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DIREITO CIVIL

Bens

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO CIVIL
Bens
Dicler Ferreira

Sumário
Bens..........................................................................................................................................................................................3
1. Considerações Iniciais...............................................................................................................................................3
2. Bens Considerados em si mesmos. . ...................................................................................................................4
2.1. Bens Imóveis X Bens Móveis.............................................................................................................................5
3. Bens Públicos............................................................................................................................................................. 10
3.1. Características dos Bens Públicos...............................................................................................................13
3.2. Terras Devolutas.. ..................................................................................................................................................17
4. Bens Dentro e Fora do Comércio. . .....................................................................................................................17
Resumo.................................................................................................................................................................................19
Questões Comentadas em Aula.. ...........................................................................................................................23
Questões de Concurso................................................................................................................................................25
Gabarito...............................................................................................................................................................................29
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................30

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BENS
1. Considerações Iniciais
Já estudamos quem pode ser sujeito de direito em uma relação jurídica. Chegou a vez de
saber o que pode ser objeto em uma relação jurídica.

é tudo o que se pode submeter


Objeto da relação ao poder dos sujeitos de direito,
jurídica como instrumento de realização
de suas finalidades jurídicas.

Resumidamente, os bens (objeto dos direitos reais) e também as ações humanas denomi-
nadas prestações podem figurar como objeto de uma relação jurídica.
Dessa forma, bens são valores materiais (corpóreos) ou imateriais (incorpóreos) que têm
valor econômico e que podem servir de objeto a uma relação jurídica.
Para que o bem seja objeto de uma relação jurídica é preciso que ele apresente os seguin-
tes caracteres:
• idoneidade para satisfazer um interesse econômico;
• gestão econômica autônoma; e
• subordinação jurídica ao seu titular.

Coisas e bens são conceitos que não se confundem, embora a coisa represente espécie
da qual o bem é o gênero. A honra, a liberdade, a vida, entre outros, representam bens sem, no
entanto, serem consideradas coisas.

Bens, portanto, são coisas materiais, concretas, úteis aos homens e de expressão econô-
mica, suscetíveis de apropriação, bem como as de existência imaterial economicamente apre-
ciáveis (direitos autorais, de invenção etc.).
Faz-se interessante vermos alguns conceitos:

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• Res nullius: as coisas sem dono, que nunca foram apropriadas, como a caça solta, os
peixes, e, por isso, podem ser, pois se acham à disposição de quem as encontrar ou
apanhar, embora essa apropriação possa ser regulamentada para fins de proteção am-
biental.
• Res derelicta: coisa móvel abandonada, que o seu titular lançou fora, com a intenção de
não mais tê-la para si. Nesse caso, pode ser apropriada por qualquer outra pessoa.

Então tome cuidado, pois é comum as bancas tentarem confundir o candidato com esses
conceitos.
O Código Civil de 2002, no Livro II da Parte Geral, em título único, disciplina os bens em três
capítulos diferentes:
I – — Dos bens considerados em si mesmos (arts. 79 a 91 do CC);
II – — Dos bens reciprocamente considerados (arts. 92 a 97 do CC); e
III – — Dos bens públicos (arts. 98 a 103 do CC).
O primeiro classifica os bens por si mesmos, não os comparando ou ligando com nenhum
outro. É o caso dos bens móveis e imóveis, fungíveis e infungíveis, divisíveis e indivisíveis, den-
tre outros. Já o segundo classifica os bens de forma recíproca fazendo uma comparação entre
dois bens (principais e acessórios). Por último, temos a conhecida classificação dos bens pú-
blicos, comumente estudada em Direito Administrativo.
Veja a tabela a seguir:

Bens Considerados em Si Mesmos Bens Reciprocamente Considerados


- móveis e imóveis;
- fungíveis e infungíveis;
- consumíveis e inconsumíveis; - principais e acessórios.
- divisíveis e indivisíveis; e
- singulares e coletivos.

Não há uma comparação com outro bem. Há uma comparação com outro bem.

No concurso da SEFAZ AM, o edital contemplou apenas os bens móveis e imóveis, bem
como os bens públicos. Sendo assim, vamos estuda-los.

2. Bens Considerados em si mesmos


A primeira classificação dos bens em si mesmos é a que divide os bens em móveis e imó-
veis. Creio ser a mais cobrada em provas de concursos.

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Dentre os efeitos práticos dessa distinção, que denotam a sua importância, podem ser
mencionados:
• os bens móveis são adquiridos, em regra, por simples tradição, enquanto os imóveis
dependem de escritura pública e registro no Cartório de Registro de Imóveis;
• a propriedade imóvel pode ser adquirida também pela acessão, pela usucapião e pelo
direito hereditário, e a mobiliária, pela usucapião, ocupação, achado de tesouro, espe-
cificação, confusão, comistão e adjunção.

O assunto é estudado de forma mais detalhada na aula sobre posse e propriedade.

2.1. Bens Imóveis X Bens Móveis


Bem imóvel é tudo que se incorpora naturalmente (acessão natural) ou artificialmente
(acessão artificial) ao solo. Ou seja, são os bens que não podem ser transportados sem des-
truição ou diminuição de valor de um lugar para outro.
A doutrina classificado o bem imóvel da seguinte forma:

Por natureza o solo

Natural
Bem Imóvel
Por acessão

Artificial
Por determinação
legal

• Bens imóveis por natureza: preliminarmente, consideram-se bens imóveis por natureza
o solo e seus acessórios e adjacências, ou seja, tudo aquilo que adere ao solo natural-
mente, a exemplo das árvores, frutos e subsolo. Alguns autores entendem que deveria
ser bem imóvel por natureza somente o solo; acessórios e adjacências deveriam ser
chamados bens imóveis por acessão natural.

Art. 79 do CC - São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.
• Bens imóveis por acessão natural: incluem -se nessa categoria as árvores e os frutos
pendentes, bem como todos os acessórios e adjacências naturais. Compreende as pe-
dras, as fontes e os cursos de água, superficiais ou subterrâneos, que corram natural-
mente.

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• Bens imóveis por acessão industrial (artificial): é definido como tudo aquilo que resulta
do trabalho do homem, tornando-se permanentemente incorporado ao solo. Tem como
exemplo as construções e as plantações.
• Bens imóveis por determinação legal: são determinados bens que somente são imóveis
porque o legislador resolveu enquadrá-los como tal, para que se possibilite, em regra,
maior segurança jurídica nas relações que os envolvam. Podemos citar o direito à su-
cessão aberta, ainda que o acervo hereditário seja composto única e exclusivamente de
bens móveis (ex: cinco carros); os direitos reais sobre imóveis e as ações que o assegu-
ram; as apólices da dívida pública, quando oneradas com cláusula de inalienabilidade.

