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PARTE GERAL
• Noções introdutórias
• “Toda a vida social está impregnada do Direito Civil” (Maria Helena Diniz)
• Esse movimento estabelece que o Direito Civil está subordinado à Constituição Federal.
• Antes, o Direito Civil era analisado de forma apartada das disposições constitucionais.
• Realça a separação entre o Direito Privado e o Direito Público, defendendo que são
lógicas distintas:
• O Direito Privado é baseado na autonomia da vontade.
• Enquanto que no Direito Público há a primazia do interesse público.
• O modelo admite uma eficácia mediata dos direitos fundamentais entre os particulares.
Isso significa que os direitos fundamentais podem ser aplicados entre eles por meio de
lei, e não por intermédio de decisão judicial que se ampare diretamente na Constituição.
Princípios Norteadores ou Diretrizes
Teóricas do Código Civil de 2002
Diretrizes que guiaram a comissão de juristas chefiada pelo Prof. Miguel Reale na elaboração da nova codificação:
• Socia(bi)lidade: O Código Civil foi redigido para prestigiar a função social do Direito. A plena realização do bem
comum requer uma comunhão entre a plenitude da pessoa e da coletividade.
• Art. 421 (função social do contrato) e art. 1.228 (função social da propriedade) do Código Civil
• Eticidade: O Código Civil foi redigido de forma a impor a justiça e a boa-fé nas relações, nas quais se verifica se a
conduta (e não a intenção) da pessoa é ética ou não, trazendo à tona o princípio da boa-fé objetiva.
• Operabilidade ou Concretude: O Código Civil foi redigido de forma a ser operável pelo profissional do Direito, ou
seja, de modo a ser facilmente manuseado e compreendido, a fim de solucionar o caso concreto de maneira
efetiva.
• Sistematicidade: texto organizado
• Técnicas de redação legislativa com vocação de eternidade
• Conceitos jurídicos indeterminados: existe uma incerteza no conceito, e não no resultado [“necessidade”, “imprevisto”, “urgente”]
• Cláusulas abertas: existe uma incerteza no resultado, e não no conceito [“função social do contrato”]
Princípios do Direito Civil
i) a personalidade, revelando que todo ser humano é capaz de titularizar obrigações e direitos
ii) a autonomia privada limitada, pelo qual se evidencia o poder de praticar ou se abster dos atos de acordo com o
interesse e conveniência do titular, dentro de determinados limites, sem prejudicar a terceiros e à coletividade e
respeitada a ética negocial que se espera de todos
iii) a liberdade de estipulação negocial ou a autonomia privada regrada, explicitando a possibilidade de escolher o
conteúdo e as categorias dos atos jurídicos praticados, respeitada a boa-fé objetiva e a função social do contrato
iv) a propriedade individual, cumprida a função social, exprimindo a possibilidade de constituir patrimônio
v) a intangibilidade e pluralidade familiar, querendo significar o equilíbrio entre a proteção da família e a dignidade
da pessoa humana, constituindo os diferentes tipos de constituição de família uma verdadeira célula mater da
sociedade e expressão imediata do ser
vii) a solidariedade social, buscando conciliar as exigências coletivas com os interesses particulares
Boa-fé
objetiva
Corolários da boa-fé objetiva
Proibição do comportamento contraditório
• Também pode ser chamado de vedação ao venire contra
factum proprium (vir contra um fato próprio), que pode ser
considerado seu sinônimo, embora alguns afirmem que o
princípio da proibição é mais amplo.
• Significa que ninguém pode praticar um fato A, criar uma
legítima expectativa em outrem e, posteriormente, praticar
um fato B, de modo a frustrar a legítima expectativa criada.
Esse comportamento contraditório é ilícito.
Corolários da boa-fé objetiva
Supressio