não possui personalidade jurídica, apenas
personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos
institucionais.
2. CESPE - 2018 - MPE-PI - Conhecimentos Básicos - Cargos de Nível Superior Julgue o item
subsequente, relativo a controle da administração pública, regime jurídico administrativo,
processo administrativo federal e improbidade administrativa.
Conforme o regime jurídico administrativo, apesar de assegurada a supremacia do interesse público
sobre o privado, à administração pública é vedado ter privilégios não concedidos a particulares.
Certo
Errado
Comentários:
É justamente o contrário. Para assegurar-se a autoridade da Administração Pública, necessária à
consecução de seus fins, são-lhe outorgados prerrogativas e privilégios que lhe permitem assegurar
a supremacia do interesse público sobre o particular.
Comentários:
Correta! Decorem a Súmula 473 do STF – A administração pode anular seus próprios atos, quando
eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos
os casos, a apreciação judicial.
Comentários:
A regra geral é para aplicação da Súmula Vinculante 13:
"A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o
terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido
em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de
confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer
dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste
mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal".
Não esquecer que existe a exceção para CARGOS DE NATUREZA POLÍTICA, vejamos:
A jurisprudência do STF preconiza que, ressalvada situação de fraude à lei, a nomeação de parentes
para cargos públicos de natureza política não desrespeita o conteúdo normativo do enunciado da
Súmula Vinculante 13." (RE 825682 AgR, Relator Ministro Teori Zavascki, Segunda Turma,
julgamento em 10.2.2015, DJe de 2.3.2015).
a) finalidade.
b) moralidade.
c) autotutela.
d) presunção de legitimidade.
e) continuidade do serviço público.
Comentários:
Questão difícil que exigiu conhecimento da decisão do Superior Tribunal de Justiça. Confira-se o
teor da ementa:
ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO ADMINISTRATIVO. ANISTIA POLÍTICA.
LEGITIMIDADE PASSIVA DO MINISTRO DA JUSTIÇA. ATO OMISSIVO. DIREITO DE PETIÇÃO. ORDEM
CONCEDIDA PARA QUE A AUTORIDADE COATORA DECIDA O PEDIDO DE ANISTIA DA
IMPETRANTE NO PRAZO DO ART. 49 DA LEI Nº 9.784/99.
(...)
5. A demora excessiva e injustificada da Administração para cumprir obrigação que a própria
Constituição lhe impõe é omissão violadora do princípio da eficiência,na medida em que
denuncia a incapacidade do Poder Público em desempenhar, num prazo razoável, as
atribuições que lhe foram conferidas pelo ordenamento (nesse sentido, o comando do art.
5º, LXXVIII, da CF). Fere, também, a moralidade administrativa, por colocar em xeque a
legítima confiança que o cidadão comum deposita, e deve depositar, na Administração. Por
isso que semelhante conduta se revela ilegal e abusiva, podendo ser coibida pela via mandamental,
consoante previsto no art. 1.º, caput, da Lei n. 12.016, de 7 de agosto de 2009. (...)
(STJ - MS 19.132/DF, Relator Ministro Sérgio Kukina, Data de Julgamento 22/03/2017, S1-Primeira
Seção, Data de Publicação DJe 27/03/2017).
Comentários:
a) Para o STJ, é licito à concessionária interromper o fornecimento de energia elétrica se, após aviso
prévio, o consumidor de energia elétrica permanecer inadimplente no pagamento da conta, o que
não implica o corte de energia em serviços básicos essenciais, como hospitais. Ex: Resp 721119 RS
e Resp 1244385/BA.
b) Aplica-se a teoria da aparência, momento em que se preserva a confiança e a boa-fé do destinatário.
c) A nomeação da esposa, embora concursada, foi para função de confiança, tornando o referido ato
ilegal, conforme súmula vinculante 13.
d) O controle judicial, conforme veremos mais a frente, não recai sobre o juízo de conveniência e
oportunidade, mesmo em outras hipóteses.
7. CESPE - 2017 - DPU - Defensor Público Federal
Jorge, servidor público federal ocupante de cargo de determinada carreira, foi, por meio
administrativo, transferido para cargo de carreira diversa. Com referência a essa situação
hipotética, julgue o item subsequente à luz do entendimento dos tribunais superiores.
A forma de provimento do cargo público na referida situação — transferência para cargo de carreira
diversa — foi inconstitucional, por violar o princípio do concurso público; cabe à administração
pública, no exercício do poder de autotutela, anular o ato ilegal, respeitado o direito ao contraditório
e à ampla defesa.
Certo
Errado
Comentários:
A Súmula Vinculante 43 do STF proíbe é a chamada ascensão funcional (também conhecida como
acesso ou transposição). Esta é a progressão do servidor público entre cargos de carreiras distintas,
como narra a questão.
Essa forma de provimento derivado vertical, é inconstitucional porque a CF/88 afirma que a pessoa
somente pode assumir um cargo público após a aprovação em concurso público (art. 37, II), salvo
as hipóteses excepcionais previstas no texto constitucional.
