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DOS BENS
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
“Coisa é tudo que existe objetivamente, com exclusão do homem”, ao passo que “bens
são as coisas que, por serem úteis e raras, são suscetíveis de apropriação e contém valor
econômico.
Teoria desenvolvida pelo Ministro LUIZ EDSON FACHIN, onde deve-se assegurar à
pessoa um mínimo de direitos patrimoniais para que viva com dignidade.
Um exemplo está no art. 548 do CC, pelo qual é nula a doação de todos os bens, sem
a reserva do mínimo para a sobrevivência do doador (nulidade da doação universal).
Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente
para a subsistência do doador.
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2.1. Quanto à Tangibilidade
São aqueles que tem existência material, perceptível aos sentidos, que podem ser
tocados, como os bens móveis (livros, joias, etc.) e bens imóveis (terrenos, etc.).
São os bens abstratos, que não podem ser tocados pela pessoa humana, tendo
apenas existência jurídica, como por exemplo os direitos sobre o produto do intelecto, com
valor econômico.
São transferidos mediante contrato de cessão e não podem ser objeto de tradição,
uma vez que essa presume a entrega da coisa.
Os bens imóveis não podem ser transportados de um lugar para o outro sem alteração
de sua substância. Anote-se que a aquisição de bem imóvel só se opera se ao título
aquisitivo se seguir o registro.
Anote-se que o marido ou a mulher só pode alienar ou gravar de ônus real os bens
imóveis com autorização do outro, salvo se casados sob o regime de separação absoluta
de bens. (art. 1.647, I, CC/02)
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648 , nenhum dos cônjuges pode, sem
autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou
artificialmente.
O que lhe for incorporado será classificado como imóvel por acessão, como por
exemplo, uma árvore que cresce naturalmente.
Tudo quanto for incorporado ao solo pelo homem de forma permanente, como por
exemplo, a semente lançada na terra, os edifícios e construções, de forma que não possam
ser retirados sem destruição ou dano.
Neste caso prevalece a vontade do legislador que visando a segurança jurídica optou
por dar a esses bens a natureza imobiliária.
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Assim, por força de lei consideram-se bens imóveis os direitos reais sobre imóveis e
as ações que os asseguram bem como os direitos à sucessão aberta, nos termos do art.
80, I e II do CC/02.
São os bens que podem ser transportados de um local para outro, mediante o
emprego de força alheia, sem a deterioração de sua substância.
Como exemplo podemos citar os objetos pessoais, como livros, bolsas, carteiras, etc.
São os bens que mesmo incorporados ao solo, são destinados a serem destacados e
convertidos em móveis, como por exemplo as árvores destinadas ao corte.
Nos termos do art. 83, CC/02 são bens móveis as energias com valor econômico, os
direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes, os direitos pessoais
patrimoniais e suas ações.
2.2.3. Semoventes
Sua disciplina segue as determinações os bens móveis por sua própria natureza,
aplicando-se as mesmas regras.
ATENÇÃO: Os navios e aeronaves são bens móveis especiais ou sui generis. Apesar
de serem móveis pela natureza ou essência, são tratados pela lei como imóveis,
necessitando de registro especial e admitindo hipoteca.
Regra geral, a fungibilidade decorre da natureza do bem, porém a vontade das partes
poderá um bem fungível em infungível.
São os bens que podem ser substituídos por outro da mesma espécie, qualidade e
quantidade.
Todos os bens imóveis são personalizados, eis que possuem registro, daí serem
infungíveis. Já os bens móveis são, na maior parte das vezes, bens fungíveis. O empréstimo
de bens fungíveis é o mútuo, caso do empréstimo de dinheiro.
São aqueles que possuem natureza insubstituível, a exemplo de uma obra de arte.
Como bens móveis infungíveis podem se citados as obras de arte únicas e os animais
de raça identificáveis. Os automóveis também são bens móveis infungíveis por serem bens
complexos e terem número de identificação (chassi). No caso de empréstimo de bens
infungíveis há contrato de comodato.
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São os bens móveis cujo uso importa imediata destruição de sua própria substância,
bem como aqueles destinados à alienação.
Os bens destinados à venda são, por força de lei, considerados consumíveis. (art. 86,
CC/02)
Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da
própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação.
Anote-se que um bem consumível pode ser, por vontade das partes, ser considerado
inconsumível, como por exemplo uma rara garrafa de licor, apenas exposta à apreciação
pública.
