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Conceito
São entidades a que a lei empresta personalidade, capacitando-as a serem sujeitos
de direitos e obrigações.
No caso de interesse em obter lucro, a união pode ser para constituir uma empresa
ou uma sociedade.
No caso de não haver interesse em obter lucro, pode ser uma associação
beneficente, um grupo de assistência social, ou até mesmo para cultuar alguma
religião.
Obs: Pode ocorrer ainda que alguém destine bens disponíveis (parte de um
patrimônio) para determinado fim, de acordo com o qual serão administrados e
geridos separadamente aqueles bens, dando-lhes a lei personalidade jurídica,
surgindo assim uma fundação.
Assim, a pessoa jurídica nada mais é do que um grupo de pessoas que se unem a
fim de constituir uma unidade orgânica com individualidade própria e distinta das
pessoas físicas que a compõem.
E sua personalidade jurídica é a ideia de que uma pessoa, seja física (pessoa
natural), seja jurídica (empresa, ente público, associação sem fins lucrativos) tenha
capacidade de adquirir direitos e contrair deveres na sociedade.
NATUREZA JURÍDICA
Várias teorias procuram explicar esse fenômeno. Podem ser reunidas em dois
grupos: o das teorias da ficção e o das teorias da realidade.
TEORIAS DA FICcÃO
Podem ser:
Ficção legal: a personalidade das pessoas jurídicas era uma mera invenção da lei,
não sendo real, mas sim uma ficção legal.
Nenhuma dessas teorias foi aceita pelo direito moderno. Para negação dela foi
tomado como base o Estado: o Estado é uma pessoa jurídica e dele emanam vários
direitos, que de ficção jurídica não tem nada, portanto essas teorias devem ser
descartadas.
TEORIAS DA REALIDADE
Opõem-se às do primeiro grupo e se dividem em:
Embora razoável, recebeu algumas criticas dos que afirmavam que os grupos
sociais não têm personalidade nem vida própria, o que é inerente apenas ao ser
humano.
REQUISITOS PARA A
CONSTITUIcÃO DA P.J.
São três:
Se não registrar a pessoa jurídica ela será uma mera sociedade de fato sem
personalidade jurídica.
OBS: Caso, porém, a sociedade simples seja composta por advogados somente
poderá ser registrada na Ordem dos Advogados do Brasil.
OBS: Há pessoas jurídicas, por seu turno, que para nascerem, além do registro,
necessitam de autorização ou aprovação do poder Executivo, como as seguradoras,
as instituições financeiras etc.
CLASSIFICAcÃO
As pessoas jurídicas classificam-se, de acordo com o artigo 40 do Código Civil, em
pessoa jurídica de direito público, podendo esta ser de direito público interno ou
externo (internacional), e pessoa jurídica de direito privado.
Determina também, em seu artigo 44, que "são pessoas jurídicas de direito privado:
as associações; as sociedades; as fundações".
União: a União é pessoa jurídica tanto de Direito Público Externo como Interno.
Como pessoa jurídica de Direito Público Interno ela tem autonomia e exerce
atividades de ordem do interesse público, determinadas pela Constituição Federal,
tendo competência para, por exemplo, autorizar e fiscalizar a produção e o comércio
de material bélico; administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as
operações de natureza financeira; organizar e manter as polícias federais, civis e
militares; planejar e promover a defesa permanente contra calamidades públicas etc.
Estados: estes tem autonomia, sendo conferida a eles, pela Constituição Federal, a
capacidade de auto-organização; auto legislação; autogoverno e autoadministração
(artigos 18, 25 a 28, CF);
Distrito Federal: este, também, tem autonomia, tendo também suas competências
determinadas pela Constituição Federal, porém tem uma peculiaridade: é nele que
se situa a Capital Federal (Brasília). É regido por sua Lei Orgânica própria (art. 32,
CF);
Municípios: assim como as demais Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno, são
entidades político-administrativas com autonomia (política, administrativa e
financeira), sendo também componente da estrutura federativa.
O conjunto de bens recebe personalidade jurídica para realizar o fim instituído por
seu fundador.
Assim, pode-se dizer que ela é composta de dois elementos: o patrimônio e sua
finalidade, que jamais pode ser lucrativa, devendo sempre ser voltada para fins
religiosos, morais, culturais e de assistência.
2. Elaboração dos estatutos: que pode ser direta/própria (quando é feito pelo
instituidor) ou fiduciária (feito por pessoa designada pelo instituidor). Caso ninguém
o faça, tal incumbência será do Ministério Público;
3. Aprovação do Estatuto: que será feita pelo Ministério Público (verifica se o objeto
é lícito, se foi observada a vontade do instituidor, e se os bens são suficientes), que
poderá aprovar, indicar alterações, ou negar a aprovação.
