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TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL – 2° BIMESTRE

PESSOA JURÍDICA
a) Não possui materialização, vive no mundo das ideias, não podemos
tocar.
b) Por que existe a pj? Por que foi criada? Foi criada pelo homem
c) O que pj tem de diferente? O que marca uma pj não é o fato de ter
objetivos comuns e sim a existência de personalidade jurídica
própria; autonôma; independente entre seus membros. A pessoa
jurídica é uma entidade dotada de personalidade jurídica própria.
d) No campo do direito privado pessoa jurídica é uma entidade formada
por um conjunto de pessoas (em regra), ou de bens (fundações), ou
por uma só pessoa (sociedade unipessoal limitada), dotada de
personalidade jurídica própria quando constituída na forma da lei.
Noções iniciais da pessoa jurídica:
A pessoa jurídica tem uma personalidade jurídica própria que é separada da
personalidade jurídica de quem a criou (por ex. dos sócios).
Definição global: Quer dizer quase nada: pj é uma entidade dotada de
personalidade própria. Corte epistemológico: pessoas jurídicas do direito
privado (particulares) e pessoas jurídicas públicas.
Denominações: a denominação da pessoa jurídica é ruim porque dá uma
ideia de que a pessoa física/natural não possui juridicidade. É possível uma
pessoa jurídica criar outra pessoa jurídica.
Classificação: código civil
PJ de direito público: tratam de relações que envolvem o Estado (direito
administrativo, tributário e constitucional – pessoas jurídicas estatais).
Se dividem em dois grupos:
 Externo: estão mencionadas/citadas no art. 42: os estados
estrangeiros (EUA...), comunidades das nações (união europeia,
MERCOSUL...) e organismos internacionais (ONU). Quem estuda
esses direitos é o direito internacional privado.
 Interno: mencionado no art. 41: estão os municípios (FAS...),
Estados (UEL), Distrito Federal e União (UFPR) e territórios. O
direito civil não mexe com isso. Não entendi essa parte.
PJ de direito privado: tratam de relações entre particulares (direito civil,
penal, trabalhista, empresarial). Art. 44, cc.
Tratados no direito civil:
 Associações: art. 53 a 61, cc.
 Fundações: art. 62 a 69, cc.
Não possuem legislações:
 Organizações religiosas: não tem legislação própria, mas deveriam
pois hoje em dia são formadas em grande proporção visando lucros,
porém ainda são mencionadas como órgãos sem fins lucrativos.
Tratados no direito empresarial:
 Sociedades: sociedade visa o lucro e são formadas por grupos de
pessoas.
Tratados no direito eleitoral:
 Partidos políticos: Regulado pela Lei 9096: código eleitoral (criam
as organizações).
Semelhança da pessoa jurídica e da pessoa física: ambas possuem
personalidades jurídicas.
Diferença: pessoa é abstração, criação do direito humano.
Modalidades de pessoa jurídica do direito privado (composta entre
particulares):
 Associações:
art. 53: formada por um grupo de pessoas que se organizem para
fins não econômicos. O lucro (diferença entre receita e despesas) é
permitido, só não é o objetivo principal. O proibido é a divisão de
lucros entre os participantes (como é o caso da sociedade), o lucro
obrigatoriamente deve ser reinvestido na associação. Por ex. a
AABB, constituída por funcionários do Banco do Brasil e tem
função recreativa. O lucro deve ser reinvestido na associação em
melhorias (no ex. podemos ter um novo playground, aparelhos novos
de academia, aquecimento das piscinas...). Não há entre os sócios
direitos e obrigações recíprocos.
art. 54: Necessário haver um estatuto
art.55: os associados devem ter direitos iguais, mas o estatuto pode
prever categorias com vantagens especiais. Se não houvesse um
estatuto, todos teriam direitos iguais, mas como tem devemos
observar as exceções e os que devem possuir maiores benefícios
(obviamente isso não pode funcionar de maneira discriminatória).
art. 57: trata da exclusão dos associados, onde diz que só é permitida
caso haja justa causa, assim reconhecida em procedimento que
assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no
estatuto. Acusado deve ter direito de se defender e ainda, de recorrer
da decisão. É uma espécie de lembrete para nós, de que os valores
constitucionais não são exclusividade do processo judicial, pois estão
presentes em processos administrativos e entre particulares.
art. 59: trata da competência da Assembleia Geral. Sendo as
principais e intransferíveis funções a destituição de administradores e
a alteração dos estatutos.
art. 60: convocação dos órgãos deliberativos (assembleia por ex.),
onde 1/5 dos associados podem convocar uma Assembleia Geral. O
intuito deste artigo é dar às minorias o direito de convocar uma
Assembleia Geral, mas não necessariamente 1/5 dos associados, essa
fração pode menor, desde que ainda permaneça o direito de as
minorias serem ouvidas. O estatuto não pode exigir mais que 1/5.
