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DIREITO CIVIL

BENS JURÍDICOS
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SUMÁRIO

BENS JURÍDICOS
1. BENS X COISAS.........................................................................................................................................3

2. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À MOBILIDADE (ARTS. 79 A 84).........................................................................3

a) Imóveis.................................................................................................................................................3

b) Móveis.................................................................................................................................................4

3. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À DEPENDÊNCIA...............................................................................................5

3.1 BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS (ART. 92, CC)..........................................................................5

a) Bem principal.......................................................................................................................................5

b) Bem acessório......................................................................................................................................5

BEM DE FAMÍLIA

1. HISTÓRICO...............................................................................................................................................7

2. CLASSIFICAÇÃO.........................................................................................................................................7

2.1 VOLUNTÁRIO..........................................................................................................................................7

2.2 LEGAL...................................................................................................................................................10

2.2.1 Conceito.........................................................................................................................................11

2.2.2 Aplicabilidade................................................................................................................................11

2.2.3 Exceções à impenhorabilidade do bem de família legal (art. 3º).....................................................13

3. ABRANGÊNCIA PROTETIVA DA LEI Nº 8.009/90.......................................................................................15

4. EXCEÇÕES À PENHORABILIDADE LEGAL DO BEM DE FAMÍLIA..................................................................15

5. DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO...........................................................................................17

6. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA.......................................................................................................................17
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ATUALIZADO EM 26/02/2023

BENS JURÍDICOS

1. BENS X COISAS

Inicialmente, convém esclarecer que não se pode confundir coisa com bem. Caio Mário dizia que a
expressão bem seria gênero (tudo que nos agrada), enquanto coisa seria espécie (bens materiais ou corpóreos).
Essa diferenciação não foi adotada pelo CC/2002.

Silvio Rodrigues, por sua vez, dizia que coisa é gênero (tudo que não é humano), enquanto bens é
espécie (coisas com interesse econômico e/ou jurídico). Essa diferenciação foi adotada pelo CC/2002. A parte
geral utiliza apenas a expressão bens.

Os bens podem ser corpóreos (materiais, tangíveis), ou incorpóreos (imateriais, tais como direitos
autorais).

Patrimônio: soma de bens corpóreos e incorpóreos de um sujeito apreciável economicamente.

2. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À MOBILIDADE (ARTS. 79 A 84)2

a) Imóveis: são aqueles que não podem ser removidos ou transportados. Transporte e remoção implicam
destruição ou deterioração. Existem quatro modalidades de bens imóveis:

a.1) Bens imóveis por natureza: a imobilidade decorre de sua essência. Ex.: árvore natural.

a.2) Bens imóveis por acessão física industrial: a imobilidade decorre da atuação humana, concreta e efetiva.
Ex.: construções e plantações.

a.3) Bens imóveis por acessão física intelectual (Tartuce): são os bens móveis incorporados ao bem imóvel pela
vontade do proprietário. Ex.: trator na fazenda, TV agregada à rede LFG.

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As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de
diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos,
porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do
material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas
jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos
eventos anteriormente citados.
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Na prova oral da DPE/ES (2017) foi perguntado acerca da classificação dos bens no Direito Civil.
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OBS.: há quem entenda que essa categoria não persista mais (Enunciado 11 da I Jornada de Direito Civil). Em
sentido contrário, entendendo que a categoria persiste, citamos Maria Helena Diniz, Stolze, entre outros, os
quais entendem que foi tratada como pertenças.

Enunciado 11: Não persiste no novo sistema legislativo a categoria dos bens imóveis por acessão intelectual, não
obstante a expressão "tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente", constante da parte final do art.
79 do Código Civil.

a.4) Bens imóveis por determinação legal (art. 80, CC): os direitos reais sobre imóveis e as ações que os
asseguram e o direito à sucessão aberta.3

Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:


I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local;
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.

b) Móveis: são aqueles que podem ser removidos ou transportados. Existem três modalidades:

b.1) Bens móveis por natureza: a mobilidade decorre de sua essência, sendo possível a remoção por força
alheia ou por força própria (semoventes).

b.2) Bens móveis por antecipação: eram imóveis mas foram mobilizados por uma atuação humana concreta e
efetiva. Ex.: plantação colhida e prédio demolido.

b.3) bens móveis por determinação legal (art. 83, CC): as energias que tenham valor econômico; os direitos
reais sobre objetos móveis (ex.: penhor) e as ações correspondentes; os direitos pessoais de caráter patrimonial
(ex.: direitos autorais) e respectivas ações

Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua
qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio.

OBS.: navios e aeronaves admitem hipoteca e possuem registro especial, e desta feita, para alguns, se trata de
bens imóveis. Contudo, veja que as peculiaridades registradas têm natureza acessória, o que impede que
mudem a natureza do principal. São, portanto, bens móveis especiais. Frise-se, inclusive, que os direitos reais
sobre eles são bens móveis, nos termos do art. 83, CC.

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A seguinte assertiva foi considerada incorreta: O direito à sucessão aberta e o direito à herança constituem bens móveis
por determinação legal, isso ocorre mesmo se a herança for composta apenas de bens imóveis. (MPMG – 2017).
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3. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À DEPENDÊNCIA

3.1 BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS (ART. 92, CC)

a) Bem principal: é um bem autônomo (independente) no plano concreto ou abstrato.

b) Bem acessório: é um bem cuja existência supõe a do bem principal.

O art. 92, CC, consagra o princípio da gravitação jurídica cujo teor preconiza que “o acessório segue o principal”.
Frise que esse princípio não se aplica apenas aos bens, mas também aos contratos, etc.

b.1) Modalidades de bens acessórios:

(1) Frutos: são bens que saem do principal sem diminuir sua quantidade.

→ Naturais: que decorrem da essência. Ex.: frutas.


→ Industriais: que decorrem da atividade humana. Ex.: cimento
→ Civis: que são rendimentos. Ex.: juros, aluguel, etc.

(2) Produtos: são bens que saem do principal diminuindo esse. Ex.: pepita de ouro de uma mina.

(3) Pertenças: não constituem partes integrantes, servem de modo duradouro ao uso, serviço ou
embelezamento de outro bem. Como não são partes integrantes são independentes. Podem ser bens móveis
incorporados a bens imóveis ou incorporados a bens móveis, ambos pela vontade do homem (ascessão
intelectual). Em regra, a pertença não segue o bem principal, salvo se resultar da lei, manifestação da vontade
ou circunstâncias do caso.

