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Sumário
Bens..........................................................................................................................................................................................3
1. Considerações Iniciais...............................................................................................................................................3
2. Bens Considerados em si mesmos. . ...................................................................................................................4
2.1. Bens Imóveis X Bens Móveis.............................................................................................................................5
3. Bens Públicos............................................................................................................................................................. 10
3.1. Características dos Bens Públicos...............................................................................................................13
3.2. Terras Devolutas.. ..................................................................................................................................................17
4. Bens Dentro e Fora do Comércio. . .....................................................................................................................17
Resumo.................................................................................................................................................................................19
Questões Comentadas em Aula.. ...........................................................................................................................23
Questões de Concurso................................................................................................................................................25
Gabarito...............................................................................................................................................................................29
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................30
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1. Considerações Iniciais
Já estudamos quem pode ser sujeito de direito em uma relação jurídica. Chegou a vez de
saber o que pode ser objeto em uma relação jurídica.
Resumidamente, os bens (objeto dos direitos reais) e também as ações humanas denomi-
nadas prestações podem figurar como objeto de uma relação jurídica.
Dessa forma, bens são valores materiais (corpóreos) ou imateriais (incorpóreos) que têm
valor econômico e que podem servir de objeto a uma relação jurídica.
Para que o bem seja objeto de uma relação jurídica é preciso que ele apresente os seguin-
tes caracteres:
• idoneidade para satisfazer um interesse econômico;
• gestão econômica autônoma; e
• subordinação jurídica ao seu titular.
Coisas e bens são conceitos que não se confundem, embora a coisa represente espécie
da qual o bem é o gênero. A honra, a liberdade, a vida, entre outros, representam bens sem, no
entanto, serem consideradas coisas.
Bens, portanto, são coisas materiais, concretas, úteis aos homens e de expressão econô-
mica, suscetíveis de apropriação, bem como as de existência imaterial economicamente apre-
ciáveis (direitos autorais, de invenção etc.).
Faz-se interessante vermos alguns conceitos:
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• Res nullius: as coisas sem dono, que nunca foram apropriadas, como a caça solta, os
peixes, e, por isso, podem ser, pois se acham à disposição de quem as encontrar ou
apanhar, embora essa apropriação possa ser regulamentada para fins de proteção am-
biental.
• Res derelicta: coisa móvel abandonada, que o seu titular lançou fora, com a intenção de
não mais tê-la para si. Nesse caso, pode ser apropriada por qualquer outra pessoa.
Então tome cuidado, pois é comum as bancas tentarem confundir o candidato com esses
conceitos.
O Código Civil de 2002, no Livro II da Parte Geral, em título único, disciplina os bens em três
capítulos diferentes:
I – — Dos bens considerados em si mesmos (arts. 79 a 91 do CC);
II – — Dos bens reciprocamente considerados (arts. 92 a 97 do CC); e
III – — Dos bens públicos (arts. 98 a 103 do CC).
O primeiro classifica os bens por si mesmos, não os comparando ou ligando com nenhum
outro. É o caso dos bens móveis e imóveis, fungíveis e infungíveis, divisíveis e indivisíveis, den-
tre outros. Já o segundo classifica os bens de forma recíproca fazendo uma comparação entre
dois bens (principais e acessórios). Por último, temos a conhecida classificação dos bens pú-
blicos, comumente estudada em Direito Administrativo.
Veja a tabela a seguir:
Não há uma comparação com outro bem. Há uma comparação com outro bem.
No concurso da SEFAZ AM, o edital contemplou apenas os bens móveis e imóveis, bem
como os bens públicos. Sendo assim, vamos estuda-los.
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Dentre os efeitos práticos dessa distinção, que denotam a sua importância, podem ser
mencionados:
• os bens móveis são adquiridos, em regra, por simples tradição, enquanto os imóveis
dependem de escritura pública e registro no Cartório de Registro de Imóveis;
• a propriedade imóvel pode ser adquirida também pela acessão, pela usucapião e pelo
direito hereditário, e a mobiliária, pela usucapião, ocupação, achado de tesouro, espe-
cificação, confusão, comistão e adjunção.
