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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Faculdade de Ciências de Educação


Curso de Licenciatura em Direito

Fontes dos Direitos Reais

Nelito Eusébio Adolfo – Código: 71210251

Quelimane, Março de 2023

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA


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Faculdade de Ciências de Educação


Curso de Licenciatura em Direito

Fontes dos Direitos Reais

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura em
Direito da UnISCED.

A Tutora: Dra Mbomba Fraqueza

Nelito Eusébio Adolfo – Código: 71210251

Quelimane, Março de 2023

Índice
1. Introdução............................................................................................................................3
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2. Objectivos............................................................................................................................4

2.1. Geral.................................................................................................................................4

2.2. Específicos.......................................................................................................................4

3. Metodologia do Trabalho....................................................................................................4

4. Sistema de Direitos Reais....................................................................................................5

4.1. Apontamento Histórico....................................................................................................5

4.2. Direitos Reais: Conceitualização.....................................................................................5

4.2.1. Conceito e Estrutura dos Direitos Reais........................................................................6

4.3. Efeitos do Direito Real.....................................................................................................6

4.4. Fontes do Direito das Coisas............................................................................................7

Considerações Finais...............................................................................................................8

Referências Bibliográficas......................................................................................................9
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1. Introdução
Neste presente trabalho de campo referente à disciplina de Direito Reais, visa abordar
de forma detalhada, aspectos ligados à fontes dos direitos reais. Nele, no âmbito das
actividades obrigatórias do módulo de Direitos Reais irá se traçar um breve caminho sobre o
conceito de direitos reais ou das coisas e apresentar as respectivas fontes. Assim, dir-se-ia
que, o direito das coisas é o complexo de normas que regulam as relações jurídicas referentes
às coisas susceptíveis de apropriação pelo homem, sejam elas móveis ou imóveis. Entretanto,
de uma forma sumária, pode se adiantar que o direito das coisas/real compreende os bens
materiais, ou seja, a propriedade e sua divisão.
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2. Objectivos

2.1. Geral
 Apresentar as fontes dos direitos reais.

2.2. Específicos
 Descrever o sistema dos direitos reais;
 Conceituar o direito real/das coisas;
 Referir dos efeitos do direito real;
 Conhecer as fontes dos direitos reais.

3. Metodologia do Trabalho
Segundo Fonseca (2002), “methodos” significa organização, e “logos”, estudo
sistemático, pesquisa, investigação; ou seja, metodologia é o estudo da organização, dos
caminhos a serem percorridos, para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se fazer
ciência. Etimologicamente, significa o estudo dos caminhos, dos instrumentos utilizados para
fazer uma pesquisa científica.

Assim, para a elaboração do presente trabalho, foi utilizado o método de cunho


bibliográfico, que consistiu na consulta de materiais electrónicos e também o Módulo de
Direitos Reais, que retratam este tema, e outros estudos científicos e académicos que discutem
em torno da temática, para que, em um primeiro instante fossem identificados os princípios do
conhecimento dessas abordagens sobre as fontes dos direitos reais.
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4. Sistema de Direitos Reais

4.1. Apontamento Histórico


Segundo Maló e Vieira (2017, p. 5), refere que o sistema dos Direitos Reais remonta à
oposição entre dois tipos de acções (Direito Romano):

a) Actio in personam: que consistia numa pretensão contra uma pessoa, não podendo,
por isso, essa pretensão ultrapassar a relação obrigacional (apenas contra a pessoa do
devedor).
b) Actio in rem: que consistia numa pretensão contra uma coisa, procurando estabelecer
a sua defesa contra qualquer pessoa que perturbasse o aproveitamento pelo titular.

É por via da actio in rem que surgem os iura in rem, ou seja, os Direitos Reais, com a
particularidade de incidirem sobre coisas corpóreas e de terem eficácia real erga omnes. Os
Direitos Reais, contrariamente aos Direitos de Crédito (Obrigações) são oponíveis a qualquer
terceiro que ponha em causa o aproveitamento da coisa pelo titular. (Maló e Vieira, 2017).

4.2. Direitos Reais: Conceitualização


De acordo com Gonçalves (2007), o direito das coisas consiste em um poder jurídico
que uma pessoa, titular do bem, exerce sobre ele. Assim, existe um sujeito activo, que é o
titular do direito; uma coisa, que é o objecto do direito; e o poder jurídico que esse sujeito
exerce sobre o bem que possuí. Constata-se, pois, que embora não exista nenhum sujeito
passivo determinado, esse direito será oponível erga ómines, fazendo, desta forma, com que
toda sociedade figure como sujeito passivo, posto que todos devem respeitar a propriedade
alheia.

Estabelece-se nos artigos do Código Civil, que são Direitos Reais:

i. A propriedade;
ii. A superfície;
iii. As servidões;
iv. O usufruto;
v. O uso;
vi. A habitação;
vii. O direito do promitente-comprador do imóvel;
viii. O penhor;
ix. A hipoteca;
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x. A anticrese;
xi. A concessão de uso especial para fins de moraria;
xii. A concessão de direito real de uso.

Desta feita, dentre os direitos arrolados acima pode-se estabelecer uma classificação
tal como:

 Direito real sobre coisa própria (propriedade);


 Direito real sobre coisa alheia. Este direito, por sua vez, subdividem-se em:
1. De gozo/fruição: – em que o titular poderá usufruir do bem mesmo não ostentando a
condição de proprietário (servidão; uso; usufruto; etc.).
2. De garantia: – estes direitos garantem o cumprimento de uma obrigação (penhor;
hipoteca; anticrese e propriedade fiduciária).
3. De aquisição: – gera expectativa de adquirir a propriedade do bem finda a condição
suspensiva (compromisso de compra e venda).

