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DIREITO CIVIL

BENS

Livro Eletrônico
DICLER FORESTIERI

Ex-Auditor-Fiscal do Estado da Paraíba, Ex-


Auditor-Fiscal de Tributos do Município de São
Paulo e atual Conselheiro Substituto do TCM-RJ
(aprovado em 2º lugar). Também foi aprovado
nos concursos de Auditor-Fiscal do Estado do Rio
Grande do Sul e Conselheiro Substituto do TCE-
AM. Ministra aulas das disciplinas Direito Civil,
Direito Penal e Legislação Tributária Municipal.

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Bens
Prof. Dicler Forestieri

1. Considerações Iniciais..............................................................................4
2. Bens Considerados em Si Mesmos..............................................................6
3. Bens Reciprocamente Considerados.......................................................... 14
4. Bens Públicos........................................................................................ 17
5. Bens Dentro e Fora do Comércio.............................................................. 22
Questões de Concurso................................................................................ 24
Gabarito................................................................................................... 26
Gabarito Comentado.................................................................................. 27
Questões de Concurso................................................................................ 29
Gabarito................................................................................................... 36
Gabarito Comentado.................................................................................. 37

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1. Considerações Iniciais

Bens são valores materiais (corpóreos) ou imateriais (incorpóreos) que têm va-

lor econômico e que podem servir de objeto a uma relação jurídica.

Para que o bem seja objeto de uma relação jurídica é preciso que ele apresente

as seguintes características:

• idoneidade para satisfazer um interesse econômico;

• gestão econômica autônoma; e

• subordinação jurídica ao seu titular.

Coisas e bens são conceitos que não se confundem, embora a coisa represente

espécie da qual o bem é o gênero. A honra, a liberdade, a vida, entre outros repre-

sentam bens sem, no entanto, serem consideradas coisas.

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Então tome cuidado, pois é comum as bancas tentarem confundir o candidato

com esses conceitos.

O Código Civil classifica os bens em dois grandes grupos. O primeiro classifica os

bens por si mesmos, não os comparando ou ligando com nenhum outro. É o caso

dos bens móveis e imóveis, fungíveis e infungíveis, divisíveis e indivisíveis, dentre

outros. Já o segundo classifica os bens de forma recíproca fazendo uma compara-

ção entre dois bens.

Veja a tabela a seguir:

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2. Bens Considerados em Si Mesmos

A primeira classificação dos bens em si mesmos é a que divide os bens em mó-

veis e imóveis. Creio ser a mais cobrada em provas de concursos.

Bens Imóveis X Bens Móveis

a) Bens Imóveis: é tudo que se incorpora naturalmente (acessão natural) ou ar-

tificialmente (acessão artificial) ao solo. Ou seja, são os bens que não podem ser

transportados sem destruição ou diminuição de valor de um lugar para outro.

Art. 79 do CC – São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou
artificialmente.
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:
I – as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem re-
movidas para outro local;
II – os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.

Nos artigos 79, 80 e 81, o Código Civil classifica os bens imóveis em:

• Bens imóveis por natureza: preliminarmente, consideram-se bens imóveis

por natureza o solo e seus acessórios e adjacências, ou seja, tudo aquilo

que adere ao solo naturalmente, a exemplo das árvores, frutos e subsolo.

Alguns autores entendem que deveria ser bem imóvel por natureza somente

o solo; acessórios e adjacências deveriam ser chamados bens imóveis por

acessão natural.

• Bens imóveis por acessão industrial (artificial): é definido como tudo

aquilo que resulta do trabalho do homem, tornando-se permanentemen-

te incorporado ao solo. Tem como exemplo as construções e as plantações.

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• Bens imóveis por acessão intelectual (por destinação do proprietá-

rio): a doutrina considera bem imóvel por acessão intelectual aqueles bens

móveis que aderem a um bem imóvel pela vontade do dono, para dar

maior utilidade ao imóvel ou até mesmo para o seu embelezamento, afor-

moseamento, a exemplo de um trator comprado para melhor utilização em

uma fazenda, pois, enquanto o trator estiver a serviço da fazenda, será con-

siderado como bem imóvel por acessão intelectual. São aqueles bens móveis

incorporados ao bem imóvel pela vontade do dono. Assim como o proprietário

imobilizou o bem móvel, ele poderá, consequentemente, mobilizá-lo nova-

mente quando não for utilizá-lo mais para aquilo a que se destinava.

A doutrina moderna entende que, a partir do Código Civil de 2002, essa classifica-

ção não mais existe, pois os respectivos bens agora são chamados de pertenças,

classificação que não existia anteriormente.

Entretanto, ainda é comum aparecer a classificação bens imóveis por acessão inte-

lectual em provas de concursos.

• Bens imóveis por determinação legal: são determinados bens que so-

mente são imóveis porque o legislador resolveu enquadrá-los como

tal, para que se possibilite, em regra, maior segurança jurídica nas relações

que os envolvam. Podemos citar o direito à sucessão aberta, ainda que o

acervo seja composto única e exclusivamente de bens móveis (ex: cinco car-

ros); os direitos reais sobre imóveis e as ações que o asseguram; as apólices

da dívida pública, quando oneradas com cláusula de inalienabilidade.

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Art. 80 do CC – Consideram-se imóveis para os efeitos legais:


I – os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II – o direito à sucessão aberta.

b) Bens móveis: determina o artigo 82 do Código serem bens móveis os bens sus-

cetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia.

Art. 82 do CC – São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção


por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.

Podem ser classificados da seguinte maneira:

• Bens móveis por natureza: são bens móveis por natureza não só aqueles

que têm movimento próprio (ex: gado), como também aqueles que não

têm movimento próprio (ex: uma caneta). Subdividem-se em bens móveis

propriamente ditos (aqueles que não têm movimento próprio) e bens semo-

ventes (aqueles que têm movimento próprio).

• Bens móveis por antecipação: aqueles bens imóveis que têm uma finalida-

de última como móvel. Assim, mesmo temporariamente imóveis não perdem

o caráter de bem móvel, em razão de sua finalidade, a exemplo das árvores

plantadas para corte.

