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POSSE, PROPRIEDADE E PROCEDIMENTOS

ESPECIAIS
Prof. Marcelo da Costa Teixeira
Curso: Direito – Campus: Bagé
Centro de Ciências Sociais Aplicadas – CCSA
Centro Universitário da Região da Campanha – URCAMP
FUNDAÇÃO ÁTTILA TABORDA – FAT

2. POSSE
2.2. Natureza
FATO
OU
DIREITO?
POSSE
CONDOMÍNIO

DIREITO DAS COISAS PROPRIEDADE PROPRIEDADE RESOLÚVEL

PROPRIEDADE FIDUCIÁRIA
DIREITOS REAIS
SUPERFÍCIE
SERVIDÕES
DIREITOS REAIS USUFRUTO
SOBRE COISAS USO
ALHEIAS HABITAÇÃO
DIR. PROMITENTE COMP. IMOV.
PENHOR
HIPOTECA
ANTICRESE
CONC. DE USO ESP. ... (2007)
CONC. DIR. REAL DE USO (2017)
LAJE (2017)
A DIVERGÊNCIA É GRANDE, SÉRIA E
TEORICAMENTE IMPORTANTE!
TEM TEORIA PARA TUDO QUE É GOSTO.
DIVERSOS AUTORES OPINAM SOBRE A POLÊMICA:
- POSSE É FATO.

- POSSE É FATO E DIREITO.

- POSSE É DIREITO (REAL, PESSOAL OU NENHUM DOS DOIS).


Pontes de Miranda
Os fatos comuns transformam-se em fatos jurídicos quando, sobre eles, incide uma
norma jurídica. Posse é um fato.

JURIDICIZAÇÃO

FATO + NORMA = DIREITO

SUPORTE FÁTICO
Savigny
A posse, independe das regras do direito e, por isso, é um fato.
Apesar de ser um fato produz conseqüências jurídicas.
Será, portanto, simultaneamente, um fato e um direito.

Wodon
Na mesma linha de Savigny afirma que a posse
considerada na sua causa é um fato
e, nos seus efeitos, um direito.
Rudolf Von Ihering
Posse é um direito real!
Direito porque se trata de um interesse juridicamente protegido*.
Real porque regula a relação entre uma pessoa e uma coisa.

* - Definição de Direito Subjetivo de Ihering


Clóvis Beviláqua

Autor do primeiro Código Civil Brasileiro (Lei nº 3071/16 revogada em 2003 pelo atual
Código Civil – Lei nº 10.406/02) e criador do rol de Direitos Reais:

Art. 674. São direitos reais, além da propriedade:

I - A enfiteuse.
II - As servidões.
III - O usufruto.
IV - O uso.
V - A habitação.
VI - As rendas expressamente constituídas sobre imóveis.
VII - O penhor.
VIII - A anticrese.
IX - A hipoteca.

Este artigo foi repetido em parte no art. 1225 da lei revogadora.


CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação


que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de
separação absoluta de bens.
§ 1o Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação:
I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de
separação absoluta de bens;
II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por
eles;
III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família;
IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus
sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges.
§ 2o Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente
é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado.
Jean Jacques Rousseau
em sua obra “Do Contrato Social”, no Livro Primeiro Capítulo VIII faz
interessante paralelo entre POSSE e PROPRIEDADE, entendendo que
POSSE É FATO:
“A fim de não fazer um julgamento errado dessas compensações,
impõe-se distinguir entre a liberdade natural, que só conhece limites
nas forças do indivíduo, e a liberdade civil, que se limita pela vontade
geral, e, mais, distinguir a posse, que não é senão o efeito da força
ou o direito do primeiro ocupante, da propriedade, que só pode
fundar-se num título positivo.”
MAS, AFINAL,
POSSE É FATO
OU
DIREITO?
SE VOCÊ DISSER QUE POSSE É FATO
É SÓ ESCOLHER ALGUM OU ALGUNS DOS
ARGUMENTOS ABAIXO:
JURIDICIZAÇÃO
(Pontes de Miranda)
INDEPENDE DAS REGRAS DO DIREITO
(Savigny)
NÃO ESTÁ NA LISTA DOS DIREITOS REAIS
(Beviláqua)
EFEITO DA FORÇA E NÃO DE UM TÍTULO
(Rousseau)
SE VOCÊ DISSER QUE POSSE É DIREITO
VEM A PERGUNTA SEGUINTE:

É REAL OU PESSOAL?

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