Por exemplo, se a associação for muito grande, é cabível que a
fração exigida seja menor (1/10...), visto que em um número muito
grande de pessoas, 1/5 se torna um grupo muito grande, o que
dificulta juntar todas as assinaturas.
art. 61 O que fazer se a associação for destituída/extinta? Primeiro
passo é o pagamento aos credores, acertar todas as dívidas; e se
sobrar dinheiro? A primeira alternativa é destinar o patrimônio
remanescente para outra entidade de fins não econômicos já prevista
no estatuto, mas como não é cláusula obrigatória ao estatuto, pode
ser que ela não exista. A segunda hipótese (na falta dessa cláusula no
estatuto) é que por deliberação (decisão) dos associados em
Assembleia Geral, seja definida uma instituição pública (municipal,
estadual ou federal) de fins idênticos ou semelhantes para onde serão
destinados o patrimônio que restou. Caso não exista nenhuma
instituição no município, estado, distrito federal e união que tenha
uma finalidade semelhante à que está sendo destituída, o patrimônio
vai para o Estado (quando a associação tem sede apenas em um
estado), para o Distrito Federal (quando a sede for somente lá) ou
para a União (quando tiver sede em território).
Importante prestar atenção no espírito da lei, que é o que não pode ser
deixado de lado de maneira alguma. Qual era o intuito do legislador ao
criar essa norma? Temos que tentar fazer com a que a finalidade da lei seja
mantida.
 Fundações: não visa lucro, essa parte é bem parecida com as
associações. Não é a mesma coisa porque enquanto a associação é
formada por um grupo de pessoas, a fundação é formada por um
conjunto de bens. É uma massa patrimonial/conjunto de bens dotada
de personalidade jurídica própria e voltada para finalidades não
econômicas. Tem dois elementos estruturantes: o conjunto de bens
que a compõe e a sua finalidade (assistencial, cultural...). Pode ser
criada por uma pessoa física ou pessoa jurídica. Boticário é um
exemplo pois em um determinado momento foi criada uma fundação
com finalidade de preservação do meio ambiente. Não pode ser
destituída por arrependimento (simplesmente se arrepender e querer
pegar o patrimônio investido novamente).
art. 62: estabelece finalidades que podem ter uma fundação:
assistência social, educação, cultura e defesa do patrimônio histórico
e artístico, saúde, segurança alimentar e nutricional, defesa,
preservação e conservação do meio ambiente, promoção da ética,
pesquisas científicas, entre outros...
Dois caminhos para formar uma fundação: ou faz por escritura
pública (de instituição de fundação) – em vida ou por testamento –
após a morte.
Se eu sou uma pj e quero instituir uma fundação, deixa de haver a
opção de ser criada pelo testamento, já que não morre, portanto, só
pode ser criada por meio de uma escritura pública. Quando a
fundação não consegue ir para a frente por falta de bens ou de
administração, os bens destinados a ela serão destinados a outra
fundação que possua fins iguais ou semelhantes.
art. 66: velará pelas fundações o Ministério Público do Estado em
que estão situadas. MP tem alta participação nas atividades das
fundações.
Sequência necessária para constituir uma fundação:
É um processo que inicia com o ato instituidor (1° ato), o responsável é
aquele que deseja criar uma fundação. Ou faz através de uma escritura
pública (em vida, com validade praticamente instantânea), ou por
testamento (quando o desejo é que a fundação passe a existir somente após
a morte). Há a possibilidade de no testamento, ter a indicação do desejo de
preferência de gestão, de mudanças futuras, de finalidades, entre outros.
