Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
6ª aula
BENS
1 - Conceito:
Bem é tudo quanto corresponde à solicitação de nossos desejos.
Porém, sob o enfoque jurídico: são seres susceptíveis de valoração jurídica. São aqueles
que podem servir de objeto ás relações jurídicas.
São as utilidades materiais e imateriais que podem ser objetos de direitos subjetivos.
“Coisa é tudo o que existe , objetivamente, com exclusão do homem. Bens são as coisas
que, por serem úteis e raras , são susceptíveis de apropriação e contém valor econômico.”
Sílvio Rodrigues.
2 – Bem e coisa
A distinção não é pacífica. Para alguns, coisa é uma categoria mais ampla que contém os
bens, outros dizem exatamente o oposto.
Melhor considerarmos que coisa é gênero e bem é espécie.
Ou seja: coisa = tudo que não é humano.
Bem = coisas com interesse econômico e/ou jurídico.
3 – Classificação de bens:
Art. 79 CC “Bens imóveis, ou bens de raiz, são aqueles que não se podem transportar, sem
destruição, de um lugar para outro, ou seja, são os que não podem ser removidos sem
alteração de sua substância.” Mª Helena Diniz
Este conceito não engloba os imóveis por disposição legal (previsão legislativa) que
surgirão a partir de verdadeira criação jurídica, para que possam receber melhor proteção.
Ver art. 80 CC.
O artigo 81 trata de duas situações específicas:
a. Edificações que separadas do solo , mas conservando a sua unidade, forem
removidas para outro local.
Ex. Casas pré-moldadas diante das modernas técnicas de engenharia.
b. Os materiais provisoriamente separados do prédio para nele se reempregarem.
2. Móveis por antecipação: são bens originalmente imóveis, que separados do solo em
virtude de destinação econômica, passam a categoria de móveis. Ex. árvores abatidas para
serem convertidas em lenha, frutos para a alienação, pedras extraídas de uma pedreira, etc.
3. Móveis por determinação da lei: art. 83, I, II, III CC).: Os direitos de autor são
considerados bens móveis.
A alienação de um bem é forma de consumibilidade. O bem que pode ser alienado torna-se,
por este fato, consumível.
A consumibilidade jurídica decorre da destinação jurídica e econômica do bem.
Embora os bens fungíveis sejam , normalmente, consumíveis, os conceitos de fungibilidade
e consumibilidade não se confundem. A fungibilidade leva em conta a relação entre bens, a
consumibilidade diz respeito à sua destinação.
São singulares as coisas que, embora reunidas, devem ser consideradas individualmente,
independente das demais que a compõem.
Bens coletivos ou universais são aqueles agregados a um conjunto , constituído por várias
coisas singulares, passando a formar um todo único, possuidor de individualidade própria,
distinta de seus componentes (art.90).
Ex. árvore (singular), floresta (coletivo).
Bem principal é aquele que tem existência própria, concreta ou abstrata (art.92 CC).Existe
por si, exercendo sua função e finalidade, independendo de outro, como o solo e o crédito.
Já o bem acessório não tem existência própria, dependendo de um outro bem que é o
principal. A árvore depende do solo, os juros estão subordinados ao crédito.
Nos imóveis, o solo é o bem principal, sendo acessórios tudo o que lhes se incorporar.
Nos móveis, principal é aquela para a qual as outras se destinam, para fins de uso,
complemento ou enfeite.
Ex: numa joia, a pedra é acessório do colar.
Aplica-se aqui como regra geral o princípio da gravitação jurídica: “o acessório segue a
sorte do principal.”
Exceções:
1. Acessão invertida. Ver art. 1255 CC, § único. O caput segue a gravitação jurídica, o
parágrafo único inverte a posição.
2. Superfície. Direito real. Art. 1375 CC. As construções integrarão o solo no momento
da devolução, se o contrário não se estipulou. Durante o contrato, há um dono para o solo,
e outro para as construções e plantações.
3. Pertenças. Discussão doutrinária.
Novidade no CC: conceito de pertenças art. 93 – não se confundem com acessórios. São
bens que não constituem parte integrante , destinam-se de modo duradouro ao uso, serviço
ou aformoseamento do bem principal. Ex. ar condicionado, máquinas numa fábrica. Estão a
serviço da finalidade econômica de outro bem.
Por não serem acessórias ou partes integrantes, as pertenças não incluem-se nos negócios
jurídicos relativos ao bem principal, exceto se houver declaração de vontade neste sentido.
Quanto ao estado:
Os frutos podem ser:
· Estantes – armazenados, guardados.
· Consumíveis – não mais existem porque foram consumidos.
2. Produtos: são utilidades que se podem retirar da coisa, alterando sua substância,
com a diminuição da quantidade, até o esgotamento, porque não se reproduzem
periodicamente. Ex. pedras de uma pedreira.
3. Pertenças – art. 93 CC. Há dúvida na doutrina em se definir as pertenças como bem
acessório.
Requisitos para que se possa considerar um bem como pertença:
· Não ser parte integrante do bem principal.
· A pertença deve servir de forma duradoura ou permanente a outro bem.
· A pertença deve servir ao bem , e não ao seu titular.
· O art. 94 estabelece que os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal
não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de
vontade, ou das circunstâncias do caso.
Conceito art.98
Bens públicos são aqueles , materiais ou imateriais, cujo titular é uma pessoa jurídica de
direito público, ou uma pessoa jurídica de direito privado, prestadora de serviço público
quando o referido bem estiver destinado ao serviço público.