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confie! 1145
Conteúdo:
1. Capacidade jurídica (do Art. 1º ao Art. 10 do Código Civil)
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Direito Civil
CAPACIDADE
DEFINIÇÃO (GENÉRICA, LÉXICO) DE CAPACIDADE (Novo Dicionário Eletrônico Aurélio versão
5.0. verbete: capacidade.):
“Qualidade que uma pessoa ou coisa tem de possuir para um determinado fim; habilidade,
DAS PESSOAS NATURAIS aptidão”
INTRODUÇÃO X
Conforme CARLOS ROBERTO GONÇALVES (Direito Civil Brasileiro, Parte Geral): 2. Capacidade de Fato ou de Exercício
“O Código Civil disciplina as relações jurídicas privadas que nascem da vida em sociedade e se
formam entre pessoas, não entre pessoas e animais ou entre pessoas e coisas. São as relações 1 – CAPACIDADE DE DIREITO OU DE GOZO
sociais, de pessoa a pessoa, física ou jurídica, que produzem efeitos no âmbito do direito.”
A mais cobrada em concursos públicos, trata-se da capacidade de direito e sua “grande lição” é
demasiadamente simples, pode ser traduzida em uma simples frase:
PERSONALIDADE Toda pessoa possui capacidade de Direito!
A personalidade é adquirda com o nascimento com vida, isto é, quando torna-se PESSOA. CC, Art. 1º: Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.
CLÓVIS BEVILÁQUIA, define PERSONALIDADE como: Isto é, toda pessoa está sujeita a possuir DIREITOS e OBRIGAÇÕES.
“a aptidão, reconhecida pela ordem jurídica a alguém, para exercer direitos e contrair A criança é dotada de PERSONALIDADE? SIM. Tem capacidade de possuir DIREITOS e
obrigações”. OBRIGAÇÕES? SIM, também. Tem capacidade plena para exercer pessoalmente seus atos,
celebrar negócios jurídicos? NÃO.
Início da Personalidade (Código Civil) CAPACIDADE DE DIREITO X PERSONALIDADE → Toda pessoa ao nascer com vida adquire
Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, PERSONALIDADE. Assim, possui CAPACIDADE DE DIREITO.
desde a concepção, os direitos do nascituro.
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Direito Civil – Pessoas Naturais: Personalidade e Capacidade – Prof. Fidel Ribeiro
CÓDIGO CIVIL
Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de
16 (dezesseis) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: (Redação dada pela
Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
I – os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II – os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
(Vigência)
III – aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
IV – os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. (Redação
dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
2. (FCC – 2017)
HIPÓTESES QUE FAZEM CESSAR A INCAPACIDADE AOS MENORES:
O menor de dezesseis anos
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
a) não possui personalidade, a qual é adquirida com a maioridade civil.
I – pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, b) possui personalidade e tem resguardados todos os direitos inerentes a ela, mas é
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o absolutamente incapaz para os atos da vida civil.
menor tiver dezesseis anos completos; c) possui personalidade, mas os direitos inerentes a ela, bem como os atos da vida civil,
poderão ser exercidos pessoalmente apenas aos dezesseis anos completos, quando é
II – pelo casamento;
adquirida capacidade plena.
III – pelo exercício de emprego público efetivo; d) possui personalidade, mas os direitos inerentes a ela, bem como os atos da vida civil,
poderão ser exercidos, sob representação, apenas aos dezesseis anos completos, quando é
IV – pela colação de grau em curso de ensino superior; adquirida capacidade relativa.
V – pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde e) possui personalidade e tem resguardados todos os direitos inerentes a ela, mas é
que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. relativamente incapaz para os atos da vida civil.
Art. 6º A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes,
nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.
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Direito Civil – Pessoas Naturais: Personalidade e Capacidade – Prof. Fidel Ribeiro Prof. Me. Adeilson J. Freitas Jr.
Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão
Artigos 79 ao 91 do Código Civil
provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções
prestadas.
1. BEM X COISA
Morte presumida sem decretação de ausência:
Os conceitos de BEM e COISA, como objeto de direito, não
Art. 7º Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: são pacíficos na doutrina clássica, havendo uma série de definições.