OBS.: Circunstâncias do caso – se a pertença for essencial ao bem principal seguirá esse. Ex.: piano no
conservatório musical.

(4) Partes integrantes: são bens acessórios que estão unidos ao bem principal formando com o último um todo
indivisível. Não tem autonomia (diferente das pertenças), ou seja, só tem funcionalidade com o principal. Ex.:
lâmpada no lustre.

(5) Benfeitorias: são acréscimos e melhoramentos introduzidos no bem principal, sendo certo que podem ser de
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três tipos:

→ Necessárias: conservação e manutenção do bem.


→ Úteis: facilitam o uso. Ex.: corrimão da escada.
→ Voluptuárias: mero deleite ou recreio. Ex.: sauna, piscina.

OBS.: piscina em escola de natação é benfeitoria necessária e não voluptuária.

OBS.: a melhor diferenciação entre pertença e benfeitoria voluptuária é a de que a primeira é uma incorporação
realizada pelo proprietário, enquanto a segunda é uma incorporação realizada por quem não é proprietário.

Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a
intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.

A leitura do dispositivo deve ser feita como intervenção do proprietário direta ou indireta. Se o
proprietário intervém diretamente, é pertença, se indiretamente (ex.: locou o bem), é benfeitoria.

Ex.: Toca CD é parte integrante do veículo quando já vem de fábrica. Porém, quando você compra e
manda colocar, é pertença. Quando você empresta o carro e o comodatário coloca o Toca CD é benfeitoria.

O art. 99 do Código Civil classifica os bens públicos de acordo com a sua destinação (ou afetação):

*#OLHAOGANCHO4 #AJUDAMARCINHO:
a) Bens de uso comum do povo b) Bens de uso especial c) Bens dominicais
São aqueles que não estão
São aqueles destinados à São aqueles utilizados pela
sendo utilizados para nenhuma
utilização geral pelos indivíduos, Administração para a prestação
destinação pública (estão
podendo ser utilizados por todos dos serviços administrativos e
desafetados), abrangendo o
em igualdade de condições, dos serviços públicos em geral,
denominado domínio privado do
independentemente de ou seja, utilizados pela
Estado.
consentimento individualizado Administração para a satisfação
Exs: terras devolutas, terrenos
por parte do Poder Público (uso de seus objetivos.
de marinha, prédios públicos
coletivo). Exs: prédio onde funciona um
desativados, móveis inservíveis,
Exs: ruas, praças, rios, praias etc. órgão público.
dívida ativa etc.

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Atenção alunos cicleiros: informações mais aprofundadas sobre esse assunto devem ser estudadas na FUC 11 de Direito
Administrativo, ok?
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BEM DE FAMÍLIA

1. HISTÓRICO

O referencial histórico mais importante desse instituto é uma Lei Texana (Homestead Act) de 1939
que, em meio a uma grave crise, consagrou a impenhorabilidade da pequena propriedade, como forma de
incentivar a economia. O Código Civil de 1916 consagrou o bem de família em seu art. 70, seguindo-se a
importante Lei n.º 8.009/1990 e, mais recentemente, o Código de 2002, em seus arts. 1711 e seguintes. Em
nosso atual sistema coexistem duas espécies de bem de família: bem de família voluntário (art. 1.711 e segs.,
CC) e bem de família legal (Lei n.º 8.009/90). O fundamento primário do bem de família, voluntário ou legal, na
perspectiva da eficácia horizontal dos direitos fundamentais, é o direito constitucional à moradia, à luz,
inclusive, da teoria do estatuto jurídico do patrimônio mínimo de Luiz Edson Fachin (falou Fachin, falou
patrimônio mínimo).

2. CLASSIFICAÇÃO

2.1 VOLUNTÁRIO5

Disciplinado no art. 1711, CC, é aquele instituído por ato de vontade, mediante registro imobiliário.
Gera dois efeitos principais: a impenhorabilidade por dívidas futuras (art. 1715, CC) e a inalienabilidade do
referido imóvel (art. 1716, CC).

OBS.: essa impenhorabilidade por dívidas futuras não é absoluta, na medida em que, por exemplo, dívidas
condominiais podem levar à penhora do imóvel; na mesma linha, a inalienabilidade também pode
eventualmente ser afastada, caso exista justificativa para tanto.

Inovação: o CC/2002, nos arts. 1.711 e 1.712 trouxe duas grandes novidades para o bem de família
voluntário:

a) O valor do bem de família não poderá ultrapassar o teto de 1/3 do patrimônio líquido dos seus instituidores.
b) Admitiu-se, ainda, a possibilidade de se agregar renda ou valor mobiliário para a instituição desta forma
voluntária de bem de família. Vale lembrar que essa renda ou valor se torna impenhorável junto com o bem de
família, bem como deve se limitar ao valor de 1/3 também.

Art. 1.711. Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública ou testamento, destinar parte
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A seguinte assertiva foi considerada incorreta: O contrato de compra e venda será anulável no caso de a venda recair
sobre bem de família instituído de forma convencional ou voluntária. (MPRS – 2017).
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de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que não ultrapasse um terço do patrimônio líquido
existente ao tempo da instituição, mantidas as regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial
estabelecida em lei especial.
Parágrafo único. O terceiro poderá igualmente instituir bem de família por testamento ou doação, dependendo
a eficácia do ato da aceitação expressa de ambos os cônjuges beneficiados ou da entidade familiar beneficiada.

Art. 1.712. O bem de família consistirá em prédio residencial urbano ou rural, com suas pertenças e acessórios,
destinando-se em ambos os casos a domicílio familiar, e poderá abranger valores mobiliários, cuja renda será
aplicada na conservação do imóvel e no sustento da família.

OBS.: a hipótese prevista no art. 1.712 não se confunde com a posição já consolidada pelo próprio STJ no
sentido da impenhorabilidade da renda proveniente da locação do único imóvel residencial (REsp 439.920/SP - o
fato de não utilizar o imóvel como residência não o descaracteriza automaticamente).

Vide arts. 1.7206 (administração do bem de família voluntário), 1.721 e 1.722 (extinção do bem de
família voluntário, todos do CC).

É aquele instituído por ato de vontade do casal, da entidade familiar ou de um terceiro, mediante
registro no cartório de imóveis.

Não precisa de outorga (art. 167, I, nº 1, da LRP - Art. 167. No Registro de Imóveis, além da matrícula,
serão feitos: I - o registro: 1) da instituição de bem de família). Socialmente, não tem muita importância, pois é
raro. Exige o registro no cartório de imóveis.