Art. 80 do CC - Consideram-se imóveis para os efeitos legais:


I – os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II – o direito à sucessão aberta.

001. (CEBRASPE/SEFAZ-AL/AUDITOR FISCAL/2020) O direito à sucessão aberta é consi-


derado, para os efeitos legais, bem imóvel, ainda que os bens deixados pela pessoa falecida
sejam todos móveis.

Segundo o art. 80, II, do CC, o direito à sucessão aberta é considerado bem imóvel por deter-
minação legal. Sendo assim, uma herança composta por cinco carros, enquanto não houver a
partilha, é considerada bem imóvel.
Certo.

002. (FGV/PREFEITURA DE SALVADOR-BA/GUARDA MUNICIPAL/2019) Gilberto, divorcia-


do, pai de três filhos, faleceu aos 81 anos, deixando três imóveis e dois veículos.
Segundo o Código Civil,
a) apenas os imóveis, individualmente considerados, são bens imóveis, diferentemente da to-
talidade do patrimônio do falecido.
b) todos os bens do patrimônio do falecido, inclusive os imóveis, são considerados bens
fungíveis.
c) não se considera o patrimônio total do falecido uma universalidade de direitos dotada de
valor econômico.
d) o direito à sucessão aberta, atribuído aos herdeiros de Gilberto em relação à universalidade
de patrimônio deste, é considerado bem imóvel.
e) não se pode dizer que os imóveis, considerados em si, são bens singulares.

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Segundo o art. 80, II, do CC, o direito à sucessão aberta é considerado bem imóvel por deter-
minação legal. Sendo assim, independentemente dos bens que compõem a herança, enquanto
não houver a partilha, eles serão considerados bem imóvel.
Letra d.

Para que nossa aula fique completa, devo mencionar os bens imóveis por acessão
intelectual.
• Bens imóveis por acessão intelectual (por destinação do proprietário): a doutrina con-
sidera bem imóvel por acessão intelectual aqueles bens móveis que aderem a um bem
imóvel pela vontade do dono, para dar maior utilidade ao imóvel ou até mesmo para o
seu embelezamento, aformoseamento, a exemplo de um trator comprado para melhor
utilização em uma fazenda, pois, enquanto o trator estiver a serviço da fazenda, será
considerado como bem imóvel por acessão intelectual. São aqueles bens móveis incor-
porados ao bem imóvel pela vontade do dono. Assim como o proprietário imobilizou o
bem móvel, ele poderá, consequentemente, mobilizá-lo novamente quando não for utili-
zá-lo mais para aquilo a que se destinava.

A doutrina moderna entende que, a partir do Código Civil de 2002, essa classificação não mais
existe, pois tais bens agora são chamados de pertenças, classificação que não existia anterior-
mente. Entretanto, fique atento, pois ainda é comum aparecer a classificação bens imóveis por
acessão intelectual em provas de concursos

O art. 81 do CC considera a finalidade e a destinação dos bens em sua classificação. Assim,


o que se tira de um prédio para novamente nele incorporar pertencerá ao imóvel e será imóvel.

Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:


I – as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para
outro local;
II – os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.

Perceba que o inciso I trata de uma hipótese em que as pessoas mudam de cidade ou de
bairro e transportam a casa pré-fabricada para fixarem residência na nova localidade.

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Sobre o inciso II, podemos exemplificar as telhas retiradas do telhado para conserto da
base de madeira que estava com cupim. Como as telhas serão reempregadas, elas conservam
a qualidade de bens imóveis.
Ampliando o esquema gráfico reproduzido anteriormente, temos o seguinte:

Por
o solo
natureza

tudo que Natural


Por acessão incorporar ao
solo Artificial

direitos reais sobre imóveis e


Bem Por ações que os asseguram
Imóvel determinação
legal direito à sucessão aberta

as edificações que,
forem removidas
separadas do solo, mas
para outro local
conservando a sua unidade
os materiais
para nele se
provisoriamente separados
reempregarem
de um prédio

Sobre os bens móveis, segundo o art. 82 do CC, podemos considerar aqueles suscetíveis
de movimento próprio (semoventes), ou de remoção por força alheia, sem alteração da subs-
tância ou da destinação econômico-social.

Art. 82 - São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem
alteração da substância ou da destinação econômico-social.

Entretanto, ainda existem outras classificações a respeito dos bens móveis no CC. Vejamos:

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móveis
Por
semoventes e propriamente
natureza
ditos

energias com valor econômico


Para os direitos reais sobre objetos móveis
Bem efeitos
Móvel e as ações correspondentes
legais
direitos pessoais de caráter
patrimonial e respectivas ações

Por antecipação árvores para corte

Vamos tratar de cada uma dessas classificações:


• Bens móveis por natureza: são bens móveis por natureza não só aqueles que têm movi-
mento próprio (ex.: gado), como também aqueles que não têm movimento próprio (ex.:
uma caneta). Subdividem-se em bens móveis propriamente ditos (aqueles que não têm
movimento próprio) e bens semoventes (aqueles que têm movimento próprio).
• Bens móveis por determinação legal: são alguns bens imateriais que a lei considera
móveis por determinação legal, e consequentemente, aplicando as disposições sobre
bens móveis nas relações que os envolvam. São eles: as energias com valor econômico
(ex.: energia elétrica), os direitos reais sobre objetos móveis e respectivas ações (ex.:
propriedade, usufruto etc.) e os direitos pessoais de caráter patrimonial (ex.: os direitos
do autor).

Veja o art. 83 do CC:

Art. 83 - Consideram-se móveis para os efeitos legais:


I – as energias que tenham valor econômico;
II – os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;
III – os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.

003. (FGV/PREFEITURA DE SALVADOR-BA/GUARDA MUNICIPAL/2019) A concessioná-


ria WYZ instalou algumas torres em imóvel concedido pelo Estado, as quais têm utilidade de
transmitir energia para as residências de determinado bairro.
A energia transmitida, segundo o que dispõe o Código Civil, é considerada
a) bem móvel.
b) bem dominical.
c) bem acessório às torres.

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d) bem público de uso comum.


e) bem imóvel.

Segundo o art. 83, I, do CC, as energias que tenham valor econômico (ex.: energia elétrica) se-
rão consideradas bens móveis.
Letra a.

• Bens móveis por antecipação: aqueles bens imóveis que têm uma finalidade última
como móvel. Assim, mesmo temporariamente imóveis não perdem o caráter de bem
móvel, em razão de sua finalidade, a exemplo das árvores plantadas para corte.

Sobre os navios e aeronaves, apesar de poderem ser dados em hipoteca (instituto jurídico ca-
racterístico de bens imóveis), eles não perdem a característica de bens móveis.

Sobre os bens móveis ainda temos o art. 84 do CC:

Art. 84 - Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conser-
vam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum
prédio.