• Bens móveis por determinação legal: são alguns bens que a lei considera

móveis por determinação legal, e consequentemente aplicando as disposi-

ções sobre bens móveis nas relações que os envolvam. São eles: os direitos

reais sobre objetos móveis e respectivas ações; os direitos de obrigação, e

respectivas ações; além dos direitos do autor. Conforme o art. 83 do CC.

Art. 83 do CC – Consideram-se móveis para os efeitos legais:


I – as energias que tenham valor econômico;

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II – os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;


III – os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.

Sobre os navios e aeronaves, apesar de poderem ser dados em hipoteca (insti-

tuto jurídico característico de bens imóveis), eles não perdem a característica de

bens móveis.

Segue tabela para sintetizar o assunto:

BENS IMÓVEIS BENS MÓVEIS


por natureza; por natureza;
por acessão industrial ou artificial; por antecipação;
por acessão intelectual; por determinação legal.
por determinação legal.

Sobre os bens móveis ainda temos o art. 84 do CC:

Art. 84 do CC – Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem


empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os pro-
venientes da demolição de algum prédio.

Ou seja, se eu compro um conjunto de telhas em uma loja de construção, en-


quanto eu não empregar as telhas na obra elas serão consideradas bens móveis,
porém, após o emprego, serão consideradas bens imóveis por acessão industrial
ou artificial. Caso ocorra a demolição da casa a telha novamente será considerada
bem móvel.

Bens Infungíveis x Bens Fungíveis


O art. 85 do CC distingue a classificação dos bens móveis em dois tipos:

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Art. 85 do CC – São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma
espécie, qualidade e quantidade.

• Bens Fungíveis: são aqueles bens móveis que podem ser substituídos

por outros da mesma espécie, natureza e qualidade.

• Ex: 1 kg de arroz.

• Bens Infungíveis: são os que possuem características especiais que os tor-

nam distintos de outros da mesma espécie e qualidade, não permitindo,

dessa forma, a sua substituição.

• Ex: a chuteira do Pelé utilizada na final da copa de 1070.

EXEMPLO
BENS FUNGÍVEIS → podem ser substituídos.
BENS INFUNGÍVEIS → são únicos e, por isso, não podem ser substituídos.

Ressalta-se que, excepcionalmente, bens imóveis podem ser considerados bens


fungíveis, a exemplo de várias pessoas proprietárias, em condomínio, de um conjunto
de lotes ainda não divididos, ocasião em que cada um é proprietário de um número de-
terminado de lotes, fungíveis, posto que ainda não identificados os seus proprietários.

Bens Consumíveis x Bens Inconsumíveis

O art. 86 do CC, trata do bem consumível.

Art. 86 do CC – São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata
da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação.

Ou seja, os bens que podem ser usados várias vezes são inconsumíveis e
os que podem ser usados apenas uma vez são consumíveis. Destaca-se o bem
destinado à alienação que é consumível de direito, ou seja, o vendedor não pode
vender um bem para duas pessoas sob pena de estelionato (art. 171 do CP).

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Conclui-se que o bem destinado à alienação só pode ser vendido uma vez e, por

isso, é considerado consumível.

A infungilibilidade e a inconsuntibilidade do bem podem decorrer também da

vontade das partes, a exemplo de bens emprestados para ornamentação e poste-

rior devolução, a que a doutrina dá o nome de comodatum ad pompam vel osten-


tationem. Como exemplo de fungibilidade e consuntibilidade decorrente da vontade
das partes, temos o empréstimo de frutas ou garrafas de bebida para a ornamenta-
ção de uma festa com posterior devolução das frutas ou garrafas emprestadas. Na

hipótese em questão, as frutas ou as bebidas não poderão ser consumidas.

Comodatum ad pompam vel ostentationem → o bem se torna infungível e in-

consumível em decorrência da vontade das partes.

Bens Divisíveis x Bens Indivisíveis

Os arts. 87 e 88 do CC classificam os bens em divisíveis e indivisíveis. Interpre-

tando o art. 87 do CC, são divisíveis as coisas que podem ser partidas em porções

distintas, formando, cada porção, um todo perfeito. Assim, o bem é divisível quan-

do cada porção continua com as características do todo.

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Art. 87 do CC – Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua
substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.

Nos termos do art. 88 do CC, a indivisibilidade pode resultar da natureza, da lei

e da vontade das partes:

Art. 88 do CC – Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por


determinação da lei ou por vontade das partes.

• Bem indivisível por natureza: é aquele que, se for dividido, perde a carac-

terística do todo, a exemplo de um animal.

• Bem indivisível por lei: existem alguns bens que por natureza talvez fos-

sem considerados divisíveis, entretanto a lei os torna indivisíveis.

Como exemplo, podemos citar o Estatuto da Terra que, nos casos de área rural,

exige que os terrenos rurais tenham, no mínimo, três alqueires. Assim, numa área

rural, o terreno de três alqueires torna-se indivisível para evitar que se tenham

partes de terra muito pequenas.

• Bem indivisível por vontade das partes: há a possibilidade, nos casos de

condomínio, das partes convencionarem a indivisibilidade do bem.

Veja o gráfico a seguir:

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Bens Singulares x Bens Coletivos

Os artigos 89, 90 e 91 do CC atribuem características aos bens singulares e coletivos.

Art. 89 do CC – São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per


si, independentemente dos demais.
Art. 90 do CC – Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares
que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária.
Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações
jurídicas próprias.
Art. 91 do CC – Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídi-
cas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico.

Os bens singulares são considerados na sua individualidade, como é o caso de

um livro. Entretanto, quando o livro é observado no conjunto de uma biblioteca,

agregado a outros, então temos uma universalidade (bem plural).

As universalidades são bens coletivos e se dividem em dois tipos: universalida-

de de fato (ex: biblioteca) ou universalidade de direito (ex: herança).

Na universalidade de fato, a formação do conjunto decorre da vontade do dono.

Já na universalidade de direito, a formação do conjunto decorre de força legal.

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Bens Singulares Considerados Individualmente.

pluralidade de bens singulares que,


DE FATO
pertinentes à mesma pessoa, tenham
vontade do dono
UNIVERSALIDADES destinação unitária.
consideram o conjunto
o complexo de relações jurídicas,
DE DIREITO
de uma pessoa, dotadas de valor
por força de lei
econômico.

3. Bens Reciprocamente Considerados

Temos também a divisão dos bens em principais e acessórios quando se trata

dos bens reciprocamente considerados.