São efeitos da instituição do bem de família voluntário: a impenhorabilidade do bem por dívidas
futuras (art. 1715. O bem de família é isento de execução por dívidas posteriores à sua instituição, salvo as que
provierem de tributos relativos ao prédio, ou de despesas de condomínio. Parágrafo único. No caso de
execução pelas dívidas referidas neste artigo, o saldo existente será aplicado em outro prédio, como bem de
família, ou em títulos da dívida pública, para sustento familiar, salvo se motivos relevantes aconselharem outra
solução, a critério do juiz.) e a inalienabilidade relativa do bem (art. 1717. O prédio e os valores mobiliários,
constituídos como bem da família, não podem ter destino diverso do previsto no art. 1.712 ou serem alienados
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Art. 1.720. Salvo disposição em contrário do ato de instituição, a administração do bem de família compete a ambos os
cônjuges, resolvendo o juiz em caso de divergência.
Parágrafo único. Com o falecimento de ambos os cônjuges, a administração passará ao filho mais velho, se for maior, e, do
contrário, a seu tutor.
Art. 1.721. A dissolução da sociedade conjugal não extingue o bem de família.
Parágrafo único. Dissolvida a sociedade conjugal pela morte de um dos cônjuges, o sobrevivente poderá pedir a extinção do
bem de família, se for o único bem do casal.
Art. 1.722. Extingue-se, igualmente, o bem de família com a morte de ambos os cônjuges e a maioridade dos filhos, desde
que não sujeitos a curatela.
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sem o consentimento dos interessados e seus representantes legais, ouvido o Ministério Público). Ambos os
efeitos, todavia, são relativos, admitindo flexibilização. Pode vender em casos excepcionais e com autorização
do juiz.

O CC, em seu artigo 1711, limitou o valor máximo do bem de família voluntário ao teto de 1/3 do
patrimônio líquido dos instituidores ao tempo de sua instituição. Se for instituído fora desse padrão será ineficaz
e não nulo. Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública ou testamento, destinar
parte de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que não ultrapasse um terço do patrimônio líquido
existente ao tempo da instituição, mantidas as regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial
estabelecida em lei especial. Parágrafo único. O terceiro poderá igualmente instituir bem de família por
testamento ou doação, dependendo a eficácia do ato da aceitação expressa de ambos os cônjuges
beneficiados ou da entidade familiar beneficiada. OBS.: os instituidores devem declarar, sob as penas da lei,
que aquele bem respeita o limite legal, sob pena, não apenas de invalidade do ato, mas de eventual e possível
responsabilização criminal. Tem duração limitada à vida dos instituidores ou até a maioridade dos filhos.

*#ATENÇÃO #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: O art. 1712 do CC consagrou algo inovador: a possibilidade de se


vincular rendimentos (valores mobiliários) à instituição do bem de família voluntário, desde que a referida
renda seja aplicada na conservação do imóvel e no sustento da família. Os valores mobiliários não podem
exceder ao valor do prédio instituído como bem de família.

Art. 1.712. O bem de família consistirá em prédio residencial urbano ou rural, com suas pertenças e acessórios,
destinando-se em ambos os casos a domicílio familiar, e poderá abranger valores mobiliários, cuja renda será
aplicada na conservação do imóvel e no sustento da família.

Todavia, situação diversa é admita pelo STJ (REsp 439.920/SP, AgRg no REsp 975.858/SP), admissível até para o
bem de família legal, no sentido de se considerar impenhorável a renda de aluguel proveniente do único bem
de família locado.

BEM DE FAMÍLIA – IMÓVEL LOCADO – IMPENHORABILIDADE – INTERPRETAÇÃO TELEOLÓGICA DA LEI Nº


8.009/90. O fato de o único imóvel residencial vir a ser alugado não o desnatura como bem de família, quando
comprovado que a renda auferida destina-se à subsistência da família. Recurso especial provido. (STJ - REsp:
439920 SP 2002/0061555-0, Relator: Ministro CASTRO FILHO, Data de Julgamento: 10/11/2003, T3 - TERCEIRA
TURMA, Data de Publicação: DJ 09.12.2003 p. 280LEXJTACSP vol. 206 p. 752)

*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STJ: Bem adquirido com produto de crime é penhorável mesmo que tenha
havido extinção da punibilidade pelo cumprimento do sursis processual. Na execução civil movida pela vítima,
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não é oponível a impenhorabilidade do bem de família adquirido com o produto do crime, ainda que a
punibilidade do acusado tenha sido extinta em razão do cumprimento das condições estipuladas para a
suspensão condicional do processo. STJ. 4ª Turma. REsp 1091236-RJ, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em
15/12/2015 (Info 575).

*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STJ: A exceção à impenhorabilidade prevista no art. 3º, II, da Lei nº 8.009/90
abrange o imóvel objeto do contrato de promessa de compra e venda inadimplido. O art. 3º, II, da Lei nº
8.009/90 prevê que o bem de família poderá ser penhorado para a cobrança de “crédito decorrente do
financiamento destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos
em função do respectivo contrato”. A exceção prevista neste inciso II do art. 3º deve ser estendida também aos
casos em que o proprietário firma contrato de promessa de compra e venda do imóvel e, após receber parte do
preço ajustado, se recusa a adimplir com as obrigações avençadas ou a restituir o numerário recebido, e não
possui outro bem passível de assegurar o juízo da execução. STJ. 3ª Turma. AgRg no AREsp 806.099/SP, Rel. Min.
João Otávio de Noronha, julgado em 08/03/2016.

*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STJ: A impenhorabilidade do bem de família é oponível às execuções de


sentenças cíveis decorrentes de atos ilícitos, salvo se decorrente de ilícito previamente reconhecido na esfera
penal. Cabe a penhora do bem de família para pagamento de dívidas de pensão decorrente de vínculo familiar
ou de ato ilícito (art. 3º, III, da Lei nº 8.009/90).
Por outro lado, não é cabível a penhora de bem de família para o pagamento de indenização por ato ilícito, salvo
se decorrente de ilícito previamente reconhecido como crime na esfera penal. Isso porque aí se enquadrará no
inciso VI do art. 3º. STJ. 3ª Turma. AgInt no REsp 1619189/SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
25/10/2016.