Ou seja, se eu compro um conjunto de telhas em uma loja de construção, enquanto eu não


empregar as telhas na obra elas serão consideradas bens móveis, porém, após o emprego,
serão consideradas bens imóveis por acessão industrial ou artificial. Caso ocorra a demolição
da casa a telha novamente será considerada bem móvel.

3. Bens Públicos
Classificados conforme os titulares de seu domínio, os bens se dividem em públicos e par-
ticulares. O artigo 98 do Código Civil considera públicos os bens que pertencem à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios; todos os demais são considerados particulares.

Art. 98 - São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito
público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.

são bens do domínio nacional


BENS PÚBLICOS pertencentes às pessoas jurídicas
de direito público

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Entretanto, é interessante ressaltarmos o Enunciado 287 da IV Jornada de Direito Ci-


vil do CJF:

Enunciado 287 do CJF – Art. 98. O critério da classificação de bens indicado no art. 98 do Código
Civil não exaure a enumeração dos bens públicos, podendo ainda ser classificado como tal o bem
pertencente a pessoa jurídica de direito privado que esteja afetado à prestação de serviços públicos.

Ou seja, a doutrina entende que o critério exposto pelo Código Civil não é taxativo. Sendo
assim, se um imóvel particular for alugado para um determinado município para que nele fun-
cione uma escola pública municipal, o respectivo imóvel, por estar afetado a uma finalidade
pública, será considerado bem público.
Entretanto, fique atento, pois as bancas de concursos costumam reproduzir a íntegra do
art. 98 do CC nas alternativas das questões e considera-las corretas.
Os bens públicos dividem-se em (art. 99 do CC):

Art. 99 - São bens públicos:


I – os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da
administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
III – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como ob-
jeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes
às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.

Segue esquema gráfico para ajudar:

de Uso Comum tais como rios, mares,


do Povo estradas, ruas e praças

edifícios ou terrenos
destinados a serviço ou
Bens Públicos de Uso Especial
estabelecimento da
administração

patrimônio das pessoas


jurídicas de direito público,
Dominical
como objeto de direito
pessoal, ou real

Vejamos os comentários sobre cada um dos bens públicos:


• de uso comum do povo: todos aqueles de utilização comum, sem maiores ônus, pela
coletividade, a exemplo das estradas, ruas, mares, praças; ressalte-se que é uma enume-
ração meramente exemplificava;

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• de uso especial: bens destinados ao funcionamento e aprimoramento dos serviços


prestados pelo Estado, de utilização, por vezes, concedida aos particulares, em regra
mediante contraprestação. Temos como exemplo os edifícios onde funcionam os servi-
ços públicos;
• dominicais (ou dominiais): aqueles que pertencem ao domínio privado do poder público,
e desde que estejam desafetados de qualquer utilização pública, podem ser alienados,
de acordo com as regras previstas para alienação de bens da administração, a exemplo
da licitação. São exemplos o terreno baldio e as terras devolutas.

Sobre o § único, o legislador quis se referir aos bens das empresas estatais, cuja perso-
nalidade jurídica é de direito privado e referidos por parte da doutrina como domínio privado
do Estado.

004. (FGV/DPE-RJ/TÉCNICO SUPERIOR JURÍDICO/2019) O Prefeito do Município Alfa co-


municou à sua assessoria que almejava criar um serviço de assistência social destinado à
população carente. Ao analisar os três bens públicos disponíveis, consistentes em (I) uma pra-
ça pública; (II) uma repartição pública, vinculada à Secretaria Municipal de Fazenda, em pleno
funcionamento; e (III) um prédio desocupado, que há muitas décadas sediara uma inspetoria
fiscal, determinou que o serviço fosse instalado no bem dominical.
Preenche(m) a característica indicada pelo Prefeito Municipal o(s) bem(ns) referido(s)
somente em:
a) I;
b) II;
c) III;
d) I e II;
e) II e III.

A praça pública é considerada um bem de uso comum do povo (art. 99, I, do CC).
A repartição pública, vinculada à Secretaria Municipal de Fazenda, em pleno funcionamento é
considerada um bem de uso especial (art. 99, II, do CC).
O prédio desocupado, que há muitas décadas sediara uma inspetoria fiscal, é considerado um
bem dominical (art. 99, III, do CC).
Letra c.

Cabe também a análise do art. 103 do CC.

Art. 103 - O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabeleci-
do legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.

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Conclui-se que os bens públicos podem ser utilizados gratuita ou onerosamente, confor-
me for estabelecido, por lei, pela entidade a cuja administração pertencerem. A regra geral é o
seu uso gratuito, dado que são destinados ao serviço do povo ou da comunidade, que para tan-
to paga uma carga extremamente alta de impostos. Todavia, não perderão a natureza de bens
públicos se leis ou regulamentos administrativos condicionarem ou restringirem o seu uso a
certos requisitos ou mesmo se instituírem pagamento de retribuição. Por exemplo, pedágio
nas estradas, venda de ingresso em museus, para contribuir com as despesas de conservação
ou custeio.

005. (FGV/PREFEITURA DE SALVADOR-BA/GUARDA MUNICIPAL/2019) O Código Civil con-


ceitua que são públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de di-
reito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
Neste sentido, o mesmo diploma legal estabelece que o uso comum dos bens públicos
a) deve ser necessariamente retribuído, por meio de tarifa por parte dos particulares usuários.
b) deve ser necessariamente gratuito, já que tais bens pertencem a toda a sociedade de for-
ma genérica.
c) deve ser necessariamente oneroso, a fim de que toda a coletividade se beneficie.
d) pode ser gratuito ou retribuído, conforme decidir arbitrariamente o Secretário Municipal
de Governo.
e) pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja
administração pertencerem.

Segundo o art. 103 do CC, o uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído,
conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.
Letra e.

3.1. Características dos Bens Públicos


Os bens públicos apresentam a característica da inalienabilidade e, como consequência
desta, a imprescritibilidade, a impenhorabilidade e a impossibilidade de oneração.

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CARACTERÍSTICAS DOS BENS PÚBLICOS

- INALIENABILIDADE: trata-se de uma característica relativa, pois atinge somente os bens


públicos de uso comum do povo e de uso especial;
- IMPRESCRITIBILIDADE: os bens públicos são insuscetíveis de aquisição por usucapião;
- IMPENHORABILIDADE: os bens públicos não podem ser penhorados; e
- IMPOSSIBILIDADE DE ONERAÇÃO: o bem público não pode ser dado em garantia real
através de hipoteca, penhor e anticrese.

Os arts. 100 e 101 do CC dispõem que a inalienabilidade, característica peculiar dos bens
públicos, somente poderá ser afastada por lei, que por sua vez retira do bem a função pública
à qual este se liga. A tal procedimento dá-se o nome de desafetação.

Art. 100 do CC - Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis,
enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Art. 101 do CC - Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.