Esta classificação, conforme mencionado inicialmente, leva em consideração

uma comparação entre dois bens. Para demonstrar isso, me responda a seguinte

pergunta: a árvore é um bem principal ou acessório?

Depende. Em relação ao solo a árvore é acessório, mas em relação ao fruto que

ela produz é principal.

Bens Principais x Bens Acessórios

Principais são os que existem em si e por si, abstrata ou concretamente; aces-

sórios são aqueles cuja existência supõe a existência do principal.

Art. 92 do CC – Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamen-


te; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.

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As espécies de bens acessórios são:

a) Frutos: são aqueles bens acessórios produzidos periodicamente pela coisa,

cuja percepção e consumo não alteram a substância da coisa principal.

Quanto à origem, os frutos dividem-se em:

• frutos naturais: aqueles produzidos pela força orgânica (ex: bezerro, car-

neiro, maçã, laranja);

• frutos industriais: os produzidos pela arte humana (ex: tecido produzido

pelo tear); e

• frutos civis: aqueles produzidos pela coisa em razão da cessão remunerada

da posse (ex: rendimentos, juros, aluguel).

Ao estado, os frutos classificam-se da seguinte forma:

• frutos pendentes: enquanto estão unidos à coisa que os produziu;

• frutos percebidos ou colhidos: estão separados do bem principal;

• frutos estantes: estão separados e armazenados ou acondicionados para venda;

• frutos percipiendos: deviam ser, mas não foram colhidos ou percebidos;

• frutos consumidos: são aqueles que não mais existem porque foram utilizados.

a) Produtos: são acessórios que não se produzem com periodicidade e seu consumo

altera a substância da coisa principal, reduzindo, portanto, o seu valor.

Ex: o petróleo, o ouro, as pedras preciosas etc.

Art. 95 do CC – Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos


podem ser objeto de negócio jurídico.

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b) Pertenças: são bens utilizados com o objetivo de embelezar, melhorar ou con-

servar a coisa principal, sem ser parte integrante.

Ex: o sofá de uma casa.

Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se des-
tinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.

c) Benfeitorias: compreendem as obras ou despesas realizadas por uma pessoa

que se fazem em bem móvel ou imóvel para conservá-lo, melhorá-lo ou embelezá-

-lo. Passam a integrar o bem principal. Classificam-se em:

• Necessárias: objetiva conservar a coisa ou evitar que ela se deteriore.

• Ex.: substituição de ligamentos podres no telhado.

• Úteis: aumentam ou facilitam o uso da coisa.

• Ex.: construção de garagem.

• Voluptuárias: as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habi-

tual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.

• Ex. piscina.

Art. 96 do CC – As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.


§ 1º São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual
do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.
§ 2º São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.
§ 3º São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.
Art. 97 do CC – Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos so-
brevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.

O art. 94 do CC consagra, o que a doutrina chama de princípio da gravitação jurídica.

Art. 94 do CC – Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abran-
gem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou
das circunstâncias do caso.

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Em um negócio jurídico que envolva o bem principal, a regra (art. 94 do CC)

é que o bem acessório também esteja envolvido. Porém essa regra não inclui as

pertenças, ou seja, se eu comprar a sua casa e o contrato nada dispuser a respeito,

entende-se que o sofá que está na sua sala não faz parte no negócio.

4. Bens Públicos

Classificados conforme os titulares de seu domínio, os bens se dividem em pú-

blicos e particulares. O artigo 98 do Código Civil considera públicos os bens que

pertencem à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios; todos os de-

mais são considerados particulares.

Art. 98 do CC – São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pes-


soas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual
for a pessoa a que pertencerem.

Entretanto, é interessante ressaltarmos o Enunciado n. 287 da IV Jornada de

Direito Civil do CJF:

Enunciado n. 287 do CJF – Art. 98. O critério da classificação de bens indicado no art.
98 do Código Civil não exaure a enumeração dos bens públicos, podendo ainda ser
classificado como tal o bem pertencente a pessoa jurídica de direito privado que esteja
afetado à prestação de serviços públicos.

Ou seja, a doutrina entende que o critério exposto pelo Código Civil não é taxa-

tivo. Sendo assim, se um imóvel particular for alugado para um determinado muni-

cípio para que nele funcione uma escola pública municipal, o respectivo imóvel, por

estar afetado a uma finalidade pública, será considerado bem público.

Entretanto, fique atento(a), pois as bancas de concursos costumam reproduzir

a íntegra do art. 98 do CC nas alternativas das questões e considerá-las corretas.

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Os bens públicos dividem-se em (art. 99 do CC):

Art. 99 do CC – São bens públicos:


I – os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou esta-
belecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de
suas autarquias;
III – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito pú-
blico, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens
pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de
direito privado.

• de uso comum do povo: todos aqueles de utilização comum, sem maiores

ônus, pela coletividade, a exemplo das estradas, ruas, mares, praças; ressal-

te-se que é uma enumeração meramente exemplificada;

• de uso especial: bens destinados ao funcionamento e aprimoramento dos

serviços prestados pelo Estado, de utilização, por vezes, concedida aos parti-

culares, em regra mediante contraprestação. Temos como exemplo os edifí-

cios onde funcionam os serviços públicos;

• dominicais (ou dominiais): aqueles que pertencem ao domínio privado do

poder público, e desde que estejam desafetados de qualquer utilização públi-

ca, podem ser alienados, de acordo com as regras previstas para alienação de

bens da administração, a exemplo da licitação. São exemplos o terreno baldio

e as terras devolutas.

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Cabe também a análise do art. 103 do CC.

Art. 103 do CC – O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou
retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja adminis-
tração pertencerem.

Conclui-se que os bens podem ser utilizados gratuita ou onerosamente, con-

forme for estabelecido, por lei, pela entidade a cuja administração pertencerem. A

regra geral é o seu uso gratuito, dado que são destinados ao serviço do povo ou da

comunidade, que para tanto paga uma carga extremamente alta de impostos. To-

davia, não perderão a natureza de bens públicos se leis ou regulamentos adminis-

trativos condicionarem ou restringirem o seu uso a certos requisitos ou mesmo se

instituírem pagamento de retribuição. Por exemplo: pedágio nas estradas e venda

de ingresso em museus, para contribuir para sua conservação ou custeio.