Atenção para o teor daSúmula Vinculante 43: É inconstitucional toda modalidade de provimento
que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu
provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido.
Comentários:
Em sentido subjetivo, administração pública designa os entes que exercem a atividade
administrativa de forma a balizar a execução da função administrativa.
Este assunto é comumente cobrado. Então, atenção:
Em sentido formal/subjetivo/orgânico consiste nas entidades, órgãos ou agentes públicos que
exercem a função administrativa.
Em sentido material/objetivo/funcional, é o próprio exercício da função administrativa.
Comentários:
a) O administrador público somente pode atuar conforme determina a lei, amplamente considerada,
abarcando todas as formas legislativas. Não havendo previsão legal, estará proibida a atuação do
ente público e qualquer conduta praticada será considerada ilegítima.
b) Gabarito.
c) Não existe hierarquia ou prevalência entre princípios. Na hipótese de colisão entre princípios deve
ser utilizado o método da ponderação.
d) Existem princípios expressos e implícitos na CF que também são aplicáveis: razoabilidade,
supremacia do interesse público, entre outros.
e) O princípio da publicidade não é absoluto, tendo em vista que a própria Constituição Federal
ressalva que devem ser resguardadas a segurança nacional e o relevante interesse coletivo.
Comentários:
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual,
mediante incentivos específicos, nos termos da lei; técnico e intelectual ou entre os profissionais
respectivos;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço,
sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou
insalubre a menores de dezoito e de qualquer
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na
meio de normas de saúde, higiene e segurança; condição de aprendiz, a partir de quatorze
anos; (Redação dada pela Emenda
XXIII - adicional de remuneração para as atividades Constitucional nº 20, de 1998)
penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador
XXIV - aposentadoria; com vínculo empregatício permanente e o
trabalhador avulso.
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes
desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em Parágrafo único. São assegurados à categoria dos
creches e pré-escolas; (Redação dada pela trabalhadores domésticos os direitos previstos nos
Emenda Constitucional nº 53, de 2006) incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX,
XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos as condições estabelecidas em lei e observada a
coletivos de trabalho; simplificação do cumprimento das obrigações
tributárias, principais e acessórias, decorrentes da
XXVII - proteção em face da automação, na forma da relação de trabalho e suas peculiaridades, os
lei; previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII,
bem como a sua integração à previdência
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo social. (Redação dada pela Emenda
do empregador, sem excluir a indenização a que este Constitucional nº 72, de 2013)
está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical,
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das observado o seguinte:
relações de trabalho, com prazo prescricional de
cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para
até o limite de dois anos após a extinção do contrato a fundação de sindicato, ressalvado o registro no
de trabalho; (Redação dada pela Emenda órgão competente, vedadas ao Poder Público a
Constitucional nº 28, de 2000) interferência e a intervenção na organização
sindical;
a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 28, de 2000) II - é vedada a criação de mais de uma organização
sindical, em qualquer grau, representativa de
categoria profissional ou econômica, na mesma base
territorial, que será definida pelos trabalhadores ou Parágrafo único. As disposições deste artigo
empregadores interessados, não podendo ser aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de
inferior à área de um Município; colônias de pescadores, atendidas as condições que
a lei estabelecer.
STF: A legitimidade dos sindicatos para
representação de determinada categoria depende do Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo
devido registro no Ministério do Trabalho em aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de
obediência ao princípio constitucional da unicidade exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio
sindical (art. 8º, II, da CF/88). STF. 1ª Turma. RE dele defender.
740434 AgR/MA, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
19/2/2019 (Info 931). (Fonte: Dizerodireito) § 1º A lei definirá os serviços ou atividades
essenciais e disporá sobre o atendimento das
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e necessidades inadiáveis da comunidade.
interesses coletivos ou individuais da categoria,
inclusive em questões judiciais ou administrativas; § 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis
às penas da lei.
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em
se tratando de categoria profissional, será Art. 10. É assegurada a participação dos
descontada em folha, para custeio do sistema trabalhadores e empregadores nos colegiados dos
confederativo da representação sindical respectiva, órgãos públicos em que seus interesses profissionais
independentemente da contribuição prevista em lei; ou previdenciários sejam objeto de discussão e
deliberação.
Súmula vinculante 40-STF: A contribuição
confederativa de que trata o artigo 8º, IV, da Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos
Constituição Federal, só é exigível dos filiados ao empregados, é assegurada a eleição de um
sindicato respectivo. representante destes com a finalidade exclusiva de
promover-lhes o entendimento direto com os
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se empregadores.
