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DIREITO CIVIL

Direito Civil - Estrutura e Princípios


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ESTRUTURA E PRINCÍPIOS

O Código Civil vigente é do ano de 2002. Revogou integralmente o de 1916. Foi introduzido
no ordenamento jurídico brasileiro em 2002, teve período de vacatio legis de um ano e passou
a ter vigência em 2003. Sua redação, entretanto, é da década de 1970. Está assentado em 3
princípios básicos, denominados pelo CESPE como “baldrame axiológico do direito civil”:
• Princípio da eticidade: impõe a ética nas relações privadas, a boa-fé principialógica (ou
objetiva). No Direito Civil, existem duas modalidades de boa-fé: a subjetiva (interiorizada
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na mente do sujeito, leva em consideração a intenção do sujeito. É levada em conside-
ração em momentos muito peculiares do Direito Civil, como a posse) e a objetiva (boa-fé
principialógica, que leva em consideração o padrão comportamental ético do sujeito);
• Princípio da socialidade: impõe a função social nas relações privadas. Exemplo:
apesar de propriedade ser um tema muito do direito privado, atualmente o proprietário
tem a propriedade, mas não pode fazer o que quiser com a mesma. Ele tem algumas
limitações, e a função social da propriedade é uma grande limitação. A função social
da propriedade faz com que o proprietário tenha que dar uma destinação, o que gera
reflexo inclusive no direito administrativo. Se o particular não der uma destinação a seu
bem, pode acontecer uma desapropriação por descumprimento de função social.
• Princípio da operabilidade/concretude: dentro do CC, existem conceitos vagos,
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também denominados cláusulas gerais, conceitos indeterminados, conceitos abertos.
Esse princípio diz que o direito foi pensado para ser efetivado, concretizado. O direito
precisa ser aplicado ou aplicável, caminhar com a sociedade. São exemplos de concei-
tos vagos as expressões “função social”, “boa-fé objetiva”.

O CC rege as relações privadas, entre particulares. A relação particular é marcada por


uma igualdade nas relações.
Em direito administrativo, tem-se uma verticalidade nas relações, o Estado está em posi-
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ção jurídica vantajosa em relação ao particular. Essa verticalidade significa uma desigualdade
na relação jurídica. No direito privado, isso em tese não ocorre por ser uma relação privada,
marcada pela igualdade. Mesmo que o Estado celebre, por exemplo, um contrato de locação
no direito privado, estará em grau de igualdade em relação ao particular, como locatário.
As relações privadas podem ser variadas dentro do direito civil.
ANOTAÇÕES

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O Código Civil é dividido da seguinte forma:


• Parte geral: estuda-se pessoa natural, que para o direito civil é o ser humano; pessoa
jurídica; domicílio e residência; classificação de bens; estudos dos atos (além da parte
geral, têm-se os unilaterais, que geram obrigações de maneira unilateral e consistem
em promessa de recompensa, gestão de negócios, pagamento indevido, enriqueci-
mento sem causa. São constituídos por uma única manifestação de vontade, compre-
20m endem dos artigos 854 a 886), fatos lícitos e ilícitos e negócio jurídico; prescrição e
decadência. A parte geral é dividida do artigo 1º até o artigo 232;
• Obrigações: vai dos artigos 233 – obrigações de cunho pecuniário, tratamento relacio-
nado a credor e devedor – a 420;
• Contratos: tem início no artigo 421 e vai até o 853, ressalta-se bastante a boa-fé objetiva;
• Responsabilidade civil: compreende os artigos 186 e 187 (abuso do direito), 927 a 954.
Observa-se a questão das responsabilidades tanto no campo contratual em comunhão
com o estudo do direito obrigacional quanto na responsabilidade extracontratual (aqui-
liana);
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• Direito das Coisas: estudo da posse, dos direitos reais (artigo 1.225 do CC), direito da
vizinhança. Compreende os artigos 1.196 a 1.510E. O direito das coisas é fracionado em
posse, direitos reais e vizinhança. Aqui, a relação é de sujeito-coisa (relação de proprie-
dade);
• Direito das Famílias: estuda relações familiares, como casamento, união estável, regime
de bens, poder familiar, filiação, etc. Vai dos artigos 1.511, passando por todas as possibili-
dades das relações familiares – parentesco, reconhecimento de filhos, questão de adoção,
o poder que os pais possuem sobre os filhos, a possibilidade de curatela, questões relacio-
nadas a bens de família, diferença entre casamento e união estável – até o artigo 1.783.
• Direito Sucessório: estuda o fim da pessoa natural, os reflexos em relação à morte. Vai
dos artigos 1.784 – trabalhando toda a questão da disposição da herança, sucessão
legítima, quem são considerados herdeiros necessários, a questão da declaração da
inconstitucionalidade do artigo 1.790, em que não se trabalha mais com a diferença
entre direito sucessório do cônjuge e do companheiro, partilha de bens – até o artigo
2027.
30m

Os artigos 2.028 a 2.046 tratam das disposições finais e transitórias.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Roberta Queiroz.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura
exclusiva deste material.

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