Natural
Bem Imóvel
Por acessão
Artificial
Por determinação
legal
• Bens imóveis por natureza: preliminarmente, consideram-se bens imóveis por natureza
o solo e seus acessórios e adjacências, ou seja, tudo aquilo que adere ao solo natural-
mente, a exemplo das árvores, frutos e subsolo. Alguns autores entendem que deveria
ser bem imóvel por natureza somente o solo; acessórios e adjacências deveriam ser
chamados bens imóveis por acessão natural.
Art. 79 do CC - São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.
• Bens imóveis por acessão natural: incluem -se nessa categoria as árvores e os frutos
pendentes, bem como todos os acessórios e adjacências naturais. Compreende as pe-
dras, as fontes e os cursos de água, superficiais ou subterrâneos, que corram natural-
mente.
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• Bens imóveis por acessão industrial (artificial): é definido como tudo aquilo que resulta
do trabalho do homem, tornando-se permanentemente incorporado ao solo. Tem como
exemplo as construções e as plantações.
• Bens imóveis por determinação legal: são determinados bens que somente são imóveis
porque o legislador resolveu enquadrá-los como tal, para que se possibilite, em regra,
maior segurança jurídica nas relações que os envolvam. Podemos citar o direito à su-
cessão aberta, ainda que o acervo hereditário seja composto única e exclusivamente de
bens móveis (ex: cinco carros); os direitos reais sobre imóveis e as ações que o assegu-
ram; as apólices da dívida pública, quando oneradas com cláusula de inalienabilidade.
Segundo o art. 80, II, do CC, o direito à sucessão aberta é considerado bem imóvel por deter-
minação legal. Sendo assim, uma herança composta por cinco carros, enquanto não houver a
partilha, é considerada bem imóvel.
Certo.
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Segundo o art. 80, II, do CC, o direito à sucessão aberta é considerado bem imóvel por deter-
minação legal. Sendo assim, independentemente dos bens que compõem a herança, enquanto
não houver a partilha, eles serão considerados bem imóvel.
Letra d.
Para que nossa aula fique completa, devo mencionar os bens imóveis por acessão
intelectual.
• Bens imóveis por acessão intelectual (por destinação do proprietário): a doutrina con-
sidera bem imóvel por acessão intelectual aqueles bens móveis que aderem a um bem
imóvel pela vontade do dono, para dar maior utilidade ao imóvel ou até mesmo para o
seu embelezamento, aformoseamento, a exemplo de um trator comprado para melhor
utilização em uma fazenda, pois, enquanto o trator estiver a serviço da fazenda, será
considerado como bem imóvel por acessão intelectual. São aqueles bens móveis incor-
porados ao bem imóvel pela vontade do dono. Assim como o proprietário imobilizou o
bem móvel, ele poderá, consequentemente, mobilizá-lo novamente quando não for utili-
zá-lo mais para aquilo a que se destinava.
A doutrina moderna entende que, a partir do Código Civil de 2002, essa classificação não mais
existe, pois tais bens agora são chamados de pertenças, classificação que não existia anterior-
mente. Entretanto, fique atento, pois ainda é comum aparecer a classificação bens imóveis por
acessão intelectual em provas de concursos
Perceba que o inciso I trata de uma hipótese em que as pessoas mudam de cidade ou de
bairro e transportam a casa pré-fabricada para fixarem residência na nova localidade.
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Sobre o inciso II, podemos exemplificar as telhas retiradas do telhado para conserto da
base de madeira que estava com cupim. Como as telhas serão reempregadas, elas conservam
a qualidade de bens imóveis.
Ampliando o esquema gráfico reproduzido anteriormente, temos o seguinte:
Por
o solo
natureza
as edificações que,
forem removidas
separadas do solo, mas
para outro local
conservando a sua unidade
os materiais
para nele se
provisoriamente separados
reempregarem
de um prédio
Sobre os bens móveis, segundo o art. 82 do CC, podemos considerar aqueles suscetíveis
de movimento próprio (semoventes), ou de remoção por força alheia, sem alteração da subs-
tância ou da destinação econômico-social.
Art. 82 - São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem
alteração da substância ou da destinação econômico-social.
Entretanto, ainda existem outras classificações a respeito dos bens móveis no CC. Vejamos:
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móveis
Por
semoventes e propriamente
natureza
ditos
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Segundo o art. 83, I, do CC, as energias que tenham valor econômico (ex.: energia elétrica) se-
rão consideradas bens móveis.