filiado a sindicato;
CAPÍTULO III
STF: São compatíveis com a Constituição Federal os DA NACIONALIDADE
dispositivos da Lei nº 13.467/2017 (Reforma
Trabalhista) que extinguiram a obrigatoriedade da Art. 12. São brasileiros:
contribuição sindical e condicionaram o seu
pagamento à prévia e expressa autorização dos I - natos:
filiados. STF. Plenário. ADI 5794/DF, Rel. Min. Edson
Fachin, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, julgado em a) os nascidos na República Federativa do Brasil,
29/6/2018 (Info 908). ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não
estejam a serviço de seu país;
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas
negociações coletivas de trabalho; b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou
mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser serviço da República Federativa do Brasil;
votado nas organizações sindicais;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de
VIII - é vedada a dispensa do empregado mãe brasileira, desde que sejam registrados em
sindicalizado a partir do registro da candidatura a repartição brasileira competente ou venham a
cargo de direção ou representação sindical e, se residir na República Federativa do Brasil e optem,
eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do em qualquer tempo, depois de atingida a
mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da maioridade, pela nacionalidade
lei.
brasileira; (Redação dada pela Emenda I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença
Constitucional nº 54, de 2007) judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse
nacional;
II - naturalizados:
STF: Conforme revela o inciso I do § 4º do artigo 12
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade da Constituição Federal, o Ministro de Estado da
brasileira, exigidas aos originários de países de Justiça não tem competência para rever ato de
língua portuguesa apenas residência por um ano naturalização. (RMS 27840, Relator(a): Min.
ininterrupto e idoneidade moral; RICARDO LEWANDOWSKI, Relator(a) p/ Acórdão:
Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, 07/02/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-167
residentes na República Federativa do Brasil há mais DIVULG 26-08-2013 PUBLIC 27-08-2013)
de quinze anos ininterruptos e sem condenação
penal, desde que requeiram a nacionalidade II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos
brasileira. (Redação dada pela Emenda casos: (Redação dada pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: STF: (...) A Constituição Federal, ao cuidar da perda
da nacionalidade brasileira, estabelece duas
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; hipóteses: (i) o cancelamento judicial da
naturalização (art. 12, § 4º, I); e (ii) a aquisição de
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; outra nacionalidade. Nesta última hipótese, a
nacionalidade brasileira só não será perdida em
III - de Presidente do Senado Federal; duas situações que constituem exceção à regra: (i)
reconhecimento de outra nacionalidade originária
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; (art. 12, § 4º, II, a); e (ii) ter sido a outra
nacionalidade imposta pelo Estado estrangeiro
como condição de permanência em seu território ou
V - da carreira diplomática;
para o exercício de direitos civis (art. 12, § 4º, II, b).
STF. 1ª Turma. MS 33864/DF, Rel. Min. Roberto
VI - de oficial das Forças Armadas. Barroso, julgado em 19/4/2016 (Info 822).
VII - de Ministro de Estado da Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da
Defesa (Incluído pela Emenda República Federativa do Brasil.
Constitucional nº 23, de 1999)
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
brasileiro que:
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
poderão ter símbolos próprios.
CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS d) dezoito anos para Vereador.
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com
valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: § 5º O Presidente da República, os Governadores de
Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os
I - plebiscito; houver sucedido, ou substituído no curso dos
II - referendo; mandatos poderão ser reeleitos para um único
III - iniciativa popular. período subseqüente. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 16, de 1997)
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; da República, os Governadores de Estado e do
Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos
II - facultativos para: respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante II - proibição de recebimento de recursos financeiros
a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados de entidade ou governo estrangeiros ou de
da diplomação, instruída a ação com provas de abuso subordinação a estes;
do poder econômico, corrupção ou fraude.
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará
em segredo de justiça, respondendo o autor, na IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja para definir sua estrutura interna e estabelecer
perda ou suspensão só se dará nos casos de: regras sobre escolha, formação e duração de seus
órgãos permanentes e provisórios e sobre sua
I - cancelamento da naturalização por sentença organização e funcionamento e para adotar os
transitada em julgado; critérios de escolha e o regime de suas coligações nas
eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas
II - incapacidade civil absoluta; eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de
vinculação entre as candidaturas em âmbito
III - condenação criminal transitada em julgado, nacional, estadual, distrital ou municipal,
enquanto durarem seus efeitos; devendo seus estatutos estabelecer normas de
disciplina e fidelidade partidária. (Redação
STF: A suspensão de direitos políticos prevista no dada pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
art. 15, III, da Constituição Federal, aplica-se no caso
de substituição da pena privativa de liberdade pela § 2º Os partidos políticos, após adquirirem
restritiva de direitos. STF. Plenário. RE 601182/MG, personalidade jurídica, na forma da lei civil,
Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre registrarão seus estatutos no Tribunal Superior
de Moraes, julgado em 8/5/2019 (repercussão Eleitoral.
geral) (Info 939).
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; forma da lei, os partidos políticos que
alternativamente: (Redação dada pela Emenda
V - improbidade administrativa, nos termos do art. Constitucional nº 97, de 2017)
37, § 4º.
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos
em vigor na data de sua publicação, não se aplicando votos válidos, distribuídos em pelo menos um
à eleição que ocorra até um ano da data de sua terço das unidades da Federação, com um
vigência. (Redação dada pela Emenda mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos
Constitucional nº 4, de 1993) em cada uma delas; ou (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados
Federais distribuídos em pelo menos um terço das
unidades da Federação. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
ANOTAÇÕES
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