Para esclarecer: o que é um bem afetado ou um bem desafetado?

Diz-se que um bem está afetado quando está sendo utilizado para um fim público determi-
nado, seja diretamente pelo Estado, seja pelo uso de particulares em geral.

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Nesse contexto, faz-se necessário sabermos o que vem a ser a afetação ou a desafetação.
Trata-se de um processo que acarreta a mudança da forma de destinação do Bem.
Em regra, a desafetação visa a incluir bens de uso comum ou do povo ou bens de uso
especial na categoria de bens dominicais. É feita com a autorização legislativa, através de Lei
Específica. Um dos propósitos para realizar a desafetação é a possibilidade de alienação, atra-
vés de concorrência pública ou licitação. Para ser alienado, o bem não poderá estar afetado a
um fim público.
A afetação é a atribuição a um bem público de sua destinação específica. Pode ocorrer
de modo explícito (Lei) ou de modo implícito (não determinado em Lei). Ex.: os bens de uso
comum o os bens de uso especial são bens afetados, pois têm em comum o fato de estarem
destinados a serviços específicos. Por outro lado, os bens dominicais são desafetados.
Finalizando o assunto bens públicos temos o art. 102 do CC.

Art. 102 - Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

Ou seja, além da inalienabilidade, os bens públicos também são imprescritíveis, pois não
estão sujeitos a usucapião que é uma espécie de prescrição aquisitiva.
Em linguagem objetiva, usucapião é o direito que o indivíduo adquire em relação à posse
de um bem móvel ou imóvel em decorrência da utilização do bem por determinado tempo,
contínuo e incontestadamente.
Dessa forma, um indivíduo pode ocupar um bem público por 30 anos que, mesmo assim,
não irá adquiri-lo por usucapião.

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Diferentemente da inalienabilidade, que é relativa, a imprescritibilidade é absoluta, pois


atinge todos os bens públicos, inclusive os dominicais. Veja a Súmula 340 do STF:

Súmula n. 340 do STF: Desde a vigência do Código Civil, os bens dominicais, como os
demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião.

006. (CEBRASPE/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2021) Os bens integrantes do acervo


patrimonial das sociedades de economia mista cuja destinação seja de natureza pública são
equiparados a bens públicos, sendo, portanto, sujeitos a usucapião.

Realmente, os bens de uma sociedade de economia mista que estão afetados a uma finalidade
pública são considerados bens públicos (vide Enunciado 287 das Jornadas de Direito Civil do
CJF). Entretanto, a assertiva está equivocada ao afirmar que tais bens estão sujeitos à usuca-
pião, por contrariar o art. 103 do CC.
Inclusive, temos jurisprudência do STJ sobre o assunto:

Esta Corte Superior já manifestou o entendimento de que bens integrantes do acervo


patrimonial de sociedade de economia mista sujeitos a uma destinação pública podem
ser considerados bens públicos, insuscetíveis, portanto, de usucapião.” (AgInt no
REsp 1719589/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
06/11/2018, DJe 12/11/2018)

Errado.

007. (FGV/IMBEL/ADVOGADO/2021) Segundo o Código Civil, os bens que compõem o pa-


trimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, são
a) bens particulares afetados ao serviço público.
b) bens públicos de uso comum não sujeitos a usucapião.
c) bens públicos dominicais que estão sujeitos a usucapião.
d) bens públicos de uso especial que podem ser alienados, observadas as exigências legais.
e) bens públicos dominicais que podem ser alienados, observadas as exigências legais.

A questão tem como fundamentos o art. 99, III e o art. 101, ambos do Código Civil.

Art. 99. São bens públicos:

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III – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como ob-
jeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.
Letra e.

3.2. Terras Devolutas


Terras devolutas são terrenos públicos, ou seja, propriedades públicas que nunca pertence-
ram a um particular, mesmo estando ocupadas. Diferenciam-se destes por não estarem sendo
aplicadas a algum uso público federal, estadual ou municipal, que não hajam sido legitimamen-
te incorporadas ao domínio privado enquanto que as terras públicas pertencentes ao patrimô-
nio fundiário público são aquelas inscritas e reservadas para um determinado fim.
Dessa forma, por não estarem reservadas para um determinado fim, as terras devolutas
são bens públicos dominicais.

4. Bens Dentro e Fora do Comércio


A doutrina divide ainda os bens em dois tipos: bens que integram o comércio e bens que
estão fora do comércio.
• Bens que integram o comércio: são os bens alienáveis, disponíveis, que se encontram
livres de quaisquer restrições que impossibilitem sua transferência ou apropriação, po-
dendo, portanto, passar, gratuita ou onerosamente, de um patrimônio a outro.

Bens que são bens passíveis de serem


integram o vendidos, trocados, doados,
comércio emprestados, etc.

• Bens que estão fora do comércio: são coisas fora do comércio as insuscetíveis de apro-
priação, e as legalmente inalienáveis. Tipos de bens inalienáveis.

a) Bens inalienáveis por sua natureza: são os bens de uso inexaurível, como o ar, o mar, a
luz solar; porém a captação, por meio de aparelhagem, do ar atmosférico ou da água do mar
para extrair certos elementos com o escopo de atender determinadas finalidades, pode ser
objeto de comércio.
b) Bens legalmente inalienáveis: são os que, apesar de suscetíveis de apropriação pelo
homem, têm sua comercialidade excluída pela lei; tais como os bens públicos; os bens das
fundações; o terreno onde está edificado em edifício de condomínio por andares; o bem de
família; as terras ocupadas pelos índios, etc.

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c) Bens inalienáveis pela vontade humana: são os que lhes impõe cláusula de inaliena-
bilidade, temporária ou vitalícia, nos casos e formas previstos em lei, por ato inter vivos ou
causa mortis. Como exemplo na doação com encargo, onde o doador estabelece cláusula de
inalienabilidade, gravando o bem doado, impossibilitando, com efeito, o donatário de transferir
o domínio do referido bem.
Finalizando a parte teórica da nossa aula, segue outro esquema gráfico para facilitar o
seu estudo.

Aqueles insuscetíveis de serem


Inalienáveis apropriados pelo homem ou de uso
por natureza inexaurível, tais como luz do sol, água do
mar, ar atmosférico.

Bens de uso comum e especial,


Bens fora suscetíveis de uso pelo homem: os
do comércio Legalmente direitos de personalidade, os órgãos
Inalienáveis humanos, os bens dos incapazes, os
bens públicos, o bem de família, as
terras ocupadas por índios, etc.

Bens em testamentos ou doados, com


Inalienáveis cláusula de inalienabilidade, temporária
por vontade ou vitalícia, nos casos e formas previstos
humana em lei, por ato inter vivos ou causa
mortis.