I – se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
Caio Mário da Silva Pereira, por exemplo, dizia que: "Bem é
II – se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois
anos após o término da guerra. tudo que nos agrada" e diferenciava: "Os bens, especificamente considerados,
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida distinguem-se das coisas, em razão da materialidade destas: as coisas são
depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do materiais e concretas, enquanto que se reserva para designar imaterias ou
falecimento.
abstratos o nome bens em sentido estrito". Para esse doutrinador, os bens
Art. 8º Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum
Para Silvio Rodrigues, coisa seria gênero, e bem seria
dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.
espécie. Para ele, "coisa é tudo que existe objetivamente, com exclusão do
Art. 9º Serão registrados em registro público:
homem". Os "bens são coisas que, por serem úteis e raras, são suscetíveis de
I – os nascimentos, casamentos e óbitos;
apropriação e contêm valor econômico".
II – a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz;
III – a interdição por incapacidade absoluta ou relativa; Em resumo, segundo Silvio Rodrigues, bens são coisas com
IV – a sentença declaratória de ausência e de morte presumida. interesse econômico e/ou jurídico. Ao passo que coisa é tudo que não é
Gabarito: 1. B 2. B
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2. CLASSIFICAÇÃO DOS BENS: a.2. Bens Imóveis por ACESSÃO FÍSICA ARTIFICIAL (INDUSTRIAL): são
aqueles que foram incorporados pelo homem, permanentemente, ao solo. Ex.:
2.1. BENS CORPÓREOS E INCORPÓREOS: semente lançada ao solo, plantações, edifícios e construções.
a) Corpóreos (ou Materiais): são aqueles que têm existência material,
a.3. Bens Imóveis por determinação legal (art. 80, CC): A lei diz que é
podendo ser tocados, isto é, percebidos por nossos sentidos, como bens
imóvel. (aqueles que são considerados imóveis para receber uma proteção
móveis e imóveis em geral. Exemplos: livros, carros, terreno, casa.
jurídica maior). São eles:
b) Incorpóreos (ou Imateriais): possuem existência abstrata, não
podendo ser tocados fisicamente pelos seres humanos. A existência dos I. “os direitos reais sobre bens imóveis”; (por esta razão há uma
bens incorpóreos é fruto de determinação jurídica. Ex.: direito autoral; grande formalidade na lavratura de uma hipoteca, por exemplo);
hipoteca, penhor.
Obs. hipoteca (direito reais sobre imóvel, portanto, também imóvel consoante a
Obs.: enquanto os bens “corpóreos” são alienados onerosamente por regra supra exposta) embora consistente em garantia real em regra incidente
meio de COMPRA E VENDA (ex.: compra venda de um imóvel), “os sobre bens imóveis, nem sempre consistirá bem imóvel, haja vista que na
incorpóreos” somente se transferem pelo contrato de CESSÃO (ex.: especifica hipótese da hipoteca incidente sobre navio e aeronaves (reprise-se,
cessão de direitos autorais). bens móveis para fins de classificação) será considerada bem móvel.
Espécies de bens imóveis: b) MÓVEIS: são aqueles que podem ser movidos de um local para outro, por
força própria (bens semoventes: animais) ou alheia (móveis propriamente
ditos: uma cadeira), sem que seja alterada a sua substância ou destinação
a.1. Bens Imóveis por NATUREZA: aqueles que foram incorporados por força
econômico-social (art. 82, CC).
natural. Ex.: solo, árvore que nasce naturalmente, frutos pendentes, espaço
aéreo, o subsolo. Espécies de bens móveis:
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b.1. Bens móveis por natureza: aqueles que podem ser transportados (ou se DANGER:
transportar) de um local para outro, sem que se destruam. Ex.: os materiais de
Obs1.: o material de construção é bem móvel antes de se aplicar à
uma construção que ainda não foram utilizados na obra; um livro; um animal de construção; enquanto está empregada na construção é bem imóvel. No
estimação; cadeira; etc. entanto, quando o material é retirado da construção pode ser móvel (se for
fruto de demolição – art. 84, CC) ou imóvel (se for retirado provisoriamente
b.2. Móveis por antecipação: Segundo Tartuce, "são os bens que eram bens para reempregar – art. 81, II, CC).
imóveis, mas que foram mobilizados por uma atividade humana. Exemplo típico Obs2.: a "venda de casa entregue a domicilio" (comum nos E.U.A.), que
é a árvore cortada, que se transforma em lenha, para alguma finalidade". enquanto unidade é transportada em um caminhão e entregue. Embora num
primeiro momento possamos pensar que é um bem móvel, o art. 81 do CC
Para ROSENVALD e CHAVES FARIAS, são "àqueles bens que, embora trata a presente situação como bem imóvel. Caso fosse tratada como bem
imóveis pela sua natureza, foram mobilizados pela vontade humana, em face móvel, estaríamos aplicando àquela casa um regime jurídico muito frágil.