Letra a.
• Bens móveis por antecipação: aqueles bens imóveis que têm uma finalidade última
como móvel. Assim, mesmo temporariamente imóveis não perdem o caráter de bem
móvel, em razão de sua finalidade, a exemplo das árvores plantadas para corte.
Sobre os navios e aeronaves, apesar de poderem ser dados em hipoteca (instituto jurídico ca-
racterístico de bens imóveis), eles não perdem a característica de bens móveis.
Art. 84 - Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conser-
vam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum
prédio.
3. Bens Públicos
Classificados conforme os titulares de seu domínio, os bens se dividem em públicos e par-
ticulares. O artigo 98 do Código Civil considera públicos os bens que pertencem à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios; todos os demais são considerados particulares.
Art. 98 - São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito
público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
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Enunciado 287 do CJF – Art. 98. O critério da classificação de bens indicado no art. 98 do Código
Civil não exaure a enumeração dos bens públicos, podendo ainda ser classificado como tal o bem
pertencente a pessoa jurídica de direito privado que esteja afetado à prestação de serviços públicos.
Ou seja, a doutrina entende que o critério exposto pelo Código Civil não é taxativo. Sendo
assim, se um imóvel particular for alugado para um determinado município para que nele fun-
cione uma escola pública municipal, o respectivo imóvel, por estar afetado a uma finalidade
pública, será considerado bem público.
Entretanto, fique atento, pois as bancas de concursos costumam reproduzir a íntegra do
art. 98 do CC nas alternativas das questões e considera-las corretas.
Os bens públicos dividem-se em (art. 99 do CC):
edifícios ou terrenos
destinados a serviço ou
Bens Públicos de Uso Especial
estabelecimento da
administração
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Sobre o § único, o legislador quis se referir aos bens das empresas estatais, cuja perso-
nalidade jurídica é de direito privado e referidos por parte da doutrina como domínio privado
do Estado.
A praça pública é considerada um bem de uso comum do povo (art. 99, I, do CC).
A repartição pública, vinculada à Secretaria Municipal de Fazenda, em pleno funcionamento é
considerada um bem de uso especial (art. 99, II, do CC).
O prédio desocupado, que há muitas décadas sediara uma inspetoria fiscal, é considerado um
bem dominical (art. 99, III, do CC).
Letra c.
Art. 103 - O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabeleci-
do legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.
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Conclui-se que os bens públicos podem ser utilizados gratuita ou onerosamente, confor-
me for estabelecido, por lei, pela entidade a cuja administração pertencerem. A regra geral é o
seu uso gratuito, dado que são destinados ao serviço do povo ou da comunidade, que para tan-
to paga uma carga extremamente alta de impostos. Todavia, não perderão a natureza de bens
públicos se leis ou regulamentos administrativos condicionarem ou restringirem o seu uso a
certos requisitos ou mesmo se instituírem pagamento de retribuição. Por exemplo, pedágio
nas estradas, venda de ingresso em museus, para contribuir com as despesas de conservação
ou custeio.
Segundo o art. 103 do CC, o uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído,
conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.
Letra e.
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Os arts. 100 e 101 do CC dispõem que a inalienabilidade, característica peculiar dos bens
públicos, somente poderá ser afastada por lei, que por sua vez retira do bem a função pública
à qual este se liga. A tal procedimento dá-se o nome de desafetação.
Art. 100 do CC - Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis,
enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Art. 101 do CC - Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.
Diz-se que um bem está afetado quando está sendo utilizado para um fim público determi-
nado, seja diretamente pelo Estado, seja pelo uso de particulares em geral.
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Nesse contexto, faz-se necessário sabermos o que vem a ser a afetação ou a desafetação.
Trata-se de um processo que acarreta a mudança da forma de destinação do Bem.
Em regra, a desafetação visa a incluir bens de uso comum ou do povo ou bens de uso
especial na categoria de bens dominicais. É feita com a autorização legislativa, através de Lei
Específica. Um dos propósitos para realizar a desafetação é a possibilidade de alienação, atra-
vés de concorrência pública ou licitação. Para ser alienado, o bem não poderá estar afetado a
um fim público.