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RESUMO
O Código Civil de 2002, no Livro II da Parte Geral, em título único, disciplina os bens em três
capítulos diferentes:
I – — Dos bens considerados em si mesmos (arts. 79 a 91 do CC);
II – — Dos bens reciprocamente considerados (arts. 92 a 97 do CC); e
III – — Dos bens públicos (arts. 98 a 103 do CC).
O primeiro classifica os bens por si mesmos, não os comparando ou ligando com nenhum
outro. Já o segundo classifica os bens de forma recíproca fazendo uma comparação entre dois
bens (principais e acessórios). Por último, temos a conhecida classificação dos bens públicos,
comumente estudada em Direito Administrativo.
Veja a tabela a seguir:

Bens Considerados em Si Mesmos Bens Reciprocamente Considerados


- móveis e imóveis;
- fungíveis e infungíveis;
- consumíveis e inconsumíveis; - principais e acessórios.
- divisíveis e indivisíveis; e
- singulares e coletivos.

Não há uma comparação com outro bem. Há uma comparação com outro bem.

Bens Imóveis X Bens Móveis

Bem imóvel é tudo que se incorpora naturalmente (acessão natural) ou artificialmente


(acessão artificial) ao solo. Ou seja, são os bens que não podem ser transportados sem des-
truição ou diminuição de valor de um lugar para outro.
A doutrina classificado o bem imóvel da seguinte forma:

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Por
o solo
natureza

tudo que Natural


Por acessão incorporar ao
solo Artificial

direitos reais sobre imóveis e


Bem Por ações que os asseguram
Imóvel determinação
legal direito à sucessão aberta

as edificações que,
forem removidas
separadas do solo, mas
para outro local
conservando a sua unidade
os materiais
para nele se
provisoriamente separados
reempregarem
de um prédio

Podemos considerar vomo bens móveis aqueles suscetíveis de movimento próprio (se-
moventes), ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação
econômico-social.
Podem ser classificados da seguinte forma:

móveis
Por
semoventes e propriamente
natureza
ditos

energias com valor econômico


Para os direitos reais sobre objetos móveis
Bem efeitos
Móvel e as ações correspondentes
legais
direitos pessoais de caráter
patrimonial e respectivas ações

Por antecipação árvores para corte

Bens Públicos

são bens do domínio nacional


BENS PÚBLICOS pertencentes às pessoas jurídicas
de direito público

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Os bens públicos dividem-se em:

de Uso Comum rios, mares, estradas, ruas e


do Povo praças

edifícios ou terrenos
destinados a serviço ou
Bens Públicos de Uso Especial
estabelecimento da
administração

patrimônio disponível das


Dominical pessoas jurídicas de direito
público

Os bens públicos apresentam a característica da inalienabilidade e, como consequência


desta, a imprescritibilidade, a impenhorabilidade e a impossibilidade de oneração.

CARACTERÍSTICAS DOS BENS PÚBLICOS

- INALIENABILIDADE: trata-se de uma característica relativa, pois atinge somente os bens


públicos de uso comum do povo e de uso especial;
- IMPRESCRITIBILIDADE: os bens públicos são insuscetíveis de aquisição por usucapião;
- IMPENHORABILIDADE: os bens públicos não podem ser penhorados; e
- IMPOSSIBILIDADE DE ONERAÇÃO: o bem público não pode ser dado em garantia real
através de hipoteca, penhor e anticrese.

Bens Dentro e Fora do Comércio

A doutrina divide ainda os bens em dois tipos: bens que integram o comércio e bens que
estão fora do comércio.
• Bens que integram o comércio: são os bens alienáveis, disponíveis, que se encontram
livres de quaisquer restrições que impossibilitem sua transferência ou apropriação, po-
dendo, portanto, passar, gratuita ou onerosamente, de um patrimônio a outro.

Bens que são bens passíveis de serem


integram o vendidos, trocados, doados,
comércio emprestados, etc.

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• Bens que estão fora do comércio: são coisas fora do comércio as insuscetíveis de apro-
priação, e as legalmente inalienáveis. Tipos de bens inalienáveis.

Aqueles insuscetíveis de serem


Inalienáveis apropriados pelo homem ou de uso
por natureza inexaurível, tais como luz do sol, água do
mar, ar atmosférico.

Bens de uso comum e especial,


Bens fora suscetíveis de uso pelo homem: os
do comércio Legalmente direitos de personalidade, os órgãos
Inalienáveis humanos, os bens dos incapazes, os
bens públicos, o bem de família, as
terras ocupadas por índios, etc.

Bens em testamentos ou doados, com


Inalienáveis cláusula de inalienabilidade, temporária
por vontade ou vitalícia, nos casos e formas previstos
humana em lei, por ato inter vivos ou causa
mortis.

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QUESTÕES COMENTADAS EM AULA


001. (CEBRASPE/SEFAZ-AL/AUDITOR FISCAL/2020) O direito à sucessão aberta é consi-
derado, para os efeitos legais, bem imóvel, ainda que os bens deixados pela pessoa falecida
sejam todos móveis.

002. (FGV/PREFEITURA DE SALVADOR-BA/GUARDA MUNICIPAL/2019) Gilberto, divorcia-


do, pai de três filhos, faleceu aos 81 anos, deixando três imóveis e dois veículos.
Segundo o Código Civil,
a) apenas os imóveis, individualmente considerados, são bens imóveis, diferentemente da to-
talidade do patrimônio do falecido.
b) todos os bens do patrimônio do falecido, inclusive os imóveis, são considerados bens
fungíveis.
c) não se considera o patrimônio total do falecido uma universalidade de direitos dotada de
valor econômico.
d) o direito à sucessão aberta, atribuído aos herdeiros de Gilberto em relação à universalidade
de patrimônio deste, é considerado bem imóvel.
e) não se pode dizer que os imóveis, considerados em si, são bens singulares.

003. (FGV/PREFEITURA DE SALVADOR-BA/GUARDA MUNICIPAL/2019) A concessioná-


ria WYZ instalou algumas torres em imóvel concedido pelo Estado, as quais têm utilidade de
transmitir energia para as residências de determinado bairro.
A energia transmitida, segundo o que dispõe o Código Civil, é considerada
a) bem móvel.
b) bem dominical.
c) bem acessório às torres.
d) bem público de uso comum.
e) bem imóvel.

004. (FGV/DPE-RJ/TÉCNICO SUPERIOR JURÍDICO/2019) O Prefeito do Município Alfa co-


municou à sua assessoria que almejava criar um serviço de assistência social destinado à
população carente. Ao analisar os três bens públicos disponíveis, consistentes em (I) uma pra-
ça pública; (II) uma repartição pública, vinculada à Secretaria Municipal de Fazenda, em pleno
funcionamento; e (III) um prédio desocupado, que há muitas décadas sediara uma inspetoria
fiscal, determinou que o serviço fosse instalado no bem dominical.
Preenche(m) a característica indicada pelo Prefeito Municipal o(s) bem(ns) referido(s)
somente em:
a) I;
b) II;

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c) III;
d) I e II;
e) II e III.