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Os arts. 100 e 101 do CC dispõem que a inalienabilidade, característica pe-

culiar dos bens públicos, somente poderá ser afastada por lei, que por sua vez

retira do bem a função pública à qual este se liga. A tal procedimento dá-se o

nome de desafetação.

Art. 100 do CC – Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são
inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Art. 101 do CC – Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas
as exigências da lei.

Para esclarecer: o que é um bem afetado ou um bem desafetado?

Diz-se que um bem está afetado quando está sendo utilizado para um fim público

determinado, seja diretamente pelo Estado, seja pelo uso de particulares em geral.

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Desafetação x Afetação

Trata-se de um processo que acarreta a mudança da forma de destinação do Bem.

Em regra, a desafetação visa a incluir bens de uso comum ou do povo ou bens

de uso especial na categoria de bens dominicais. É feita com a autorização legisla-

tiva, por meio de Lei Específica. Um dos propósitos para realizar a desafetação é a

possibilidade de alienação, por intermédio de concorrência pública ou licitação. Para

ser alienado, o bem não poderá estar afetado a um fim público.

A afetação é a atribuição a um bem público de sua destinação específica. Pode

ocorrer de modo explícito (Lei) ou de modo implícito (não determinado em Lei).

Ex.: os bens de uso comum o os bens de uso especial são bens afetados, pois têm

em comum o fato de estarem destinados a serviços específicos. Por outro lado, os

bens dominicais são desafetados.

Finalizando o assunto bens públicos, temos o art. 102 do CC.

Art. 102 do CC – Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

Ou seja, além da inalienabilidade, os bens públicos também são impenhoráveis

e imprescritíveis, pois não estão sujeitos a usucapião, que é uma espécie de pres-

crição aquisitiva.

CARACTERÍSTICAS DOS BENS PÚBLICOS


INALIENABILIDADE: trata-se de uma característica relativa, pois atinge somente os bens
públicos de uso comum do povo e de uso especial;
IMPENHORABILIDADE: os bens públicos não podem ser dados em garantia; e
IMPRESCRITIBILIDADE: os bens públicos são insuscetíveis de aquisição por usucapião.

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Terras Devolutas

Terras devolutas são terrenos públicos, ou seja, propriedades públicas que nun-

ca pertenceram a um particular, mesmo estando ocupadas. Diferenciam-se destes

por não estarem sendo aplicadas a algum uso público federal, estadual ou munici-

pal, que não hajam sido legitimamente incorporadas ao domínio privado, enquanto

que as terras públicas pertencentes ao patrimônio fundiário público são aquelas


inscritas e reservadas para um determinado fim.
Dessa forma, por não estarem reservadas para um determinado fim, as terras
devolutas são bens públicos dominicais.

5. Bens Dentro e Fora do Comércio

A doutrina divide ainda os bens em dois tipos: bens que integram o comércio e
bens que estão fora do comércio.
• Bens que integram o comércio: são os bens alienáveis, disponíveis, que se
encontram livres de quaisquer restrições que impossibilitem sua transferência
ou apropriação, portanto podendo passar, gratuita ou onerosamente, de um
patrimônio a outro.
• Bens que estão fora do comércio: são coisas fora do comércio as insusce-
tíveis de apropriação, e as legalmente inalienáveis. Tipos de bens inalienáveis.
a) Bens inalienáveis por sua natureza: são os bens de uso inexaurível, como o ar,
o mar, a luz solar; porém a captação, por meio de aparelhagem, do ar atmosférico
ou da água do mar para extrair certos elementos com o escopo de atender a deter-
minadas finalidades, pode ser objeto de comércio.
b) Bens legalmente inalienáveis: são os que, apesar de suscetíveis de apropriação
pelo homem, têm sua comercialidade excluída pela lei; tais como os bens públicos;

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os bens das fundações; o terreno onde está edificado em edifício de condomínio por
andares; o bem de família; as terras ocupadas pelos índios etc.
c) Bens inalienáveis pela vontade humana: são os que lhes impõe cláusula de ina-
lienabilidade, temporária ou vitalícia, nos casos e formas previstos em lei, por ato
inter vivos ou causa mortis. Como exemplo na doação com encargo, onde o doador
estabelece cláusula de inalienabilidade, gravando o bem doado, impossibilitando,
com efeito, o donatário de transferir o domínio do referido bem.

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Esse assunto não tem sido muito cobrado nas provas do Exame da Ordem.

Desde que o concurso passou a ser organizado pela FGV, foram apenas duas ques-

tões. Sendo assim, complementei com outras questões da banca FGV.

QUESTÕES DE CONCURSO

Questões da OAB

Questão 1    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2017) Ricardo realizou

diversas obras no imóvel que Cláudia lhe emprestou: reparou um vazamento

existente na cozinha; levantou uma divisória na área de serviço para formar um

novo cômodo, destinado a servir de despensa; ampliou o número de tomadas

disponíveis; e trocou o portão manual da garagem por um eletrônico. Quando

Cláudia pediu o imóvel de volta, Ricardo exigiu o ressarcimento por todas as

benfeitorias realizadas, embora sequer a tenha consultado previamente sobre as

obras. Somente pode-se considerar benfeitoria necessária, a justificar o direito

ao ressarcimento,

a) o reparo do vazamento na cozinha.

b) a formação de novo cômodo, destinado a servir de despensa, pelo levantamento

de divisória na área de serviço.

c) a ampliação do número de tomadas.

d) a troca do portão manual da garagem por um eletrônico.

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Questão 2    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2013) Os vitrais do Mercado

Municipal de São de Paulo, durante a reforma feita em 2004, foram retirados para

limpeza e restauração da pintura. Considerando a hipótese e as regras sobre bens

jurídicos, assinale a afirmativa correta.

a) Os vitrais, enquanto separados do prédio do Mercado Municipal durante as obras,

são classificados como bens móveis.

b) Os vitrais retirados na qualidade de material de demolição, considerando que

o Mercado Municipal resolva descartar- se deles, serão considerados bens móveis.

c) Os vitrais do Mercado Municipal, considerando que foram feitos por grandes ar-

tistas europeus, são classificados como bens fungíveis.

d) Os vitrais retirados para restauração, por sua natureza, são classificados como

bens móveis.