Portanto, a aquisição desses direitos somente se efectivará com o registo do título


aquisitivo no Cartório de Registo de Imóvel correspondente, se imóvel, ou através da tradição,
se móvel. (Barros e Aguirre, 2007).

4.2.1. Conceito e Estrutura dos Direitos Reais


 Teoria Clássica ou Realista
i. Relação entre Pessoa e Coisa;
ii. Grotius: direito real é um direito de propriedade entre uma pessoa e uma coisa, sem
relação necessária com outra pessoa.

Natureza ontológica das relações: direitos reais estruturam-se com base na relação de
uma pessoa com uma coisa, através da qual esta era afitada ao sujeito – tutelada pela actio in
rem e dirigida contra qualquer pessoa. (Sebenta Direitos Reais, 2017, p. 8).

4.3. Efeitos do Direito Real


De acordo com Costa (1999), os caracteres de um instituto jurídico produzem o seu
visual, enquanto os seus efeitos estão ligados ao seu poder, à sua capacidade e utilidade. Desta
feita, o poder directo sobre a coisa, carácter básico do direito real, conduz ao primeiro efeito
ou vantagem desse direito: o poder de extrair do seu objecto os benefícios ou proveitos
inerentes – usar directamente ou por meio de terceiro (emprestar), fruir (alugar) e dispor
(alienar, alterar, destruir, consumir).
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Entretanto, o poder absoluto ou erga omnes tem como efeito prático ou vantagem o
direito de sequela ou de seguir, perseguir o objecto de seu direito onde quer que esteja e
reivindicá-lo do poder de quem injustamente o possua. (Ibdem).

Outro efeito do direito real é a preferência, inerente aos direitos reais de garantia. Por
ser duvidosa e vulnerável, a obrigação recorre ao direito real para se garantir e assegurar a sua
realização. Recorre aos subsídios da sequela e da preferência. Para tanto, as partes numa
obrigação vinculam uma coisa móvel ou imóvel do devedor ou de terceiro (que adere ao
pacto) ao cumprimento da mesma. Tal vínculo acessório de garantia real faz com que o credor
não só tenha sequela sobre a coisa oferecida em garantia como exerça preferência para
receber seu crédito com o produto da sua penhora e venda em execução. (Costa, 1999).

4.4. Fontes do Direito das Coisas


Conforme Macuanja (S./d.), usa-se a expressão fontes de direito em vários sentidos.
Retemos somente a acepção técnico-jurídica, segundo a qual se trata dos modos de produção e
revelação de normas jurídicas, ou seja dos instrumentos de pelos quais essas normas são
estabelecidas e, do mesmo passo expostas ao conhecimento público.

Na senda das fontes de Direito das Coisas à que mencionar, segundo o autor, em:

a) A Constituição da República de Moçambique (CRM)

A CRM é a principal fonte de direito enquanto base de todo o sistema jurídico e que,
contêm a máxima protecção à propriedade privada, encontrando-se vigentes normas que
respeitam a matéria dos direitos reais, como è o caso do art. 82˚, Capitulo V do já referido
dispositivo legal que trata de ̋propriedade privada.

b) Código Civil

O Código Civil e nele no seu livro III, constituem a sede fundamental do regime dos
direitos reais. Porem, nem a CRM, o C.C e nem o livro III, constitui as únicas fontes do
Direito das Coisas, nem contem todo o regime dos direitos reais.

Por exemplo, em matéria de direito de propriedade, o C.C apenas se ocupa do que tem
por objecto coisas corpóreas. (vide art.˚ 1302˚). Desta feita, refere-se ainda que, para além da
Constituição e do Código Civil as leis especiais como Código do Registo Predial, o Código de
propriedade industrial, e Código de Registo de Entidades Legais4 etc., também são fontes de
Direito das Coisas. (Macuanja, S./d.).
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Considerações Finais
Na produção do trabalho científico da disciplina de Direitos Reais, abordou-se em
torno do conceito de direito das coisas, a classificação do mesmo (direito real) entre outros
aspectos. Assim, em gestos de conclusão do presente trabalho de campo sobre as fontes dos
direitos reais, vale frisar que, este direito (real/das coisas) é tido como direito subjectivo;
apresentando suas características e várias divisões deste direito: concepções de direito real;
direitos reais de gozo, garantia e aquisição; direito de propriedade vs. direitos reais menores;
obrigações reais e ónus reais. Neste sentido, salientou-se que, o que mais caracteriza o direito
real é o jus in re ou poder directo do titular sobre a coisa. Neste contexto, A natureza jurídica
de direitos reais é patrimonial e privada. Entretanto, no que concerne às fontes de direitos
reais, a Constituição da República de Moçambique constitui a principal fonte seguida do
Código Civil no seu livro III e por último as leis especiais.
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Referências Bibliográficas
Barros, A. B. de C. & Aguirre, J. R. B. (2007). Direito Civil - Elementos do Direito. São
Paulo, Editora Premier máxima.

Costa, D. J. da. (1999). O conceito de direito real. Brasília, UFMG.

Gonçalves, C. R. (2007). Direito das Coisas - Sinopses Jurídicas. 8ª Edição, São Paulo,
Editora Saraiva.

______________. (2006). Direito Civil Brasileiro - vol. V - Direito das Coisas. São Paulo,
Editora Saraiva.

Macuanja, A. F. (S./d.). Direitos Reais: Manual do Curso de Licenciatura. Beira,


Moçambique, Instituto Superior de Ciências e Educação à Distância (ISCED).

Maló, M. & Vieira, J. A. (2017). Direitos Reais. Universidade de Lisboa, Faculdade de


Direito.

SEBENTA DIREITOS REAIS – 2017/2018 DNB – Regência: Luís Menezes Leitão.

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