005. (FGV/PREFEITURA DE SALVADOR-BA/GUARDA MUNICIPAL/2019) O Código Civil con-


ceitua que são públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de di-
reito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
Neste sentido, o mesmo diploma legal estabelece que o uso comum dos bens públicos
a) deve ser necessariamente retribuído, por meio de tarifa por parte dos particulares usuários.
b) deve ser necessariamente gratuito, já que tais bens pertencem a toda a sociedade de for-
ma genérica.
c) deve ser necessariamente oneroso, a fim de que toda a coletividade se beneficie.
d) pode ser gratuito ou retribuído, conforme decidir arbitrariamente o Secretário Municipal
de Governo.
e) pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja
administração pertencerem.

006. (CEBRASPE/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2021) Os bens integrantes do acervo


patrimonial das sociedades de economia mista cuja destinação seja de natureza pública são
equiparados a bens públicos, sendo, portanto, sujeitos a usucapião.

007. (FGV/IMBEL/ADVOGADO/2021) Segundo o Código Civil, os bens que compõem o pa-


trimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, são
a) bens particulares afetados ao serviço público.
b) bens públicos de uso comum não sujeitos a usucapião.
c) bens públicos dominicais que estão sujeitos a usucapião.
d) bens públicos de uso especial que podem ser alienados, observadas as exigências legais.
e) bens públicos dominicais que podem ser alienados, observadas as exigências legais.

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QUESTÕES DE CONCURSO
008. (FGV/TJ-RO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2021) Gilvan resolveu adaptar um antigo moinho
para, mantendo-o com sua arquitetura histórica, transformá-lo também em uma turbina eóli-
ca. Para tanto, chamou a restauradora de vidros de janelas antigas Maria, que os retirou para
depois reinseri-los nas mesmas janelas, realizando a sua manutenção. Contratou também Ro-
berto para fabricar tijolos artesanais idênticos aos originais, mas no final não foi necessário
empregá-los na construção.
No que concerne à classificação dos bens considerados em si mesmos, a energia eólica, os
vidros em restauração e os tijolos artesanais podem ser classificados, respectivamente, como:
a) bem imóvel, bens imóveis, bens móveis;
b) bem móvel, bens móveis, bens imóveis;
c) bem imóvel, bens imóveis, bens imóveis;
d) bem móvel, bens imóveis e bens móveis;
e) bem móvel, bens móveis e bens móveis.

009. (FGV/TCE-AM/ACE/2021) Quando os credores de Mariana investigaram o seu patrimô-


nio, identificaram os seguintes bens: crédito decorrente de contrato de empréstimo feito a sua
irmã; automóvel ano 2018 placa XXX9999; material de construção que adquirira para construir
um casebre no terreno de sua irmã; direito à sucessão aberta de sua mãe, pois ainda se encon-
tra em andamento o respectivo inventário e partilha; usufruto de ações de titularidade de sua
irmã. Entre esses bens, considera-se imóvel:
a) o crédito decorrente de contrato de empréstimo feito a sua irmã;
b) o automóvel ano 2018 placa XXX9999;
c) o material de construção que adquirira para construir um casebre no terreno de sua irmã;
d) o direito à sucessão aberta de sua mãe, pois ainda se encontra em andamento o respectivo
inventário e partilha;
e) o usufruto de ações de titularidade de sua irmã.

010. (FGV/PREFEITURA DE SALVADOR-BA/GUARDA MUNICIPAL/2019) Um determinado


prédio histórico de Salvador passa por reformas. Para tanto, são retiradas algumas de suas
janelas e partes do piso de algumas áreas. Após determinados procedimentos, tais materiais
serão reintegrados ao imóvel. Segundo o Código Civil, essas janelas e partes do piso são bens
a) móveis
b) imóveis.
c) consumíveis
d) imóveis, mas, durante o período de retirada, móveis.
e) coletivos

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011. (FGV/TJ-AL/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2018) Determinada sociedade empresarial recebeu


autorização do Poder Executivo municipal para manter uma praça pública, onde poderia, inclu-
sive, divulgar publicidade de sua marca.
Diante dessa situação, afirma-se que a praça é um bem público:
a) de uso comum;
b) alienável;
c) de uso especial;
d) dominical;
e) de uso privado.

012. (FGV/ALERJ/ESPECIALISTA LEGISLATIVO/CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2017) O Código


Civil apresenta uma classificação dos bens públicos de acordo com a sua utilidade no âmbito
das atividades da Administração Pública.
De acordo com essa classificação:
a) o uso comum dos bens públicos deve ser sempre gratuito;
b) os bens de uso especial apresentam estrutura de direito privado;
c) os bens dominicais constituem objeto de direito pessoal das entidades públicas;
d) os bens de uso comum são alienáveis enquanto conservarem sua qualificação;
e) todos os bens de uso comum possuem significância histórica, cultural ou ambiental.

013. (FGV/TJ-PI/AJAJ/2015) Jurema comprou uma casa de Mariana. Quando ingressou no


imóvel e iniciou a arrumação de sua mudança, Jurema encontrou uma tela pintada por um
artista de renome mundial, inadvertidamente deixada por quem executou a mudança de Maria-
na. Procurada por Mariana, Jurema recusa-se a devolver a obra de arte em questão. Sobre os
fatos narrados, é correto afirmar que:
a) assiste razão a Jurema, pois o quadro é uma benfeitoria que segue a sorte do bem principal;
b) assiste razão a Jurema, pois o quadro é um produto da casa e, como tal, deve acompanhá-la;
c) não assiste razão a Jurema, pois o quadro, por ser uma acessão, não acompanha o bem
principal;
d) não assiste razão a Jurema, pois o quadro, considerado pertença, não segue a sorte do bem
principal;
e) assiste razão a Jurema, pois o quadro é um fruto do imóvel e dele pode ser destacado.

014. (FGV/TJ-PI/AJAA/2015) Margarida, artista plástica, contratou a compra de madeira de


demolição, proveniente de um prédio do centro histórico de Teresina.
Sobre a situação narrada, é correto afirmar que os bens são considerados:
a) imóveis, pois são materiais de obra pertencentes ao prédio histórico;
b) móveis, pois, por serem provenientes de demolição, não mais integram o prédio;
c) fora do comércio por falta de valor econômico;

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d) coisas abandonadas, e é possível adquiri-los por ocupação;


e) imóveis, pois adquirem a natureza do prédio, bem principal.