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GABARITO
1. a 2. b

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GABARITO COMENTADO
Questões da OAB

Questão 1    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2017) Ricardo realizou di-

versas obras no imóvel que Cláudia lhe emprestou: reparou um vazamento exis-

tente na cozinha; levantou uma divisória na área de serviço para formar um novo

cômodo, destinado a servir de despensa; ampliou o número de tomadas dispo-

níveis; e trocou o portão manual da garagem por um eletrônico. Quando Cláudia

pediu o imóvel de volta, Ricardo exigiu o ressarcimento por todas as benfeitorias

realizadas, embora sequer a tenha consultado previamente sobre as obras. Somen-

te pode-se considerar benfeitoria necessária, a justificar o direito ao ressarcimento,

a) o reparo do vazamento na cozinha.

b) a formação de novo cômodo, destinado a servir de despensa, pelo levantamento

de divisória na área de serviço.

c) a ampliação do número de tomadas.

d) a troca do portão manual da garagem por um eletrônico.

Letra a.

De acordo com o art. 96, § 3º, do CC.

Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.


§ 1º São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual
do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.
§ 2º São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.
§ 3º São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se de-
teriore.

Assim, somente pode-se considerar benfeitoria necessária o reparo do vazamento

da cozinha.

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Questão 2    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2013) Os vitrais do Mercado

Municipal de São de Paulo, durante a reforma feita em 2004, foram retirados para

limpeza e restauração da pintura. Considerando a hipótese e as regras sobre bens

jurídicos, assinale a afirmativa correta.

a) Os vitrais, enquanto separados do prédio do Mercado Municipal durante as obras,

são classificados como bens móveis.

b) Os vitrais retirados na qualidade de material de demolição, considerando que

o Mercado Municipal resolva descartar- se deles, serão considerados bens móveis.

c) Os vitrais do Mercado Municipal, considerando que foram feitos por grandes ar-

tistas europeus, são classificados como bens fungíveis.

d) Os vitrais retirados para restauração, por sua natureza, são classificados como

bens móveis.

Letra b.

Conforme os arts. 81, II, e 84, do CC.

Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:


II – os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem emprega-
dos, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os prove-
nientes da demolição de algum prédio.

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QUESTÕES DE CONCURSO

Questões FGV

Questão 1    (FGV/TJ-AL/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2018) Determinada sociedade em-

presarial recebeu autorização do Poder Executivo municipal para manter uma praça

pública, onde poderia, inclusive, divulgar publicidade de sua marca.

Diante dessa situação, afirma-se que a praça é um bem público:

a) de uso comum;

b) alienável;

c) de uso especial;

d) dominical;

e) de uso privado.

Questão 2    (FGV/ALERJ/ESPECIALISTA LEGISLATIVO/CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2017)

O Código Civil apresenta uma classificação dos bens públicos de acordo com a sua

utilidade no âmbito das atividades da Administração Pública.

De acordo com essa classificação:

a) o uso comum dos bens públicos deve ser sempre gratuito;

b) os bens de uso especial apresentam estrutura de direito privado;

c) os bens dominicais constituem objeto de direito pessoal das entidades públicas;

d) os bens de uso comum são alienáveis enquanto conservarem sua qualificação;

e) todos os bens de uso comum possuem significância histórica, cultural ou

ambiental.

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Questão 3    (FGV/TJ-PI/AJAJ/2015) Jurema comprou uma casa de Mariana. Quan-

do ingressou no imóvel e iniciou a arrumação de sua mudança, Jurema encontrou

uma tela pintada por um artista de renome mundial, inadvertidamente deixada por

quem executou a mudança de Mariana. Procurada por Mariana, Jurema recusa-se

a devolver a obra de arte em questão. Sobre os fatos narrados, é correto afirmar

que:

a) assiste razão a Jurema, pois o quadro é uma benfeitoria que segue a sorte do

bem principal;

b) assiste razão a Jurema, pois o quadro é um produto da casa e, como tal, deve

acompanhá-la;

c) não assiste razão a Jurema, pois o quadro, por ser uma acessão, não acompanha

o bem principal;

d) não assiste razão a Jurema, pois o quadro, considerado pertença, não segue a

sorte do bem principal;

e) assiste razão a Jurema, pois o quadro é um fruto do imóvel e dele pode ser des-

tacado.

Questão 4    (FGV/TJ-PI/AJAA/2015) Margarida, artista plástica, contratou a compra

de madeira de demolição, proveniente de um prédio do centro histórico de Teresina.

Sobre a situação narrada, é correto afirmar que os bens são considerados:

a) imóveis, pois são materiais de obra pertencentes ao prédio histórico;

b) móveis, pois, por serem provenientes de demolição, não mais integram o

prédio;

c) fora do comércio por falta de valor econômico;

d) coisas abandonadas, e é possível adquiri-los por ocupação;

e) imóveis, pois adquirem a natureza do prédio, bem principal.

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Questão 5    (FGV/PREFEITURA DE PAULÍNIA-SP/GUARDA MUNICIPAL/2015) Quanto à


teoria dos bens, é correto afirmar que:
a) são considerados bens móveis tudo aquilo que acede ao solo;
b) são indivisíveis os bens que, compostos por outros bens destacáveis, não têm com-
prometida sua funcionalidade, quando separados;
c) o solo é considerado um bem imóvel artificial;
d) são considerados bens móveis as ações referentes à propriedade imobiliária;
e) são considerados bens móveis as ações que se referem a direito pessoal.

Questão 6    (FGV/PREFEITURA DE PAULÍNIA-SP/GUARDA MUNICIPAL/2015) Quanto à


classificação dos bens, é correto afirmar que:
a) um veículo é considerado uma universalidade de fato;
b) um jogo de pneus é considerado uma universalidade de direito;
c) uma frota de veículos, coletivamente considerada, é uma universalidade de fato;
d) um veículo emplacado e cadastrado individualmente, é um bem fungível;
e) um caminhão é considerado consumível.

Questão 7    (FGV/PREFEITURA DE PAULÍNIA-SP/GUARDA MUNICIPAL/2015) Em maté-


ria de bens públicos, o Código Civil estabelece que o seu uso comum:
a) deve ser necessariamente gratuito, já que tais bens pertencem a toda a coletividade
de forma geral e abstrata;
b) deve ser necessariamente retribuído, por meio de contribuição econômica por parte
dos particulares beneficiados;
c) pode ser gratuito ou retribuído, conforme decidir arbitrariamente a autoridade com-
petente;
d) pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade
a cuja administração pertencerem;
e) deve ser necessariamente oneroso, a fim de que toda a coletividade se beneficie.