de sua função econômica". Os autores citam o exemplo de uma safra ainda Obs3.: Navios e aeronaves, embora sejam transmitidos da mesma forma que
não colhida ou a árvore destinada ao corte. Verifica-se nestes exemplos, que os imóveis, admitindo, inclusive, hipoteca, são bens móveis especiais.
embora incorporados ao solo, há destinação prévia de sua mobilização.
b.3. Móveis por determinação legal (art. 83, CC): a lei determina que o bem é 2.3. BENS FUNGÍVEIS E INFUNGÍVEIS:
móvel (são tratados como móveis para receber uma proteção jurídica menor).
Art. 85, CC São fungíveis os móveis que podem substituir -se por
São eles: outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.
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Obs.: Esta classificação tem importância nos contratos de empréstimo, 2.5. BENS DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS:
referindo-se o mútuo (empréstimo de consumo) ao empréstimo de bens
fungíveis (ex.: empréstimo de dinheiro), e o comodato (empréstimo de uso) a) Bens divisíveis: segundo o art. 87 do Código Civil, "bens divisíveis são os
ao empréstimo de bens infungíveis (ex.: empréstimo de casa, carro, etc.). que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição
considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam".
Atenção: é possível que um bem fungível se torne infungível. Um exemplo é
um livro de Direito Civil autografado e dedicado em meu nome por Silvio de
Ex.: se repartirmos uma saca de café, cada metade conservará as qualidades
Salvo Venosa.
do produto, podendo ter a mesma utilização do todo, pois nenhuma alteração
de sua substância houve. Apenas se transformou em duas porções reais e
distintas de café em menor proporção ou quantidade, mantendo cada qual a
2.4. BENS CONSUMÍVEIS E INCONSUMÍVEIS:
mesma qualidade do todo (Maria Helena Diniz).
a) Consumíveis: são os bens cujo uso gera a destruição imediata de sua
Interessante e ilustrativo é o exemplo de Moreira Alves: se dez
substância (consumíveis de fato/ consuntibilidade de fato ou natural) –
herdeiros receberem um brilhante de 50 quilates, qualquer deles, ao exigir sua
(exemplo: um sanduíche, um combustível, etc.), e aqueles que são
divisão, poderá prejudicar os demais, visto que haverá uma considerável
destinados à alienação (consumíveis de direito/consuntibilidade de direito
diminuição no seu valor, pois dez brilhantes de 5 quilates valem menos do que
ou jurídica) – exemplo: livro em uma loja; carro em uma concessionária) (art.
um de 50 quilates.
86, CC).
b) Bens indivisíveis – São os bens que não podem ser divididos porque a
Obs.: o livro e o carro citados no exemplo são inconsumíveis, porém, se estes
divisão acarreta alteração na substância, diminuição do valor ou prejuízo da
estiverem destinados à alienação (venda) são consumíveis, em razão do
utilidade.
disposto na parte final do art. 86 do CC.
Ex.: um cavalo vivo dividido ao meio deixa de ser semovente; um veículo; etc.
Obs.: Essa indivisibilidade pode ocorrer por determinação legal (Ex.: herança
b) Inconsumíveis: são os bens cujo uso não gera a destruição imediata da
que é indivisível até a partilha; a servidão) ou pela vontade das partes.
própria substância. Ex.: um carro, um livro, uma roupa.
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a) singulares (individuais): "são singulares os bens que, embora reunidos, a) Bens Principais (independentes): aqueles que têm sua existência
consideram-se de per si, independente dos demais" (art. 89, CC). Ex.: um livro. independentemente dos demais, ou seja, existe sobre si mesmo, abstrata ou
concretamente (art.92, CC). Ex.: solo.
Os bens singulares podem ser SIMPLES ou COMPOSTOS:
b) Bens Acessórios (dependentes): são aqueles em que a sua existência
1) Bens singulares SIMPLES: quando os componentes do
depende da existência do bem principal. Ex.: casa em relação ao solo;
bem fazem parte do bem pela própria natureza. Exemplo: uma árvore, um
janela em relação a casa; a pedra em relação ao colar.
cavalo.