São os que suportam uso continuado, sem prejuízo de seu perecimento progressivo
e natural, a exemplo de um automóvel.
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca
em:
§ 2° Obstam a decadência:
II - (Vetado).
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2.5. Quanto à Divisibilidade
São aqueles que podem ser repartidos em porções distintas, formando cada uma
delas um todo perfeito, sem alterar sua substância, diminuição considerável de seu valor o
prejuízo para o uso a que se destinam. (art. 87, CC/02)
Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua
substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.
Como exemplo podemos citar uma saca de cereais, que podem ser divididas sem
qualquer destruição.
Bens indivisíveis, por outro lado, são os que não podem ser partilhados, pois deixariam
de formar um todo perfeito, acarretando a desvalorização ou perda das suas qualidades
essenciais.
É o caso de uma casa térrea, bem móvel cuja divisão gera diminuição de seu valo, ou
de um animal, impossível de ser fracionado.
Um módulo rural, uma servidão ou uma herança, esta última indivisível até a partilha,
por força do princípio da saisine, nos termos dos art. 1.784 e 1.791, parágrafo único do
CC/02.
Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros
legítimos e testamentários.
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Art. 1.791. A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários sejam os herdeiros.
Parágrafo único. Até a partilha, o direito dos co-herdeiros, quanto à propriedade e posse da
herança, será indivisível, e regular-se-á pelas normas relativas ao condomínio.
São aqueles em que suas partes componentes estão ligadas naturalmente (uma
árvore, um cavalo)
Como exemplo citamos os materiais de construção. Uma porta ou uma janela, embora
estejam ligados à edificação de uma casa, continuarão assim a ser chamados. Quando
vendemos a casa é obvio que está subentendido que a porta e a janela.
Bens coletivos são aqueles que sendo constituídos por várias coisas singulares, são
considerados em conjunto, formando um todo homogêneo, passando a ter individualidade
própria, distinta da dos seus objetos componentes.
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a) Universalidade de fato
Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de
relações jurídicas próprias.
b) Universalidade de direito
É uma ficção legal composta pelo conjunto de bens singulares, tangíveis ou não, com
o intuito de produzir certo efeitos.
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Como esse conjunto de bens é ligado pela vontade humana, o estabelecimento
comercial é exemplo de universalidade de fato, pois sua unidade decorre de ação humana
e não da vontade da lei.
Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório,
aquele cuja existência supõe a do principal.
Assim, quem for proprietário do bem principal, em regra, também o será do bem
acessório.
Anote-se que a natureza do bem principal também será a do bem acessório, como no
caso do solo, bem imóvel, dá esta mesma natureza à uma árvore nele plantada.
a) Frutos
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São bens acessórios que tem sua origem no bem principal, mantendo-se a integridade
deste, sem diminuir sua substância ou quantidade.
• Frutos pendentes: São que que estão ligados à coisa principal, porém não
colhidos, como as frutas ainda presas à árvore;
• Frutos percebidos: São os já colhidos e separados do principal, como a fruta
colhida da árvore;
• Frutos estantes: são os frutos colhidos e armazenados, como as frutas
colhidas as árvore e colocadas em caixas em um armazém;
• Frutos percipiendos: Os que já deveriam ter sido colhidos, mas não o foram,
como uma fruta madura, não colhida e que está apodrecendo;
• Frutos consumidos: Os colhidos que já não existem mais, como a fruta
colhida e vendida a terceiros.
b) Produtos
São chamados de produtos as utilidades que são retiradas da coisa, alterando sua
substância, com diminuição de sua quantidade até seu esgotamento, não se reproduzindo.
É o caso das pedras de uma pedreira, do carvão mineral, lençol petrolífero, etc.
Atentem-se ao fato de que mesmo não separados do bem principal, tanto os frutos
quanto os produtos podem ser negociados, nos termos do art. 95 do CC/02.
Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem
ser objeto de negócio jurídico.
Desta forma é possível a venda de uma saca de café, mesmo não colhida bem como
de certa quantidade de pedras ainda não retiradas da pedreira.
c) Pertenças
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São os bens destinados a servir a outro bem principal, por vontade ou trabalho
intelectual do proprietário. (art. 93, CC/02)
Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam,
de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.
Desta forma, não se aplica a primeira parte do art. 94, CC/02, pois a pertença
essencial seguirá o principal, conforme o princípio da gravitação jurídica.
Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as
pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das
circunstâncias do caso.