015. (FGV/PREF. PAULINEA-SP/GUARDA MUNICIPAL/2015) Quanto à teoria dos bens, é


correto afirmar que:
a) são considerados bens móveis tudo aquilo que acede ao solo;
b) são indivisíveis os bens que, compostos por outros bens destacáveis, não têm comprometi-
da sua funcionalidade, quando separados;
c) o solo é considerado um bem imóvel artificial;
d) são considerados bens móveis as ações referentes à propriedade imobiliária;
e) são considerados bens móveis as ações que se referem a direito pessoal.

016. (FGV/PREF. PAULINEA-SP/GUARDA MUNICIPAL/2015) Quanto à classificação dos


bens, é correto afirmar que:
a) um veículo é considerado uma universalidade de fato;
b) um jogo de pneus é considerado uma universalidade de direito;
c) uma frota de veículos, coletivamente considerada, é uma universalidade de fato;
d) um veículo emplacado e cadastrado individualmente, é um bem fungível;
e) um caminhão é considerado consumível.

017. (FGV/PREF. PAULINEA-SP/GUARDA MUNICIPAL/2015) Em matéria de bens públicos, o


Código Civil estabelece que o seu uso comum:
a) deve ser necessariamente gratuito, já que tais bens pertencem a toda a coletividade de for-
ma geral e abstrata;
b) deve ser necessariamente retribuído, por meio de contribuição econômica por parte dos
particulares beneficiados;
c) pode ser gratuito ou retribuído, conforme decidir arbitrariamente a autoridade competente;
d) pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja
administração pertencerem;
e) deve ser necessariamente oneroso, a fim de que toda a coletividade se beneficie.

018. (FGV/TJ-SC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2018) A Câmara Municipal de Palhoça é estabeleci-


da em bem próprio do referido ente federativo.
Esse bem deve ser considerado:
a) popular;
b) dominical;
c) de uso privativo;
d) de uso especial;
e) de uso comum do povo.

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019. (FGV/PREFEITURA DE OSASCO-SP/GUARDA MUNICIPAL/2014) É uma hipótese de


imóvel para os efeitos legais:
a) o veículo automotor de porte médio;
b) o veículo automotor de porte grande;
c) o direito à sucessão aberta;
d) as pessoas interditadas;
e) o direito autoral.

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GABARITO
1. C
2. d
3. a
4. c
5. e
6. E
7. e
8. d
9. d
10. b
11. a
12. c
13. d
14. b
15. e
16. c
17. d
18. d
19. c

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GABARITO COMENTADO
008. (FGV/TJ-RO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2021) Gilvan resolveu adaptar um antigo moinho
para, mantendo-o com sua arquitetura histórica, transformá-lo também em uma turbina eóli-
ca. Para tanto, chamou a restauradora de vidros de janelas antigas Maria, que os retirou para
depois reinseri-los nas mesmas janelas, realizando a sua manutenção. Contratou também Ro-
berto para fabricar tijolos artesanais idênticos aos originais, mas no final não foi necessário
empregá-los na construção.
No que concerne à classificação dos bens considerados em si mesmos, a energia eólica, os
vidros em restauração e os tijolos artesanais podem ser classificados, respectivamente, como:
a) bem imóvel, bens imóveis, bens móveis;
b) bem móvel, bens móveis, bens imóveis;
c) bem imóvel, bens imóveis, bens imóveis;
d) bem móvel, bens imóveis e bens móveis;
e) bem móvel, bens móveis e bens móveis.

A energia eólica é uma energia com valor econômico, classificando-se como um bem móvel.
Os vidros em restauração são materiais separados para serem reempregados posteriormente,
o que não o descaracteriza como bem imóvel.
Os tijolos artesanais são materiais destinados a uma construção ainda não empregados, por-
tanto, caracterizam-se como bens móveis.
Letra d.

009. (FGV/TCE-AM/ACE/2021) Quando os credores de Mariana investigaram o seu patrimô-


nio, identificaram os seguintes bens: crédito decorrente de contrato de empréstimo feito a sua
irmã; automóvel ano 2018 placa XXX9999; material de construção que adquirira para construir
um casebre no terreno de sua irmã; direito à sucessão aberta de sua mãe, pois ainda se encon-
tra em andamento o respectivo inventário e partilha; usufruto de ações de titularidade de sua
irmã. Entre esses bens, considera-se imóvel:
a) o crédito decorrente de contrato de empréstimo feito a sua irmã;
b) o automóvel ano 2018 placa XXX9999;
c) o material de construção que adquirira para construir um casebre no terreno de sua irmã;
d) o direito à sucessão aberta de sua mãe, pois ainda se encontra em andamento o respectivo
inventário e partilha;
e) o usufruto de ações de titularidade de sua irmã.

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O crédito decorrente de contrato de empréstimo é um direito pessoal de caráter patrimonial, o


que o caracteriza como bem móvel.
O automóvel é um bem móvel.
O material de construção, enquanto não for empregado, é considerado bem móvel.
O direito à sucessão aberta é bem imóvel por força de lei.
O usufruto de ações é um direito real sobre objeto móvel, também considerado bem móvel.
Letra d.

010. (FGV/PREFEITURA DE SALVADOR-BA/GUARDA MUNICIPAL/2019) Um determinado


prédio histórico de Salvador passa por reformas. Para tanto, são retiradas algumas de suas
janelas e partes do piso de algumas áreas. Após determinados procedimentos, tais materiais
serão reintegrados ao imóvel. Segundo o Código Civil, essas janelas e partes do piso são bens
a) móveis
b) imóveis.
c) consumíveis
d) imóveis, mas, durante o período de retirada, móveis.
e) coletivos

As janelas e partes do piso provisoriamente retiradas para posteriormente serem reemprega-


das, em conformidade com o art. 81, II, do CC, são considerados bens imóveis.
Letra b.

011. (FGV/TJ-AL/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2018) Determinada sociedade empresarial recebeu


autorização do Poder Executivo municipal para manter uma praça pública, onde poderia, inclu-
sive, divulgar publicidade de sua marca.
Diante dessa situação, afirma-se que a praça é um bem público:
a) de uso comum;
b) alienável;
c) de uso especial;
d) dominical;
e) de uso privado.

De acordo com o art. 99, I do CC, a praça é um bem público de uso comum do povo.
Letra a.

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DIREITO CIVIL
Bens
Dicler Ferreira

012. (FGV/ALERJ/ESPECIALISTA LEGISLATIVO/CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2017) O Código


Civil apresenta uma classificação dos bens públicos de acordo com a sua utilidade no âmbito
das atividades da Administração Pública.
De acordo com essa classificação:
a) o uso comum dos bens públicos deve ser sempre gratuito;
b) os bens de uso especial apresentam estrutura de direito privado;
c) os bens dominicais constituem objeto de direito pessoal das entidades públicas;
d) os bens de uso comum são alienáveis enquanto conservarem sua qualificação;
e) todos os bens de uso comum possuem significância histórica, cultural ou ambiental.