*(Atualizado em 30/01/2021) #DEOLHONAJURIS Para a incidência da exceção à impenhorabilidade do bem de


família, prevista no art. 3º, VI, da Lei nº 8.009/90, é imprescindível a sentença penal condenatória transitada em
julgado Importante!!! O inciso VI do art. 3º da Lei nº 8.009/90 afirma que é possível a penhora do bem de
família caso ele tenha “sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória
a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens”. Para a incidência da exceção prevista no art. 3º, VI, da Lei
nº 8.009/90, é indispensável que a sentença penal condenatória já tenha transitada em julgado, por não ser
possível a interpretação extensiva. STJ. 3ª Turma. REsp 1.823.159-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
13/10/2020 (Info 681). STJ. 4ª Turma. REsp 1.021.440/SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 02/05/2013.

*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STJ: Os imóveis residenciais de alto padrão ou de luxo não estão excluídos, em
razão do seu valor econômico, da proteção conferida pela Lei nº 8.0009/90 aos bens de família. O simples fato
de o imóvel ser de luxo ou de elevado valor, por si só, não afasta a proteção prevista na Lei nº 8.009/90. Assim,
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prevalece a proteção legal ao bem de família, independentemente de seu padrão. O intérprete não pode fazer
uma releitura da lei, a fim de excluir o imóvel da proteção do bem de família pelo simples fato de ela ser de
elevado valor. STJ. 3ª Turma. AgInt no AREsp 1199556/PR, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
05/06/2018. STJ. 3ª Turma. REsp 1.482.724/SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 14/11/2017. STJ. 4ª Turma.
AgInt no REsp 1669123/RS, Rel. Min. Lázaro Guimarães (Desembargador convocado do TRF 5ª Região), julgado
em 15/03/2018. STJ. 4ª Turma. AgInt no REsp 1.505.028/SP, Rel. Min. Raul Aráujo, julgado em 19/09/2017.

*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STJ: A preclusão consumativa atinge a alegação de impenhorabilidade do bem


de família quando houver decisão anterior acerca do tema. A impenhorabilidade de bem de família pode ser
arguida em qualquer tempo ou fase do processo, desde que não tenha havido pronunciamento judicial anterior.
STJ. 3ª Turma. AgRg no REsp 1373654/RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 06/03/2018. Opera-se
a preclusão consumativa quanto à discussão acerca da penhorabilidade ou impenhorabilidade do bem de
família quando houver decisão definitiva anterior acerca do tema, mesmo em se tratando de matéria de ordem
pública. STJ. 3ª Turma. AgInt nos EDcl no AREsp 1039028/SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
09/11/2017. A impenhorabilidade de bem de família pode ser alegada a qualquer tempo e grau de jurisdição.
No entanto, uma vez decidido o tema, não pode ser reeditado, pois acobertado pela preclusão. STJ. 3ª Turma.
AgInt no REsp 1518503/PE, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 21/09/2017.

*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STJ: Afasta-se a proteção conferida pela Lei nº 8.009/90 ao bem de família,
quando caracterizado abuso do direito de propriedade, violação da boa-fé objetiva e fraude à execução. A regra
de impenhorabilidade do bem de família trazida pela Lei nº 8.009/90 deve ser examinada à luz do princípio da
boa-fé objetiva, que, além de incidir em todas as relações jurídicas, constitui diretriz interpretativa para as
normas do sistema jurídico pátrio. Assim, se ficou caracterizada fraude à execução na alienação do único imóvel
dos executados, em evidente abuso de direito e má-fé, afasta-se a norma protetiva do bem de família, que não
pode conviver, tolerar e premiar a atuação dos devedores em desconformidade com a boa-fé objetiva. STJ. 3ª
Turma. REsp 1575243/DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 22/03/2018.

#SELIGANASÚMULA: O que se entende por bem de família indireto? Trata-se de expressão utilizada para
referir-se à previsão da súmula 486 do STJ: “É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja
locado a terceiros, desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da
sua família”.

*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STJ: Os direitos do devedor fiduciante sobre imóvel objeto de contrato de


alienação fiduciária em garantia possuem a proteção da impenhorabilidade do bem de família legal. Ex: João fez
um contrato de alienação fiduciária para aquisição de uma casa; ele está morando no imóvel enquanto paga as
prestações; enquanto não terminar de pagar, a casa pertence ao banco; apesar disso, ou seja, a despeito de
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possuir apenas a posse, os direitos de João sobre o imóvel não podem ser penhorados porque incide a proteção
do bem de família. STJ. 3ª Turma. REsp 1.677.079-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
25/09/2018 (Info 635).

O artigo 1720 cuida da administração do bem de família voluntário e os artigos 1721 e 1722 tratam da
extinção. (recomenda-se a leitura):

Art. 1.720. Salvo disposição em contrário do ato de instituição, a administração do bem de família compete a
ambos os cônjuges, resolvendo o juiz em caso de divergência. Parágrafo único. Com o falecimento de ambos os
cônjuges, a administração passará ao filho mais velho, se for maior, e, do contrário, a seu tutor.

Art. 1.721. A dissolução da sociedade conjugal não extingue o bem de família. Parágrafo único. Dissolvida a
sociedade conjugal pela morte de um dos cônjuges, o sobrevivente poderá pedir a extinção do bem de família,
se for o único bem do casal.

Art. 1.722. Extingue-se, igualmente, o bem de família com a morte de ambos os cônjuges e a maioridade dos
filhos, desde que não sujeitos a curatela.

2.2 LEGAL

A Lei nº 8.009/90 consagra a mais importante modalidade de bem família. O denominado bem de
família legal, na perspectiva constitucional de proteção ao patrimônio mínimo, independente de valor (REsp
11.78469-SP), assim como dispensa individualização em escritura e registro cartorário. Vale dizer, consagrou-se
uma impenhorabilidade do bem de família derivada automaticamente da lei. Ademais, diferentemente do bem
de família voluntário, não se fala aqui em inalienabilidade.

OBS.: a proteção conferida pela lei nº 8.009/90 ampara-se no direito constitucional à moradia e em nível
doutrinário, na brilhante tese de Luiz Edson Fachin intitulada “O estatuto jurídico do patrimônio mínimo”,
segundo a qual, à luz do princípio da dignidade da pessoa humana, as normas civis devem resguardar a cada
pessoa um mínimo de patrimônio para que tenha vida digna (falou Fachin, falou patrimônio mínimo).