Mas no ato instituidor não pode faltar os bens que vão compor a fundação e
a finalidade (de interesse social, não lucrativa). A elaboração do estatuto é o
2° ato, assim como nas associações as fundações também precisam desse
documento. Nele deve constar o nome, a localização da sede e todas as
regras que regem tal fundação. Quem faz o estatuto? Pode ser o instituidor,
um advogado contratado, em alguma orientação presente na escritura
pública ou no testamento (caso ele não queira fazer entra o último caso
representado pelo artigo 65, parágrafo único), sendo criado pelo MP, o que
é a exceção. Próximo passo é a aprovação do estatuto pelo MP, caso tenha
sido realizado pelo MP (o que é a exceção) já estará automaticamente
aprovado, ministério público deverá dar um parecer favorável ou não. Em
regra, é nesse 3° ato que o MP começa a agir.
Caso o estatuto não seja aprovado pelo Ministério Público:
 podem tentar consertar algum problema indicado;
 se o MP estiver exigindo algo considerado injusto, é possível entrar
com uma ação judicial.
Obtida a aprovação, o 4° passo se inicia, sendo ele o mais simples. Leva-se
o estatuto, juntamente com a aprovação dada pelo MP, para o registro.
Onde será analisado se todas as etapas foram cumpridas corretamente e
assim, tornar público esse estatuto, concretizando o “nascimento” da
fundação.
art. 67: trata da alteração do estatuto da fundação. Para alterar é
preciso que a reforma do estatuto: seja deliberada e aprovada por 2/3 do
conselho gestor da fundação; não altere a finalidade da fundação (cláusula
pétrea); além de ser aprovada pelo ministério público.
art. 68: tem a quarta exigência: caso a reforma estatutária não seja
votada por unanimidade, deverá submeter essa situação ao MP para que
sejam ouvidos a minoria (que votou contra), no caso de haver alguma
injustiça ou argumento contrário pertinente e a reforma seja negada.
A fundação pode acabar pelo fim do prazo previsto na escritura ou
testamento (muito raro, apenas quando a finalidade da fundação é muito
específica). Ex.: uma construtora e uma empreiteira se juntam para criar
uma fundação com finalidade de realizar uma obra pública, ao fim da obra
a fundação acaba.
Também pode acabar por impossibilidade de continuar, por falta de receita,
por não haver mais recursos ou por finalidade ilícita. Ex.: uma fundação
com finalidade de preservar a população de ararinhas azuis, quando a
última ararinha morrer, não haverá mais motivos para a fundação continuar
existindo. Ex.: uma fundação a favor de alimentos transgênicos é criada,
posteriormente é promulgada uma lei considerando alimentos transgênicos
algo ilícito, a fundação deverá ser extinta já que sua finalidade passou a ser
considerada ilegal.
Nesses casos, o MP decretará extinção da fundação e o juiz determinará
alguma outra fundação de finalidade idêntica ou similar para receber o
patrimônio da fundação que estará sendo extinguida. Só poderá ser
destinada a uma fundação de finalidade idêntica se tiver sido extinguida por
fim do prazo de existência; nos outros casos deverá ser destinada a outra
fundação de finalidade semelhante, já que se a finalidade de uma for ilegal
e for destinada para outra de finalidade idêntica, também será ilegal.
Morada: tem a ideia de algo passageiro. (casa na praia, chácara)
Domicílio civil
a) Noção inicial: sede jurídica da pessoa, região que serve como lar de
relações jurídicas. Todos têm domicílio.
b) Figuras afins:
B1) residência (lugar onde a pessoa fica, vive e habitualmente está)
B2) moradia (lugar em que a pessoa se encontra em caráter
esporádico ou eventual)
c) Importância do conceito de domicílio
C1) art. 7° LINDB “a lei do país em que domiciliada a pessoa
determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, nome,
capacidade e os direitos.
C2) art. 46 NCPC “a ação fundada em direito pessoal ou em direito
real sobre bens móveis será proposta, em regra no foro do domicílio
do réu.
d) Espécie de domicílio civil
D1) domicílio residencial (nome correto é domicílio fixado com base
no critério local da residência): residência só vai ser usada como
critério para determinar domicílio para pessoas físicas.
-art. 70 CCB (caracterização); diz que o domicílio da pessoa natural
é onde a pessoa estabelece sua residência.