Análise das alternativas:


a) Errada. O uso comum dos bens públicos, segundo o art. 103 do CC, pode ser gratuito ou
retribuído.
b) Errada. A péssima redação do art. 99, § único do CC dispõe que não dispondo a lei em con-
trário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público
a que se tenha dado estrutura de direito privado.
c) Certa. Em conformidade com o art. 99, III do CC.
d) Errada. Os bens públicos de uso comum do povo são inalienáveis.
e) Errada. Não há essa necessidade.
Letra c.

013. (FGV/TJ-PI/AJAJ/2015) Jurema comprou uma casa de Mariana. Quando ingressou no


imóvel e iniciou a arrumação de sua mudança, Jurema encontrou uma tela pintada por um
artista de renome mundial, inadvertidamente deixada por quem executou a mudança de Maria-
na. Procurada por Mariana, Jurema recusa-se a devolver a obra de arte em questão. Sobre os
fatos narrados, é correto afirmar que:
a) assiste razão a Jurema, pois o quadro é uma benfeitoria que segue a sorte do bem principal;
b) assiste razão a Jurema, pois o quadro é um produto da casa e, como tal, deve acompanhá-la;
c) não assiste razão a Jurema, pois o quadro, por ser uma acessão, não acompanha o bem
principal;
d) não assiste razão a Jurema, pois o quadro, considerado pertença, não segue a sorte do bem
principal;
e) assiste razão a Jurema, pois o quadro é um fruto do imóvel e dele pode ser destacado.

A assertiva trata do princípio da gravitação jurídica previsto no art. 94 do CC.

Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, sal-
vo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.
O quadro, por ser uma pertença, em regra, não segue o bem principal.
Letra d.

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Bens
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014. (FGV/TJ-PI/AJAA/2015) Margarida, artista plástica, contratou a compra de madeira de


demolição, proveniente de um prédio do centro histórico de Teresina.
Sobre a situação narrada, é correto afirmar que os bens são considerados:
a) imóveis, pois são materiais de obra pertencentes ao prédio histórico;
b) móveis, pois, por serem provenientes de demolição, não mais integram o prédio;
c) fora do comércio por falta de valor econômico;
d) coisas abandonadas, e é possível adquiri-los por ocupação;
e) imóveis, pois adquirem a natureza do prédio, bem principal.

A questão tem como fundamento legal o art. 84 do CC.

Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conser-
vam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum
prédio.
Letra b.

015. (FGV/PREF. PAULINEA-SP/GUARDA MUNICIPAL/2015) Quanto à teoria dos bens, é


correto afirmar que:
a) são considerados bens móveis tudo aquilo que acede ao solo;
b) são indivisíveis os bens que, compostos por outros bens destacáveis, não têm comprometi-
da sua funcionalidade, quando separados;
c) o solo é considerado um bem imóvel artificial;
d) são considerados bens móveis as ações referentes à propriedade imobiliária;
e) são considerados bens móveis as ações que se referem a direito pessoal.

Análise das alternativas:


a) Errada. Tudo que incorporar ao solo, seja de forma natural ou artificial, conforme prevê o art.
79 do CC, é considerado bem imóvel.
b) Errada. Se o bem pode ser fracionado sem alterar a substância ou sem haver diminuição
considerável de valor, então, segundo o art. 87 do CC, ele é divisível.
c) Errada. Conforme o art. 79 do CC, o solo é bem imóvel natural.
d) Errada. Segundo o art. 80, I do CC, as ações referentes à propriedade imobiliária são consi-
deradas bens imóveis.
e) Certa. Segundo o art. 83, III do CC, os direitos pessoais de caráter patrimonial são conside-
rados bens móveis.
Letra e.

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Bens
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016. (FGV/PREF. PAULINEA-SP/GUARDA MUNICIPAL/2015) Quanto à classificação dos


bens, é correto afirmar que:
a) um veículo é considerado uma universalidade de fato;
b) um jogo de pneus é considerado uma universalidade de direito;
c) uma frota de veículos, coletivamente considerada, é uma universalidade de fato;
d) um veículo emplacado e cadastrado individualmente, é um bem fungível;
e) um caminhão é considerado consumível.

Análise das alternativas:


a) Errada. Um veículo é considerado um bem singular.
b) Errada. Um jogo de pneus é considerado uma universalidade de fato, pois representa uma
pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, possuem destinação unitária.
c) Certa. De acordo com a definição do art. 90 do CC.
d) Errada. A doutrina entende que, a partir do momento que um bem pode ser individualiza-
do, ou seja, possua características únicas, deverá ele ser considerado com infungível. Sendo
assim, se um determinado carro possui placa e número de chassi, então ele é considerado
infungível.
e) Errada. Como regra, um caminhão é considerado inconsumível, desde que não esteja desti-
nado à alienação.
Letra c.

017. (FGV/PREF. PAULINEA-SP/GUARDA MUNICIPAL/2015) Em matéria de bens públicos, o


Código Civil estabelece que o seu uso comum:
a) deve ser necessariamente gratuito, já que tais bens pertencem a toda a coletividade de for-
ma geral e abstrata;
b) deve ser necessariamente retribuído, por meio de contribuição econômica por parte dos
particulares beneficiados;
c) pode ser gratuito ou retribuído, conforme decidir arbitrariamente a autoridade competente;
d) pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja
administração pertencerem;
e) deve ser necessariamente oneroso, a fim de que toda a coletividade se beneficie.

Questão com fundamento no art. 103 do CC.

Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido
legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.
Letra d.

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018. (FGV/TJ-SC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2018) A Câmara Municipal de Palhoça é estabeleci-


da em bem próprio do referido ente federativo.
Esse bem deve ser considerado:
a) popular;
b) dominical;
c) de uso privativo;
d) de uso especial;
e) de uso comum do povo.

Segundo o art. 99, II, do CC, são bens públicos de uso especial os edifícios ou terrenos destina-
dos a serviço ou estabelecimento da administração.
Letra d.

019. (FGV/PREFEITURA DE OSASCO-SP/GUARDA MUNICIPAL/2014) É uma hipótese de


imóvel para os efeitos legais:
a) o veículo automotor de porte médio;
b) o veículo automotor de porte grande;
c) o direito à sucessão aberta;
d) as pessoas interditadas;
e) o direito autoral.

Questão com fundamento no art. 80, II, do CC.


Letra c.

Dicler Ferreira
Ex-Auditor-Fiscal do Estado da Paraíba, Ex-Auditor-Fiscal de Tributos do Município de São Paulo e atual
Conselheiro Substituto do TCM-RJ (aprovado em 2º lugar). Também foi aprovado nos concursos de
Auditor-Fiscal do Estado do Rio Grande do Sul e Conselheiro Substituto do TCE-AM. Ministra aulas das
disciplinas Direito Civil, Direito Penal e Legislação Tributária Municipal.

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