OBS.: a abrangência do bem de família legal que consagra uma impenhorabilidade independentemente de
registro cartorário, na prática, torna as normas do bem de família voluntário quase obsoletas. Eventualmente,
poderá haver interesse na instituição do bem de família voluntário como se lê no parágrafo único, do art. 5º, da
Lei nº 8.009/90.
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Art. 5º Para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata esta lei, considera-se residência um único imóvel
utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para moradia permanente.
Parágrafo único. Na hipótese de o casal, ou entidade familiar, ser possuidor de vários imóveis utilizados como
residência, a impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor, salvo se outro tiver sido registrado, para esse
fim, no Registro de Imóveis e na forma do art. 1711 do Código Civil.

Ou seja, se a pessoa quiser proteger o bem de maior valor, será necessária a instituição do bem de
família voluntário, pois a proteção automática legal do art. 5º, da Lei nº 8.009/90 abrange o imóvel de menor
valor.

A Súmula 205, do Superior Tribunal de Justiça, na perspectiva do princípio da função social, admite a
aplicação da Lei nº 8.009/90 para penhoras realizadas antes da sua vigência.

*(Atualizado em 08.04.2020) #DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STJ: A proteção legal conferida ao bem de


família pela Lei nº 8.009/90 não pode ser afastada por renúncia do devedor ao privilégio, pois é princípio de
ordem pública, prevalente sobre a vontade manifestada. A despeito disso, o bem de família legal não gera
inalienabilidade. Logo, é possível que o proprietário pratique atos de disposição dele, podendo, por exemplo,
oferecê-lo como objeto de alienação fiduciária em garantia. A utilização abusiva do direito à proteção do bem
de família viola o princípio da boa-fé objetiva e, portanto, não deve ser tolerada. Assim, deve ser afastado o
benefício conferido ao titular do bem de família que exerce o direito em desconformidade com o ordenamento
jurídico. STJ. 4ª Turma. REsp 1.595.832-SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 29/10/2019 (Info 664).
*(Atualizado em 25/09/2022) É possível ao devedor poupar valores sob a regra da impenhorabilidade no
patamar de até quarenta salários-mínimos, não apenas aqueles depositados em cadernetas de poupança,
mas também em conta corrente ou em fundos de investimento, ou guardados em papel-moeda. STJ, AgInt no
REsp 1.958.516-SP, Rel. Min. Raul Araújo, Quarta Turma, por unanimidade, julgado em 14/06/2022.

2.2.1 Conceito

O bem de família voluntário não alcançou maior sucesso entre nós (Sílvio Rodrigues). Álvaro Villaça –
Bem de Família – advertia que isso era devido ao Estado transferir ao particular a importante missão de
proteger o imóvel em que reside. Nesse contexto, em 1990, fora editada a Lei nº 8.009 que consagraria o
denominado bem de família legal. Essa modalidade de bem de família independe de ato volitivo de instituição,
bem como de registro cartorário. A proteção da impenhorabilidade se opera automaticamente, por aplicação
direita da norma legal. Não há o efeito da inalienabilidade e afigura-se irrelevante o valor do bem. (AgRg no
AResp 264.431/SE).
14
2.2.2 Aplicabilidade

Nos termos do parágrafo único do art. 5º, na hipótese de o casal ou a entidade familiar ser possuidor
de vários imóveis utilizados como residências, a impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor, salvo se o
outro tiver sido instituído como bem de família voluntário. Vale acrescentar, no que tange à interpretação do
parágrafo único do artigo 1º, que o STJ admite, para evitar abuso de direito, em situações justificadas, o
desmembramento do imóvel para efeito de penhora, desde que não haja prejuízo para a área residencial
(REsp. 968.907/RS).

Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por
qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou
pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei.
Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual se assentam a construção, as
plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos, inclusive os de uso profissional,
ou móveis que guarnecem a casa, desde que quitados.

Art. 5º Para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata esta lei, considera-se residência um único imóvel
utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para moradia permanente. Parágrafo único. Na hipótese de o
casal, ou entidade familiar, ser possuidor de vários imóveis utilizados como residência, a impenhorabilidade
recairá sobre o de menor valor, salvo se outro tiver sido registrado, para esse fim, no Registro de Imóveis e na
forma do art. 70 do Código Civil.

OBS.: o Enunciado nº 205 da Súmula do STJ aponta no sentido de que a Lei nº 8.009/90 pode ser aplicada
inclusive para penhoras realizadas antes da sua vigência. STJ Súmula nº 205 - 01/04/1998 - A Lei nº 8.009-90
aplica-se à penhora realizada antes de sua vigência.

A proteção da Lei n.º 8.009 é ampla, compreendendo bem móveis quitados e favorecendo até mesmo
o locatário (parágrafo único do art. 1º e art. 2º). Já houve decisões no Brasil protegendo televisão, ar
condicionado, computador, e até mesmo, teclado musical. (REsp 218.882/SP).

OBS.: a garagem da unidade habitacional pode ser penhorada? DEPENDE. A súmula 449 do STJ (A vaga de
garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis não constitui bem de família para efeito de
penhora) admite a penhora da garagem, desde que tenha número de matrícula próprio, ou seja, diverso da do
imóvel. Matrícula, registro e averbação. Matricula não muda. Registro muda com cada transação.

OBS.: conta de poupança vinculada a financiamento para aquisição de imóvel – alcançada pela
15
impenhorabilidade.

OBS.: Se o executado possui um único imóvel residencial, mas quem mora nele é um parente (ex.: filho), mesmo
assim esse imóvel será considerado como bem de família, sendo impenhorável. Em outras palavras, constitui
bem de família, insuscetível de penhora, o único imóvel residencial do devedor em que resida seu familiar, ainda
que o proprietário nele não habite. STJ. 2ª Seção. EREsp 1.216.187/SC, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado
em 14/05/2014 (Info 543).

*(Atualizado em 05/05/2022) #OBS: MUDANÇA DE ENTENDIMENTO! A penhorabilidade de bem de família


pertencente a fiador de contrato de locação também se aplica no caso de locação de imóvel comercial
É constitucional a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação, seja residencial, seja
comercial. STF. Plenário. RE 1.307.334/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 8/3/2022 (Repercussão
Geral – Tema 1127) (Info 1046).

3. ABRANGÊNCIA PROTETIVA DA LEI Nº 8.009/90

Os arts. 1º e 2º disciplinam a abrangência da impenhorabilidade legal do bem de família, que atinge


não só o imóvel residencial em si, mas também construções, bens acessórios e até móveis quitados.

Obs.: o próprio STJ tem flexibilizado a proteção do bem de família legal para autorizar, em determinados casos,
o seu desmembramento para efeito de penhora (REsp 510643-DF e REsp 515122-RS).