A afetação é a atribuição a um bem público de sua destinação específica. Pode ocorrer
de modo explícito (Lei) ou de modo implícito (não determinado em Lei). Ex.: os bens de uso
comum o os bens de uso especial são bens afetados, pois têm em comum o fato de estarem
destinados a serviços específicos. Por outro lado, os bens dominicais são desafetados.
Finalizando o assunto bens públicos temos o art. 102 do CC.
Ou seja, além da inalienabilidade, os bens públicos também são imprescritíveis, pois não
estão sujeitos a usucapião que é uma espécie de prescrição aquisitiva.
Em linguagem objetiva, usucapião é o direito que o indivíduo adquire em relação à posse
de um bem móvel ou imóvel em decorrência da utilização do bem por determinado tempo,
contínuo e incontestadamente.
Dessa forma, um indivíduo pode ocupar um bem público por 30 anos que, mesmo assim,
não irá adquiri-lo por usucapião.
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Súmula n. 340 do STF: Desde a vigência do Código Civil, os bens dominicais, como os
demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião.
Realmente, os bens de uma sociedade de economia mista que estão afetados a uma finalidade
pública são considerados bens públicos (vide Enunciado 287 das Jornadas de Direito Civil do
CJF). Entretanto, a assertiva está equivocada ao afirmar que tais bens estão sujeitos à usuca-
pião, por contrariar o art. 103 do CC.
Inclusive, temos jurisprudência do STJ sobre o assunto:
Errado.
A questão tem como fundamentos o art. 99, III e o art. 101, ambos do Código Civil.
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III – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como ob-
jeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.
Letra e.
• Bens que estão fora do comércio: são coisas fora do comércio as insuscetíveis de apro-
priação, e as legalmente inalienáveis. Tipos de bens inalienáveis.
a) Bens inalienáveis por sua natureza: são os bens de uso inexaurível, como o ar, o mar, a
luz solar; porém a captação, por meio de aparelhagem, do ar atmosférico ou da água do mar
para extrair certos elementos com o escopo de atender determinadas finalidades, pode ser
objeto de comércio.
b) Bens legalmente inalienáveis: são os que, apesar de suscetíveis de apropriação pelo
homem, têm sua comercialidade excluída pela lei; tais como os bens públicos; os bens das
fundações; o terreno onde está edificado em edifício de condomínio por andares; o bem de
família; as terras ocupadas pelos índios, etc.
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c) Bens inalienáveis pela vontade humana: são os que lhes impõe cláusula de inaliena-
bilidade, temporária ou vitalícia, nos casos e formas previstos em lei, por ato inter vivos ou
causa mortis. Como exemplo na doação com encargo, onde o doador estabelece cláusula de
inalienabilidade, gravando o bem doado, impossibilitando, com efeito, o donatário de transferir
o domínio do referido bem.
Finalizando a parte teórica da nossa aula, segue outro esquema gráfico para facilitar o
seu estudo.
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RESUMO
O Código Civil de 2002, no Livro II da Parte Geral, em título único, disciplina os bens em três
capítulos diferentes:
I – — Dos bens considerados em si mesmos (arts. 79 a 91 do CC);
II – — Dos bens reciprocamente considerados (arts. 92 a 97 do CC); e
III – — Dos bens públicos (arts. 98 a 103 do CC).
O primeiro classifica os bens por si mesmos, não os comparando ou ligando com nenhum
outro. Já o segundo classifica os bens de forma recíproca fazendo uma comparação entre dois
bens (principais e acessórios). Por último, temos a conhecida classificação dos bens públicos,
comumente estudada em Direito Administrativo.
Veja a tabela a seguir:
Não há uma comparação com outro bem. Há uma comparação com outro bem.
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Por
o solo
natureza
as edificações que,
forem removidas
separadas do solo, mas
para outro local
conservando a sua unidade
os materiais
para nele se
provisoriamente separados
reempregarem
de um prédio
Podemos considerar vomo bens móveis aqueles suscetíveis de movimento próprio (se-
moventes), ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação
econômico-social.
Podem ser classificados da seguinte forma:
móveis
Por
semoventes e propriamente
natureza
ditos
Bens Públicos
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edifícios ou terrenos
destinados a serviço ou
Bens Públicos de Uso Especial
estabelecimento da
administração
A doutrina divide ainda os bens em dois tipos: bens que integram o comércio e bens que
estão fora do comércio.