-art. 71 CCB (pluralidade domiciliar); é possível a pessoa ter mais de
uma residência e consequentemente, mais de um domicílio. Se a
pessoa natural tiver mais de um domicílio onde alternadamente viva,
será considerado domicílio cada uma delas. Se eu tiver 8 casas
alugadas e more em uma outra, só terei uma residência e um
domicílio. Se as duas residências forem na mesma localidade, região
e afins, o indivíduo terá duas residências e apenas um domicílio, já
que domicílio é a região que a pessoa vive. Ação montada, vão atrás
do indivíduo e onde ele estiver vai ser considerado seu domicílio até
o fim do processo. Não são todos os países que permitem que o
indivíduo possua mais de uma residência, o BR permite. Mas
residência/domicílio eleitoral só há uma.
QUESTÃO DE PROVA: a expressão pluralidade domiciliar não está
no código civil, está no art. 71 mas sem esse nome.
-art. 73 CCB (domicílio de quem não possui residência habitual);
Caso a pessoa não tenha moradia fixa (morador de rua, nômades,
circenses...) será considerada residência o local onde foi encontrada.
-art. 74 CCB (mudança de domicílio); se eu estiver me mudando
para outro lugar, estarei mudando meu domicílio.
D2) domicílio profissional
-art. 72 caput CCB (caracterização); local onde a pessoa física exerce
sua profissão. É também domicílio da pessoa natural quanto as
relações concernentes à profissão. Se exercer a profissão em mais
de um lugar, cada um deles exercerá papel de domicílio para relações
que lhe corresponderem.
-art. 72 parágrafo único CCB (pluralidade domiciliar); há países que
não admitem mais de uma residência (o brasil permite).
D3) domicílio necessário art. 76 CCB: ainda relativo à pessoa física,
mas devemos considerar grupos específicos de pessoas que por
razões diversas, não é possível deixar domicílio a escolha deles,
somente sua residência. Domicílio obrigatório, imposto pela lei.
Servidores públicos, incapazes, servidores públicos, militares,
marítimos e presos.
O domicílio do incapaz é onde o seu representante ou assistente
mora, o do servidor público é o local onde exerce suas funções, o do
militar é onde servir, o da marinha ou aeronáutica é onde está a sede
do comando que seja subordinado, o do marítimo é onde o navio
estiver matriculado e o do preso é o lugar em que se cumprir a
sentença.
D4) domicílio da pessoa jurídica art. 75 CCB:
Da União = Distrito Federal
Dos Estados e Territórios = as respectivas capitais
Do Município = onde está a administração municipal, a prefeitura
Demais pessoas jurídicas = onde estiverem as respectivas diretorias e
administrações, ou onde elegerem o domicílio especial no seu
estatuto ou atos constitutivos.
D5) domicílio de eleição art. 78 CCB: Não tem nada a ver com
domicílio eleitoral, onde votamos. É o domicílio eleito, escolhido
pelas partes no âmbito de um contrato, enquanto se manter sua
vigência. Pessoa física e jurídica pode usar.
BENS JURÍDICOS
Tudo aquilo que possa servir como objeto de uma relação jurídica. Toda
relação envolve duas ou mais pessoas em torno de algo.
Bem jurídico é tudo aquilo que pode ser objeto da relação jurídica; o
conceito de bem jurídico abarca tanto utilidades corpóreas (coisas) como
incorpóreas (exemplos: honra, imagem, afeto etc.). Nem tudo, porém, pode
ser objeto de relação jurídica (exemplos: terreno na Lua, sonhos, etc.).
Dos bens considerados em si mesmos
a) Móveis e imóveis
1) Imóveis: são aqueles que se não podem transportar, sem
destruição, de um lugar para outro; também se consideram como
tais aqueles bens incorporados ao solo e outros que a lei assim
designa. Podem ser assim divididos:
- imóveis por natureza: o solo (art. 79, CCB, primeira parte),
incluindo a superfície, o subsolo e o espaço aéreo (art. 1229,
CCB); jazidas, minas, recursos minerais, monumentos
arqueológicos, potenciais energéticos etc. não integram
juridicamente o solo (art. 1230, CCB), sendo de propriedade da
União;
- imóveis por acessão (aderência): tudo aquilo que for
incorporado ao solo, em caráter duradouro, seja naturalmente
(árvores não destinadas ao corte e os respectivos frutos pendentes,
pedras, fontes de água etc.) ou pela ação humana (plantações,
construções etc.) – art. 79, CCB, segunda parte: ver também art.
81, CCB.
- imóveis por determinação legal: são bens incorpóreos
(imateriais) que o legislador regula como imóveis para dar maior
segurança às relações jurídicas que os tenham como objeto, as
hipóteses estão previstas no art. 80, CCB. Imóvel por força de lei.