Obs.: o legislador, em seu art. 2º, aponta bens que estão fora da proteção legal, cabendo à jurisprudência, à luz
do caso concreto, apontar quais estariam inseridos no âmbito protetivo da norma. Já houve decisão na
jurisprudência protegendo televisão, antena parabólica e até mesmo o teclado musical (REsp 218.882-SP). Vale
acrescentar que o STJ, por meio da Súmula 449, protege até mesmo a vaga de garagem, desde que vinculada à
mesma matrícula do imóvel.

Art. 2º Excluem-se da impenhorabilidade os veículos de transporte, obras de arte e adornos suntuosos.


Parágrafo único. No caso de imóvel locado, a impenhorabilidade aplica-se aos bens móveis quitados que
guarneçam a residência e que sejam de propriedade do locatário, observado o disposto neste artigo.

*(Atualizado 12/11/2022) #DEOLHONAJURIS - O terreno cuja unidade habitacional está em fase de


construção, para fins de residência, está protegido pela impenhorabilidade por dívidas, por se considerar
antecipadamente bem de família. O Tribunal de origem concluiu pela penhorabilidade do terreno com
edificação inacabada, sob o fundamento de ser imprescindível à proteção legal conferida ao bem de família que
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o imóvel sirva de efetiva residência aos devedores. Como se vê, a deliberação da instância precedente considera
como condição/requisito à proteção legal conferida pela Lei n. 8.009/1990, a efetiva fixação de residência no
imóvel, o que, no momento, não se afiguraria possível por estar a unidade habitacional em fase de construção.
Inegavelmente, a instância ordinária está a permitir a penhora do imóvel de propriedade do casal, por dívida
civil, em evidente interpretação literal e restritiva aos artigos 1º e 5º da Lei n. 8.009/90. As normas protetivas
desses direitos devem ter as exceções interpretadas restritivamente, sendo vedado ao julgador criar hipóteses
de limitação da impenhorabilidade do bem de família, isto é, dos direitos fundamentais que regem a matéria. O
colegiado da Terceira Turma desta Corte deliberou ser possível considerar como bem de família terreno sequer
edificado, mas que, diante das provas apresentadas, tais como projeto de construção, compra de materiais e
início da obra, pudesse ser deduzida a pretensão de moradia. No caso, em que já há edificação para fins de
moradia em curso, a princípio, a interpretação que melhor atende ao escopo da Lei n. 8.009/1990 é a de que,
em se tratando de único imóvel de propriedade dos devedores, cuja unidade habitacional está em fase de
construção, deve incidir a benesse da impenhorabilidade, desde que não configuradas as exceções previstas nos
artigos 3º e 4º da mencionada lei. Assim, obra inacabada presume-se residência e será protegida, pois a
interpretação finalística e valorativa da Lei n. 8.009/1990, considerando o contexto sociocultural e econômico
do País, permite concluir que o imóvel adquirido para o escopo de moradia futura, ainda que não esteja a
unidade habitacional pronta - por estar em etapa preliminar de obra, sem condições para qualquer cidadão nela
residir -, fica excluído da constrição judicial, uma vez que a situação econômico-financeira vivenciada por boa
parte da população brasileira evidencia que a etapa de construção imobiliária, muitas vezes, leva anos de árduo
esforço e constante trabalho para a sua concretização, para fins residenciais próprios ou para obtenção de
frutos civis voltados à subsistência e moradia em imóvel locado. STJ, REsp 1.960.026-SP, Rel. Min. Marco Buzzi,
Quarta Turma, por unanimidade, julgado em 11/10/2022 (Info. 753).

4. EXCEÇÕES À IMPENHORABILIDADE LEGAL DO BEM DE FAMÍLIA

Para Pablo também são aplicáveis ao bem de família voluntário. Livro diz que não são aplicáveis. Para
o bem de família voluntário só haveria restrição por tributos relativos ao próprio prédio e taxas condominiais.

Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária,


trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido:
I - em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência e das respectivas contribuições previdenciárias
(*REVOGADO PELA LC 150/15);
II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no
limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato;
III - pelo credor de pensão alimentícia; *
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III – pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o bem, do seu coproprietário que, com o
devedor, integre união estável ou conjugal, observadas as hipóteses em que ambos responderão pela dívida;
(Redação dada pela Lei nº 13.144 de 2015)
IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel
familiar;
V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar;
VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória a
ressarcimento, indenização ou perdimento de bens. VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em
contrato de locação. (Incluído pela Lei nº 8.245, de 1991)
VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação;
VIII - para cobrança de crédito constituído pela Procuradoria-Geral Federal em decorrência de benefício
previdenciário ou assistencial recebido indevidamente por dolo, fraude ou coação, inclusive por terceiro que
sabia ou deveria saber da origem ilícita dos recursos (Incluído pela Medida Provisória nº 871, de 2019)

#ATENÇÃO:

 Inciso I: *REVOGADO PELA LC 150/15

 Inciso II: financiamento para adquirir o imóvel.

 Inciso IV: processo movido para cobrança de imposto, taxas e contribuições em razão do imóvel. Ex.:
IPTU.

OBS.: o próprio STF já firmou entendimento no sentido de que a cobrança da taxa condominial também pode
levar à penhora do imóvel (RE 439.003/SP). Por outro lado, o STJ tem entendido, conforme o recente julgado
no AgRg no REsp 137.4805/SP, que contribuições criadas por associação de moradores não se equiparam a
despesas de condomínio, para efeito de penhora.

*(Atualizado em 10/05/2020) #DEOLHONAJURIS #STJ Não se pode penhorar o bem de família com base no
inciso IV do art. 3º da Lei 8.009/90 se o débito de natureza tributária está relacionado com outro imóvel que
pertencia ao devedor Para a aplicação da exceção à impenhorabilidade do bem de família prevista no art. 3º,
IV, da Lei nº 8.009/90 é preciso que o débito de natureza tributária seja proveniente do próprio imóvel que se
pretende penhorar. Exemplo: João celebrou com Pedro contrato de “permuta de imóveis urbanos”. Ficou
acertado que João transmitiria a propriedade de sua casa para Pedro e, em troca, Pedro faria a transferência de
seu apartamento a João. Ficou consignado que cada parte iria transmitir o imóvel sem quaisquer dívidas
tributárias. Depois da permuta e da transferência da posse, Pedro constatou que a casa cedida por João
possuía débitos de IPTU. Para regularizar a situação, Pedro quitou essas dívidas. Em seguida, Pedro ajuizou
18
ação contra João pedindo o ressarcimento desses valores considerando que houve um descumprimento do
contrato neste ponto. O pedido foi julgado procedente. No cumprimento de sentença, Pedro pediu a penhora
do apartamento que, depois da permuta, passou a pertencer a João e que é seu bem de família. Essa penhora
não pode ser deferida porque não se enquadra no inciso IV do art. 3º da Lei: Art. 3º A impenhorabilidade é
oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo
se movido: IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do
imóvel familiar; Pode-se apontar três argumentos principais: • A dívida era referente a outro imóvel (e não ao
que se pretende penhorar). • Não se está cobrando um imposto devido em função do imóvel; o que se está
pleiteando é o ressarcimento decorrente de inadimplemento contratual. • As hipóteses de exceção à regra da
impenhorabilidade do bem de família são taxativas, não comportando interpretação extensiva. STJ. 3ª Turma.
REsp 1.332.071-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 18/02/2020 (Info 665).