• Bens que integram o comércio: são os bens alienáveis, disponíveis, que se encontram
livres de quaisquer restrições que impossibilitem sua transferência ou apropriação, po-
dendo, portanto, passar, gratuita ou onerosamente, de um patrimônio a outro.
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• Bens que estão fora do comércio: são coisas fora do comércio as insuscetíveis de apro-
priação, e as legalmente inalienáveis. Tipos de bens inalienáveis.
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c) III;
d) I e II;
e) II e III.
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QUESTÕES DE CONCURSO
008. (FGV/TJ-RO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2021) Gilvan resolveu adaptar um antigo moinho
para, mantendo-o com sua arquitetura histórica, transformá-lo também em uma turbina eóli-
ca. Para tanto, chamou a restauradora de vidros de janelas antigas Maria, que os retirou para
depois reinseri-los nas mesmas janelas, realizando a sua manutenção. Contratou também Ro-
berto para fabricar tijolos artesanais idênticos aos originais, mas no final não foi necessário
empregá-los na construção.
No que concerne à classificação dos bens considerados em si mesmos, a energia eólica, os
vidros em restauração e os tijolos artesanais podem ser classificados, respectivamente, como:
a) bem imóvel, bens imóveis, bens móveis;
b) bem móvel, bens móveis, bens imóveis;
c) bem imóvel, bens imóveis, bens imóveis;
d) bem móvel, bens imóveis e bens móveis;
e) bem móvel, bens móveis e bens móveis.
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GABARITO
1. C
2. d
3. a
4. c
5. e
6. E
7. e
8. d
9. d
10. b
11. a
12. c
13. d
14. b
15. e
16. c
17. d
18. d
19. c
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DIREITO CIVIL
Bens
Dicler Ferreira
GABARITO COMENTADO
008. (FGV/TJ-RO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2021) Gilvan resolveu adaptar um antigo moinho
para, mantendo-o com sua arquitetura histórica, transformá-lo também em uma turbina eóli-
ca. Para tanto, chamou a restauradora de vidros de janelas antigas Maria, que os retirou para
depois reinseri-los nas mesmas janelas, realizando a sua manutenção. Contratou também Ro-
berto para fabricar tijolos artesanais idênticos aos originais, mas no final não foi necessário
empregá-los na construção.
No que concerne à classificação dos bens considerados em si mesmos, a energia eólica, os
vidros em restauração e os tijolos artesanais podem ser classificados, respectivamente, como:
a) bem imóvel, bens imóveis, bens móveis;
b) bem móvel, bens móveis, bens imóveis;
c) bem imóvel, bens imóveis, bens imóveis;
d) bem móvel, bens imóveis e bens móveis;
e) bem móvel, bens móveis e bens móveis.
A energia eólica é uma energia com valor econômico, classificando-se como um bem móvel.
Os vidros em restauração são materiais separados para serem reempregados posteriormente,
o que não o descaracteriza como bem imóvel.
Os tijolos artesanais são materiais destinados a uma construção ainda não empregados, por-
tanto, caracterizam-se como bens móveis.
Letra d.
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Bens
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De acordo com o art. 99, I do CC, a praça é um bem público de uso comum do povo.
Letra a.
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Bens
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Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, sal-
vo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.
O quadro, por ser uma pertença, em regra, não segue o bem principal.
Letra d.
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Bens
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Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conser-
vam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum
prédio.
Letra b.
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Bens
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Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido
legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.
Letra d.
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Bens
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Segundo o art. 99, II, do CC, são bens públicos de uso especial os edifícios ou terrenos destina-
dos a serviço ou estabelecimento da administração.
Letra d.
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Ex-Auditor-Fiscal do Estado da Paraíba, Ex-Auditor-Fiscal de Tributos do Município de São Paulo e atual
Conselheiro Substituto do TCM-RJ (aprovado em 2º lugar). Também foi aprovado nos concursos de
Auditor-Fiscal do Estado do Rio Grande do Sul e Conselheiro Substituto do TCE-AM. Ministra aulas das
disciplinas Direito Civil, Direito Penal e Legislação Tributária Municipal.
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