Obs.: Em regra, o acessório segue a sorte do principal, é o que chamamos de
2) Bens singulares COMPOSTOS: quando a coesão de seus
“princípio da gravitação jurídica”, mas existem exceções, as pertenças (que
componentes decorre do engenho humano. Exemplo: um avião, um relógio.
estudaremos adiante não seguem o bem principal).
2º) PRODUTOS: são bens acessórios que saem da bem principal, diminuindo
sua quantidade ou substância, ou seja, é uma utilidade NÃO RENOVÁVEL e
cuja percepção ESGOTA a coisa principal (NÃO SE REGENERAM).
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Exemplos: petróleo é uma utilidade que não se renova; o carvão mineral em do bem. Para tanto, será necessário analisar se o possuidor estava de boa-fé
relação à mina do qual foi retirado também é um exemplo de produto. ou má-fé.
Obs.: apesar de ainda não separadas do bem principal, os frutos e Possuidor de boa-fé: terá direito a indenização e retenção das benfeitorias
produtos podem ser objeto de negócio jurídico. necessárias e úteis. Já pelas as benfeitorias voluptuárias, o possuidor terá
direito de ser indenizado, ou de levantá-las, mas não terá direito de retenção
(art. 1.219, CC).
3º) BENFEITORIAS: são acréscimos (obras) introduzidos pelo HOMEM (que
Possuidor de má-fé: terá direito a ser indenizado apenas pelas benfeitorias
não é proprietário), na estrutura de um bem móvel ou imóvel, com o propósito
necessárias, não havendo direito de retenção ou de levantamento das úteis e
de CONSERVÁ-LO, MELHORÁ-LO, ou EMBELEZÁ-LO, conforme artigos 96
voluptuárias (art. 1.220, CC).
do Código Civil. Enquanto os frutos e produtos (já estudados) decorrem do bem
principal, as benfeitorias são nele introduzidas.
4ª) PERTENÇAS (art. 93, CC): são bens acessórios destinados, de forma
duradoura, a servir a um bem principal, atendendo aos seus fins, ou seja,
As benfeitorias classificam-se em (art. 96, CC):
destinados ao seu uso, serviço ou aformoseamento. Ex.: ar-condicionado
a) Benfeitorias Necessárias: tem por finalidade CONSERVAR o bem colocado em uma casa na praia; máquinas utilizadas em uma fábrica.
principal ou evitar que o mesmo se deteriore. Ex.: troca de encanamento
DANGER:
enferrujado; reforço na fundação de um prédio; troca das telhas
quebradas, etc. Obs1.: só será pertença se o bem for incorporado de forma duradoura. Se
for incorporado de forma temporária ou transitória, não será pertença.
b) Benfeitorias Úteis: são as que aumentam ou facilitam o uso do
Obs2.: se for parte integrante (indispensável) do bem não é pertença. Ex.:
bem, tornando-as mais útil. Ex.: construção de uma garagem; instalação o pneu do carro (pois faz parte da essência/ integrante do bem – não existe
de uma grade na janela de uma casa. carro sem pneu).
c) Benfeitorias Voluptuárias: são as de mero deleite, enfeite, recreio, Obs3.: As pertenças, apesar de serem bens acessórios, em regra, não
seguem o destino do principal (portanto, não se aplica o princípio da
de mero luxo, que não facilitam a utilidade do bem, mas apenas torna
gravitação jurídica neste caso. É uma exceção a regra!), salvo se o contrário
mais agradável o seu uso. Ex.: construção de uma piscina ou uma quadra dispuser da lei, da vontade das partes ou das circunstâncias do caso (art. 94,
de tênis em uma casa. CC). Ex.: vendo um carro, mas aparelho de som não está nele incluso;
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Resposta: Segundo a doutrina mais respeitada sim, é uma pertença, 3. BEM DE FAMÍLIA
ressalvada a hipótese do GPS ou parelho de som estar integrado no automóvel
3.1. Introdução
desde a fábrica, quando será considerada parte integrante do principal. A
pertença se acopla ao todo, mas jamais será parte dependente do todo. No direito brasileiro não se admite a responsabilização pessoal
do devedor pelas dívidas que contraiu, respondendo, portanto, apenas com o
Segundo TARTUCE, o que diferencia as benfeitorias das
seu patrimônio presente e futuro - princípio da responsabilidade patrimonial
pertenças é que as primeiras são introduzidas por quem não é proprietário,
(FARIAS; ROSENVALD. 2019, p. 616).
enquanto às últimas (pertenças) por aquele que é o proprietário.