 Inciso V: se o devedor voluntariamente constitui a hipoteca para garantir dívida contraída em


benefício do casal ou entidade familiar, não poderá, a luz do princípio da confiança e da regra
proibitiva do venire, pretender posteriormente voltar atrás, alegando a proteção do bem de família.
Tem que provar que a família foi beneficiada (AgRg no Ag 115.2734/SP, AgRg no AREsp 72.620/DF, REsp
988.915/SP). No entanto, o próprio STJ, invocando a irrenunciabilidade da proteção legal, admite que
o devedor possa voltar atrás invocando a proteção ao bem de família, caso haja apenas INDICADO O
BEM À PENHORA (AgRg no REsp 813.546/DF, REsp 875.687/RS).

 Inciso VII: a despeito de toda crítica doutrinária, o STJ já firmou entendimento, inclusive reconhecendo
repercussão geral, no sentido de que é constitucional e possível a penhora do bem de família do fiador
na locação geral. Ainda que o fiador renuncie ao benefício de ordem, sua obrigação é subsidiária. Se a
pessoa tem um imóvel familiar, ele é impenhorável, enquanto o do fiador não. Absurdo.

*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STJ: O crédito oriundo de contrato de empreitada para a construção,


ainda que parcial, de imóvel residencial, encontra-se nas exceções legais à impenhorabilidade do bem de
família. Ex: João comprou uma casa antiga para reformar e passar a morar ali com a família. Ele contratou a
empresa FB Engenharia para fazer a reforma. A empresa terminou o serviço e João passou a residir no local.
Ocorre que ele não pagou as últimas parcelas do contrato com a empresa e ficou devendo R$ 40 mil,
materializado em notas promissórias. O imóvel onde João reside poderá ser penhorado para pagar a dívida,
sendo essa uma exceção à impenhorabilidade do bem de família. Fundamento: art. 3º, II, da Lei nº 8.009/90.
Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária,
trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido: (...) II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento
destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do
respectivo contrato; STJ. 4ª Turma. REsp 1.221.372-RS, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 15/10/2019 (Info 658).
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*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: O art. 3º da Lei nº 8.009/90 traz as hipóteses em que o bem de família legal
pode ser penhorado. O inciso V afirma que o imóvel poderá ser penhorado, mesmo sendo bem de família, se ele
foi dado como hipoteca (garantia real) de uma dívida em favor da entidade familiar e esta, posteriormente, não
foi paga. Neste caso, o bem de família poderá ser alienado e seu produto utilizado para satisfazer o credor.

Vale ressaltar que não é necessário que a hipoteca esteja registrada no cartório de Registro de Imóveis. Assim, a
ausência de registro da hipoteca em cartório de registro de imóveis não afasta a exceção à regra de
impenhorabilidade prevista no art. 3º, V, da Lei nº 8.009/90.

Em outras palavras, o fato de a hipoteca não ter sido registrada não pode ser utilizado como argumento pelo
devedor para evitar a penhora do bem de família.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.455.554-RN, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 14/6/2016 (Info 585).

*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STJ: O bem de família é IMPENHORÁVEL quando for dado em garantia real de
dívida por um dos sócios da pessoa jurídica, cabendo ao credor o ônus da prova de que o proveito se reverteu à
entidade familiar O bem de família é PENHORÁVEL quando os únicos sócios da empresa devedora são os
titulares do imóvel hipotecado, sendo ônus dos proprietários a demonstração de que não se beneficiaram dos
valores auferidos. Assim é possível a penhora de bem de família dado em garantia hipotecária pelo casal quando
os cônjuges forem os únicos sócios da pessoa jurídica devedora. STJ. 2ª Seção. EAREsp 848498-PR, Rel. Min. Luis
Felipe Salomão, julgado em 25/04/2018 (Info 627).

*(Atualizado em 31/07/2022) #DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO - O imóvel dado em caução em contrato de


locação comercial que pertence a determinada sociedade empresária e é utilizado como moradia por um dos
sócios recebe a proteção da impenhorabilidade de bem de família. É impenhorável o bem de família oferecido
como caução em contrato de locação comercial. Isso porque a exceção prevista no art. 3º, VII, da Lei nº
8.009/90 não se aplica à hipótese de caução, mas apenas para os casos de fiança. O instituto do bem de família
é um corolário da dignidade da pessoa humana e tem o condão de proteger o direito fundamental à moradia
(arts. 1º, III, e 6º da Constituição Federal). Assim, o imóvel no qual reside o sócio não pode, em regra, ser objeto
de penhora pelo simples fato de pertencer à pessoa jurídica, ainda mais quando se trata de sociedades
empresárias de pequeno porte. Em tais situações, mesmo que no plano legal o patrimônio de um e outro sejam
distintos - sócio e sociedade -, é comum que tais bens, no plano fático, sejam utilizados indistintamente pelos
dois. Se a lei tem por escopo a ampla proteção ao direito de moradia, o fato de o imóvel ter sido objeto de
caução, não retira a proteção somente porque pertence à pequena sociedade empresária. Caso contrário,
haveria o esvaziamento da salvaguarda legal e daria maior relevância do direito de crédito em detrimento da
utilização do bem como residência pelo sócio e por sua família. STJ. 3ª Turma. REsp 1.935.563-SP, Rel. Min.
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 03/05/2022 (Info 735).
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*(Atualizado em 26/02/2023) #DEOLHONAJURIS - As hipóteses permissivas da penhora do bem de família