A aprovação será remetida para o Juiz, que também poderá fazer as alterações
necessárias, desde passem posteriormente a aprovação do MP; registro no Registro
Civil das Pessoas Jurídicas - e com isso a fundação passa a ter existência legal.
Neste caso, portanto, percebendo o Juiz que os sócios estão usando da sociedade
para esconder negócios proibidos, havendo manifesto dolo e má-fé, ele pode
desconsiderar a regra de que a personalidade da pessoa jurídica é distinta da de
seus membros, fazendo com que os efeitos dessa declaração atinjam os bens
particulares dos sócios com a finalidade de satisfazer as dívidas da pessoa jurídica.
Tal regra vem contemplada no artigo 135 do Código Tributário Nacional e no artigo
28 e parágrafos do Código de Defesa do Consumidor para casos de abuso de
direito, excesso de poder, infração a lei, fato ou ato ilícito ou violação dos contratos e
estatutos sociais, falência, insolvência ou encerramento da pessoa jurídica. O
Código Civil contempla essa regra em seu artigo 50.
Desconsideracão inversa
Quando é afastado o princípio da autonomia patrimonial da pessoa jurídica para
responsabilizar a sociedade por obrigação do sócio, como na hipótese de um dos
cônjuges, ao adquirir bens de maior valor, registrá-los em nome de pessoa jurídica
sob seu controle, para livrá-los da partilha a ser realizada nos autos da separação
judicial.
RESPONSABILIDADE
CIVIL
Responsabilidade contratual: as pessoas jurídicas em geral, desde que se tornem
inadimplentes, respondem por perdas e danos (CC, art. 389).
Responsabilidade extracontratual: varia conforme seja a pessoa jurídica de direito
público ou privado.
No caso das pessoas jurídicas de direito privado, elas responderão pelos atos de
seus prepostos quer tenham ou não finalidade lucrativa.
Para o STJ, se a ação for proposta em face da pessoa jurídica, esta poderá
denunciar a lide ao verdadeiro causador do dano, porém essa posição encontra
oposições na doutrina por parte das correntes mais restritivas.
EXTINcÃO
A extinção da pessoa jurídica pode ser dar de forma:
Legal
Havendo fim de uma dessas pessoas jurídicas, seu patrimônio terá destinação
diversa: se for sociedade, será dividido entre os sócios; se for associação, será
devolvido à pessoa apontada no estatuto e, sendo este omisso, para quem a lei
determinar.
Extinta, seu patrimônio terá o destino previsto pelo instituidor no ato constitutivo,
porém, caso esse se omita, o patrimônio será incorporado ao de outra fundação
municipal, estadual ou federal, designada pelo Juiz, similar à extinta.
Caso não exista nenhuma fundação com a mesma finalidade da extinta, entende a
doutrina que os bens serão declarados vagos (artigo 1.822 do CC por analogia).
Do domicílio
CONCEITO
Domicílio é a sede jurídica da pessoa, onde ela se presume presente para efeitos de
direito. Onde pratica habitualmente seus atos e negócios jurídicos.
É o local onde responde por suas obrigações. É conceito jurídico (CC, arts. 327 e
1.785; CPC/2015, art. 46).
O Código Civil, no art. 70, considera domicílio o lugar onde a pessoa estabelece a
sua residência com ânimo definitivo.
OBS: Domicílio também não se confunde com habitação ou moradia, local que a
pessoa ocupa esporadicamente (casa de praia, de campo).
Uma pessoa pode ter um só domicílio e várias residências. Pode ter também mais
de um domicílio, pois o Código Civil admite a pluralidade domiciliar.
Para tanto, basta que tenha diversas residências onde alternadamente vivas (CC,
art. 71).
Diversamente do que dispunha o Código Civil de 1916, o atual não mais considera
domicílio o centro de ocupação habitual.
É certo, porém, que este Código não afasta totalmente o centro de ocupação
habitual do conceito de domicílio, pois consagra, no art. 72, o domicílio profissional.
É possível, também, segundo o art. 73, alguém ter domicílio sem ter residência fixa
(domicílio ocasional).
ESPÉCIES
O domicílio pode ser voluntário ou necessário (legal).
Geral: escolhido livremente e pode ser mudado, conforme prescreve o art. 74.
A parte por este beneficiada pode abrir mão do benefício e ajuizar a ação no foro do
domicílio do réu.
DOMICÍLIO DA PESSOA
JURÍDICA
O art. 75 do Código Civil declara que o domicílio da União é o Distrito Federal; dos
Estados e Territórios, as respectivas capitais; e do Município, o lugar onde funcione
a administração municipal.