No entanto, essa regra de responsabilização patrimonial,
contém exceções, dentre elas o “bem de família”.
bem de família aos solteiros, divorciados e viúvos, com base no art. 6º da 3.3. Bem de Família Voluntário ou Convencional
CF (direito à moradia).
Previsto no artigo 1.711 e seguintes do Código Civil, o bem
O instituto do bem de família protegerá apenas um único de família voluntário é aquele que pode (nasce de um ato de vontade) ser
imóvel. Se a pessoa possuir mais de um imóvel, será considerado como bem instituído pelo cônjuge ou entidade familiar, mediante escritura pública ou
testamento, registrada no Cartório de Registro de Imóveis (art. 167, I, 1, LRP).
de família o bem de menor valor, por inteligência do parágrafo único do artigo
Da mesma forma, poderá o terceiro instituir bem de família mediante
5º da Lei nº. 8.009/90.
testamento ou doação (art. 1.711, parágrafo único, CC).
Inexiste no texto da lei limitação de valor do imóvel em
A grande diferença entre o bem de família LEGAL (involuntário)
relação ao bem de família legal.
e o voluntário, é que, o segundo, além de ser IMPENHORÁVEL (por dividas
Obs.: Em alguns casos concretos o STJ tem admitido, excepcionalmente, o futuras), é INALIENÁVEL, até que ambos os cônjuges ou companheiros
desmembramento de parte do bem para efeito de penhora, especialmente em venham a falecer e até que todos os filhos atinjam a capacidade (Art. 1.722,
áreas residenciais muito extensas abrangendo áreas de lazer. CC).
É importante destacar que a proteção do bem de família legal Portanto, ante a característica da inalienabilidade do bem de
abrangerá o imóvel sobre o qual se assentam a construção, as plantações, família voluntário, a sua venda, em regra, dependerá de autorização judicial,
as benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos, inclusive os de ouvido o Ministério Público.
uso profissional ou móveis que guarnecem a casa, desde que quitados
Obs.1: a dissolução da sociedade conjugal (divórcio) ou da união estável não
(essenciais/indispensáveis para a família), conforme art. 1º, parágrafo único, da
extingue o bem de família voluntário (art. 1.721, CC).
Lei 8.009/90.
Obs.2: dissolvida a sociedade conjugal pela morte de um dos cônjuges, o
Excluem-se da proteção: os veículos de transporte, as obras
sobrevivente poderá pedir a extinção do bem de família, se for o único bem
de arte (exemplo: quadros) e os adornos decorativos (exemplo: uma fonte
do casal (art. 1.721, par. Único, CC).
decorativa), que podem ser penhorados (art. 2º, da Lei 8.009/90).
Assim, repita-se, são características do bem de família
DANGER: A Súmula 449 do STJ não considera como bem de família a vaga
convencional a impenhorabilidade e inalienabilidade.
de garagem com matrícula própria, que pode sofrer os efeitos da penhora.
Outra grande característica do bem de família voluntário é a
DANGER: Segundo a súmula 486 do STJ, é impenhorável o único imóvel
possibilidade de ESCOLHA, mediante escritura pública, do bem em que
residencial do devedor que esteja locado a terceiros, desde que a renda obtida
deverá recair a proteção do bem de família. Esta escolha é muito importante
com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua família.
para as pessoas que possuem mais de um imóvel, uma vez que, inexistindo
O STJ sedimentou entendimento de que é impenhorável a a instituição do bem de família voluntário, serão aplicadas as regras da Lei.
renda proveniente de imóvel (bem de família) locado da qual a família
sobrevive (RESP 439.920/SP, AGRG no RESP 975.858/SP).
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8.009/90 (bem de família involuntário), ou seja, havendo mais de um imóvel, a expressamente pelo art. 46 da Lei Complementar 150/2015 (Nova Lei do
proteção recairá sobre o de menor valor. Trabalho Doméstico).
Ex.: João possui um imóvel no valor de R$ 300.000,00, bem como, outros 1. Pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção
quatro imóveis no valor de R$ 150.000,00. Poderá João instituir o imóvel mais ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em
valioso como bem de família, porém, caso assim não faça, a proteção a ser função do respectivo contrato;
aplicada é a da Lei 8.009/90, razão pela qual, será protegido o bem de menor
2. Pelo credor de pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o bem,
valor, ou seja, um daqueles cujo valor é de R$ 150.000,00.
do seu coproprietário que, com o devedor, integre união estável ou conjugal,
No entanto, o bem de família voluntário não poderá ser observadas as hipóteses em que ambos responderão pela dívida (alterada pela
instituído por mais de 1/3 do patrimônio liquido existente ao tempo da Lei 13.144/2015).
instituição.