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Questão 8    (FGV/PREFEITURA DE OSASCO-SP/GUARDA MUNICIPAL/2014) São consi-

derados bens fungíveis:

a) os imóveis estabelecidos por lei ou pela vontade das partes contratantes;

b) os consumíveis;

c) os divisíveis;

d) os que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e

quantidade;

e) os que podem ser fracionados sem que haja dano ou alteração em sua substância

Questão 9    (FGV/PREFEITURA DE OSASCO-SP/GUARDA MUNICIPAL/2014) É uma

hipótese de imóvel para os efeitos legais:

a) o veículo automotor de porte médio;

b) o veículo automotor de porte grande;

c) o direito à sucessão aberta;

d) as pessoas interditadas;

e) o direito autoral.

Questão 10    (FGV/PROCEMPA/ADVOGADO/2014) Segundo o Código Civil, os bens

móveis que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e

quantidade são denominados

a) bens consumíveis.

b) bens fungíveis.

c) bens reciprocamente considerados.

d) bens singulares.

e) bens públicos.

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Questão 11    (FGV/SUDENE-PE/ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2013) A respeito

dos bens no sistema jurídico pátrio, é correto afirmar que

a) os bens móveis são considerados benfeitorias que, não se constituindo partes

integrantes, destinam-se de modo duradouro ao uso, ao serviço ou aformoseamen-

to de outro.

b) o negócio jurídico principal abrange, como regra geral, as pertenças, salvo se

a lei, a vontade dos declarantes ou as circunstâncias do ato dispuserem de forma

diferente.

c) a enfiteuse e as ações negatórias de servidão são bens móveis por destinação

legal.

d) as quotas de uma sociedade empresária e os créditos em geral são considerados

bens móveis.

e) os bens móveis e imóveis são sempre consumíveis.

Questão 12    (FGV/AL-MT/PROCURADOR/2013) O Código Civil classifica os bens em

públicos e particulares. Dentre as características dos bens públicos tem-se, como

regra geral, a sua inalienabilidade. Porém, excepcionalmente, o Código Civil esta-

belece a possibilidade de alienação dos bens públicos.

Assinale a alternativa que indica uma situação em que a excepcional alienação de

bens públicos poderá ocorrer.

a) Podem ser alienados desde que afetados a prestação de um serviço público.

b) Podem ser alienados desde que sejam bens denominados de uso comum do

povo, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.

c) Podem ser alienados desde que sejam bens de uso especial, independentemente

de lei autorizadora.

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d) Podem ser alienados desde que sejam bens dominicais, observadas as exi-

gências legais.

e) Podem ser alienados desde que sejam bens públicos sujeitos à prescrição

aquisitiva.

Questão 13    (FGV/TJ-AM/JUIZ/2013) As pertenças, de acordo com o Código Civil,

são definidas como

a) os bens públicos que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito

público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.

b) os bens de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem,

ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.

c) os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo dura-

douro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.

d) os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos

demais.

e) os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância,

sendo também considerados tais os destinados à alienação.

Questão 14    (FGV/TRE-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO/2011) Maria foi buscar seu filho

na Escola Estadual Pereira Flores, passando pela Avenida das Rosas. No caminho,

passou pelo prédio do Tribunal Regional Eleitoral e pela Praça das Árvores Fron-

dosas, que fica em frente a um terreno desocupado de propriedade do Estado do

Pará. De acordo com o Código Civil, a escola, a avenida, o prédio do TRE, a praça

e o terreno são bens públicos, respectivamente classificados como

a) especial, especial, especial, de uso comum do povo, dominical.

b) de uso comum do povo, especial, dominical, de uso comum do povo, dominical.

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c) dominical, de uso comum do povo, de uso comum do povo, especial, de uso

comum do povo.

d) de uso comum do povo, de uso comum do povo, especial, de uso comum do

povo, dominical.

e) especial, de uso comum do povo, especial, de uso comum do povo, dominical.

Questão 15    (FGV/TCM-RJ/PROCURADOR/2008) A respeito dos bens públicos, é

correto afirmar que:

a) são inalienáveis, exceto quando desafetados, autorizando a lei ordinária sua

venda.

b) são inalienáveis, exceto se lei complementar autorizar sua alienação.

c) são sempre inalienáveis.

d) são inalienáveis, se forem de uso especial.

e) são inalienáveis, se forem de uso comum.

Questão 16    (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Para os efeitos legais, con-

sideram-se bens móveis:

a) as energias que tenham valor econômico.

b) as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem

removidas para outro local.

c) os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reem-

pregarem.

d) o direito à sucessão aberta.

e) as coisas artificialmente incorporadas ao solo.

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GABARITO
1. a

2. c

3. d

4. b

5. e

6. c

7. d

8. d

9. c

10. b

11. d

12. d

13. c

14. e

15. a

16. a

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GABARITO COMENTADO
Questões FGV

Questão 1    (FGV/TJ-AL/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2018) Determinada sociedade em-


presarial recebeu autorização do Poder Executivo municipal para manter uma praça
pública, onde poderia, inclusive, divulgar publicidade de sua marca.
Diante dessa situação, afirma-se que a praça é um bem público:
a) de uso comum;
b) alienável;
c) de uso especial;
d) dominical;
e) de uso privado.

Letra a.
De acordo com o art. 99, I, do CC, a praça é um bem público de uso comum do
povo.

Questão 2    (FGV/ALERJ/ESPECIALISTA LEGISLATIVO/CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2017)


O Código Civil apresenta uma classificação dos bens públicos de acordo com a sua
utilidade no âmbito das atividades da Administração Pública.
De acordo com essa classificação:
a) o uso comum dos bens públicos deve ser sempre gratuito;
b) os bens de uso especial apresentam estrutura de direito privado;
c) os bens dominicais constituem objeto de direito pessoal das entidades públicas;
d) os bens de uso comum são alienáveis enquanto conservarem sua qualificação;
e) todos os bens de uso comum possuem significância histórica, cultural ou
ambiental.