Exemplos: usufruto, hipoteca, servidão- inciso I; renúncia à
herança, cessão de direitos hereditários. Certas coisas incorpóreas
são consideradas imóveis pela lei.
- inciso II: direito à sucessão aberta: ceder direitos hereditários,
em caso de herança, se eu quiser passar para alguém, será
considerado bem imóvel (porque a lei diz isso). Mesmo que a
herança seja composta de bens móveis. (ESTUDAR MELHOR
ISSO)
2) Móveis: são aqueles bens suscetíveis de movimento próprio,
ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da
destinação econômico-social (art. 82, CCB); também se
consideram como tais aqueles bens que a lei assim designa.
Podem ser assim divididos:
- móveis por natureza: aqueles referidos no art. 82, CCB; inclui
os móveis propriamente ditos (veículos, livros, mobiliário de uma
residência etc.) e os semoventes – se movem por contra própria
(animais), ver também art. 84, CCB.
- móveis por determinação legal: aqueles previstos no art. 83,
CCB (energia elétrica (que possui valor $) – inciso I; usufruto,
penhor – inciso II; quotas de uma sociedade, créditos em geral,
direitos patrimoniais decorrentes da autoria - inciso III).
- móveis por antecipação (não está na lei): classificação
doutrinária que se refere a bens incorporados ao solo, mas com
propósito de futura separação e conversão em bens móveis (ex:
árvores destinadas ao corte).

b) Fungíveis ou infungíveis:
1) Fungíveis: são os bens móveis que podem substituir-se por outros
da mesma espécie, qualidade, quantidade (exemplos: café, soja,
dinheiro etc.) – art. 85 CCB.
2) Infungíveis: são aqueles bens substituíveis, dotados de
características que lhe tornam únicos, peculiares.
c) Consumíveis e inconsumíveis:
1) Consumíveis: art. 86 CCB – são os bens móveis cujo importa
destruição imediata da própria substância, sendo também
considerados tais os destinados à alienação. Podem ser assim
divididos:
- materialmente consumíveis: aqueles cujo uso importa destruição
da própria substância (exemplo: gêneros alimentícios)
-juridicamente consumíveis: aqueles destinados à alienação
(exemplo: mercadorias num supermercado; livros numa livraria)
2) Inconsumíveis: são os bens que podem ser utilizados
continuamente, sem destruição imediata de sua substância
(exemplos: roupas, veículos, livros numa biblioteca, uma garrafa
de vinho cedida em comodato para uma exposição).
d) Divisíveis e indivisíveis:
1) Divisíveis: são os que se podem fracionar sem alteração na
substância, diminuição considerável do valor, ou prejuízo do uso
a que se destinam – art. 87 CCB, a contrário sensu (ao contrário
em latim), ex.: dinheiro, barra de ouro...
2) Indivisíveis:
- materialmente: são os que não se podem fracionar sem alteração
na substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do
uso a que se destinam (ex.: cavalo de corrida, diamante de 50
quilates, uma obra de arte); Diamante está aqui porque quando do
ele está inteiro tem um valor, se eu dividi-lo em 5 partes, mesmo
que eu as junte não chegaria ao valor original, já que um
diamante grande é muito mais caro que 10 diamantes pequenos.
- por determinação legal: aqueles considerados divisíveis por
imposição da lei – art. 88, CCB (ex.: hipoteca, servidões prediais,
imóveis cuja divisão faça com que as partes tenham metragem
abaixo do mínimo permitido por lei); em Curitiba é 20m². Se os
terrenos depois de divididos ficarem abaixo desse número
estipulado, não poderá ser dividido.
- por vontade das partes: aqueles que, por disposição de vontade,
se tornam indivisíveis (ex.: obrigações indivisíveis por vontade
das partes).
No caso do boi por exemplo, não é possível parti-lo ao meio sem
prejuízo de suas funções, dessa forma, se duas pessoas tiverem
direito a ele como um bem, cada um terá direito a 50% do boi
(não no sentido físico). Formam um condomínio (já que é um co-
domínio, duas pessoas possuem domínio sobre esse bem).
e) Singulares e coletivos – NÃO CAI NA PROVA
1) Singulares: aqueles considerados em sua individualidade – art. 89
(ex.: um livro, um boi, uma tela).