Não sendo essencial, a pertença não acompanha o principal nos termos da primeira
parte do artigo.
d) Partes integrantes
São partes integrantes os bens acessórios que se unem ao bem principal, formando
com este um todo independente. As partes integrantes são desprovidas de existência
material própria, mesmo mantendo sua integridade. Como exemplo temos a lâmpada em
relação ao lustre.
e) Benfeitorias
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São os bens acessórios introduzidos em um bem móvel ou imóvel, visando a sua
conservação ou melhora da sua utilidade. Enquanto os frutos e produtos decorrem do bem
principal, as benfeitorias são nele introduzidas. (art. 96, CC/02)
§ 1º São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual
do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.
§ 3º São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.
São definidos por exclusão, assim aqueles que não pertencem ao domínio público são
considerados bens particulares. (art. 98, CC/02)
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas
de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a
que pertencerem.
São os que pertencem a uma entidade de direito público interno, como no caso da
União, Estados, Distrito Federal, Municípios, entre outros.
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas
de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a
que pertencerem.
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Segundo o Enunciado 287 da IV JDC os bens pertencentes à pessoa jurídica de direito
privado que esteja afetado à prestação de serviço público pode ser considerado bem
público.
Nos termos do art. 99, CC/02, os bens públicos podem ser assim classificados:
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
A Constituição Federal, em seu art. 20, elenca os bens da União, ao passo que os
bens de domínio dos Estados estão previstos no art. 26. Por exclusão, o que não estiver na
esfera federal ou estadual comporá o patrimônio público do município.
Por fim, cabe ressaltar que o Código Civil em seu art. 102, proíbe a usucapião de bens
públicos.
3.1. Conceito
Nos termos da súmula 364 do STJ, considera-se bem de família o imóvel onde reside
pessoa solteira, separada ou viúva.
bem de família convencional ou voluntário pode ser instituído pelos cônjuges, pela
entidade familiar ou por terceiro, mediante escritura pública ou testamento, não podendo
ultrapassar essa reserva um terço do patrimônio líquido das pessoas que fazem a
instituição. Este limite visa proteger eventuais credores. (art. 1.711, CC/02)
Parágrafo único. O terceiro poderá igualmente instituir bem de família por testamento
ou doação, dependendo a eficácia do ato da aceitação expressa de ambos os
cônjuges beneficiados ou da entidade familiar beneficiada.
Ainda pelo que consta da parte final desse dispositivo, o bem de família convencional
não revogou o bem de família legal, coexistindo ambos em nosso ordenamento jurídico. No
caso de instituição por terceiro, devem os cônjuges aceitar expressamente o benefício.
Nos termos do art. 1.712 do CC/02, para ser abarcado pela proteção legal, o bem
deve ser imóvel residencial, rural ou urbano, incluindo os bens acessórios, inclusive as
pertenças. Também são protegidos os valores mobiliários cuja renda seja revertida na
conservação do imóvel e no sustento da família.
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Art. 1.712. O bem de família consistirá em prédio residencial urbano ou rural, com
suas pertenças e acessórios, destinando-se em ambos os casos a domicílio familiar,
e poderá abranger valores mobiliários, cuja renda será aplicada na conservação do
imóvel e no sustento da família.
A instituição do bem de família convencional deve ser efetuada por escrito e registrada
no Cartório de Registro de Imóveis do local em que o mesmo está situado, sendo
imprescindível a escritura pública ou testamento, não importando o valor do imóvel. (art.
1.714, CC/02)
Art. 1.714. O bem de família, quer instituído pelos cônjuges ou por terceiro, constitui-
se pelo registro de seu título no Registro de Imóveis.
Art. 1.715. O bem de família é isento de execução por dívidas posteriores à sua
instituição, salvo as que provierem de tributos relativos ao prédio, ou de despesas de
condomínio.
Parágrafo único. No caso de execução pelas dívidas referidas neste artigo, o saldo
existente será aplicado em outro prédio, como bem de família, ou em títulos da dívida
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pública, para sustento familiar, salvo se motivos relevantes aconselharem outra
solução, a critério do juiz.
A inalienabilidade, como regra geral, está prevista no art. 1.717 do CC, sendo somente
possível a alienação do referido bem mediante consentimento dos interessados (membros
da entidade familiar), e de seus representantes, ouvido o Ministério Público. Como fica claro
pelo dispositivo, a possibilidade de alienação depende de autorização judicial, sendo
relevantes os motivos para tanto.