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Letra c.

a) Errada. O uso comum dos bens públicos, segundo o art. 103 do CC, pode ser

gratuito ou retribuído.

b) Errada. A péssima redação do art. 99, parágrafo único, do CC, estabelece que

não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às

pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.

c) Certa. Em conformidade com o art. 99, III, do CC.

d) Errada. Os bens públicos de uso comum do povo são inalienáveis.

e) Errada. Não há essa necessidade.

Questão 3    (FGV/TJ-PI/AJAJ/2015) Jurema comprou uma casa de Mariana. Quan-

do ingressou no imóvel e iniciou a arrumação de sua mudança, Jurema encontrou

uma tela pintada por um artista de renome mundial, inadvertidamente deixada por

quem executou a mudança de Mariana. Procurada por Mariana, Jurema recusa-se

a devolver a obra de arte em questão. Sobre os fatos narrados, é correto afirmar

que:

a) assiste razão a Jurema, pois o quadro é uma benfeitoria que segue a sorte do

bem principal;

b) assiste razão a Jurema, pois o quadro é um produto da casa e, como tal, deve

acompanhá-la;

c) não assiste razão a Jurema, pois o quadro, por ser uma acessão, não acompanha

o bem principal;

d) não assiste razão a Jurema, pois o quadro, considerado pertença, não segue a

sorte do bem principal;

e) assiste razão a Jurema, pois o quadro é um fruto do imóvel e dele pode ser

destacado.

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Letra d.

A assertiva trata do princípio da gravitação jurídica previsto no art. 94 do CC.

Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as
pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das cir-
cunstâncias do caso.

O quadro, por ser uma pertença, em regra, não segue o bem principal.

Questão 4    (FGV/TJ-PI/AJAA/2015) Margarida, artista plástica, contratou a compra

de madeira de demolição, proveniente de um prédio do centro histórico de Teresina.

Sobre a situação narrada, é correto afirmar que os bens são considerados:

a) imóveis, pois são materiais de obra pertencentes ao prédio histórico;

b) móveis, pois, por serem provenientes de demolição, não mais integram o prédio;

c) fora do comércio por falta de valor econômico;

d) coisas abandonadas, e é possível adquiri-los por ocupação;

e) imóveis, pois adquirem a natureza do prédio, bem principal.

Letra b.

A questão tem como fundamento legal o art. 84 do CC.

Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem emprega-
dos, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenien-
tes da demolição de algum prédio.

Questão 5    (FGV/PREFEITURA DE PAULÍNIA-SP/GUARDA MUNICIPAL/2015) Quan-

to à teoria dos bens, é correto afirmar que:

a) são considerados bens móveis tudo aquilo que acede ao solo;

b) são indivisíveis os bens que, compostos por outros bens destacáveis, não têm

comprometida sua funcionalidade, quando separados;

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c) o solo é considerado um bem imóvel artificial;

d) são considerados bens móveis as ações referentes à propriedade imobiliária;

e) são considerados bens móveis as ações que se referem a direito pessoal.

Letra e.

a) Errada. Tudo que incorporar ao solo, seja de forma natural ou artificial, confor-

me prevê o art. 79 do CC, é considerado bem imóvel.

b) Errada. Se o bem pode ser fracionado sem alterar a substância ou sem haver

diminuição considerável de valor, então, segundo o art. 87 do CC, é divisível.

c) Errada. Conforme o art. 79 do CC, o solo é bem imóvel natural.

d) Errada. Segundo o art. 80, I, do CC, as ações referentes à propriedade imobili-

ária são consideradas bens imóveis.

e) Certa. Segundo o art. 83, III, do CC, os direitos pessoais de caráter patrimonial

são considerados bens móveis.

Questão 6    (FGV/PREFEITURA DE PAULÍNIA-SP/GUARDA MUNICIPAL/2015) Quan-

to à classificação dos bens, é correto afirmar que:

a) um veículo é considerado uma universalidade de fato;

b) um jogo de pneus é considerado uma universalidade de direito;

c) uma frota de veículos, coletivamente considerada, é uma universalidade de fato;

d) um veículo emplacado e cadastrado individualmente, é um bem fungível;

e) um caminhão é considerado consumível.

Letra c.

a) Errada. Um veículo é considerado um bem singular.

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b) Errada. Um jogo de pneus é considerado uma universalidade de fato, pois re-


presenta uma pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa,
possuem destinação unitária.
c) Certa. De acordo com a definição do art. 90 do CC.
d) Errada. A doutrina entende que, a partir do momento que um bem pode ser in-
dividualizado, ou seja, possua características únicas, deverá ser considerado como
infungível. Sendo assim, se um determinado carro possui placa e número de chassi,
então é considerado infungível.
e) Errada. Como regra, um caminhão é considerado inconsumível, desde que não
esteja destinado à alienação.

Questão 7    (FGV/PREFEITURA DE PAULÍNIA-SP/GUARDA MUNICIPAL/2015) Em


matéria de bens públicos, o Código Civil estabelece que o seu uso comum:
a) deve ser necessariamente gratuito, já que tais bens pertencem a toda a coleti-
vidade de forma geral e abstrata;
b) deve ser necessariamente retribuído, por meio de contribuição econômica por
parte dos particulares beneficiados;
c) pode ser gratuito ou retribuído, conforme decidir arbitrariamente a autoridade
competente;
d) pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela enti-
dade a cuja administração pertencerem;
e) deve ser necessariamente oneroso, a fim de que toda a coletividade se beneficie.

Letra d.
Questão com fundamento no art. 103 do CC.

Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme
for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.

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Questão 8    (FGV/PREFEITURA DE OSASCO-SP/GUARDA MUNICIPAL/2014) São consi-

derados bens fungíveis:

a) os imóveis estabelecidos por lei ou pela vontade das partes contratantes;

b) os consumíveis;

c) os divisíveis;

d) os que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quan-

tidade;

e) os que podem ser fracionados sem que haja dano ou alteração em sua substância

Letra d.

Conforme o art. 85 do CC.

Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie,
qualidade e quantidade.

Questão 9    (FGV/PREFEITURA DE OSASCO-SP/GUARDA MUNICIPAL/2014) É uma

hipótese de imóvel para os efeitos legais:

a) o veículo automotor de porte médio;

b) o veículo automotor de porte grande;

c) o direito à sucessão aberta;

d) as pessoas interditadas;

e) o direito autoral.