2) Coletivos (ou universalidades): são conjuntos de bens singulares,
pertinentes a uma mesma pessoa, formando um todo. Podem ser
classificados em:
- universalidades de fato: art. 90, CCB (ex.: biblioteca, boiada,
acervo de arte). Podem ser objeto de relações jurídicas
próprias (art. 90, parágrafo único).
- universalidades de direito: complexo de relações jurídicas de
uma pessoa, dotadas de valor econômico – art. 91, CCB (ex.:
massa falida, espólio – massa de bens econômicos de uma pessoa
falecida). É indivisível, enquanto perdurar, depois de feita a
partilha ela será dividida normalmente entre os herdeiros.
2) Dos bens reciprocamente considerados
a. Principais: são aqueles bens que possuem existência autônoma (art.
92, primeira parte, CCB)
b. Acessórios: são aqueles bens cuja existência pressupõe a do bem
principal (art. 92, segunda parte, CCB). Divide-se em:
- produtos: utilidades que o bem principal produz e cuja extração
diminui a substância deste, haja vista o caráter não renovável dos
produtos (ex: pedra extraída da pedreira).
- frutos: utilidades periodicamente produzidas pelo bem principal.
Podem ser classificados quanto a sua origem:
i) naturais – se desenvolvem por força da própria natureza (ex.:
frutos de uma árvore, crias de um animal etc.)
ii) industriais – se desenvolvem pela ação humana (ex.: produção de
uma fábrica)
iii) civis – rendimentos produzidos pelo bem principal em virtude de
sua utilização por terceiros (ex.: aluguéis e juros).
- pertenças: são aqueles bens que se destinam, de modo duradouro,
ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro (ex.: máquinas em
uma fábrica, aparelhos de ar-condicionado em um apto., os objetos
de decoração de uma casa etc.) Não sendo consideradas partes
integrantes, a elas não se aplica, salvo disposição em contrário, a
regra de que o acessório segue o principal (art. 94, CCB).
- benfeitorias: obra ou despesa realizada pelo ser humano num bem
principal, com o intuito de conservá-lo, melhorá-lo ou embezá-lo.
Podem ser assim classificadas:
i) necessárias (art. 96, §3°, CCB)
ii) úteis (art. 96, §2°, CCB)
iii) voluptuárias (art. 96, §1°, CCB)
3) Dos bens quanto ao seu titular
a. Públicos: aqueles pertencentes às pessoas jurídicas de direito
público interno (art. 41, CCB). Não se sujeitam a usucapião
(art. 102, CCB). Divide-se em:
- de uso comum do povo (art. 99, I, CCB): aqueles cuja
utilização é permitida a qualquer pessoa, ainda que mediante
retribuição (ainda que seja cobrada alguma taxa para uso, pode
ser tanto gratuito quanto pago. Os que são pagos: MON,
zoológico, praias que precisam de ingresso... (103, CCB). São
inalienáveis (art. 100, CCB). Exemplos: rios, mares, praias,
ruas, parques, rodovias etc.
- de uso especial (art. 99, CCB): aqueles afetados ao serviço
das pessoas jurídicas de direito público interno. São
inalienáveis (não podem ser vendidos, doados, permutados,
alienados pelo poder público), alienar é tornar alheio (art. 100,
CCB). Bens voltados para o serviço das pessoas de direito
público interno. Não é aberto a população. Exemplos: sede da
UFPR, prédio do TJPR, palácio do Planalto, viaturas da
Polícia Militar.
Bens dessas duas categorias são alienáveis, mas as vezes é
necessário e útil que se tornem bens públicos dominicais e
então deixam de ser inalienáveis. Passa por um processo
administrativo. Depois de vendido passa a ser bem privado,
mas enquanto não for vendido continua sendo bem público
dominical. Ex. o shopping Curitiba que antes era um quartel,
depois se tornou bem dominical e foi vendido. Geralmente
acontece quando o bem perde sua utilidade, como o quartel
que não era mais funcional ou então, automóveis que
ultrapassados ou que não funcionam mais.
- dominicais (art. 99, III, CCB): aqueles bens que integram o
patrimônio disponível das pessoas jurídicas de direito público
interno. Podem ser alienados (art. 101, CCB), respeitadas as
exigências legais (autorização legislativa, concorrência pública
etc.) Exemplos: bens públicos desafetados.
b. Privados: os demais (art. 98, CCB)
Espólio: massa patrimonial, de bens, massa de bens econômicos de uma
pessoa falecida.

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