Art. 1.717. O prédio e os valores mobiliários, constituídos como bem da família, não
podem ter destino diverso do previsto no art. 1.712 ou serem alienados sem o
consentimento dos interessados e seus representantes legais, ouvido o Ministério
Público.
A instituição dura até que ambos os cônjuges faleçam, sendo que, se restarem filhos
menores de 18 anos, mesmo falecendo os pais, a instituição perdura até que todos os filhos
atinjam a maioridade (art. 1.716 do CC)
Art. 1.716. A isenção de que trata o artigo antecedente durará enquanto viver um dos
cônjuges, ou, na falta destes, até que os filhos completem a maioridade.
Anote-se que o fim da sociedade conjugal não extingue o bem de família convencional.
Por fim, enuncia o art. 1.722 do CC que se extingue o bem de família convencional
com a morte de ambos os cônjuges e a maioridade dos filhos, desde que não sujeitos à
curatela.
Sumula 205 do STJ: A lei 8.009/90 aplica-se a penhora realizada antes de sua
vigência.
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Súmula 486 do STJ: É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja
locado a terceiros, desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a
subsistência ou a moradia da sua família.
O mesmo se entente para o caso de único imóvel do devedor que esteja em usufruto,
para destino de moradia de sua mãe, pessoa idosa.
Caso a pessoa não tenha imóvel próprio, a impenhorabilidade recai sobre os bens
móveis quitados que guarnecem a residência. (Lei 8.009/90, art. 1º, parágrafo único)
No caso de imóvel locado, nos termos do parágrafo único do art. 2º, são
impenhoráveis os bens móveis quitados que guarnecem a casa.
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II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à
aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do
respectivo contrato;
III – pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o bem, do seu
coproprietário que, com o devedor, integre união estável ou conjugal, observadas as
hipóteses em que ambos responderão pela dívida; (Redação dada pela Lei
nº 13.144 de 2015)
V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal
ou pela entidade familiar;
VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal
condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.
Com relação ao inciso III, que trata do credor de pensão alimentícia, cabe ressaltar o
seguinte:
Regra geral, o devedor de pensão alimentícia poderá ter o bem de família penhorado
para quitar a dívida alimentar.
Atenção à Sumula 134 do STJ com a tese que este cônjuge ou companheiro pode
opor embargos de terceiro para defender sua meação.
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Por fim, não se aplica a ressalva acima explicada se o casal (ambos os cônjuges ou
companheiros) for devedor da pensão alimentícia. Neste caso, o imóvel será penhorado e
poderá ser inteiramente utilizado para pagar o débito.
É pacífico nos Tribunais superiores que não se trata apenas de impostos e taxas
devidos ao Estado, mas também inclui as dívidas decorrentes da taxa de condomínio, uma
vez que se trata de obrigações propter rem.
No caos de execução de hipoteca sobre o imóvel dado em garantia pelo casal ou pela
família, inciso V do art. 3º, o STJ só mantém a exceção à impenhorabilidade caso o imóvel
tenha efetivamente oferecido como hipoteca para garantia do casal ou da entidade familiar,
não abarcando a exceção caso o imóvel tenha sido dado em garantia de dívida que
beneficiou um terceiro.
Assim, em regra, é possível a penhora do imóvel que tiver sido oferecido como
garantia real pelo casal ou pela entidade familiar. O STJ, contudo, ao interpretar esse
inciso, faz a seguinte observação: a penhora do bem de família somente será admitida
se o imóvel foi dado em garantia de uma dívida que beneficiou o casal ou entidade
familiar. Desse modo, a exceção prevista no art. 3º, V, da Lei nº 8.009/90 não se aplica
aos casos em que a hipoteca é dada como garantia de empréstimo contraído em favor
de terceiro, somente quando garante empréstimo tomado diretamente em favor do
próprio devedor. STJ. 4ª Turma. AgInt nos EDcl no AREsp 665.233/SC, Rel. Min.
Maria Isabel Gallotti, julgado em 06/02/2018.
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lei do bem de família claramente prevê a possibilidade de penhora do imóvel de residência
do fiador. Assim o fiador sabe que pode perder o bem de família.
4. BIBLIOGRAFIA
- Manual de Direito Civil – Volume Único, PABLO STOLZE GAGLIANO. 5ª Edição – 2018.
- Manual de Direito Civil – Volume Único, FLÁVIO TARTUCE. 8ª Edição – 2018.
- Legislação Comentada – Eduardo Belisário.
- Informativos Dizer o Direito.
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