Letra c.

Conforme o art. 80, II, do CC.

Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:


I – os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II – o direito à sucessão aberta.

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Questão 10    (FGV/PROCEMPA/ADVOGADO/2014) Segundo o Código Civil, os bens

móveis que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e

quantidade são denominados

a) bens consumíveis.

b) bens fungíveis.

c) bens reciprocamente considerados.

d) bens singulares.

e) bens públicos.

Letra b.

Conforme o art. 85 do CC.

Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie,
qualidade e quantidade.

Questão 11    (FGV/SUDENE-PE/ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO /2013) A

respeito dos bens no sistema jurídico pátrio, é correto afirmar que

a) os bens móveis são considerados benfeitorias que, não se constituindo partes

integrantes, destinam-se de modo duradouro ao uso, ao serviço ou aformoseamen-

to de outro.

b) o negócio jurídico principal abrange, como regra geral, as pertenças, salvo se

a lei, a vontade dos declarantes ou as circunstâncias do ato dispuserem de forma

diferente.

c) a enfiteuse e as ações negatórias de servidão são bens móveis por destinação

legal.

d) as quotas de uma sociedade empresária e os créditos em geral são considerados

bens móveis.

e) os bens móveis e imóveis são sempre consumíveis.

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Letra d.

a) Errada. Em desacordo com os arts. 82 e 93 do CC.

Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por
força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.

Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se desti-
nam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.

b) Errada. Em desacordo com o art. 94 do CC.

Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as
pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das
circunstâncias do caso.

c) Errada. Em desacordo com o art. 83 do CC.

Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:


I – as energias que tenham valor econômico;
II – os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;
III – os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.

d) Certa. Em conformidade com o art. 83, III, do CC.

e) Errada. Em desacordo com o art. 86 do CC.

Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da pró-
pria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação.

Questão 12    (FGV/AL-MT/PROCURADOR/2013) O Código Civil classifica os bens em

públicos e particulares. Dentre as características dos bens públicos tem-se, como

regra geral, a sua inalienabilidade. Porém, excepcionalmente, o Código Civil esta-

belece a possibilidade de alienação dos bens públicos.

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Assinale a alternativa que indica uma situação em que a excepcional alienação de

bens públicos poderá ocorrer.

a) Podem ser alienados desde que afetados a prestação de um serviço público.

b) Podem ser alienados desde que sejam bens denominados de uso comum do

povo, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.

c) Podem ser alienados desde que sejam bens de uso especial, independentemente

de lei autorizadora.

d) Podem ser alienados desde que sejam bens dominicais, observadas as exigên-

cias legais.

e) Podem ser alienados desde que sejam bens públicos sujeitos à prescrição

aquisitiva.

Letra d.

De acordo com os arts. 100 e 101 do CC.

Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inaliená-
veis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exi-
gências da lei.

Questão 13    (FGV/TJ-AM/JUIZ/2013) As pertenças, de acordo com o Código Civil,

são definidas como

a) os bens públicos que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito

público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.

b) os bens de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem,

ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.

c) os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo dura-

douro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.

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d) os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos

demais.

e) os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância,

sendo também considerados tais os destinados à alienação.

Letra c.

a) Errada. Esse é o conceito de bem público dominical.

b) Errada. Esse é o conceito de benfeitoria voluptuária.

c) Certa. De acordo com a definição do art. 93 do CC.

Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se desti-
nam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.

d) Errada. Esse é o conceito de bens singulares.

e) Errada. Esse é o conceito de bem consumível.

Questão 14    (FGV/TRE-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO/2011) Maria foi buscar seu filho

na Escola Estadual Pereira Flores, passando pela Avenida das Rosas. No caminho,

passou pelo prédio do Tribunal Regional Eleitoral e pela Praça das Árvores Fron-

dosas, que fica em frente a um terreno desocupado de propriedade do Estado do

Pará. De acordo com o Código Civil, a escola, a avenida, o prédio do TRE, a praça

e o terreno são bens públicos, respectivamente classificados como

a) especial, especial, especial, de uso comum do povo, dominical.

b) de uso comum do povo, especial, dominical, de uso comum do povo, dominical.

c) dominical, de uso comum do povo, de uso comum do povo, especial, de uso

comum do povo.

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d) de uso comum do povo, de uso comum do povo, especial, de uso comum do

povo, dominical.

e) especial, de uso comum do povo, especial, de uso comum do povo, dominical.

Letra e.

A escola e o prédio do TRE são bens de uso especial, pois são edifícios estatais des-

tinados à prestação de um serviço público.

A avenida e a praça são bens de uso comum do povo, pois são destinados ao uso

indistinto das pessoas.

O terreno, por ser mero bem patrimonial do poder público, não havendo destinação

(afetação) alguma, é bem dominical.

Questão 15    (FGV/TCM-RJ/PROCURADOR/2008) A respeito dos bens públicos, é

correto afirmar que:

a) são inalienáveis, exceto quando desafetados, autorizando a lei ordinária sua

venda.

b) são inalienáveis, exceto se lei complementar autorizar sua alienação.

c) são sempre inalienáveis.

d) são inalienáveis, se forem de uso especial.

e) são inalienáveis, se forem de uso comum.

Letra a.

São bens públicos inalienáveis os bens de uso comum do povo e de uso especial,

enquanto conservarem sua qualificação, na forma da lei.

Já os bens públicos desafetados, posto que são dominicais, são alienáveis, obser-

vadas as exigências da lei.

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Questão 16    (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Para os efeitos legais, con-


sideram-se bens móveis:
a) as energias que tenham valor econômico.
b) as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem
removidas para outro local.
c) os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reem-
pregarem.
d) o direito à sucessão aberta.
e) as coisas artificialmente incorporadas ao solo.

Letra a.
a) Certa. De acordo com o art. 83, I, do CC.

Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:


I – as energias que tenham valor econômico;
II – os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;
III – os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.

b) Errada. Vide art. 81, I, do CC.

Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:


I – as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem re-
movidas para outro local;

c) Errada. Vide art. 84 do CC.

Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem emprega-
dos, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes
da demolição de algum prédio.

d) Errada. Vide art. 80 do CC.

Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:


I – os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II – o direito à sucessão aberta.

e) Errada. Vide art. 79 do CC.

Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.

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