3. Para cobrança de impostos, predial ou territorial (exemplo: IPTU e ITR),
Ex.: se João possui dois imóveis, sendo um de R$ 500.000,00 e, outro de R$ taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar. (dívida de
100.000,00. Neste caso, João não poderá instituir o imóvel de R$ 500.000,00 condomínio – c.f. jurisprudência do STF);
como bem de família, tendo em vista a limitação já estudada.
4. Para a execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real
É importante ressaltar que a limitação de 1/3 só se aplica ao pelo casal ou pela entidade familiar;
bem de família voluntário, não se aplicando ao involuntário (legal). Assim, se
5. Na hipótese de ter sido adquirido como produto de crime (Ex.: improbidade
tenho um único imóvel no valor de um milhão de reais, este bem é
administrativa);
impenhorável.
6. Por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação.
O bem de família voluntário, em regra, será administrado por
ambos os cônjuges, e na morte deles passará ao filho mais velho, se for maior Obs.: É muito controvertido o tema (fiança), havendo alguns doutrinadores que
(art. 1720, CC). entendem que tal hipótese é inconstitucional, sob o argumento de que o
contrato de fiança, como espécie de contrato acessório, não poderia trazer
mais obrigações do que o contrato principal (o locatário não perde o bem de
3.4. Hipóteses de admissão da penhora do bem de família voluntário família, enquanto o fiador perde), sendo, portanto, desproporcional. Contudo, o
ou involuntário
STF já se manifestou pela constitucionalidade da norma (RE 407.688/SP –
A regra geral de proteção do bem de família não é absoluta, 08/02/06), sob a argumentação de que o fiador quando assume a obrigação
mas relativa, sendo possível a penhora em casos restritos, onde não haverá a sabe (ou deveria saber!) que pode perder o bem de família. No mesmo sentido
proteção do bem de família, nas seguintes situações (art. 3º, Lei 8.009/90): da Suprema Corte, o STJ editou a súmula 549 (É válida a penhora de bem de
Atenção: O inciso I do art. 3º da Lei 8.009/90 que tratava de uma das família pertencente a fiador de contrato de locação).
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Revisão de História
Resumo sobre Segundo Reinado
A coroação de D. Pedro II ocorreu por meio do Golpe da Maioridade, em 1840.
Os dois partidos que controlavam a política brasileira eram o Partido Liberal e o Partido Conservador.
Na economia, o café estabeleceu-se como nosso principal produto, e, entre 1840 e 1860, aconteceu um período de
prosperidade conhecido como Era Mauá.
A abolição da escravatura foi resultado de uma intensa mobilização popular e política aliada com a resistência realizada
pelos escravos. Concretizou-se com a assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888.
A Guerra do Paraguai foi um divisor de águas na história do Segundo Reinado. Nesse conflito, o Brasil envolveu-se em uma
luta contra o Paraguai entre 1864-1870.
Os militares foram o grupo de maior envolvimento com a Proclamação da República no Brasil. A proclamação de fato foi
realizada por José do Patrocínio em 15 de novembro de 1889."
Resumo do Segundo Reinado
O Segundo Reinado é o momento em que o Brasil se consolida como nação.
O regime político do país era a monarquia parlamentarista, onde o Imperador escolhia o Presidente do Conselho (equivalente ao
cargo de primeiro-ministro) através de uma lista com três nomes.
No plano econômico, o café adquire importância fundamental, sendo o produto mais exportado pelo Brasil. Chegam as primeiras
ferrovias e barcos a vapor com o objetivo de melhorar a circulação do chamado "ouro negro".
Em meio à prosperidade cafeeira, o Brasil se encontra num dilema, pois quem trabalhava nas plantações de café eram pessoas
escravizadas. Desde o governo de Dom João VI, o país havia se comprometido a abolir a escravidão. No entanto, a elite cafeeira se
opunha, pois isso acarretaria perdas econômicas. A solução é terminar com o trabalho servil de forma gradual.
Será no Segundo Reinado que o Brasil se vê às voltas com o maior conflito armado da América do Sul: a Guerra do Paraguai.
Por fim, sem apoio das elites rurais e do exército, a monarquia é derrubada através de um golpe militar. A Família Imperial é
obrigada a deixar o país e se instala a república.