devem receber interpretação restritiva, não havendo possibilidade de incidência da exceção à
impenhorabilidade do bem de família do fiador ao devedor solidário.
A controvérsia submetida está em saber se é possível interpretação extensiva da exceção entabulada no art. 3º,
inc. VII da Lei n. 8.009/1990, a fim de equiparar o devedor solidário ao fiador em contrato de locação. Conforme
entendimento do STJ, o escopo da Lei n. 8.009/1990 não é proteger o devedor contra suas dívidas, mas sim a
entidade familiar no seu conceito mais amplo, razão pela qual as hipóteses permissivas da penhora do bem de
família, em virtude do seu caráter excepcional, devem receber interpretação restritiva, não havendo que se falar
em possibilidade de incidência da exceção à impenhorabilidade de bem de família do fiador ao devedor
solidário. A posição jurídica de devedor solidário não se confunde com a figura do fiador de contrato de locação,
não podendo receber o mesmo tratamento jurídico, notadamente para a incidência de norma restritiva de
direitos. A propósito: "A impenhorabilidade do bem de família decorre dos direitos fundamentais à dignidade da
pessoa humana e à moradia, de forma que as exceções previstas na legislação não comportam interpretação
extensiva" (REsp 1.604.422/MG, relator Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, Terceira Turma, julgado em
24/8/2021, DJe 27/8/2021).
STJ, AgInt no AREsp 2.118.730-PR, Rel. Ministro Marco Buzzi, Quarta Turma, por unanimidade, julgado em
14/11/2022, DJe 21/11/2022 (Info. 763).

*#SELIGANASÚMULA: Súmula 549 do STJ: É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de
contrato de locação. STJ. 2ª Seção. Aprovada em 14/10/2015, DJe 19/10/2015.

OBS.: é firme o entendimento de que a proteção do bem de família também favorece a quem vive sozinho.
(Súmula 364 STJ, REsp 450.989/RJ). O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o
imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas.

*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STJ: É possível a penhora de bem de família de condômino, na proporção


de sua fração ideal, se inexistente patrimônio próprio do condomínio para responder por dívida oriunda de
danos a terceiros. STJ. 4ª Turma. REsp 1.473.484-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 21/06/2018 (Info
631). #IMPORTANTE

OBS.: Ao estudarmos a problemática jurisprudencial do inciso V, do art. 3º, é válido lembrar a importância da
regra proibitiva do venire contra factum proprium, doutrinariamente conhecida como teoria dos atos próprios. A
regra do venire, com base nos princípios da boa fé e da confiança, pretende impedir o comportamento
contraditório, servindo de alicerce, inclusive, para as noções de supressio e surrectio. Vale ressaltar que a regra
21
do venire é um desdobramento ou função reativa da boa fé objetiva (função parcelar). Exemplificando, se o
contrato prevê que o pagamento deve ser feito todo dia 15 em São Paulo, e, ao longo do tempo o devedor
efetua o pagamento todo dia 20 em Campinas, a situação se consolida, de modo que o devedor adquire o
direito de pagar na nova cidade (surrectio), não podendo mais o credor reclamar (supressio).

OBS.: O STJ já firmou entendimento no sentido de que a proteção legal do bem de família favorece, inclusive, o
devedor que viva só (Súmula 364, STJ – solteiras, separadas e viúvas). Qual fundamento? As normas do bem de
família protegem, em segundo plano, a família, e, em primeiro plano, o direito constitucional à moradia e ao
patrimônio mínimo. Confira-se o RESP 450.989-RJ.

*#IMPORTANTE: A impenhorabilidade do bem de família no qual reside o sócio devedor não é afastada pelo
fato de o imóvel pertencer à sociedade empresária. STJ. 4ª Turma. EDcl no AREsp 511.486-SC, Rel. Min. Raul
Araújo, julgado em 3/3/2016 (Info 579). O bem de família é um instituto que visa a assegurar o direito
fundamental à moradia (art. 6º, caput, da CF/88), sendo um corolário da dignidade da pessoa humana, razão
pela qual é preciso que seja dada uma interpretação ampliativa à proteção legal. O benefício conferido pela Lei
nº 8.009/90 se trata de norma cogente, que contém princípio de ordem pública, e sua incidência somente é
afastada se caracterizada alguma hipótese descrita no art. 3º do mesmo diploma.

*(Atualizado em 12/09/2022) #OBS: MUDANÇA DE ENTENDIMENTO! A penhorabilidade de bem de família


pertencente a fiador de contrato de locação também se aplica no caso de locação de imóvel comercial
É válida a penhora do bem de família de fiador apontado em contrato de locação de imóvel, seja residencial,
seja comercial, nos termos do inciso VII, do art. 3º da Lei nº 8.009/90.
STJ. 2ª Seção. REsp 1822040-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 08/06/2022 (Recurso Repetitivo –
Tema 1091) (Info 740).
O STJ acompanhou o STF que já havia decidido:
É constitucional a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação, seja residencial, seja
comercial.
STF. Plenário. RE 1307334/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 8/3/2022 (Repercussão Geral – Tema
1127) (Info 1046).

*(Atualizado em 31/012021) #DEOLHONAJURIS Imóvel bem de família oferecido como caução imobiliária em
contrato de locação não pode ser objeto de penhora Caso concreto: em um contrato de locação de terceiro,
João ofereceu sua casa como caução (garantia) da relação locatícia (art. 37, I, da Lei nº 8.245/91). O terceiro
(locatário) não pagou os aluguéis e a empresa locadora executou o locatário e João pedindo a penhora da casa
objeto da caução. Ocorre que se trata de bem de família onde João reside. Será possível a penhora? Não. As
hipóteses excepcionais nas quais o bem de família pode ser penhorado estão previstas, taxativamente, no art.
3º da Lei nº 8.009/90. Tais hipóteses não admitem interpretação extensiva. A caução imobiliária oferecida em
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contrato de locação não consta como uma situação na qual o art. 3º da Lei autorize a penhora do bem de
família. Assim, não é possível a penhora do bem de família mesmo que o proprietário tenha oferecido o imóvel
como caução em contrato de locação. STJ. 3ª Turma. REsp 1.873.203-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
24/11/2020 (Info 683).

5. DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO

DIPLOMA DISPOSITIVOS

Código Civil Art. 79 ao art. 103 e art. 1.711 ao art. 1.722

Lei 8.009/90 Integralmente

6. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA

Anotações de aula

Complementação no Manual de Direito Civil – Flávio Tartuce

Material do TRF4

Cadernos Sistematizados

Jurisprudência do site Dizer o Direito.

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